• Nenhum resultado encontrado

Técnico-Táticas

 Dar amplitude e profundidade, participando nas ações ofensivas pelo corredor  Leitura e tomada de decisão

 Receber inteligentemente mediante a variabilidade do jogo

 Dar continuidade aos momentos de organização ofensiva como de transição ofensiva

 Mobilidade ofensiva – Desmarcações  Criar desequilíbrios pelo setor lateral

 Dominar perfeitamente as técnicas de passe/receção, drible e cruzamento

Físicas:

 Rápido

 Boa resistência aeróbia e anaeróbia

 Estatura elevada  Bons índices de força

17 Mentais:  Perspicaz  Concentrado  Comunicativo  Determinado  Desequilibrador  Imprevisível AVANÇADO Técnico-Táticas:

 Dar profundidade ao ataque  Jogar de costas para a baliza  Dominar os tipos de desmarcação  Criar espaços e arrastamentos

 Finalizar com ambos os pés e cabeça

 Dominar perfeitamente as técnicas de passe/receção, drible e cabeceamento  Agressividade, objetividade e velocidade na área e no 1 x 1.

Mentais:  Perspicaz  Concentrado  Comunicativo  Determinado  Destemido  Poder de decisão Físicas:  Rápido

 Boa resistência aeróbia e anaeróbia

 Ágil

Físicas:

 Rápido

 Bons índices de força  Boa resistência anaeróbia

19

LIGAÇAO APRENDIZAGEM-PRÁTICA

Nas disciplinas de Aprendizagem e Controlo Motor e Desenvolvimento Motor e Análise de Motricidade aprendemos que a análise do comportamento do movimento corporal ou dos segmentos estão diretamente relacionados com a biomecânica e neurofisiologia, então percebe-se que caso as ligações neurológicas estejam em formação ao mesmo tempo que os segmentos corporais estejam em crescimento vai resultar uma deformidade no movimento e no controlo do mesmo, assim como dificulta a interação com o meio envolvente.

Pois, também é sabido que o movimento resulta de uma operação mental memorizada (fase da codificação, fase do armazenamento e fase da evocação), o que significa que na fase de desenvolvimento e crescimento em que os atletas mais novos se encontram é normal que a aprendizagem de um movimento técnico com bola, por exemplo, seja mais difícil de assimilar e repetir corretamente se o crescimento do atleta esteja a ocorrer demasiado depressa. Magil (2001, citado por Carolina, 2012) refere que “a aprendizagem motora diz respeito às alterações na capacidade de um individuo para desempenhar uma habilidade. Pressupõe uma melhoria relativamente permanente no desempenho como resultado da prática ou da experiência”.

Godinho et al (2002, citado por Carolina, 2012), diz que a aprendizagem é observada “quando consideramos o comportamento na perspetiva da sua transformação ao longo de um determinado período de tempo, por efeito da prática”.

Os atletas normalmente não respeitavam os 3 tipos de componentes de uma habilidade motora (Magil, 2001 citado por Carolina, 2012).

 Componentes relativamente à postura

 Componentes relativamente ao transporte corporal

E por isso, o ensino nestes escalões mais jovens incide numa primeira fase sobre estes aspetos técnicos, como a receção de bola orientada, o passe, o remate, as fintas de corpo básicas, o remate, as bolas altas, entre outros…

Estas foram algumas dificuldades que observei quando acompanhei estes escalões. Por exemplo, notava-se bem as dificuldades no controlo de bola quanto à posição do pé dominante, na técnica de corrida com e sem bola, no movimento corporal desajeitado no momento da finta, na postura corporal tensa no momento de receção da bola e muitos outros exemplos, e por isso era algo que se incidia bastante nas camadas mais jovens e nos escalões mais velhos de formação, pois também estes tinham pouca ou nenhuma experiencia futebolística.

Já no que diz respeito aos ensinamentos da disciplina de Atividade Física Adaptada (a crianças, mais especificamente) ela mostrou-me com clareza que desde cedo a criança começa a praticar atividade física. Ela ainda não tem os movimentos corporais desenvolvidos e já tem ânsia por correr, jogar, brincar. Pode-se dizer que o desporto para as crianças é adaptado por ser item de comparação com o desporto praticado por adultos e por isso existe uma desvantagem/incapacidade no momento da realização das tarefas. É útil para a recreação e processos mentais que as crianças devem desenvolver.

Abaixo estão descritas algumas estratégias utilizadas nos atletas mais novos de modo a proporcionar-lhes a melhor evolução e desenvolvimento desportivos (Garganta, 1995, citado por Sacadura, 2011):

 A aprendizagem deverá ser faseada e progressiva, do fácil para o difícil, do simples para o complexo;

 A divisão do jogo em fases tem de respeitar sempre o que o jogo tem de essencial, a cooperação, a oposição e a finalização;

 Formas lúdicas com regras simples, com poucos jogadores e espaço reduzido, permitindo um grande número de ações e finalizações, são as mais indicadas;  O jogo deve estar sempre presente.

21 Os exercícios propostos para as crianças devem ser simples, pois grande parte das crianças não têm conhecimentos nem capacidades para se desenvolverem sozinhas. Por isso os exercícios não devem ser complexos, e na altura de explicar o exercício, o treinador deve realizar o exercício. Isto porque as crianças têm mais facilidade na compreensão do exercício se virem como se realiza em vez de explicado verbalmente.

A diferença que reparei neste âmbito entre vários escalões é que nos mais novos (escalões 2005/2006) eu tinha de explicar todos os processos de treino por exemplificação enquanto nos mais velhos só era necessário em exercícios táticos novos e complexos, todos os restantes exercícios bastava dar a instrução básica que eles compreendiam prontamente os objetivos gerais e específicos do exercício.

No que diz respeito às etapas de evolução do ensino do futebol, estes passos são essenciais para respeitar o desenvolvimento mental e tático da criança (Pacheco, 2001) e Wein (1995, citado por Sacadura, 2011):

1. Relação do jogador com a bola (eu e a bola) – obter o domínio da bola e o equilíbrio do corpo no momento do drible

2. Relação do jogador com a bola e com a baliza (eu a bola e a baliza) – concluir eficazmente as ações de jogo (finalização) e construir a noção de defesa da baliza

3. Relação do jogador com a bola, com a baliza e com o adversário (1 x 1) – Construir a noção da presença do adversário

4. Relação do jogador com a bola, com a baliza, com o colega de equipa e com o adversário (jogo coletivo) – criar o hábito de se deslocar e de estar em constante movimento para passar e receber a bola, privilegiando o jogo a 2 5. Relação do jogador com a bola, com a baliza, com os adversários e com os

companheiros (o jogo a 3 ou mais) – jogar com os companheiros, progredindo no terreno e tendo uma noção da ocupação racional do espaço de jogo.

6. Relação do jogador com a bola, com a baliza, com os adversários e com a equipa (a transição e organização defensiva e ofensiva) – desenvolver as tarefas e as funções do jogo em equipa nos processos de transição e organização defensiva e ofensiva, ocupando racionalmente o espaço de jogo.

Esta questão das fases de aprendizagem pude ver aplicada também porque é um método quase obrigatório e que se deve respeitar para que a evolução do individuo seja mais eficaz. Nos atletas mais novos os exercícios eram simples em que começavam com adaptação a bola com a utilização de cones e obstáculos, já numa fase média em que à partida já tinham estas questões básicas (técnica individual, adversário e baliza) assimiladas, e entravam as questões táticas para facilitar a aprendizagem das posições colocavam-se sinalizadores a limitar os espaços que os atletas podem ocupar para começarem a ganhar consciência. E são este tipo de estratégias que se utilizam para facilitar esta aprendizagem por fases, pois se colocássemos imediatamente os atletas na última fase, eles eventualmente até conseguiam realizar o exercício mas era incompreensível e difícil de assimilar para posteriormente aplicar em jogo.

Para que a criança evolua como pessoa, Wein (1995, citado por Sacadura, 2011) destaca quais deviam ser os objetivos da formação:

 Oferecer à criança situações ricas e variadas em contacto com a bola;  Dar ao principiante a possibilidade de se expressar, qualquer que seja o

seu nível de prática, através de seu conjunto de vários jogos que respeitem o seu estado mental e físico

 Motivar o atleta, tanto pela frequência de contactos com bola como o número de golos que é capaz de marcar em cada um dos seus jogos simplificados.

Por outro lado de modo a contribuir para esse crescimento, para Adelino, Bento e Coelho (1999, citado por Sacadura, 2011), os objetivos do treinador são:

 Contribuir para a formação do jovem em todas as suas facetas

 Criar as premissas indispensáveis para os jovens alcançarem, em cada etapa, o nível ótimo do seu desenvolvimento

 Desenvolver o gosto e o hábito da prática desportiva regular

 Desenvolver nos praticantes uma atitude positiva de participação e persistência

 Orientar as expetativas dos jovens num sentido realista

23 É importante perceber e respeitar que as crianças possuem uma enorme margem de progressão e sobretudo que cada criança tem uma evolução característica, própria e diferente, ou seja umas evoluem mais precocemente que outras. Então um dos objetivos do planeamento de atividade física para as crianças é gerar uma criança saudável e divertida, que envolve gastar as energias próprias da idade e também distrai- las das preocupações como a escola, os pais, etc; em detrimento da especialização precoce que pode trazer alguns malefícios. Além disto, a atividade física e o desporto estimulam o crescimento, promovendo um bom desenvolvimento muscular, pulmonar, cardíaco e vascular. Esta também é uma das preocupações da escola, portanto passa por deixar os miúdos contentes com a prática. Sendo assim a escola realizou e participou em alguns eventos e convívios para que os atletas tivessem algumas experiências novas e retirá-los de alguma monotonia. Algumas vezes fomos com todas as camadas de formação para o Parque da cidade ter treinos mais didáticos e divertidos, outras vezes colocámos esses mesmos atletas em torneios para ganhar alguma experiencia competitiva e que eles adoravam, porque relembro que estas equipas de formação apenas treinam para assim que estiverem aptos integrarem equipas de competição na Associação de Futebol do Porto.

Nos jovens devemos privilegiar o gosto pela modalidade, a criação de hábitos desportivos, de disciplina, higiene, aquecimento, etc. Pois o treinador acaba por ser um complemento importante aos pais e professores do atleta, no que diz respeito à sua educação e à sua formação como pessoa e cidadão. Até porque há vários tipos de pais e que fazem diferentes tipos de pressão, nomeadamente nos dois polos, o pai que pressiona o filho/atleta a ter êxito, e aquele que nem sequer se interessa sobre as atividades do filho. Há pais que direcionam a sua pressão para o treinador, situação que se pode tornar espinhosa caso haja desacordo, ou sobre o árbitro.

Tipos de Pais:  Desinteressados  Supercríticos

 Impulsivos durantes os jogos  “Treinadores de bancada”  Super protetores

Quanto aos pais dos atletas em suma não tiveram comportamentos indignos, embora esporadicamente um ou outro pai se exaltasse na bancada, pois também eles estão dentro do modelo comportamental que a escola privilegia. Por outro lado, em algumas equipas que defrontámos tinham na bancada a apoiá-los pais que ficavam aquém de um modelo comportamental ético, em que pressionavam constantemente os árbitros, os treinadores ou mesmo os próprios filhos/atletas, o que prejudicava todo o ambiente de jogo e destabiliza o forro mental dos atletas instigando-os a comportamentos violentos física e verbalmente. Algo que me entristece visto serem atletas jovens e que mais tarde transportam estes comportamentos para o futebol profissional, deixando o futebol um desporto feio.

No treino de formação existem algumas dualidades também no que diz respeito ao que abordar no treino de crianças e jovens. Nas crianças mais novas 5-8 anos, pertencentes a escalões de formação, o treino deve ter uma ação lúdica que os motive e os entretenha, e claro sempre com uma situação de jogo para começarem a adquirir princípios básicos, a nível tático (posições e comportamentos sem bola) técnico (passe e algumas fintas) e também algumas regras essenciais. No treino de jovens mais velhos já se podem incluir jogos de número reduzidos, capacidades técnicas (como a finalização, bolas altas) e táticas (movimentações, bolas paradas)

Pude constatar este facto porque uma vez que acompanhei um grupo de crianças (6- 10 anos) e de fato elas necessitavam mais de ações lúdicas porque demonstravam falta de interesse em tarefas mais complexas e limitadas onde a ideia era transmitir por exemplo aspetos táticos; enquanto nos mais velhos (de 13-15 anos) demonstravam mais aptidões para exercícios táticos pois compreendiam melhor o que lhes era pedido e o porquê e compreendiam também que ajudava tanto no jogo individual como coletivo propulsionando melhores resultados desportivos. Mesmo em conversa com alguns atletas no final do treino, ao lhes confrontar com esses mesmos aspetos eles demonstravam assertividade na resposta e compreendiam a razão subjacente às ações e comportamentos que lhes sugeria.

Há muito trabalho pela frente com os jovens, pois eles valorizam mais a componente técnica e menos a tática, de modo que um dos objetivos de um treinador de jovens é essencialmente focar que uma complementa a outra sendo indissociáveis.

25 Por exemplo Matveiev (1986, citado por Ferreira, s/d), considera a Técnica como o modelo ideal da ação competitiva (mental, verbal, gráfico, matemático ou outro) elaborado com base na experiência prática ou mesmo teórica. Por outro lado Weineck (1994) citado pelo mesmo autor entende a Tática como o comportamento racional, regulado pela própria capacidade de rendimento do praticante, do adversário e das condições exteriores, no confronto individual ou coletivo.

Riera (1995, citado por Ferreira, s/d), entende que à noção de técnica se encontram relacionados 3 aspetos:

 A execução de uma ação;

 A interação com a dimensão física onde a ação é realizada;  Eficácia da ação.

Já quanto à tática o mesmo autor fala de outras 3 ideias:  O alcance de um objetivo;

 A existência de um oponente que contrarie essas conquistas;  As condições ambientais variáveis.

Castelo (1996, citado por Ferreira, s/d), torna as duas indissociáveis dizendo que “o gesto técnico é inseparável da tática desportiva, exprimindo-se na noção de ação (gesto) técnico-tática”.

Basicamente o que isto quer dizer é que não existe uma modalidade coletiva em que um gesto técnico não seja utilizado para resolver um problema de jogo e que ao mesmo tempo não existe nenhuma ação tática que possa ser resolvida sem o apoio técnico dos atletas.

Ainda sobre o treino nos mais jovens, a intensidade e as cargas devem começar reduzidas e ir aumentando gradualmente, de escalão em escalão. Principalmente nesta fase da adolescência, em que todos os segmentos corporais estão em crescimento, é preciso que haja alguma preocupação com a intensidade porque alguns exercícios podem levar a uma atrofia ou lesão. Fora as várias lesões musculares devido ao esforço ou traumáticas que ocorrem nas disputas da bola, na minha equipa tivemos um caso de uma doença osteopática - Osgood-Schlatter, que consiste numa dor localizada na

tuberosidade tibial especialmente devido à tensão local, exercida pelo músculo quadríceps durante sua contração.

Os adolescentes atletas são os mais afetados, principalmente os que praticam atividades que envolvem maior participação do músculo quadríceps como o basquetebol, o futebol, o ciclismo, saltos e corridas (Lourenço 2000, citado por Borges, 2011).

Depois surge uma afirmação para quem defendia a saúde dos jovens desportistas, “a criança joga, faz educação física mas não treina”. Ou seja, esta frase transporta a atividade física na criança para as atividades lúdicas e didáticas porque as crianças são movidas a alegria e divertimento. Mesmo a educação física tem uma definição distinta do treino, enquanto a primeira faz alusão a uma generalidade de ações físicas e diversos desportos para o bem da saúde, o segundo proporciona a melhoria e especificidade com a intuição de ganhar, de competir e de superação.

Já na Pedagogia falou-se e fala-se sobre o modo de comunicação com crianças, a linguagem que se utiliza e se adapta de acordo com o tipo de criança que estamos a dar o feedback.

A Pedagogia é designada como “a ciência da educação das crianças e arte e a técnica de ensinar. De uma forma mais geral, a pedagogia é a reflexão sobre as teorias, os modelos, os métodos e as técnicas de ensino para lhes apreciar o valor e lhes procurar a eficácia. A pedagogia destina-se a melhorar os procedimentos e os meios com vista à obtenção dos fins educacionais” (Ramiro Marques).

Esta arte ensina que a complexidade da linguagem do treinador para um atleta tem de se adaptar conforme a idade e maturidade deste, ou seja, quando o treinador se dirige para uma criança, a linguagem deve ser básica, simples, de modo a que o jovem entenda sem grande dificuldade. O treinador deve também adaptar a fala e o tom de voz para que a criança sinta afinidade ou autoridade de acordo com a necessidade da situação. Por exemplo, para crianças realmente jovens (4-8 anos) é aconselhável que o treinador/professor utilize um diálogo fantasioso, metafórico e “acriançado”.

Por exemplo, eu como durante a semana orientava uma equipa de escalões sub15 e ao sábado escalões de formação sub9, por vezes cometia o erro de utilizar terminologia mais complexa com os mais jovens e obviamente demonstravam

27 dificuldade em me perceber e então eu tentava utilizar um vocabulário mais percetível para eles.

À medida que o jovem amadurece o discurso muda e isto reflete-se na imagem do jogador. Também é importante saber qual a intenção que o jogador tem na prática desportiva para também saber que exigências colocar, e consequentemente, qual a melhor maneira de o abordar nas ocasiões propícias de maneira a ter o melhor feedback.

Isto até admito ser fulcral, até porque dentro do grupo da minha equipa deparei- me com situações em que alguns atletas tinham pretensões diferentes das nossas (equipa técnica) o que levava a algum descontentamento da parte desses mesmos jogadores. Alguns queriam jogar em posições diferentes, alguns achavam que estavam a ser subvalorizados e portanto queriam jogar mais, ou sobrevalorizados achando que o treino tinha altas intensidades e que não as podiam acompanhar. Uns contentam-se com o empate ou mesmo com as “vitórias morais” e outros não, tendo que adaptando o discurso para uns e para outros. Numa altura em que faltavam 3 jogos para acabar a primeira fase do campeonato, antes das férias de natal, convocámos uma reunião de equipa para traçar alguns objetivos para esta reta final e então lançámos a seguinte questão aos jogadores: “Quantos golos vamos marcar e quantos golos vamos sofrer?” e deparámo-nos com várias respostas desde números concretos realistas e irrealistas a respostas do género “marcar o mais possível e sofrer o menos possível”. Conclusão, nós, equipa técnica, lançámos os números concretos e realistas e a partir desse momento toda a equipa lutou para o mesmo objetivo, conseguindo também observar uma maior união e entreajuda.

“A criança não é uma miniatura de adulto e a sua mentalidade não é só quantitativa, mas também qualitativa diferente da do adulto, de modo a que a criança não é só mais pequena, mas também é diferente” (Claparede citado por Weineck, 1991, p.246) e por isso não podemos pedir o mesmo aos dois e mudar apenas a carga por exemplo, há todo um entendimento do que é a crinça e as suas necessidades das quais temos de separar das de um sénior e portanto ir aproximando com o tempo essas diferenças.

Para Vygotsky (1984, citado por Oliveira, s/d) o ato de brincar possui um papel de grande importância na constituição da inteligência infantil. Para este autor é a brincar e a jogar, que a criança mostra a sua situação cognitiva, visual, auditiva, tátil e motora,

além da forma como aprende a entrar numa relação com os eventos, as pessoas, coisas e símbolos.

Segundo Illich (1976, citado por Oliveira, s/d) "As atividades de recreações são muito importantes para o desenvolvimento da criança, tanto para os aspetos físicos e intelectuais, como para os sociais. A recreação desenvolve na criança quatro tipos de benefício":

 O benefício físico: satisfaz as necessidades do crescimento e cria a competitividade nas crianças;

 O benefício intelectual: o divertimento torna-se agente responsável pela desinibição e produção de um estímulo mental e altamente fortificante;

 O benefício social: os jogos simbolizam uma realidade inatingível;

 O benefício didático: as recreações revelam certas aptidões de assuntos considerados desinteressantes, que através de uma aplicação lúdica, ficam mais interessantes. Além de contribuir para questões disciplinares, pois, se há interesse pelo que se ensina, a disciplina acontece.

Eu consegui observar estas 4 componentes evolutivas a um nível prático com os atletas de formação que participavam apenas em alguns treinos didáticos e atividades coletivas. Apercebi-me que irremediavelmente a saúde física e a pré-disponibilidade física para o exercício foi aumentando com a quantidade de prática da modalidade. Na maior parte das crianças senti também uma evolução mental e intelectual principalmente relativamente aos conteúdos abordados no treino e nos comportamentos que também estes foram melhorando. Alguns atletas mais tímidos tiraram proveito dessas atividades coletivas e didáticas para se integrarem socialmente nas equipas, o que os ajuda notoriamente a sentir-se bem.

Mudando de tema e direcionar para a Psicologia do Desporto, pude observar que

Documentos relacionados