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MATERIAL E METODOS

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SENSIBILIDADE DE ACINETOBACTER BAUMANNII EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE PONTA GROSSA PR

MATERIAL E METODOS

Trata-se de um estudo retrospectivo, de caráter quantitativo, documental e comparativo. Optamos por um estudo retrospectivo, pois este tipo de pesquisa permite o levantamento de dados de casos já ocorridos. A abordagem quantitativa permite realizar projeções dos dados e testam de forma precisa às hipóteses levantadas, fornecendo índices que possam ser comparados, exigindo assim uma amostragem maior. Emprega instrumental estatístico para análise dos dados, trabalhando com variáveis, mas não as

manipula de modo algum. Visam estabelecer propriedades, características e relações entre as variáveis (MINAYO, 1994).

Também, este estudo foi de caráter documental, pois é a partir de documentos oficiais como os registros dos Serviços de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e prontuários dos pacientes acometidos pelo Acinetobacter baumannii, que se retiram informações relevantes aos pesquisadores.

A pesquisa foi desenvolvida obedecendo às exigências da Resolução número 196 de 10 de outubro de 1996, do Ministério da Saúde, que trata das diretrizes e normas de pesquisas envolvendo seres humanos. O projeto do estudo foi encaminhado para a avaliação da Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Ponta Grossa em 12 de dezembro de 2007. Em reunião ordinária, realizada em 28 de fevereiro de 2008, a referida Comissão o aprovou, sendo emitido o parecer número 07/2008.

O levantamento dos dados foi realizado com o número de indivíduos internados nessa UTI que contraíram IH pelo Acinetobacter baumannii nos períodos de Janeiro de 2005 à Dezembro de 2007. Esses dados foram coletados nos meses de maio e abril de 2008.

A amostra coletada neste período foi de 74 pacientes que contraíram infecção pelo Acinetobacter baumannii, com 74 infecções hospitalares. Estes dados foram representados por meio de histogramas e estão sendo demonstrados nos resultados e discussões apresentados a seguir.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste estudo foram analisados 74 prontuários e as notificações de infecção por Acinetobacter baumannii de cada paciente referente ao período de 2005 a 2007. Destes 74 pacientes, foram diagnosticadas 74 infecções hospitalares. Avaliamos também fatores que podem influenciar na aquisição de infecção como: tratamento antimicrobiano, topografias e complicações das infecções. Esses dados serviram de base para melhor compreender os índices de IH encontrados nesta amostra em estudo, as quais serão descritas a seguir.

1. Tratamento com Antimicrobianos

Foi analisada a sensibilidade do Acinetobacter baumannii aos antimicrobianos, verificando culturas positivas e antibiograma. As análises desses dados estão descritas na Figura 1.

Os antimicrobianos utilizados no hospital que apresentaram melhor sensibilidade foram imipenem e meropenem (100%), seguidos pela ampicilina/sulbactam (75,0%) e piperacilina/tazobactam (44,44%). Os aminoglicosídeos tiveram uma sensibilidade baixa a este microorganismo, já a cefepima mostra uma pequena sensibilidade a esta bactéria (18,06%).

Um estudo mostra que a maioria das cepas de A. baumannii foi resistente às combinações ampicilina/sulbactam e Ticarcilina/clavulonato, não tendo sido analisada a combinação piperacilina/tazobactam. (4) Outro estudo verificou que o Acinetobacter baumannii foi sensível ao imipenem (90,4%), norfloxacino (84,5%) e ciprofloxacino (65,4%) (PONTES et al., 2006).

Alguns autores relatam em sua pesquisa que o uso de antibióticos de amplo espectro determinando maior pressão seletiva e as dificuldades na implantação de

medidas de controle de infecção hospitalar têm sido apontados como responsáveis pela emergência de agentes cada vez mais resistentes. A estratégia ideal de reduzir o espectro antimicrobiano após o isolamento e a identificação do agente determina certo temor na equipe assistente, que tende a não modificar o tratamento frente à melhora apresentada pelo paciente, e assim fomenta a emergência de microorganismos multirresistentes (TEIXEIRA et al., 2004).

Figura 1. Sensibilidade e resistência antimicrobiana do Acinetobacter baumannii na

UTI do Hospital.

2. Complicações das infecções por Acinetobacter baumannii

Estudamos 74 pacientes com IH pelo microorganismo em estudo, porém estes pacientes foram relacionados com tais complicações como alta e óbito. A Figura 2 mostra o desfecho dos pacientes que tiveram internados na UTI – adulto.

Dos 74 pacientes que contrairam IH por Acinetobarcter baumannii, 34 pacientes evoluiram para óbito (45,95%) e 40 pacientes evoluíram para alta hospitalar (54,05%).

A prevalencia de óbito que tinham várias doenças de base, idade avançada e imunossupressão, que foram submetidos a vários procedimentos invasivoe a permaneceram muitos dias internados na UTI.

REFLEXÕES

O estudo de infecção hospitalar por Acinetobacter baumannii nesta UTI foi importante, pois constitui uma complicação de risco significativo à saúde dos usuários, resultando no aumento das taxas de morbi-mortalidade, podendo conduzir às doenças graves de difícil tratamento.

Uma das principais preocupações das pesquisas mundiais e encontradas em nosso estudo é em relação ao uso de indiscriminado dos antimicrobianos, pois estes constituem um arsenal terapêutico importante contra as infecções, entretanto, a utilização não criteriosa tem levado ao surgimento de bactérias resistentes, já observado em um dos hospitais desta pesquisa, conseqüentemente a resistência vem aumentando em todo mundo, repercutindo do uso de drogas alternativas menos eficientes e mais caras.

Com relação à sensibilidade do Acinetobacter baumannii observou-se que os antimicrobianos de menor espectro não podem mais fazer parte da terapêutica destas infecções.

Considera-se fundamental o controle das infecções hospitalares pelas CCIHs e equipes de saúde, por meio de um conjunto de ações educativas, acompanhamento do uso racional de antimicrobianos, vigilância das cepas hospitalares e do perfil de sensibilidade, para evitar a propagação e disseminação de microrganismos, em especial os multirresistentes, tendo em vista escolha antimicrobiana nos tratamentos das infecções.

REFERÊNCIAS

1. EGGIMANN, P; PITTET, D. Infection control in the ICU. Chest. v. 120, v. 6. p. 2059-93. 2001. 2. MARTINS, P. Epidemiologia das Infecções Hospitalares em Centro de Terapia Intensiva de

Adulto. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical) – Universidade Federal de Minas Gerais: Belo Horizonte: UFMG, 2006.

3. MINAYO, S.M.C. Pesquisa Social-Teoria método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. 4. PONTES, V.M.O.; MENEZES, E.A.; CUNHA, F.A. et al. Perfil de Resistência de Acinetobacter

baumannii a Antimicrobianos nas Unidades de Terapia Intensiva e Semi-Intensiva do Hospital Geral de Fortaleza. RBAC. v. 38, n.2. p. 123-6. 2006. TEIXEIRA, P.J.Z.; HERTZ, F.T.; CRUZ, D.B.; et al. Pneumonia associada à ventilação mecânica: impacto da multirresistência bacteriana na morbidade e mortalidade. J Bras Pneumol. v. 30, n. 6. p. 540-8. 2004.

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