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6. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS QUALITATIVOS

6.3 E NTREVISTA : D IRETOR DA ESCOLA

6.3.8 Mecanismos para acompanhamento do trabalho dos professores

O diretor descreve que a escola se encontra a tentar implementar um modelo formal de supervisão pedagógica uma vez que, informalmente, já vão existindo registos dessa prática. O diretor, em tempos, obrigou à existência de supervisão de alguns professores. Percebe-se que poderia estar em causa a competência do professor supervisionado. As assessorias, consideradas como uma forma de cooperação pelo diretor, dentro da sala de aula, permitem desenvolver o processo de ensino e aprendizagem de outra forma. O diretor vê essa forma como um ganho para os alunos e professores.

Estamos numa fase de implementação da supervisão pedagógica. Estamos a tentar implementar o sistema em termos formais, porque em termos informais já há trabalho feito na área, nos anos anteriores, eu próprio obriguei à supervisão de alguns professores, especialmente na escola secundária. Temos estabelecido também as assessorias que são um trabalho de cooperação dentro da sala de aula e que permite desenvolver um outro trabalho de preparação dos alunos, para além disso temos o trabalho normal dos professores.

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Possibilidade de observar algumas reuniões de professores e de observar algumas aulas, com a permissão dos professores (dependente do tempo)

À questão o diretor respondeu de imediato que sim, pois segundo ele, os professores necessitam de se abrir e compreender o ganho nessa abertura. No entanto, tal como anteriormente explicado, não foi possível concretizar este ponto.

Sim, a resposta é taxativa e é sim e acho muito bem. A experiência que tenho do trabalho desenvolvido na margem sul do Tejo mostra que o Sul, neste aspeto é muito mais aberto que o Norte e que esta prática é muito mais frequente e comum.

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Quadro 38 - Síntese das ideias principais - Diretor

Temas da entrevista Respostas dadas

Perceção da escola

- Oferta alargada e diversificada;

- População heterógena, com diferentes origens;

- Escola evoluiu de acordo com as necessidades da população; - A escola funciona no regime diurno e noturno;

- Escola acolhedora e recetiva às novidades;

- Ao nível concelhio, a escola ao longo da história, contribuiu para a formação de cidadãos ativos;

- Não existem problemas significativos de indisciplina;

- Existem uma grande diversidade multicultural: alunos oriundos de diferentes origens e problemáticas;

- É uma escola TEIP;

- Nível alto de absentismo e casos de abandono escolar; Desafios:

- Combate às desigualdades sociais, económicas e culturais: necessidade de mobilizar mais apoios e criar alternativas de ensino (PIEF, PCA; Cursos profissionais; etc.);

- Famílias desestruturadas, que pouco ou nada valorizam a educação académica;

- Intervenção dos pais /EE, é variável e vai da presença mais abusiva à indiferença.

Descrição geral

- A relação de alunos e professores é boa;

- Existe colaboração entre a comunidade educativa;

- É uma escola de sucesso educativo, com alunos a ingressar na

universidade nas suas primeiras ou segundas opções – alunos aplicados e bons professores;

- Escola de referência para o concelho, pela história e com práticas reconhecidas, também ao nível do ranking nacional;

- A escola está a tentar construir uma identidade cultural, sendo a escola secundária a referência para essa construção;

- Existe qualidade e cooperação com o mundo empresarial local; - Não é um lugar feliz para todos, mas para a maioria, sim:

• Alunos: influência dos ambientes de origem; alguns fazem parte de uma continuidade geracional, que é indicador do bom trabalho da escola;

• Professores: necessidade de repensar práticas; estão

desmotivados e sentem-se desvalorizados na sua autoridade; são professores porque não tiveram outra alternativa de emprego; existem muitos professores felizes e excelentes professores;

- A direção procura criar condições de bem-estar;

- Com a formação do Mega agrupamento a escola desceu no ranking nacional e concelhio. Em causa: muitos alunos sobretudo de origem cigana;

- Orgulho nos bons professores e tentativa de minimizar os efeitos dos menos bons;

- É uma liderança com base na democracia: • Participação e corresponsabilização;

• Delegação de poderes: motivação e bem-estar;

• A liderança não deve concentrar em si os poderes, correndo o is oàdaà ui a à oàfu io a ;

• As lideranças intermédias têm autonomia para decidir; • A democracia é um desafio, também;

163 • Capacidade de assumir riscos;

• A autoridade é reconhecida, mas partilhada: todos assumem a responsabilidade;

• É um ponto forte: os resultados dos alunos são manifestação desse tipo de liderança;

- Alunos dedicados que ajudam a promover a escola; - Importa a formação do aluno como cidadão responsável e interventivo, que considera os valores e a multiculturalidade e da partilha;

- Desafios:

• Ser melhor que antes;

• Capacidade de adaptar-se às dificuldades que o desenvolvimento traz à educação;

• Construir uma identidade;

• Conseguir que os professores trabalhem juntos e não isolados; • Combater velhos hábitos, que impedem a mudança;

• Promoção de um ensino diferenciado para todos; • Falta de verbas da escola;

• áà oope aç o àest àaàda àosàp i ei osàpassos. Descrição das oportunidades de

aprendizagem profissional dos professores na escola/agrupamento.

- Formação:

• dada pelas empresas locais, no caso dos cursos profissionais; • abertura da direção para todos os professores fazerem a

formação ao nível dos centros de formação ou nas universidades;

• a formação do interesse da escola é paga pela mesma.

Modo como os professores colaboram

- Os professores colaboram essencialmente para o cumprimento do trabalho forma, supervisionado pela avaliação externa;

- O trabalho informal de colaboração espontânea, ainda é de difícil concretização, embora haja professores que já o fazem;

- Proposta de colaboração ao nível da interdisciplinaridade, com aulas conjuntas, resultam em benefícios do processo de ensino e

aprendizagem;

- A supervisão não traz contributo ao ensino;

- Horário dos docentes: fator impeditivo da colaboração;

- A flexibilização do currículo e dos horários facilitam a colaboração;

A aprendizagem profissional colaborativa

- Os fatores que impedem a colaboração: • desmotivação;

• incompatibilidade de horários; • individualismo;

• ensino tradicional.

- Os fatores que impedem a colaboração: • Flexibilidade curricular;

• Formação adequada; • Mudança de mentalidade; • Informalidade;

• Abertura pela conquista da capacidade de expor ideias e saberes;

• Estabilidade do corpo docente;

• Participação na escola de outros profissionais: testemunho

Prioridades deste estabelecimento - Construir uma nova identidade; - Reconhecimento interno e externo; - Aposta na qualidade

Critérios utilizados na contratação dos professores

- Critérios do Ministério da Educação, para todos os professores; - Contratação mais ao nível dos técnicos dos cursos profissionais;

164 • Formação profissional, técnica e pedagógica (por último, pois

não é tão valorizada pelo diretor neste tipo de contratação) • Disponibilidade para a aprendizagem colaborativa

• Relação com os outros professores é boa e disponível

Reuniões

- Formais: questões de cumprimento obrigatório e imposto pelos normativos;

- Informais: ao nível da sala de professores, para troca de ideias, mas não deixam de ser para cumprir de alguma forma as questões formais; - O diretor aponta uma gestão baseada na informalidade, para a resolução dos conflitos (a melhor forma de os resolver); só apela à formalidade quando necessário, mas a sua autoridade é reconhecida; - Frequência: de acordo com o previsto na lei.

Mecanismos para acompanhamento do trabalho dos professores (por exemplo observação de aulas, entrevistas, conversas, etc)

- Está a ser criado um modelo de supervisão pedagógica, de acordo com o resultado da avaliação externa;

- Já existem registos dessa supervisão pedagógica efetuada de modo informal, por alguns professores;

- Operacionalização através de: assessorias; observação de aulas

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