• Nenhum resultado encontrado

A análise topográfica da superfície das formas epimastigotas de T. cruzi tratadas com os peptídeos análogos demonstraram alterações drásticas na morfologia das células (Figura 20). É possível observar diferentes alterações para cada peptídeo. O StigA25 parece não agir através da formação de poros, como seria esperado, devido a característica intrínseca dos PAMs de promoverem poros na membrana celular de patógenos (GUILHELMELLI et al., 2013). Contudo, esses poros são claramente observados nas células tratadas com o StigA31, com poros bem estruturados ao longo da superfície dos parasitas. O StigA25 parece promover modificações estruturais drásticas na morfologia dos parasitas, onde é possível observar a formação de estruturas anormais e protuberâncias. Um estudo com o peptídeo antimicrobiano Melitina também observou em formas epimastigotas de T. cruzi que a maioria dos parasitas apresentava conformações celulares anormais com alterações na

morfologia dos flagelares, seguido de rachaduras e protuberâncias na membrana plasmática dos parasitas (ADADE et al., 2013). Outros estudos também destacaram a atividade de peptídeos antimicrobianos em Trypanosoma cruzi (JACOBS et al., 2003; MCGWIRE et al., 2003).

Figura 20 - Análise topográfica por MEV na forma epimastigota do Trypanosoma cruzi Cepa Y após 24 h de

incubação. As setas indicam as alterações morfológicas causadas pelos peptídeos StigA25 e StigA31.

Fonte: autoria própria

A formação de poros bem característicos promovidos pelo StigA31 é seguido por extravasamento celular, pois as aberturas de membrana provocadas por um peptídeo através de qualquer mecanismo de formação de poros (independentemente dos poros serem estáveis ou transitórios) afetará o ambiente interno da célula-alvo e, se não forem reparados eficientemente, resultará na morte da célula (JACOBS et al., 2003). A fim de monitorar esse extravasamento celular, foram analisadas as amostras que continham aparente liberação de conteúdo intracelular por EDS, que é uma análise quantitativa que permite analisar a composição atômica da amostra através de um mapa atômico. Como o carbono é o átomo mais abundante em estruturas orgânicas, esse foi utilizado como parâmetro. O silício é representado na imagem devido ao suporte da amostra ser feito desse átomo (Figura 21). De

fato, é possível observar que o conteúdo ao lado dos parasitas nas imagens A1 e B1 é de origem orgânica. Ainda é possível verificar em A1 conteúdo orgânico ao redor do parasita, sendo esse indicativo de lise celular.

Figura 21 - Mapa da composição atômica das amostras de MEV por EDS (Espectroscopia por Energia

Dispersiva) na forma epimastigota do Trypanosoma cruzi Cepa Y após 24 h de incubação. A cor vermelha representa os átomos de carbono e o verde os átomos de silício.

Fonte: autoria própria

A1 (StigA25) e B1 (StigA31); em A2 e B2 é mostrado o mapa da composição atômica da amostra; em A3 e B3 apenas os átomos de carbono são mostrados; em A4 e B4 apenas os átomos de silício são mostrados.

5.11 Atividade antiproliferativa

Os peptídeos análogos demonstraram um efeito dose-dependente nas linhagens testadas (Figura 22). Um perfil semelhante da atividade hemolítica dos peptídeos análogos é observado em células normais 3T3, em que a toxicidade é dependente de concentração. O análogo StigA31 demonstrou um perfil de toxicidade menor do que o análogo StigA25, o que pode estar relacionado com a maior hidrofobicidade desse peptídeo, já que a hidrofobicidade está associada a capacidade de permeação de membranas (TOKE, 2005). No entanto, os peptídeos demonstram ter baixa toxicidade nas concentrações que exercem atividade terapêutica. Outro fator que se pode observar, é que o StigA31 na concentração de 4µM induziu a proliferação de fibroblastos, sendo esse efeito indicativo de uma possível atividade cicatrizante.

Para a linhagem celular de câncer cervical humano (HeLa), é percebido uma redução do número de células ao aumentar a concentração, sendo esse efeito mais pronunciado para o StigA25. Na concentração de 15 µM o StigA31 tem efeito significativo nessa linhagem, reduzindo 54% do número de células e não demonstrando citotoxicidade em células normais para a mesma concentração. Vários estudos mostraram que os PAMs também têm atividade anticancerígena (GASPAR; VEIGA; CASTANHO, 2013), o que também foi demonstrado

nesse estudo. Além disso, outros peptídeos antimicrobianos de escorpiões já demonstraram efeitos em células normais e cancerígenas (ALMAAYTAH; ALBALAS, 2014; DANIELE- SILVA et al., 2016), incluindo outros análogos da Stigmurina, que demonstrou atividade significativa contra várias linhagens celulares de cânceres (PARENTE et al., 2018).

Figura 22 - Atividade antiproliferativa dos peptídeos análogos em linhagem celular normal e cancerosa.

Fonte: autoria própria

Os valores representam média ± DP (N = 3). *** p ≤ 0,0001, ** p ≤ 0,001 e * p ≤ 0,01 em comparação com o controle. +++ p ≤ 0,0001, ++ p ≤ 0,001 e + p ≤ 0,01 comparado entre os análogos StigA25 e StigA31 na mesma concentração. A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA seguida pelo teste de Tukey.

Células cancerígenas, diferente das células normais, possuem a membrana celular rica em fosfatidilserinas e mucinas O-glicosilada, os quais proporcionam uma superfície carregada negativamente (HARRIS et al., 2013; PERAVALI et al., 2013) e que pode contribuir para a interação eletrostática dos PAMs a esse tipo celular. A presença de microvilosidades e pseudopodia na membrana de células cancerígenas possibilita o aumento da área superficial da célula tumoral, o que pode contribuir para uma maior concentração dos peptídeos na sua superfície, acarretando em alterações estruturais da membrana celular (ALMAAYTAH; ALBALAS, 2014). Rodrigues et al. (2008) relatou que um creme contendo o peptídeo antimicrobiano Gomesin, quando usado como um medicamento tópico para espalhar sobre a superfície externa dos tumores, tratou com sucesso os cânceres intradérmicos e intraepiteliais.

Assim, é possível que esses resultados diferentes nas linhagens de células estudadas possam ser mais bem compreendidos quando observarmos a composição celular de cada linhagem, que reflete na expressão diferencial de alvos celulares geralmente reconhecidos pelos peptídeos de escorpiões (JEHLE et al., 2011). Esta característica sugere que a

susceptibilidade destas células é dependente das características físico-químicas dos peptídeos, uma vez que o análogo StigA25 se comporta de forma muito diferente do StigA31. Além disso, os resultados encontrados podem ser atribuídos a variações na sensibilidade das linhagens, incluindo diferentes processos de metabolismo e toxicidade.

6 CONCLUSÃO

Os peptídeos análogos nesse estudo exibiram predominante conformação em α- hélice em ambientes hidrofóbicos semelhante a membranas bacterianas, apresentando alta estabilidade em uma ampla faixa de temperatura e pH.

As substituições promovidas na sequência do peptídeo nativo por resíduos de lisina resultaram em aumento do momento hidrofóbico e carga superficial líquida positiva para os análogos, potencializando as propriedades antimicrobianas e aumentando o espectro de ação quando comparados a Stigmurina. Na CIM, os peptídeos análogos demonstraram baixa atividade hemolítica e baixa toxicidade em células 3T3 nas concentrações antimicrobianas. A atividade antiparasitária também foi demonstrada para os análogos, com alta taxa de inibição para as cepas de T. cruzi, com mecanismo de ação associado a formação de poros na membrana plasmática do parasita pelo StigA31 e lise celular pelo StigA25.

Também foi revelada maior atividade antimicrobiana dos análogos em relação a todos os antibióticos de referência utilizados para a mesma concentração e tempo de ação nesse estudo, onde os dados de MEV mostraram que os análogos têm seu mecanismo de ação provavelmente na parede celular de S. aureus. Efeito significativo na redução do número de células em linhagem de câncer HeLa também foi observado para ambos os análogos.

Os resultados da dinâmica molecular revelaram que o peptídeo StigA31 apresentou a maior propensão de interação com as membranas microbianas entre os peptídeos avaliados, corroborando com os dados obtidos in vitro, onde este peptídeo apresentou maior atividade antimicrobiana contra as linhagens testadas., demonstrando a capacidade preditiva da dinâmica molecular.

Portanto, este estudo demonstra a potencial aplicação da engenharia de peptídeos para a produção de moléculas mais eficientes, baseadas em moléculas já descritas na literatura, sendo os peptídeos aqui relatados, potentes agentes anti-infecciosos.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABDEL-RAHMAN, M. A. et al. Intraspecific variation in the Egyptian scorpion Scorpio

maurus palmatus venom collected from different biotopes. Toxicon, v. 53, n. 3, p. 349-359,

2009.

ADADE, C. M. et al. Melittin peptide kills Trypanosoma cruzi parasites by inducing different cell death pathways. Toxicon, v. 69, p. 227-239, 2013.

ALBUQUERQUE, C. M. R. D. et al. Pediatric epidemiological aspects of scorpionism and report on fatal cases from Tityus stigmurus (Scorpiones: Buthidae) in State of Pernambuco, Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 46, n. 4, p. 484-489, 2013.

ALMAAYTAH, A.; ALBALAS, Q. Scorpion venom peptides with no disulfide bridges: a review. Peptides, v. 51, p. 35-45, 2014.

ALMAAYTAH, A. et al. Antimicrobial/cytolytic peptides from the venom of the North African scorpion, Androctonus amoreuxi: biochemical and functional characterization of natural peptides and a single site-substituted analog. Peptides, v. 35, n. 2, p. 291-299, c2012.

ALMEIDA, D. D. et al. Profiling the resting venom gland of the scorpion Tityus stigmurus through a transcriptomic survey. BMC genomics, v. 13, n. 1, p. 362, 2012.

ALVARENGA, É. R. et al. Transcriptome analysis of the Tityus serrulatus scorpion venom gland. Open Journal of Genetics, v. 2, n. 4, p. 210, 2012.

ANDREWS, J. M. Determination of minimum inhibitory concentrations. Journal of antimicrobial Chemotherapy, v. 48, n. suppl_1, p. 5-16, 2001.

APPENDINI, P.; HOTCHKISS, J. H. Review of antimicrobial food packaging. Innovative Food Science & Emerging Technologies, v. 3, n. 2, p. 113-126, 2002.

BAHAR, A. A.; REN, D. Antimicrobial peptides. Pharmaceuticals, v. 6, n. 12, p. 1543- 1575, 2013.

BERGLUND, N. A. et al. Interaction of the antimicrobial peptide polymyxin B1 with both membranes of E. coli: a molecular dynamics study. PLoS computational biology, v. 11, n. 4, p. e1004180, 2015.

BLAZYK, J. et al. A novel linear amphipathic β-sheet cationic antimicrobial peptide with enhanced selectivity for bacterial lipids. Journal of Biological Chemistry, v. 276, n. 30, p. 27899-27906, 2001.

BRASIL, S. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. Fundação Nacional de Saúde. Brasilia, Brasil. CENEPI, p. 55-61, 1999.

BREUKINK, E.; DE KRUIJFF, B. The lantibiotic nisin, a special case or not? Biochimica et Biophysica Acta (BBA)-Biomembranes, v. 1462, n. 1, p. 223-234, 1999.

BRINCKERHOFF, L. H. et al. Terminal modifications inhibit proteolytic degradation of an immunogenic mart‐127–35 peptide: Implications for peptide vaccines. International journal of cancer, v. 83, n. 3, p. 326-334, 1999.

BROGDEN; BROGDEN, K. A. Will new generations of modified antimicrobial peptides improve their potential as pharmaceuticals? International journal of antimicrobial agents, v. 38, n. 3, p. 217-225, 2011.

BROGDEN, K. A. Antimicrobial peptides: pore formers or metabolic inhibitors in bacteria? Nature reviews microbiology, v. 3, n. 3, p. 238-250, 2005.

BRUL, S. Cationic amphipathic antimicrobial peptides perturb the inner membrane of germinated spores thus inhibiting their outgrowth. Frontiers in microbiology, v. 9, p. 2277, 2018.

BUCARETCHI, F. et al. Clinical consequences of Tityus bahiensis and Tityus serrulatus scorpion stings in the region of Campinas, southeastern Brazil. Toxicon, v. 89, p. 17-25, 2014.

CAMAROO, E. Growth and Differentiation in Trypanosoma cruzi-I. Origin of Metacyclic Trypanosomes in Liquid Media. Rev. Jnst. Med. Trop. Sao Paulo, v. 6, n. 3, p. 93-100, 1964.

CAO, L. et al. Antibacterial activity and mechanism of a scorpion venom peptide derivative

in vitro and in vivo. PloS one, v. 7, n. 7, p. e40135, 2012.

CAO, L. et al. StCT2, a new antibacterial peptide characterized from the venom of the scorpion Scorpiops tibetanus. Peptides, v. 36, n. 2, p. 213-220, 2012.

CARDOSO, J. L. C. et al. Animais peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Sarvier, v. 468, 2003.

CHANG, T.-W. et al. Hydrophobic residues are critical for the helix-forming, hemolytic and bactericidal activities of amphipathic antimicrobial peptide TP4. PloS one, v. 12, n. 10, p. e0186442, 2017.

CHEN, V. B. et al. MolProbity: all-atom structure validation for macromolecular crystallography. Acta Crystallographica Section D: Biological Crystallography, v. 66, n. 1, p. 12-21, 2010.

COCKERILL, F. R. Performance standards for antimicrobial susceptibility testing: twenty-first informational supplement. Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), 2011. ISBN 1562387421.

CONLON, J. M. et al. Orthologs of magainin, PGLa, procaerulein-derived, and proxenopsin-derived peptides from skin secretions of the octoploid frog Xenopus amieti (Pipidae). Peptides, v. 31, n. 6, p. 989-994, 2010.

CORPE, W. A. Attachment of marine bacteria to solid surfaces. Adhesion in biological systems, p. 73-87, 1970.

CRACK, L. et al. Human antimicrobial peptides LL‐37 and human β‐defensin‐2 reduce viral replication in keratinocytes infected with varicella zoster virus. Clinical and experimental dermatology, v. 37, n. 5, p. 534-543, 2012.

DAI, L. et al. Purification, structure–function analysis, and molecular characterization of novel linear peptides from scorpion Opisthacanthus madagascariensis. Biochemical and biophysical research communications, v. 293, n. 5, p. 1514-1522, 2002.

DANIELE-SILVA, A. et al. Stigmurin and TsAP-2 from Tityus stigmurus scorpion venom: Assessment of structure and therapeutic potential in experimental sepsis. Toxicon, v. 121, p. 10-21, 2016.

DARDEN, T.; YORK, D.; PEDERSEN, L. Particle mesh Ewald: An N⋅ log (N) method for Ewald sums in large systems. The Journal of chemical physics, v. 98, n. 12, p. 10089- 10092, 1993.

DATHE, M. et al. Peptide helicity and membrane surface charge modulate the balance of electrostatic and hydrophobic interactions with lipid bilayers and biological membranes. Biochemistry, v. 35, n. 38, p. 12612-12622, 1996.

DATHE, M.; WIEPRECHT, T. Structural features of helical antimicrobial peptides: their potential to modulate activity on model membranes and biological cells. Biochimica et Biophysica Acta (BBA)-Biomembranes, v. 1462, n. 1, p. 71-87, 1999.

DAVIS, I. W. et al. MolProbity: all-atom contacts and structure validation for proteins and nucleic acids. Nucleic acids research, v. 35, n. suppl_2, p. W375-W383, 2007.

DE LA SALUD BEA, R.; ASCUITTO, M. R.; DE JOHNSON, L. E. L. Synthesis of analogs of peptides from Buthus martensii scorpion venom with potential antibiotic activity. Peptides, v. 68, p. 228-232, 2015.

DE LA SALUD BEA, R. et al. Antibacterial activity and toxicity of analogs of scorpion venom IsCT peptides. Antibiotics, v. 6, n. 3, p. 13, 2017.

DE LA VEGA, R. C. R.; VIDAL, N.; POSSANI, L. D. Scorpion peptides. In: (Ed.). Handbook of Biologically Active Peptides (Second Edition): Elsevier, 2013. p.423-429.

DEGRADO, W. et al. Kinetics and mechanism of hemolysis induced by melittin and by a synthetic melittin analogue. Biophysical journal, v. 37, n. 1, p. 329-338, 1982.

DENNISON et al. The role of C-terminal amidation in the membrane interactions of the anionic antimicrobial peptide, maximin H5. Biochimica et Biophysica Acta (BBA)- Biomembranes, v. 1848, n. 5, p. 1111-1118, 2015.

DENNISON, S. R. et al. The effect of C-terminal amidation on the efficacy and selectivity of antimicrobial and anticancer peptides. Molecular and cellular biochemistry, v. 332, n. 1-2, p. 43, 2009.

DENNISON, S. R. et al. Amphiphilic α-helical antimicrobial peptides and their structure/function relationships. Protein and peptide letters, v. 12, n. 1, p. 31-39, 2005.

DU, Q. et al. Cationicity-enhanced analogues of the antimicrobial peptides, AcrAP1 and AcrAP2, from the venom of the scorpion, Androctonus crassicauda, display potent growth modulation effects on human cancer cell lines. International journal of biological sciences, v. 10, n. 10, p. 1097, 2014.

DUFOURC, E. et al. Membrane interacting peptides: from killers to helpers. Current Protein and Peptide Science, v. 13, n. 7, p. 620-631, 2012.

EPAND, R. M.; EPAND, R. F. Bacterial membrane lipids in the action of antimicrobial agents. Journal of Peptide Science, v. 17, n. 5, p. 298-305, 2011.

ERDEŞ, E. et al. Characterization of Leiurus abdullahbayrami (Scorpiones: Buthidae) venom: peptide profile, cytotoxicity and antimicrobial activity. Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases, v. 20, n. 1, p. 48, 2014.

FJELL, C. D. et al. Designing antimicrobial peptides: form follows function. Nature reviews Drug discovery, v. 11, n. 1, p. 37-51, 2012.

FLORES‐SOLIS, D. et al. Solution structure and antiparasitic activity of scorpine‐like peptides from Hoffmannihadrurus gertschi. FEBS letters, v. 590, n. 14, p. 2286-2296, 2016.

GAGNON, M.-C. et al. Influence of the length and charge on the activity of α-helical amphipathic antimicrobial peptides. Biochemistry, v. 56, n. 11, p. 1680-1695, 2017.

GALINARI, É. et al. Antioxidant, antiproliferative, and immunostimulatory effects of cell wall α-d-mannan fractions from Kluyveromyces marxianus. International journal of biological macromolecules, v. 109, p. 837-846, 2018.

GASPAR, D.; VEIGA, A. S.; CASTANHO, M. A. From antimicrobial to anticancer peptides. A review. Front Microbiol, v. 4, p. 294, Oct 1 2013.

GAUTIER, R. et al. HELIQUEST: a web server to screen sequences with specific α-helical properties. Bioinformatics, v. 24, n. 18, p. 2101-2102, 2008.

GIMÉNEZ-ANDRÉS, M.; ČOPIČ, A.; ANTONNY, B. The many faces of amphipathic helices. Biomolecules, v. 8, n. 3, p. 45, 2018.

GONG, D. et al. Gallin; an antimicrobial peptide member of a new avian defensin family, the ovodefensins, has been subject to recent gene duplication. BMC immunology, v. 11, n. 1, p. 12, 2010.

GOPAL, R. et al. Effect of repetitive lysine–tryptophan motifs on the bactericidal activity of antimicrobial peptides. Amino acids, v. 44, n. 2, p. 645-660, 2013.

GREENFIELD, N. J. Using circular dichroism spectra to estimate protein secondary structure. Nature protocols, v. 1, n. 6, p. 2876-2890, 2006.

GROß, A. et al. Synthetic peptides as protein mimics. Frontiers in bioengineering and biotechnology, v. 3, p. 211, 2016.

GUILHELMELLI, F. et al. Antibiotic development challenges: the various mechanisms of action of antimicrobial peptides and of bacterial resistance. Front Microbiol, v. 4, p. 353, Dec 9 2013.

GUO, X. et al. Two peptides, TsAP-1 and TsAP-2, from the venom of the Brazilian yellow scorpion, Tityus serrulatus: evaluation of their antimicrobial and anticancer activities. Biochimie, v. 95, n. 9, p. 1784-1794, 2013.

HALE, J. D.; HANCOCK, R. E. Alternative mechanisms of action of cationic antimicrobial peptides on bacteria. Expert review of anti-infective therapy, v. 5, n. 6, p. 951-959, 2007.

HANCOCK, R. E. Peptide antibiotics. The Lancet, v. 349, n. 9049, p. 418-422, 1997.

HANCOCK, R. E.; FALLA, T.; BROWN, M. Cationic bactericidal peptides. In: (Ed.). Advances in microbial physiology: Elsevier, v.37, 1995. p.135-175. ISBN 0065-2911.

HANCOCK, R. E.; SAHL, H.-G. Antimicrobial and host-defense peptides as new anti- infective therapeutic strategies. Nature biotechnology, v. 24, n. 12, p. 1551, 2006.

HARRIS, F. et al. On the selectivity and efficacy of defense peptides with respect to cancer cells. Medicinal research reviews, v. 33, n. 1, p. 190-234, 2013.

HESS, B. et al. LINCS: a linear constraint solver for molecular simulations. Journal of computational chemistry, v. 18, n. 12, p. 1463-1472, 1997.

HOOVER, W. G. Canonical dynamics: equilibrium phase-space distributions. Physical review A, v. 31, n. 3, p. 1695, 1985.

HUANG, J.; MACKERELL, A. D. CHARMM36 all‐atom additive protein force field: Validation based on comparison to NMR data. Journal of computational chemistry, v. 34, n. 25, p. 2135-2145, 2013.

HUANG, Y. et al. Role of helicity of α-helical antimicrobial peptides to improve specificity. Protein & cell, v. 5, n. 8, p. 631-642, 2014.

HUANG, Y.; HUANG, J.; CHEN, Y. Alpha-helical cationic antimicrobial peptides: relationships of structure and function. Protein & cell, v. 1, n. 2, p. 143-152, 2010.

JACKWAY, R. J. et al. Skin peptide and cDNA profiling of Australian anurans: genus and species identification and evolutionary trends. Peptides, v. 32, n. 1, p. 161-172, 2011.

JACOBS, T. et al. NK-lysin and its shortened analog NK-2 exhibit potent activities against

Trypanosoma cruzi. Antimicrobial agents and chemotherapy, v. 47, n. 2, p. 607-613,

2003.

JEHLE, J. et al. Novel roles for hERG K+ channels in cell proliferation and apoptosis. Cell death & disease, v. 2, n. 8, p. e193, 2011.

JENSSEN, H.; HAMILL, P.; HANCOCK, R. E. Peptide antimicrobial agents. Clinical microbiology reviews, v. 19, n. 3, p. 491-511, 2006.

JERAM, A. J. Phylogeny, classification and evolution of Silurian and Devonian scorpions. Proceedings of the 17th European colloquium of arachnology, Edinburgh, 1997. p.17-31.

JORGENSEN, W. L. et al. Comparison of simple potential functions for simulating liquid water. The Journal of chemical physics, v. 79, n. 2, p. 926-935, 1983.

KIM, M. K. et al. Mechanisms driving the antibacterial and antibiofilm properties of Hp1404 and its analogue peptides against multidrug-resistant Pseudomonas aeruginosa. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 1763, 2018.

KIYOTA, T.; LEE, S.; SUGIHARA, G. Design and Synthesis of Amphiphilic α-Helical Model Peptides with Systematically Varied Hydrophobic− Hydrophilic Balance and Their Interaction with Lipid-and Bio-Membranes. Biochemistry, v. 35, n. 40, p. 13196-13204, 1996.

KLINT, J. K. et al. Production of recombinant disulfide-rich venom peptides for structural and functional analysis via expression in the periplasm of E. coli. PloS one, v. 8, n. 5, p. e63865, 2013.

KOTRA, L. P. et al. Dynamics of the Lipopolysaccharide Assembly on the Surface of

Escherichia coli. Journal of the American Chemical Society, v. 121, n. 38, p. 8707-8711,

1999.

LA SALUD BEA, R. D.; ASCUITTO, M. R.; DE JOHNSON, L. E. L. Synthesis of analogs of peptides from Buthus martensii scorpion venom with potential antibiotic activity. Peptides, v. 68, p. 228-232, 2015.

LEE, K. et al. Antibiotic activity and structural analysis of the scorpion-derived antimicrobial peptide IsCT and its analogs. Biochemical and biophysical research communications, v. 323, n. 2, p. 712-719, 2004.

LEE, M.-T. et al. Process of inducing pores in membranes by melittin. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 110, n. 35, p. 14243-14248, 2013.

LEITE, N. B. et al. PE and PS lipids synergistically enhance membrane poration by a peptide with anticancer properties. Biophysical journal, v. 109, n. 5, p. 936-947, 2015.

LIN, C.-H. et al. Structural and biological characterization of mastoparans in the venom of Vespa species in Taiwan. Peptides, v. 32, n. 10, p. 2027-2036, 2011.

LIND, T. K. et al. Continuous flow atomic force microscopy imaging reveals fluidity and time-dependent interactions of antimicrobial dendrimer with model lipid membranes. ACS nano, v. 8, n. 1, p. 396-408, 2013.

LIU, Y. et al. Design of hybrid β-hairpin peptides with enhanced cell specificity and potent anti-inflammatory activity. Biomaterials, v. 34, n. 1, p. 237-250, 2013.

LÖFGREN, S. et al. Trypanocidal and leishmanicidal activities of different antimicrobial peptides (AMPs) isolated from aquatic animals. Experimental parasitology, v. 118, n. 2, p. 197-202, 2008.

LOHNER, K. New strategies for novel antibiotics: peptides targeting bacterial cell membranes. General physiology and biophysics, v. 28, n. 2, p. 105-116, 2009.

LOHNER, K.; PRENNER, E. J. Differential scanning calorimetry and X-ray diffraction studies of the specificity of the interaction of antimicrobial peptides with membrane-mimetic systems. Biochimica et Biophysica Acta (BBA)-Biomembranes, v. 1462, n. 1, p. 141-156, 1999.

LOURENÇO, W. et al. The evolution of scorpionism in Brazil in recent years. Journal of Venomous Animals and Toxins, v. 2, n. 2, p. 121-134, 1996.

LUPLERTLOP, N. et al. Induction of a peptide with activity against a broad spectrum of pathogens in the Aedes aegypti salivary gland, following infection with dengue virus. PLoS pathogens, v. 7, n. 1, p. e1001252, 2011.

MALANOVIC, N.; LOHNER, K. Antimicrobial peptides targeting gram-positive bacteria. Pharmaceuticals, v. 9, n. 3, p. 59, 2016.

MATSUZAKI, K. Control of cell selectivity of antimicrobial peptides. Biochimica et Biophysica Acta (BBA)-Biomembranes, v. 1788, n. 8, p. 1687-1692, 2009.

MCGWIRE, B. S. et al. Killing of African trypanosomes by antimicrobial peptides. The Journal of infectious diseases, v. 188, n. 1, p. 146-152, 2003.

MELO, E. T. D. et al. Structural characterization of a novel peptide with antimicrobial activity from the venom gland of the scorpion Tityus stigmurus: Stigmurin. Peptides, v. 68, p. 3-10, 2015.

MENEZES, Y. A. et al. Protein-rich fraction of Cnidoscolus urens (L.) Arthur leaves: Enzymatic characterization and procoagulant and fibrinogenolytic activities. Molecules, v. 19, n. 3, p. 3552-3569, 2014.

MERKLER, D. J. C-terminal amidated peptides: production by the in vitro enzymatic amidation of glycine-extended peptides and the importance of the amide to bioactivity. Enzyme and microbial technology, v. 16, n. 6, p. 450-456, 1994.

MIHAJLOVIC, M.; LAZARIDIS, T. Charge distribution and imperfect amphipathicity affect pore formation by antimicrobial peptides. Biochimica et Biophysica Acta (BBA)- Biomembranes, v. 1818, n. 5, p. 1274-1283, 2012.

MILLE, B. G. et al. Trancriptomic approach reveals the molecular diversity of Hottentotta

conspersus (Buthidae) venom. Toxicon, v. 99, p. 73-79, 2015.

MIYASHITA, M. et al. A novel amphipathic linear peptide with both insect toxicity and antimicrobial activity from the venom of the scorpion Isometrus maculatus. Bioscience,

Documentos relacionados