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Na realização da aprendizagem significativa os Mapas Conceituais - representações gráficas do conhecimento que são compreendidas dos conceitos e dos relacionamentos entre eles - demonstraram ser uma ferramenta adequada porque possibilitam ao pesquisador (e tam- bém aos membros do grupo) desenvolver um processo cognitivo de aprendizagem em que ele próprio orienta a aquisição de novas informações, uma vez que elas estarão diretamente rela- cionadas com a estrutura de conhecimento prévio (MOREIRA, 1993b, apud MOREIRA, 1999). Entende-se por “estrutura de conhecimento prévio” aquela que o indivíduo possui, no momento da aprendizagem, como produto da sua integração cultural (MOREIRA, 1999).

Segundo Amoretti (2000), a representação do conhecimento em rede facilita a apreen- são do conhecimento porque a memória humana reconhece e retém mais rapidamente tais representações, facilitando o processo mental da compreensão. A rede simula aspectos típicos da cognição humana, tendo como característica essencial à flexibilidade na modelagem de fenômenos cognitivos que é a capacidade da rede de completar os conceitos descritos através da associação de novas propriedades aos conceitos básicos.

Segundo Moreira (1999) a estruturação do conhecimento na mente humana tende a seguir uma estrutura hierárquica na qual as idéias mais abrangentes incluem proposições, con- ceitos e dados menos inclusivos e mais diferenciados. Para Novak (1998 apud CAÑAS et al., 2003) o conceito é uma regularidade percebida em acontecimentos, objetos, registros de acon- tecimentos, e que está designada por um signo (identificação). Um conceito pode ser definido como uma regularidade percebida nos eventos ou nos objetos, ou um registro dos eventos ou

dos objetos, designado por uma identificação (CAÑAS et al., 2003). 3.4.1 Características

Mapas conceituais são diagramas que representam o conhecimento organizado (NO- VAK & GOWIN, 1984). São representações gráficas do conhecimento e que são compreen- didas por meio dos conceitos e dos relacionamentos entre eles. São diagramas de significados, de relações significativas (CAÑAS et al., 2003). A figura 15 representa graficamente por meio de Mapa Conceitual os principais conceitos de Mapas Conceituais.

Figura 15. Mapa Conceitual sobre Mapas Conceituais – Lê@d.CAp/MCE - UFRGS, 2005. Mapas Conceituais podem seguir um modelo hierárquico no qual conceitos mais in- clusivos estão no topo da hierarquia (parte superior do mapa) e conceitos específicos, pouco abrangentes, estão na base (parte inferior) (CAÑAS et al., 2003).

Os conceitos são incluídos geralmente em círculos ou caixas e os relacionamentos en- tre conceitos são indicados pelas linhas conectadas entre elas. As palavras que identificam a linha especificam o relacionamento entre os conceitos. A identificação para a maioria dos conceitos é uma única palavra, embora possam ser utilizados símbolos. Conceito-ligação- conceito triplica a forma de proposição, sendo indicações significativas sobre algum objeto ou evento. Estes são chamados às vezes unidades semânticas, ou unidades do significado

(CAÑAS et al., 2003).

Abaixo, a figura 16, representa um modelo de mapas conceituais onde os conceitos es- tão representados em uma forma hierárquica com o conceito mais geral no topo do mapa e os conceitos mais específicos, menos gerais, organizados abaixo (CAÑAS et al., 2003).

Figura 16. Mapa conceitual do sistema nervoso dos vertebrados (Depto. de Biologia - IBUSP, 1996).

A estrutura hierárquica para um domínio particular do conhecimento depende também do contexto em que esse conhecimento está sendo aplicado ou considerado. Conseqüentemen- te, é melhor construir mapas conceituais com referência a alguma questão particular que se procura responder. O mapa conceitual pode pertencer a alguma situação ou evento que está se tentando compreender, como a organização do conhecimento relevante, fornecendo assim o contexto para o mapa conceitual (CAÑAS et al., 2003).

Outra importante característica de mapas conceituais é a inclusão de “cross-links” (cruzamentos). Este relacionamento explícito é feito entre ou por meio de conceitos em dife- rentes regiões ou domínios dentro de mapas conceituais. Esses cruzamentos mostram como

um conceito no domínio do conhecimento representado no mapa é relacionado a um conceito em um outro domínio representado no mapa. Na criação de novos conhecimentos, cruzamen- tos freqüentemente representam saltos criativos na parte de produção do conhecimento.

Um outro aspecto da estrutura de mapas conceituais é a inclusão de exemplos especí- ficos dos eventos ou dos objetos. Estes podem ajudar a esclarecer o significado de um dado conceito. Normalmente estes não são incluídos nos círculos ovais ou nas caixas, já que são eventos ou objetos específicos e não representam conceitos. Os mapas conceituais são tam- bém eficazes em identificar as idéias válidas e inválidas aprendidas por pesquisadores (CAÑAS et al., 2003).

Mapa conceitual não é uma rede semântica. Para Fisher (1990; 2000), redes semânti- cas são redes de nós e relacionamento interconectados, mas não são hierárquicas por natureza. São baseadas no uso de conceitos e palavras, relacionadas por títulos, formando exemplos básicos ou proposições. Redes semânticas podem vir a ser muito grandes e podem conter cen- tenas de conceitos inter-relacionados.

Mapas conceituais se diferenciam das redes semânticas pela estrutura hierárquica, pelo uso específico de conceitos e não de palavras, e pela representação de conceitos de domínio específico, nem sempre possuindo grandes redes de relacionamento (CAÑAS et al., 2003). 3.4.2 Colaboração na construção de mapas conceituais

Apesar do método padrão de Mapeamento Conceitual presumir que Mapa Conceitual pode ser elaborado para representar um nível atual de conhecimento e compreensão de um indivíduo, em muitos casos Mapas Conceituais podem ser construídos como parte de um pro- cesso colaborativo de grupo (CAÑAS et al., 2003).

Mapeamento Conceitual pode facilitar a troca de informações no grupo, pode clarear os pontos de vista de colaboradores individuais e pode encorajar a participação no processo colaborativo. Em cenários educacionais, mapas conceituais colaborativos têm sido usados para projetos de grupo, e têm sido comparados a outros tipos de projetos em grupo tal como pôster (VAN BOXTEL, VAN DER LINDEN & KANSELAAR, 1997, 2000 apud CAÑAS, 2003).

Em ambientes de negócios, mapas conceituais têm sido usados para facilitar a discus- são entre diferentes grupos dentro de uma empresa. A criação de mapas conceituais colabora-

tivos por especialistas tem sido usada para preservar o conhecimento organizacional (HUFF & JENKINS, 2002; JOHNSON & JOHNSON, 2002 apud CAÑAS, 2003).

Como no caso da construção individual do mapa, um foco bem definido da questão deve ser formulado. Um método colaborativo de construção de Mapa Conceitual envolve a identificação pelo grupo de conceitos e seus relacionamentos (CAÑAS et al., 2003). A criação colaborativa de mapa conceitual pode tomar muitas formas. Sessões podem ser conduzidas localmente ou à distância, e podem ser síncronas ou assíncronas (CAÑAS et al., 2003).

Como no caso da construção individual do mapa, um foco bem definido da questão deve ser formulado. Um método colaborativo de construção de mapa conceitual envolve a identificação pelo grupo de conceitos e seus relacionamentos. Um meio de melhorar a efici- ência da criação do mapa conceitual do grupo é pela identificação de um moderador e/ou co- ordenador para a construção colaborativa do mapa (CAÑAS et al., 2003).

A capacidade para a negociação e o compromisso é necessária para a construção em grupo de um mapa conceitual. Deve-se notar que participantes podem ter opiniões diferentes que são evidenciadas pelo processo (CAÑAS et al., 2003). Em tais casos, provavelmente seja melhor criar uma estrutura de colaboração aonde os mapas podem ser compartilhados e re- construídos a partir das análises e contribuições de outros membros do grupo.