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F) Preparação da (-)-hidróxi-carvona

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.3. Relação Estrutura-Atividade

5.4.1. Avaliação do Efeito das Substâncias EP-1, EP-2 e (-)-HC em Camundongos

5.4.2.1. Massa Corporal, Consumo de Alimento e Água

Sabendo-se dos diversos efeitos colaterais que os fármacos antineoplásicos apresentam como resultado de sua toxicidade sobre outras células do organismo que não são tumorais, procedeu-se também a investigação de possíveis efeitos tóxicos das substâncias EP-1 e EP-2. O experimento de avaliação da atividade antitumoral in

vivo foi realizado por doses repetidas ao longo de 7 dias.

Os dados de toxicidade de uma amostra são muito relevantes, uma vez que as neoplasias são responsáveis por elevadas taxas de mortalidade e, muitos dos tratamentos utilizados nessas neoplasias, como os radioterápicos e quimioterápicos, têm efeitos colaterais indesejáveis (MACHADO et al., 2008). Portanto, há uma incessante busca de fármacos eficientes, que tenham baixa toxicidade e, consequentemente, causem o mínimo de efeitos colaterais (VERÇOSA JUNIOR et al., 2007).

Neste contexto, os parâmetros realizados com animais, que podem ser avaliados na investigação da atividade antitumoral in vivo, para investigação da toxicidade da droga, são o consumo de alimentos e a evolução ponderal (XAVIER, 2011). Na Tabela 5 estão expressos a variação de massa corpórea e o consumo de ração e água dos animais saudáveis ou transplantados com tumor S180, por grupo tratado, avaliados durante o período de início e fim do experimento.

De acordo com os resultados obtidos, observou-se que houve diferença estatística significativa (p < 0,0001) na variação de massa corpórea entre os grupos transplantados com tumor S180 tratados, via i.p. com 5-FU na dose de 25 mg/kg/dia (-3,60 ± 0,84 g) quando comparado ao grupo DMSO 5% (1,10 ± 0,27 g). Os grupos tratados com EP-1 por via i.p. não apresentou diferença estatística significativa quando comparados aos respectivos grupos tratados com DMSO 5%. Além disso, não foram observadas severas modificações no consumo de água e ração para ambos os grupos tratados com EP-1.

Tabela 5. Consumo de água, ração e variação da massa corpórea de camundongos saudáveis ou transplantados com tumor S180 tratados com EP-1.

Droga Dose (mg/kg/dia) Consumo de água (mL) Consumo de ração (g) Variação na massa corpórea (g) Camundongos saudáveis DMSO 5% - 350 273 0,01 ± 0,07 5-FU 25 300 148 -3,56 ± 0,66 EP-1 100 352 208 0,20 ± 0,80 200 370 205 -0,30 ± 0,33

Camundongos transplantados com tumor S180

DMSO 5% - 300 300 1,10  0,27

5-FU 25 300 184 -3,60  0,84a

EP-1 100 400 237 1,40  0,87

200 355 286 -1,20  0,40 Os dados da variação da massa corpórea estão apresentados como a média ± E.P.M. de 10 animais/grupo avaliados pela análise de variância de uma via (ANOVA) com pós-teste de Student

Newman Keuls. ap < 0,05 comparado ao respectivo grupo controle negativo dos animais com S180

(DMSO 5%).

Na Tabela 6 estão expressos a variação de massa corpórea e o consumo de ração e água dos animais saudáveis e transplantados com tumor S180 por grupo tratado, avaliados durante o período de início e fim do experimento.

Conforme os resultados obtidos, notou-se que houve diferença estatística significativa (p < 0,0001) na variação de massa corpórea entre os grupos transplantados com tumor S180 tratados, via i.p. com 5-FU na dose de 25 mg/kg/dia (-4,46 ± 0,83 g) quando comparado ao grupo DMSO 5% (0,61 ± 0,20 g). Também foi observada diferença estatística entre o grupo 5-FU (-3,50 ± 0,66) dos animais saudáveis quando comparado ao grupo DMSO 5% do mesmo grupo (0,14 ± 0,08).

O grupo tratado com EP-2 por via i.p. não apresentou diferença estatística significativa quando comparado aos respectivos grupos tratados com DMSO 5%. Além disso, foi observado que para ambos os grupos tratados com EP-2, não houve severas modificações no consumo de água e ração.

Tabela 6. Consumo de água, ração e variação da massa corpórea de camundongos saudáveis ou transplantados com tumor S180 tratados com EP-2.

Droga Dose (mg/kg/dia) Consumo de água (mL) Consumo de ração (g) Variação na massa corpórea (g) Camundongos saudáveis DMSO 5% - 335 284 0,14 ± 0,08 5-FU 25 310 138 -3,50 ± 0,66b EP-2 100 362 223 0,90 ± 0,38 200 357 226 -0,71 ± 0,53

Camundongos transplantados com tumor S180

DMSO 5% - 350 274 0,61  0,20

5-FU 25 300 148 -4,46  0,83a

EP-2 100 385 243 1,11  0,19

200 410 239 -1,58  0,33 Os dados da variação da massa corpórea estão apresentados como a média ± E.P.M. de 10 animais/grupo avaliados pela análise de variância de uma via (ANOVA) com pós-teste de Student

Newman Keuls. ap < 0,0001 comparado ao respectivo grupo controle negativo dos animais com S180

(DMSO 5%). bp < 0,001 comparado ao grupo controle negativo dos animais saudáveis (DMSO 5%).

Os grupos tratados tanto com EP-1 quanto com EP-2 não apresentaram alterações significativas no consumo de água, ração e variação de massa corpórea. Esse é um resultado positivo específico dessas substâncias, já que praticamente todas as drogas antineoplásicas causam alterações gastrintestinais, dentre elas a anorexia, ligada diretamente a perda de peso e desnutrição (TALMADGE et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2010).

Na clínica médica, a anorexia em pacientes com câncer varia de 40 a 80%, resultando em efeitos clínicos que se manifestam por dificuldade de cicatrização, aumento do risco de infecção, diminuição da resposta ao tratamento, da qualidade de vida e sobrevida, dentre outros (OLIVEIRA, 2010). Já a perda de peso está tipicamente associada à toxicidade (TALMADGE et al., 2007). Nesse sentido, um evidente exemplo de perda de massa é demonstrado neste trabalho, ao realizar a análise da variação da massa corpórea de animais tratados com o antineoplásico 5- FU (Tabelas 5 e 6).

As náuseas e vômitos também são efeitos colaterais comumente encontrados entre as drogas dessa classe, que podem influenciar negativamente nos parâmetros analisados. Na prática clínica, ocorre constante associação de antineoplásicos com medicamentos que inibem esses efeitos indesejáveis. Dessa forma, é possível demonstrar com os resultados até agora discutidos que, EP-1 e EP-2 apresentam atividades citotóxica e antitumoral, sem apresentar alterações significativas na variação da massa corpórea.

5.4.2.2. Avaliação da Massa dos Órgãos

A Tabela 7 apresenta os resultados encontrados com relação à massa dos órgãos (fígado, baço e rins) por 100 g de massa corpórea, em animais saudáveis e com tumor S180 tratados por via i.p. com EP-1 (100 e 200 mg/kg/dia).

Tabela 7. Efeito do EP-1 (100 ou 200 mg/kg/dia) por via i.p. sobre a massa dos órgãos (fígado, baço e rins) de camundongos saudáveis ou transplantados com tumor S180.

Substâncias Dose (mg/kg/dia) Fígado (g/100g massa corpórea) Baço (g/100g massa corpórea) Rins (g/100g massa corpórea) Camundongos saudáveis DMSO 5% - 4,76 ± 0,13 0,39 ± 0,04 1,28 ± 0,04 5-FU 25 5,22 ± 0,30 0,25 ± 0,03b 1,10 ± 0,09 EP-1 100 4,72 ± 0,19 0,34 ± 0,03 1,17 ± 0,03 200 4,89 ± 0,12 0,40 ± 0,01 1,09 ± 0,03

Camundongos transplantados com tumor S180

DMSO 5% - 4,86  0,08 0,51  0,02 1,10  0,04 5-FU 25 4,63  0,12 0,34  0,06a 1,13  0,03

EP-1 100 4,64  0,10 0,45  0,02 1,07  0,03 200 4,89  0,23 0,48  0,03 1,13  0,02

A tabela apresenta os valores correspondentes à média ± E.P.M de dez animais/grupo avaliados pela análise de variância de uma via (ANOVA) com pós-teste de Student Newman Keuls. ap < 0,05

comparado ao grupo controle negativo dos animais com S180 (DMSO 5%). bp < 0,05 comparado ao

Em relação à massa dos órgãos dos animais tratados com EP-1 nas doses de 100 e 200 mg/kg/dia em camundongos saudáveis ou transplantados com tumor S180, não foram observadas alterações estatisticamente significativas na massa de nenhum dos órgãos analisados (p > 0,05).

Foi possível observar que houve alteração de forma significativa (p < 0,05) da massa do baço no tratamento dos camundongos por via i.p. com 5-FU, tanto em animais saudáveis (0,34 ± 0,06) quando comparado com o grupo controle negativo do mesmo grupo (0,39 ± 0,04 g), quanto nos transplantados com tumor S180, (0,34 ± 0,06 g) quando comparado com o grupo controle negativo do mesmo grupo (0,51 ± 0,02 g), o que demonstra uma diminuição na massa do órgão quando exposto ao tratamento com 5-FU (25 mg/kg/dia) (p < 0,05).

A Tabela 8 apresenta os resultados encontrados com relação à massa dos órgãos (fígado, baço e rins) por 100 g de massa corpórea, em animais saudáveis e em animais com tumor S180 tratados por via i.p. com EP-2 (100 e 200 mg/kg/dia). Em relação à massa dos órgãos dos animais tratados com EP-2 ou 5-FU em camundongos, saudáveis ou transplantados com tumor S180, não foram observadas alterações estatisticamente significativas na massa de nenhum dos órgãos analisados (p > 0,05).

O tratamento dos animais com 5-FU causou significante (p < 0,05) redução da massa do baço, quando comparado com o grupo controle negativo. Foi possível observar que houve alteração de forma significativa (p < 0,05) da massa do baço no tratamento dos camundongos por via i.p. com 5-FU, tanto em animais saudáveis (0,19 ± 0,02) quando comparado com o grupo controle negativo do mesmo grupo (0,36 ± 0,01 g), quanto nos transplantados com tumor S180, (0,33 ± 0,02 g) quando comparado com o grupo controle negativo do mesmo grupo (0,49 ± 0,03 g), o que demonstra uma diminuição na massa do órgão quando exposto ao tratamento com 5- FU (25 mg/kg/dia) (p < 0,05).

O fígado, baço e rins foram avaliados quanto à alteração da sua massa, por serem órgãos susceptíveis aos efeitos dos antineoplásicos. O fígado é o maior e mais complexo dos órgãos internos. Está envolvido com a síntese de proteínas plasmáticas, lipídios e lipoproteínas, mas também tem função na reserva de energia, síntese de vários hormônios e, ainda, é o principal órgão onde ocorre o metabolismo de drogas lipossolúveis, bem como de outras substâncias potencialmente tóxicas (HENRY, 2008). O fígado é o órgão de detoxificação dos mamíferos e os rins o órgão

excretor mais importante, e ambos são susceptíveis a drogas quimioterápicas. Como exemplos, podem ser citadas as disfunções hepáticas induzidas por mitramicina e toxicidade renal causada por docetaxel (KATZUNG, 2003; BEZERRA, et al., 2008).

Tabela 8. Efeito do EP-2 (100 ou 200 mg/kg/dia) ou 5-fluorouracil (25 mg/kg/dia) por via i.p. sobre a massa dos órgãos (fígado, baço e rins) de camundongos saudáveis ou transplantados com tumor S180.

Substâncias Dose (mg/kg/dia) Fígado (g/100g massa corpórea) Baço (g/100g massa corpórea) Rins (g/100g massa corpórea) Camundongos saudáveis DMSO 5% - 4,76 ± 0,13 0,36 ± 0,01 1,32 ± 0,05 5-FU 25 4,65 ± 0,21 0,19 ± 0,02b 1,13 ± 0,03 EP-2 100 4,66 ± 0,09 0,25 ± 0,01 1,15 ± 0,06 200 5,07 ± 0,13 0,37 ± 0,06 1,17 ± 0,19

Camundongos transplantados com tumor S180

DMSO 5% - 4,63  0,09 0,49  0,03 1,14  0,02 5-FU 25 4,99  0,16 0,33  0,02a 1,15  0,04

EP-2 100 4,84  0,07 0,52  0,02 1,27  0,03 200 4,57  0,09 0,49  0,04 1,28  0,03

A tabela apresenta os valores correspondentes à média ± E.P.M de dez animais/grupo avaliados pela análise de variância de uma via (ANOVA) com pós-teste de Student Newman Keuls. ap < 0,05

comparado ao grupo controle negativo dos animais com S180 (DMSO 5%). bp < 0,05 comparado ao

grupo controle negativo dos animais saudáveis (DMSO 5%).

O baço é o maior órgão linfático, participando do sistema de defesa do corpo como local de proliferação de linfócitos (leucócitos), supervisão e resposta imune. Este órgão participa da remoção e destruição de hemácias antigas e de plaquetas fragmentadas, além de servir como reservatório de sangue, armazenando hemácias e plaquetas (MOORE & DALLEY, 2007). Para acomodar essas funções, o baço é uma massa vascular circundada por peritônio que é capaz de variar sua massa e tamanho (MOORE & DALLEY, 2007). Alguns quimioterápicos são capazes de alterar a massa e o tamanho desse órgão, como é o caso do 5-FU na dose de 25 mg/kg/dia, demonstrado neste trabalho em que foi evidenciada a retração do baço no grupo controle positivo (Tabelas 7 e 8).

Os rins estão envolvidos em muitas funções corporais críticas. Eles regulam as condições do fluido eletrolítico e o equilíbrio ácido-base, possuem função endócrina e são essenciais para a eliminação dos produtos de degradação. A alteração na função renal é uma das consequências mais comuns de toxicidade medicamentosa decorrente da excreção inadequada dos medicamentos ou de seus metabólitos (HENRY, 2008). Vários antineoplásicos utilizados atualmente na clínica médica desencadeiam algum tipo de toxicidade renal, como por exemplo, temos o metotrexato, docetaxel, cisplatina, dentre outros (BEZERRA et al., 2008b; KOROLKOVAS, 2010).

Dessa forma, é possível afirmar que, diante dos resultados descritos, as substâncias EP-1 e EP-2 não apresentaram alterações significativas na variação da massa corpórea animal e na massa dos órgãos comparado aos camundongos saudáveis do grupo negativo (fígado, baço e rins) (Tabelas 7 e 8).

5.4.2.3. Avaliação dos Parâmetros Bioquímicos

Dentre os parâmetros bioquímicos, foram avaliados os que podem refletir possíveis problemas nas funções hepática e renal dos animais submetidos aos tratamentos.

Os melhores testes para diagnósticos de avaliação de lesão hepatocelular são as que determinam as atividades das enzimas hepáticas alanina-aminotransferase (ALT) e aspartato-aminotrasferase (AST), antigamente denominadas transaminase glutâmica-pirúvica e transaminase glutâmico-oxalacética, TGP e TGO, respectivamente. Elas são enzimas intracelulares chamadas de aminotransferases encontradas em quase todos os tecidos, com maior concentração nos hepatócitos, coração e músculo esquelético. A ALT é encontrada exclusivamente no citoplasma e a AST no citoplasma e nas mitocôndrias. A ALT está presente em alta concentração nos hepatócitos, já a AST é encontrada também em outros tecidos. Logo, deve-se ter cautela na avaliação de elevação isolada da AST, que na maioria dos casos, não corresponde a danos hepáticos (MINCIS, 2008).

Para avaliação da função renal foram realizadas as análises da ureia e creatinina. A ureia é um produto da degradação do metabolismo dos aminoácidos, eliminado principalmente por via renal. A creatinina é um produto da degradação da

creatina muscular. Esta substância não é utilizada pelo organismo, é totalmente inativa, sendo também excretada pelos rins (PEREIRA, 2008).

Para avaliar a ação das substâncias EP-1 e EP-2 sobre as funções hepática e renal foi realizado o doseamento bioquímico de quatro parâmetros: AST (aspartato transaminase, TGP), ALT (alanina transaminase, TGO), ureia e creatinina.

Na Tabela 9 estão expressos os resultados das análises de parâmetros bioquímicos (AST, ALT, ureia e creatinina) realizados através de sangue coletado de camundongos com tumor S180, 24 horas após o último dia de tratamento.

Tabela 9. Efeito do EP-1 por via i.p. sobre parâmetros bioquímicos (AST, ALT, ureia e creatinina) de camundongos saudáveis ou transplantados com tumor S180.

Substâncias Dose (mg/kg/dia) AST (UI/L) ALT (UI/L) Ureia (UI/L) Creatinina (mg/dL) Camundongos saudáveis DMSO 5% - 83,60 ± 3,50 52,50 ± 4,80 64,75 ± 4,30 0,33 ± 0,01 5-FU 25 83,33 ± 3,00 40,50 ± 3,20 49,00 ± 5,85 0,32 ± 0,01 EP-1 100 84,00 ± 2,48 47,25 ± 2,75 51,25 ± 9,17 0,30 ± 0,02 200 80,75 ± 2,20 49,25 ± 3,90 55,75 ± 6,56 0,30 ± 0,01

Camundongos transplantados com tumor S180

DMSO 5% - 262,31  20,62c 58,00  2,77 56,60  3,72 0,38  0,01

5-FU 25 227,63  25,64c 51,60  2,48 44,40  3,34 0,37  0,01

EP-1 100 240,02  13,81c 47,00  1,87 45,20  2,65 0,35  0,01

200 248,00  13,33c 54,40  3,50 45,50  5,33 0,37  0,03

A tabela apresenta os valores correspondentes à média ± E.P.M de 5 animais/grupo avaliados pela análise de variância de uma via (ANOVA) com pós-teste de Student Newman Keuls. cp < 0,05

comparado ao grupo controle negativo dos animais saudáveis (DMSO 5%).

Em relação aos parâmetros bioquímicos dos animais tratados com EP-1 ou 5- FU, em camundongos saudáveis, não foram observadas alterações (p > 0,05) quando comparados a controle negativo de animais saudáveis. Entretanto, em todos os grupos dos animais transplantados com tumor S180 foi observado um aumento estatisticamente significativo de AST (262,31  20,62; 227,63  25,64; 240,02  13,81 e 248,00  13,33 UI/L) nos grupos DMSO 5%, 5-FU e EP-1 respectivamente, quando

comparado com os camundongos saudáveis do grupo negativo (83,60 ± 3,50 UI/L) (p < 0,05).

Referente aos parâmetros bioquímicos dos animais tratados com EP-2 ou 5- FU, em camundongos saudáveis, não foram observadas alterações (p > 0,05) quando comparados a controle negativo de animais saudáveis (Tabela 10).

No entanto, em todos os grupos dos animais transplantados com tumor S180 foi observado um aumento estatisticamente significativo de AST (181,20  12,60; 164,41  10,00; 178,00  5,00 e 208,30  20,60 UI/L) nos grupos DMSO 5%, 5-FU e EP-2 respectivamente, quando comparado com os camundongos saudáveis do grupo negativo (82,50 ± 3,48 UI/L) (p < 0,05).

Tabela 10. Efeito do EP-2 por via i.p. sobre parâmetros bioquímicos (AST, ALT, ureia e creatinina) de camundongos saudáveis ou transplantados com tumor S180.

Substâncias Dose (mg/kg/dia) AST (UI/L) ALT (UI/L) Ureia (UI/L) Creatinina (mg/dL) Camundongos saudáveis DMSO 5% - 82,50 ± 3,48 51,50 ± 3,70 62,75 ± 4,22 0,39 ± 0,01 5-FU 25 102,00 ± 15,60 47,25 ± 2,80 49,00 ± 5,86 0,37 ± 0,02 EP-2 100 100,5 ± 5,97 55,25 ± 6,26 54,25 ± 3,82 0,34 ± 0,01 200 78,75 ± 3,17 47,75 ± 4,64 41,00 ± 4,42 0,34 ± 0,01

Camundongos transplantados com tumor S180

DMSO 5% - 181,20 12,60c 34,6  1,50 55,20  1,81 0,34  0,02

5-FU 25 164,41  10,00c 42,8  0,60 50,71  2,18 0,28  0,09

EP-2 100 178,00  5,00c 35,0  2,20 43,0  1,00 0,34  0,01

200 208,30  20,60c 36,0  3,50 47,80  2,01 0,33  0,02

A tabela apresenta os valores correspondentes à média ± E.P.M de 5 animais/grupo avaliados pela análise de variância de uma via (ANOVA) com pós-teste de Student Newman Keuls. cp < 0,05

comparado ao grupo controle negativo dos animais saudáveis (DMSO 5%).

Quando ocorre dano na função hepática, enzimas como ALT e AST, indicadores sensíveis da injúria celular hepática, podem estar alteradas. Ambas são enzimas encontradas a nível citoplasmático de hepatócitos, que podem indicar lesão no órgão. A enzima AST ainda é encontrada em músculos esquelético e cardíaco, rins, pâncreas, eritrócitos e cérebro, o que pode indicar resultados falso positivos

quando ocorre alterações somente nesse parâmetro, já que não existe métodos laboratoriais que possam identificar a origem da enzima. Portanto, alterações em ambas as enzimas são resultados mais fidedignos ou conclusivos para possíveis lesões hepáticas (MINCIS, 2008).

O tumor S180, na sua forma sólida e na medida em que cresce, danifica um ou mais tecidos, como músculo esquelético e fígado; fator este que provoca alterações em parâmetros bioquímicos como em ALT e AST. Portanto, diminuições significativas sobre as taxas de ALT e AST podem estar relacionadas com a diminuição do tamanho do tumor. No presente estudo, observamos que todos os grupos dos camundongos transplantados com o tumor S180 apresentaram alteração nos valores de AST (Tabelas 9 e 10), assim como nos animais tratados com EP-1 ou EP-2 nas duas doses. Entretanto, diferentemente, observamos que os grupos submetidos ao tratamento com o EP-1 ou EP-2, não apresentaram alterações no parâmetro ALT, quando comparados aos animais saudáveis do controle negativo. Logo, sugere-se que as duas substâncias testes não provocam alterações na função hepática, nas doses e no tempo de tratamento utilizados. Sendo a alteração visualizado em AST, provavelmente induzida por crescimento do tumor S180.

Na análise dos níveis plasmáticos da ureia, um marcador da taxa de filtração glomerular. O nível da ureia sanguínea é geralmente usado para diagnosticar e indicar, a severidade da insuficiência renal, porque ela é comparativamente mais fácil de ser estimada. Todavia, os níveis aumentados de ureia podem ser devidos, não somente a uma alteração na excreção, mas, em um aumento na produção, associado a dietas ricas em proteínas, febre, hemorragias gastrintestinais e fármacos que estimulam o catabolismo e o anabolismo (VARLEY et al., 1980).

Quando ocorre falha renal, produtos de degradação do metabolismo que seriam eliminados pelos rins, particularmente substâncias nitrogenadas como a ureia e a creatinina, se acumulam levando a um aumento dos seus níveis sanguíneos. Neste trabalho observamos que todos os grupos dos camundongos com tumor e saudáveis tratados, não apresentaram alterações no doseamento da ureia e creatinina comparado a seu respectivo grupo negativo (p < 0,05). Logo, sugere-se que as duas substâncias testes não provocam alterações na função renal, nas doses e no tempo de tratamento utilizado.

5.4.2.4. Avaliação dos Parâmetros Hematológicos

Os parâmetros hematológicos são análises que podem detectar anormalidades através do sangue do animal. Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, são as células do sistema de defesa do corpo e estão presentes no sangue em cinco tipos diferentes: neutrófilos polimorfonucleares, eosinófios polimorfonucleares, basófilos polimorfonucleares, monócitos e linfócitos (GUYTON & HALL, 2011).

O último parâmetro avaliado foi a análise hematológica dos leucócitos totais e contagem diferencial. A Tabela 11 demonstra os resultados das análises hematológicas, leucócitos totais e contagem diferencial de leucócitos (eosinófilo, linfócito, neutrófilo e monócito), a partir do sangue coletado, 24 horas após o último dia de tratamento.

Tabela 11. Efeito do EP-1 por via i.p. sobre os parâmetros hematológicos (contagem total de leucócitos e contagem diferencial de leucócitos) de sangue periférico de camundongos saudáveis ou transplantados com tumor S180.

Substâncias Dose (mg/kg/dia) Total de Leucócitos (103 céls/µL)

Contagem Diferencial de Leucócitos (%)

Eosinófilos Linfócitos Neutrófilos Monócitos

Camundongos saudáveis

DMSO 5% - 11,83  0,72 0 67,50  0,50 29,75  0,85 2,75  1,10

5-FU 25 2,37  0,71b 0 97,00  0,70b 2,00  0,70b 1,00  0,25

EP-1 100 3,87  0,37b 0 81,00  2,61b 17,50  1,75b 1,50  0,95

200 2,62  0,47b 0 87,25  0,85b 11,00  0,70b 1,75  0,25

Camundongos transplantados com tumor S180

DMSO 5% - 11,45  0,21 0 62,00  2,60 35,40  2,31 3,00  0,31

5-FU 25 2,50  0,31a 0 90,80  1,15a 7,80  0,86a 1,40  0,50

EP-1 100 6,60  0,73a 0 57,25  2,56 36,50  2,10 2,80  0,73

200 8,00  1,01a 0 59,20  2,26 38,75  3,30 2,20  0,37

A tabela apresenta os valores correspondentes à média ± E.P.M de 5 animais/grupo avaliados pela análise de variância de uma via (ANOVA) com pós-teste de Student Newman Keuls. ap < 0,05

comparado ao grupo controle negativo dos animais com S180 (DMSO 5%); bp < 0,05 comparado ao

Todos os camundongos saudáveis ou transplantados com tumor S180 tratados com 5-FU e EP-1 (100 e 200 mg/kg/dia), por via i.p., apresentaram uma redução significante (p < 0,05) no número total de leucócitos, quando comparados ao grupo controle negativo saudável (11,83 x 103± 0,72 células/µL) e grupo controle negativo

com tumor S180 (11,45 x 103± 0,21 células/µL), respectivamente. Esses resultados

sugerem que o EP-1, nas duas doses estudadas, provoca leucopenia.

Além disso, foi observada na contagem diferencial de leucócitos, uma diferença significante (p < 0,05) nos animais tratados com 5-FU e EP-1 (100 e 200 mg/kg/dia), em relação ao percentual de linfócitos e neutrófilos circulantes nos grupos de camundongos saudáveis quando comparado a seu respectivo controle negativo. Nos grupos de camundongos transplantados com tumor S180, os animais tratados com EP-1 (100 e 200 mg/kg/dia) não apresentaram alterações percentual no número de linfócitos e neutrófilos, quando comparado a seu respectivo controle negativo.

Nos grupos tratados por via i.p. com o EP-1 nas doses de 100 e 200 mg/kg/dia não observamos diferença significativa (p < 0,05) no número de monócitos quando comparados a seus respectivos grupos controle.

A Tabela 12 demonstra os resultados das análises hematológicas, leucócitos totais e contagem diferencial de leucócitos (eosinófilo, linfócito, neutrófilo e monócito), a partir do sangue coletado, 24 horas após o último dia de tratamento. Quando os camundongos saudáveis ou transplantados com tumor S180 foram tratados com 5- FU por via i.p. uma redução significante (p < 0,05) no número de leucócitos totais foi observada quando comparada a seus respectivos controles negativos.

Nos grupos tratados por via i.p. com o EP-2 nas doses de 100 e 200 mg/kg/dia observamos diminuição significativa (p < 0,05) na contagem total de leucócitos em camundongos saudáveis (3,12 x 103  0,38 e 2,62 x 103  0,47células/µL,

respectivamente) e em camundongos com tumor S180 (5,30 x 103  0,37e 6,50 x

103  0,65), quando comparados ao grupo controle negativo saudável (7,78 x 103 ±

0,98 células/µL) e grupo controle negativo com tumor S180 (11,20 x 103 ± 1,15

células/µL), respectivamente. Esses resultados sugerem que o EP-2, nas duas doses estudadas, também induz leucopenia.

Tabela 12. Efeito do EP-2 por via i.p. sobre os parâmetros hematológicos (contagem total de leucócitos e contagem diferencial de leucócitos) de sangue periférico de camundongos saudáveis ou transplantados com tumor S180.

Substâncias Dose (mg/kg/dia) Total de Leucócitos (103 céls/µL)

Contagem Diferencial de Leucócitos (%)

Eosinófilos Linfócitos Neutrófilos Monócitos

Camundongos saudáveis

DMSO 5% - 7,78  0,98 0 72,50  2,08 25,8  5,43 1,7  0,64

5-FU 25 2,11  0,67b 0 95,80  0,70b 3,0  0,70b 1,2  0,70

EP-2 100 3,12  0,38b 0 86,00  1,68b 12,5  1,08b 1,5  0,86

200 2,62  0,47b 0 89,50  0,65b 9,2  0,85b 1,3  0,25

Camundongos transplantados com tumor S180

DMSO 5% - 11,20  1,15 0 54,20  2,61 44,60  1,69 1,20  0,58

5-FU 25 2,30  0,42a 0 89,00  0,70a 10,20  0,54a 0,80  0,37

EP-2 100 5,30  0,37a 0 73,20  2,17a 26,20  5,92a 0,60  0,40

200 6,50  0,65a 0 80,60  2,54a 18,60  6,18a 0.80  0.34

A tabela apresenta os valores correspondentes à média ± E.P.M de 5 animais/grupo avaliados pela