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Materiais e métodos da Revisão Sistemática sobre Planejamento Energético Urbano e

PARTE II REVISÃO SISTEMÁTICA

2. Materiais e métodos da Revisão Sistemática sobre Planejamento Energético Urbano e

Conforme apresentado na seção “Metodologia”, essa parte do estudo corresponde também à etapa de embasamento teórico, assim como a Parte I. Ou seja, os capítulos decorrentes dessa fase da pesquisa apresentam os resultados da revisão da literatura sobre o tema de estudo: Planejamento Energético Urbano e Sistemas de Energia Urbanos. No entanto, a Parte II da pesquisa é caracterizada por uma abordagem exploratória, na qual se optou pela utilização da RS.

Tal método determina algumas etapas e procedimentos que dizem respeito ao estabelecimento de uma pergunta clara, norteadora da revisão, seguida pela definição de estratégia/protocolo de pesquisa para a realização da busca pela literatura. O protocolo de pesquisa determina: as bases de dados utilizadas para a seleção dos textos considerados na revisão; os critérios de inclusão e exclusão dos artigos levantados; a definição dos desfechos de interesse; a verificação da acurácia dos resultados; a determinação da qualidade dos estudos e a análise da estatística utilizada – quando couber (OKOLI; SCHABRAM, 2010).

A Figura 4 apresenta o protocolo elaborado para o desenvolvimento da RS cujo objetivo principal é o de identificar na literatura existente, a definição para os termos Planejamento Energético Urbano e Sistemas de Energia Urbano, assim como verificar no discurso científico, a existência de coerência política e/ou discursiva, através da seleção de argumentos nos artigos revisados, sobre problemas associados ao desenvolvimento desses conceitos e os resultados esperados de sua implementação.

A literatura sobre coerência política tem rica tradição na análise da integração de políticas ambientais40 e recentemente também na integração das políticas climáticas41. A

40 Ver: HILDINGSSON, R.; JOHANSSON, B. Governing low-carbon energy transitions in sustainable ways:

Potential synergies and conflicts between climate and environmental policy objectives. Energy Policy, v. 88, p. 245–252, 2016; REYES-MENDY, F. et al. Policy statement coherence: A methodological proposal to assess environmental public policies applied to water in Chile. Environmental Science and Policy, v. 42, p. 169–180, 2014.

41 Ver: NTWI-AGYEI, P.; DOUGILL, A. J.; STRINGER, L. C. Assessing coherence between sector policies and

Climate Compatible Development: Opportunities for triple wins. Sustainability (Suíça), v. 9, n. 11, p. 1–16, 2017; LAH, O. Factors of Change: The influence of policy environment factors on climate change mitigation strategies in the transport sector. Transportation Research Procedia, v. 25, p. 3499–3514, 2017; MAKKONEN, M. et al. Policy coherence in climate change mitigation: An ecosystem service approach to forests as carbon sinks and

maioria dos estudos na área discute questões sobre a consistência na integração de políticas, analisando a ausência de contradições dentro dos documentos de políticas setoriais ou dentro de um mesmo espectro de políticas (ROGGE; KERN; HOWLETT, 2017). Verificam-se, ainda, estudos que apresentam a noção de coerência política horizontal na busca de sinergias ou apoio sistêmico para a realização de objetivos comuns dentro de políticas setoriais (SIMÕES; HUPPES; SEIXAS, 2015).

Neste estudo, propõe-se dar um passo atrás na problematização do significado de coerência política. Portanto, questiona-se a definição dos problemas e a agenda de solução construída por meio do discurso e dos dados da comunidade científica. A coerência discursiva, nesse contexto, versa sobre a análise das principais frases relacionadas a um campo específico, a fim de determinar uma história, dando descrições e combinando sentenças para conferir relações de coerência que resultam em um inventário de ações, políticas ou metas de forma lógica (YANG, 2015). A literatura em coerência política, como tal, ainda não se concentrou no aspecto da definição do problema42.

bioenergy sources. Forest Policy and Economics, v. 50, p. 153–162, 2015; SCOBIE, M. Policy coherence in climate governance in Caribbean Small Island Developing States. Environmental Science and Policy, v. 58, p. 16– 28, 2016.

42 Ver também: KURZE, K.; LENSCHOW, A. Horizontal policy coherence starts with problem definition:

Unpacking the EU integrated energy-climate approach. Environmental Policy and Governance, v. 28, n. 5, p. 329– 338, 2016.

Figura 4- Protocolo elaborado para o desenvolvimento da RS.

Etapas Protocolo

1 Pergunta Orientadora 1: qual a definição conceitual para Planejamento Energético Urbano e Sistemas de Energia Urbanos?

2 Bases de dados consultadas: CAPES, SCIELO, SCOPUS e SCIENCEDIRECT.

3 Palavras-chave:

1. “Planejamento Energético Urbano” (Urban Energy Planning) OR “Sistemas de Energia Urbanos” (Urban Energy System)

4 Estratégia de busca: o recorte temporal foi de 1970 até janeiro de 2019. Foram selecionados artigos de periódicos ou anais de eventos científicos da área; trabalhos de conclusão de curso, mestrado e doutorado. As palavras-chave foram buscadas nos campos: título, palavras-chave e resumo. Os idiomas foram inglês e português. As referências encontradas foram exportadas no formato de planilhas excel com as seguintes informações: Autor (es), título, ano, resumo e palavras-chave do autor.

5 Aplicação de critérios de seleção: a) trabalhos publicados e disponíveis integralmente em bases de dados científicas ou em versões impressas. b) trabalhos publicados em periódicos que realizam o peer-review e de máxima excelência classificados pelo Qualis CAPES como A1, A2 e B1. c) trabalhos que definem explicitamente os conceitos Planejamento Energético Urbano, Sistemas de Energia Urbanos ou termos análogos. d) estudos que consideram a escala da cidade, ou do urbano, com abordagem multisetorial. Aplicação de critérios de exclusão: a) foram desconsiderados trabalhos que não estejam disponíveis integralmente nas bases de dados pesquisadas. b) foram desconsiderados os trabalhos que não mencionarem nos campos selecionados os termos Planejamento Energético Urbano e Sistemas de Energia Urbanos ou termos análogos. c) foram eliminados aqueles artigos que não apresentem conexão explícita com as dimensões consideradas para a condução da pesquisa, como por exemplo artigos que não eram aplicados a escala da cidade.

6 Processo de seleção dos estudos primários: foram realizadas buscas com as palavras- chaves nas fontes de pesquisa definidas. Dos trabalhos recuperados foram lidos os resumos, e uma pré-avaliação, já baseada nos critérios de inclusão e exclusão, foi feita para selecionar os textos que foram ser lidos integralmente.

7 Estratégia de extração de informação: foram preenchidos “formulários de extração de dados” para cada texto, considerado válido para a RS. Além das informações básicas (dados bibliográficos, data de publicação, abstract, entre outros) esses formulários apresentam a síntese do trabalho, assim como a definição dos conceitos encontradas na literatura, e também as frases retiradas de cada artigo sobre os problemas e soluções

associados as palavras-chaves de busca e às perguntas orientadoras da segunda etapa de análise dos documentos. As perguntas que orientaram a segunda etapa de coleta de dados foram: o PEU é uma resposta para que tipos de problemas sociais? Quais são as áreas de conhecimento associadas ao PEU? Quais são os objetivos e soluções propostas pela literatura existente na área?

8 Sumarização dos resultados: foi redigida uma seção nessa tese que descreve sinteticamente o conteúdo da RS apresentando análises qualitativas e quantitativas, com relação aos trabalhos pesquisados e suas conclusões. Os principais resultados são: os anos de publicação e quantidade de publicações, periódicos que publicaram sobre o tema, definições dos conceitos encontrados, identificação de temas-chaves relacionados ao PEU e SEU e principais problemas e soluções associados aos termos.

Fonte: autora (2019)