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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS DE VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO

1 INTRODUÇÃO

3.5 MEDIAÇÃO DE CONFLITOS DE VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO

Em face da realidade, através da instabilidade familiar fica marcada a necessidade de mecanismos pacíficos para viabilizar a solução de conflitos, os quais são desenvolvidos por meio do diálogo, por exemplo, a mediação, esta apresenta como uma eficiente técnica de resolução de controvérsia, facilitando a continuação do relacionamento entre os membros da família e promovendo a mútua compreensão.

No processo de mediação há a viabilidade dos problemas intrafamiliares serem expostos e debatidos, facilitando a visualização dessa problemática interna e viabilizando o

diálogo a desmistificação de conflitos. A partir desse momento os familiares têm um novo olhar para os seus problemas, para os outros familiares que fazem parte da dinâmica da família.

O termo mediação advém do “latim mediatione com significado de intercessão, intermédio, intervenção: derivado do verbo latino mediare - mediar ou intervir. A mediação é um processo estruturado e não adversarial de gestão de conflitos no qual um terceiro qualificado é aceito pela partes em conflito, para lhes auxiliar a que cheguem a soluções para aquelas situações nas quais ambas saiam satisfeitas” (MÜLLER, BEIRAS & CRUZ, 2007, p. 108).

A etiologia acima fica entendida que a “mediação como meio alternativo de resolução de conflitos, sendo esta uma forma que contribui para uma reorganização da vida pessoal e familiar, por meio do estabelecimento de nova alternativa de comunicação e de acordo final entre as partes” (CACHAPUZ, 2003, p. 29).

Ainda que:

“A jurisprudência, mediação é Processo Pacífico de acerto de conflitos internacionais, no qual (ao contrário do que se dá na arbitragem), a solução é sugerida e não imposta a partes interessadas. Nesse sentido, mediar conflitos facilita a definição e a administração responsável – por indivíduos, organizações e comunidades – dos próprios conflitos, e o caminho para as soluções. A mediação é uma metodologia que facilita o diálogo e promove habilidade, para a solução de situações conflitivas. O resultado do processo é que, os sujeitos comprometidos têm a possibilidade de adquirir as habilidades necessárias para resolver por si mesmo as diferenças que podem, eventualmente, serem suscitadas no futuro com seus pares, familiares e colaboradores, ou em sua comunidade” (SCHNITMAN & LITTLEJOHN, 1999, p. 17).

Portanto, a mediação procura solucionar os conflitos, em que são levados em conta todos os elementos envolvidos, ou seja, promove um estudo dos casos e os seus indivíduos, com a efetiva participação desses, pois serão eles que efetivamente irão resolver os problemas por meio do exercício da sua autonomia, ou seja, são eles que dirão em última análise a resposta para que os conflitos possam ser solucionados, bem como também a forma de como serão administrados. Dessa forma, a aplicação da mediação como método para solucionar os conflitos trabalha na transformação dos sujeitos, por meio da efetiva participação (SCHNITMAN & LITTLEJOHN, 1999, p, 18).

É um método em que os interessados, através da comunicação, da escuta ativa e da procura de um consenso constroem a solução do impasse familiar compatível com os interesses próprios.

“A solução do conflito deve expressar a vontade real dos mediandos, significa dizer que a percepção do objeto do conflito, bem como, a identificação de alternativas de interesse comum são facilitadas pelos mediadores” (BREITMAN & PORTO, 2001, p. 22). Os objetivos da mediação de conflito consistem em configurar “um meio consensual de soluções de conflitos no qual duas ou mais pessoas, com o auxilio de um mediador – terceiro imparcial e capacitado facilitador de dialogo, discutem pacificamente, buscando alcançar uma solução satisfatória para o problema” (GALANO, 1999, p. 23).

Desta forma:

“O mediador é um profissional que faz a “ponte” entre as partes, até que se chegue a um acordo amigável, pois a mediação é a arte de amenizar os conflitos, ela parte do princípio em que se opõe a disputa e procura encontrar soluções conjuntas. O mediador é um terceiro, imparcial, competente e eleito pelas partes. Em se tratando de competência é válido salientar que diz respeito à capacitação do mediador, vez que, diante da inexistência de regulamentação desta atividade, qualquer pessoa pode exercê-la, porém deve ter conhecimentos básicos de psicologia, sociologia, técnicas de escuta, comunicação e estratégias de lidar com conflitos”. (MUNIZ, 2004, p. 66).

Isso quer dizer que o mediador não interfere na decisão e nem induz o acordo, apenas facilita a comunicação entre as partes, permitindo que decidam livremente, analisando em profundidade o contexto do conflito, assegurando a sua ressignificação e, consequentemente, novas formas de convivência e prevenção de novos conflitos (MUNIZ, 2004, p. 67).

Nesta perspectiva:

“As práticas sociais de mediação se configuram num instrumento ao exercício da cidadania, na medida em que educam, facilitam e ajudam a produzir diferenças e a realizar tomadas de decisões sem a intervenção de terceiros que decidem pelos afetados por um conflito. Falar de autonomia de democracia e de cidadania, em certo sentido, é se ocupar da capacidade das pessoas para se autodeterminarem em relação e com os outros; autodeterminarem-se na produção da diferença (produção do tempo com o outro). A autonomia como forma de produzir diferença e tomar decisões com relação à conflitividade que nos determina e configura, em termos de identidade e cidadania. Como mecanismo

alternativo de caráter extrajudicial e autônomo, a mediação, privilegia a conciliação entre as partes e o restabelecimento das relações sociais” (WARAT, 2004, p.27).

Esse paradigma proporciona perspectivas renovadas para a participação dos atores sociais. “Conscientes dos processos que os constroem como tais e operando com essas perspectivas, os atores sociais podem incrementar sua capacidade para iniciar ações novas, atuar como protagonistas ao enfrentar e resolver conflitos e dilemas em suas vidas, assim como narrar novas e melhores histórias sobre os sistemas dos quais são parte e de seu lugar nos mesmos” (SCHNITMAN & LITTLEJOHN, 1999, p. 22). Porque esses paradigmas para a solução de alternativa de conflitos definem um campo por natureza e obedece a via multidisciplinar, ultrapassa fronteira e trabalha com a diferença.

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