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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – AC Milan Scuola Calcio (Boavista)

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Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto Instituto Politécnico da Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO LICENCIATURA EM DESPORTO

FÁBIO ALEXANDRE DE SOUSA BARBOSA JULHO 2013

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FÁBIO ALEXANDRE DE SOUSA BARBOSA

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM DESPORTO

JULHO DE 2013

ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E DESPORTO

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INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA

ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E DESPORTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO AC Milan Scuola Calcio – Boavista

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VII

PENSAMENTO

“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”. Albert Einstein

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IX

RESUMO

O relatório que se apresenta tem como objetivo descrever todo um ano de estágio realizado por mim na escola de futebol de formação Milan localizada no Estádio do Bessa, no Porto.

Futebol é a modalidade mais popular do mundo, sendo praticada por todas as culturas à escala planetária (Reilly & Williams, 2005 citado por Maia, 2010).

O estágio é um trabalho diário que envolve planeamento, intervenção e reflexão de uma prática profissional, neste caso de um treinador adjunto de futebol, em que o objetivo final deste é encontrar constantemente soluções para as várias situações e problemas que surgem nesta profissão.

Apresento todo o meu processo evolutivo desde a minha chegada ao clube e a consequente adaptação a ele até ao momento em que me é oferecida a possibilidade de continuar na estrutura. São apresentadas as duas estruturas vigentes neste processo, o Ipg como a instituição que me formou e me deu as armas necessárias para enfrentar o estágio e o Milan como a instituição onde apliquei todo esse conhecimento adquirido e onde evoluí como profissional de desporto. Fala-se acerca de liderança, feedback, formação, linguagem, forma desportiva, a aprendizagem, a atividade física nas crianças, atenção, concentração e outros temas que me ajudaram a fundamentar o meu trabalho e perceber as linhas pelas quais me guiei. Existem também ligações entre o conhecimento adquirido na licenciatura e posteriormente aplicado no dia-a-dia no estágio.

Palavras-chave: ESTÁGIO, FUTEBOL, TREINO, EVOLUÇÃO,

APRENDIZAGEM

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XI

ÍNDICE

Pensamento ... VII Resumo ... IX Índice de Figuras ... XIII Índice de Tabelas ... XIV

Introdução ... 1

Ficha de Identificação ... 3

Apresentação da Cidade e do Clube Associado ... 5

Ligaçao Aprendizagem-Prática ... 19

A minha adaptação ao clube ... 33

Caracterização da população ... 37

Calendarização ... 39

Estágio ... 41

Objetivos ... 41

Programar e orientar exercícios de treino individuais e coletivos ... 43

Realizar convocatórias ... 47

Dar feedbacks nos treinos e jogos ... 49

Participar ativamente em palestras nos jogos e treinos ... 51

Orientar a ativação funcional geral da equipa no ambiente de pré-jogo (Treino desportivo) ... 53

Aquecimento do Guarda-Redes, também no pré-jogo (aquecimento) ... 54

Elaboração de Relatórios de jogo e relatórios de treino (modelos) ... 55

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Realizar observações de outras equipas ... 56

Auto-Avaliação ... 57

Conclusão ... 59

Bibliografia ... 61

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XIII

ÍNDICE DE FIGURAS

Ilustração 1 – Brazão da cidade do Porto ... 5 Ilustração 2 – Logótipo do Boavista Futebol Clube ... 6 Ilustração 3 – ORGANOGRAMA DA ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DA MILAN SCUOLA CALCIO PORTUGAL ... 8

Ilustração 4 - Convocatória ... 47 Ilustração 5 - Logótipo do CD Candal ... 56

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 Modelo da gestão semanal do treino ... 11 Tabela 2 - Calendário anual de assiduidade ... 40 Tabela 3 - Horário semanal ... 40

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1

INTRODUÇÃO

O futebol hoje em dia não é só uma modalidade desportiva como um espetáculo, por tudo o que o envolve. Ser treinador é movimentar e gerir todos os agentes que de uma forma direta ou indiretamente afetam a sua equipa. Como diz Meinberg (1991, citado por Barbosa, 2011), o treinador tanto é um benévolo voluntário, com um profissional a tempo inteiro; um anónimo treinador de clube, como um treinador de seleção nacional; um empenhado mas não qualificado treinador, como um treinador altamente qualificado; um treinador de jovens, como um treinador de seniores.

Treinar não é apenas preparar física e taticamente os jogadores para o jogo, nem escolher a melhor equipa e realizar as substituições corretas, é muito mais do que isso. Treinar é impor as ideias de jogo, interagir e motivar jogadores, tirar o máximo de rendimento dos jogadores, estar preparado com métodos viáveis de avaliação, gerir da melhor forma a teia da estrutura, etc… isto vai de encontro à ideia de Rosado e Mesquita (2007, citado por Barbosa, 2011), que dizem que treinar deve ser compreendido como orientar a aprendizagem e desenvolver capacidades com os meios adequados à natureza desse aprendizagem e desenvolvimento. Ou como diz Mourinho (2006) citado no mesmo documento: “para mim, o treino, em toda e qualquer circunstância, podendo ser ou não de forma significativa aquisitivo, tem de ser sempre uma relação íntima com aquilo que queremos para o jogo”.

Sendo o estágio uma atividade em que se coloca em prática os conhecimentos teóricos estando constantemente a ser supervisionado, acompanhado e orientado para que resulte uma constante evolução do estagiário levando à sua autonomia, isto porque no dia-a-dia do estágio enfrentam-se situações semelhantes às que se vai encontrar mais tarde no mercado de trabalho. Neste sentido, tracei como objetivos de estágio: orientar e acompanhar uma equipa de formação e competição de futebol.

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Esta proposta surgiu por intermédio de um amigo meu, Luís Fonseca, ex-aluno do Instituto Politécnico da Guarda, que conhecia o responsável pela escola do Milan, o Sr Nélson Antão e me aconselhou a optar por este estabelecimento como meu local de estágio.

Este relatório surge como complemento desse estágio que se realizou durante o ano letivo de 2012/2013 e teve início no dia 1 de Setembro de 2012 até dia 30 de Junho tendo-se respeitado a carga horária semanal estipulada pelas normas do Estágio. Como já referi, este estágio foi realizado nas escolas de futebol de formação do AC Milan que têm o seu campo de treinos no Estádio do Bessa. Os objetivos propostos para este estágio incluíam orientar, na qualidade de treinador adjunto, uma equipa de futebol de competição dos escalões de sub15 e acompanhar as restantes de formação, observando metodologias e planos.

Na realização deste relatório pretendo descrever as atividades realizadas durante o período de estágio. Começo por caracterizar o concelho em que o meu estágio está inserido. Descrevo a história da cidade do Porto e da Boavista (sitio da freguesia de Ramalde) finalizando com a caracterização do estabelecimento de ensino e as instalações desportivas da organização que me acolheu, bem como a instituição que me formou. Numa última parte serão abordados os objetivos e competências desenvolvidas, como as metodologias de trabalho, a relação entre os conhecimentos adquiridos e a prática, todas as atividades desenvolvidas, as reuniões com os orientadores, realizando também uma análise crítica e por fim uma conclusão.

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FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

Dado do aluno: Fábio Alexandre de Sousa Barbosa Dados da Empresa: AC Milan Scuola Calcio Portugal

Morada: Rua Primeiro de Janeiro, Estádio do Bessa XXI 4100 - Porto Período da realização: 1 de Setembro – 30 de Junho

Orientação e Supervisão:

Coordenador de Estágio do Curso –Doutor Carlos Francisco Supervisores do Local do Estágio –Nélson Antão

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APRESENTAÇÃO DA CIDADE E DO CLUBE ASSOCIADO

Tendo como referência a Wikipédia, a cidade do Porto, situada a nordeste da Península Ibérica nasceu no ano de 417 tem atualmente uma população de 237.584 habitantes (resultados preliminares obtidos dos censos 2011) numa área de 41,66 km².

Esta cidade obteve um grande impulso económico com o desenvolvimento das relações inter-regionais e através da sua agro-indústria do vinho do Porto, tornando-se como principal fonte económica e promotora de estruturas económicas vigentes a nível nacional e posteriormente, internacional (a Bolsa de Valores de Lisboa e Porto).

A cidade do Porto é conhecida como a cidade

Invicta, com o título de “Antiga, mui Nobre, sempre Leal e Invicta” que resulta dos feitos valorosos dos seus habitantes ao longo do tempo. Foi também do seu primeiro nome, “Porto Cale” que originou o nome de Portugal.

O Porto é mundialmente conhecido pelo seu vinho de qualidade, e portanto alberga inúmeras caves. A sua arquitetura peculiar, antiga e contemporânea é também uma imagem de marca assim como alguns pontos turísticos como a Torre dos Clérigos, Fundação de Serralves, Centro Histórico, várias Casas-Museu/Museus, o Estádio do Dragão, a Foz.

Ao nível de acessos a cidade possui o aeroporto Francisco Sá Carneiro, via-férrea ou rodoviária. Dentro da cidade ainda há a possibilidade de se deslocar através da rede de autocarros, comboios, metro e ainda desfrutar de um passeio agradável de Barco Rabelo (visível na imagem número um) pelo Rio Douro.

ILUSTRAÇÃO 1 – Brazão da cidade do Porto

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A gastronomia é composta por vários pratos da tradicional culinária portuguesa. Os pratos típicos por excelência da cidade são “as tripas” à moda do Porto, o bacalhau à Gomes de Sá e, mais recentemente, a “Francesinha”.

E como também não podia deixar de ser, a cidade é representada pelo Futebol Clube do Porto, um clube com imensos títulos e vitórias ao nível nacional e internacional, em que nos últimos 20 anos conseguiu elevar o seu nome aos mais altos patamares da história do futebol mundial.

A cidade conta não só com o Futebol Clube do Porto como também com imensas equipas dentro do distrito, assim como o Boavista Futebol Clube.

O Boavista FC tem sede na freguesia de Ramalde, no Porto. A zona da Boavista é geralmente conhecida pela enorme praça de Mouzinho de Albuquerque, também chamada de Rotunda da Boavista, sendo assim a maior praça da cidade do Porto.

O sítio da Boavista alberga também dois edifícios conhecidos, a Casa da Música e o Centro Comercial Brasília. O primeiro é a principal sala de espetáculos do Porto, funcionando como acolhedora de inúmeros eventos, desde concertos a exposições ou mesmo atividades educacionais.

O Boavista Futebol Clube é um clube com dinamismo sobretudo no Futebol mas é multifacetado com rede desportiva no ciclismo, boxe, xadrez, boccia, etc… totalizando, assim, 16 modalidades.

O seu apogeu futebolístico remonta ao ano de 2000/2001 em que se sagrou campeão da primeira liga

portuguesa, com o treinador Jaime Pacheco a comandar as tropas axadrezadas, sob a presidência de João Loureiro.

Uns anos mais tarde passou por uma debilidade financeira, chegando inclusive à bancarrota, e após bastantes ações comunitárias em detrimento do clube por parte dos adeptos, o Boavista FC conseguiu erguer-se e apresenta-se atualmente na segunda divisão zona norte, defrontando equipas como o Chaves, Varzim e Infesta.

ILUSTRAÇÃO 2 – Logótipo do Boavista

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7 Em 2010 o Boavista ligou-se às escolas de formação do AC Milan em Portugal com o intuito de que estas tomassem a liberdade de conduzir os atletas em formação para posteriormente colocá-los na esquipa boavisteira em troca eram utilizadas as instalações do clube axadrezado.

A inauguração de uma escola Milan em Portugal é explicada pela cultura de futebol intrínseca no país.

Segundo o site do Milan, a primeira escola de futebol de formação do AC Milan abriu em Portugal utilizando as estruturas do estádio do Bessa, na Boavista no dia 27 de Agosto de 2010. Mas é a 10.ª que o clube italiano possui fora do seu país. As escolas de formação do AC Milan são detentoras do maior número de títulos do mundo. O projeto das escolas de formação de jovens do AC Milan nasceu em 1999.

Esta escola italiana, através das equipas técnicas tenta transmitir a todos os jogadores valores que admitem defender, assim como: liderança, organização, competência, ambição, inovação, dedicação, cultura de vitória, ética, confiança, responsabilidade social, eficiência, educação e vanguardismo.

Para além das equipas técnicas e dos administradores, os recursos humanos abrangem também os departamentos da Fisioterapia, da Nutrição, da Psicologia, da Pedagogia e do Scouting.

As escolas estão destinadas a jogadores dos 3 aos 18 anos, com ou sem experiência ou pretensões desportivas futuras. Também dá lugar a treinadores qualificados e a futuros treinadores.

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A estrutura do clube é a seguinte:

Ilustração 3 – ORGANOGRAMA DA ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DA MILAN SCUOLA CALCIO PORTUGAL

Esta escola também possui um ponto essencial que ajuda a identificar a escola de uma forma positiva, possui modelos de trabalho os quais os treinadores devem seguir. Modelos que ajudam a dar uma identidade própria ao clube no que toca nos processos de jogo, comportamentos, idealizações, ambições, etc… modelos que vou passar a explicar.

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9 MODELO TREINO MILAN

Um dos princípios metodológicos do Milan é que todas as equipas se comportam seguindo o mesmo modelo. Este modelo diz que as sessões de treino são sempre enquadradas com os princípios gerais de treino, aplicando sempre os seguintes objetivos nos exercícios durante uma sessão.

O Princípios dos 4 exercícios é uma orientação para o treinador que consiste

em aplicar num padrão competitivo, que treina 3 vezes por semana e com a duração de 1h por sessão constituída por 4 exercícios. Ficámos então com o seguinte:

1º Exercício - Foco especial no desenvolvimento técnico, surge através de linhas

de treino técnicas com dinâmicas, orientadas em função das necessidades de cada posição de jogo, fugir/sair do analítico e do comum, procurar com critério variabilidade técnica dentro do processo de jogo.

2º Exercício - Desenvolver as capacidades coordenativas, técnicas de corrida e

variabilidade de ações técnicas coletivas, a ideia passa por conseguir estabelecer circuitos, estações em formatos de espaços reduzidos de forma a elaborar elevado grau de toma de decisão.

3º Exercício - Fase de aplicação de um dos 4 momentos de jogo, sempre com

foco especial em exercícios de posse bola, procurar atingir sub estruturas do jogo, recortar muito os momentos e aplicar as ideias do jogo.

4º Exercício - Fase de aplicação do jogo, estrutura-lo em função dos

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CARACTERIZAÇÃO NA GESTÃO DO TREINO

Partindo do princípio que cada sessão de treino tem a durabilidade máxima de 1h15 é pertinente e essencial rentabilizar ao máximo o tempo de ação/dinâmica de treino e como tal é fulcral respeitar os seguintes passos:

 Nos momentos de transições ter sempre todos os jogadores em ação técnica;

 A sessão deve de ser pensada sempre de forma a não existirem paragens para entrega de coletes, explicação excessiva no campo;

 Devem de explicar os exercícios aos jogadores no balneário de forma a aproveitar tempo de treino;

 Tentar que as botijas de água estejam próximas do espaço de treino;  Ter perceção de boa gestão do espaço de treino e comunicação

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11 TABELA 1 Modelo da gestão semanal do treino

MODELO DA GESTÃO SEMANAL DO TREINO

Treino Nº 1 - 1h15 D

ata - Escalão - Equipa técnica - Unidade -

PrPriinnccííppiiooss GGeerraaiiss PrPriinnccííppiiooss EEssppeeccíífificcooss Objetivos

Focalizado na descompressão mental Ativação lúdica com contextualização técnica Exercício 1

Espírito de grupo Técnica individual Exercício 2

Índices de concentração + baixos Posse bola complexidades baixas Exercício 3

Complexidade baixa Situação jogo – princípios de jogo 1.1 - 1.2 – 1.3 – 1.4 Exercício 4

Aperfeiçoamento técnico

Treino Nº 2 - 1h15 D

ata - Escalão - Equipa técnica - Unidade -

PrPriinnccííppiiooss GGeerraaiiss PrPriinnccííppiiooss EEssppeeccíífificcooss Objetivos

Grandes princípios orientadores de jogo Técnica coletiva/circuitos coordenativos Exercício 1

Aperfeiçoamento tático Princípios de jogo 1.1 – 1.2 - 1.3 - 1.4 Exercício 2

Índices concentração elevados Princípios de jogo 1.1 – 1.2 - 1.3 - 1.4 Exercício 3

Exigência elevada Princípios de jogo 1.1 – 1.2 - 1.3 - 1.4 Exercício 4

Treino Nº 3 - 1h15 D

ata - Escalão - Equipa técnica - Unidade -

PrPriinnccííppiiooss GGeerraaiiss PrPriinnccííppiiooss EEssppeeccííffiiccooss Objetivos

Índices de concentração moderados Técnica finalização Exercício 1

Preparação para jogo Estruturas estáticas defensivas 1.1 – 1.2 – 1.3 – 1.4 Exercício 2

Correções aspetos competitivos Estruturas estáticas ofensivas 1.1 – 1.2 – 1.3 – 1.4 Exercício 3

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13 MODELO DE CARACTERÍSTICAS POSICIONAIS PRETENDIDAS

Como qualquer outra equipa, o Milan tem estereotipado o tipo de jogadores que pretende para cada posição, e uma direção específica para orientar os jogadores para esse mesmo modelo.

Há notoriamente algumas características mentais que se repetem, isto porque a disciplina mental é algo que é muito valorizado por nós, Milan.

GUARDA-REDES

Técnico-Táticas:

 Primeiro Jogador a iniciar o ataque;  Domina o jogo com os dois pés;

 Acompanha a movimentação ofensiva da equipa;

 É permanentemente uma linha de passe recuada para reconstrução do ataque;  Capacidade de objetiva e inteligentemente dar continuidade aos momentos de

construção Mentais:  Concentrado;  Comunicativo  Confiante Físicas:  Rápido  Estatura elevada  Ágil

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DEFESAS LATERAIS

Técnico-Táticas:

 Dar Amplitude e Profundidade, participando nas ações ofensivas pelo corredor;  Leitura e Toma de decisão;

 Receber inteligentemente mediante a variabilidade do jogo;

 Dar continuidade aos momentos de organização ofensiva como de transição ofensiva;

 Mobilidade ofensiva- Desmarcações;  Criar desequilíbrios pelo sector lateral;

 Dominar perfeitamente as técnicas de passe/receção, drible e cruzamento.

Mentais:  Perspicaz  Concentrado  Comunicativo  Determinado  Desequilibrado DEFESA CENTRAL Técnico-Táticas:

 Leitura e perceção do jogo

 Realizar uma rápida e inteligente circulação de bola  Realizar coberturas ofensivas

 Precisão e timing de passe

 Facilidade na orientação do passe/receção com ambos os pés  Participar nos lances de bola parada

 Dominar as técnicas de passe/receção, orientação corporal e cabeceamento

Físicas:

 Rápido

 Boa resistência aeróbia  Ágil

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15 Mentais:  Perspicaz  Concentrado  Comunicativo  Determinado  Agressivo MÉDIOS DEFENSIVOS Técnico-Táticas:

 Através da sua compreensão, leitura e perceção de jogo, dar amplitude e profundidade ao jogo ofensivo

 Definir o ritmo de jogo nos diferentes momentos

 Assumir Funções de liderança e de organização de jogo, de forma simples, objetiva e inteligente

 Mobilidade em espaços ofensivos

 Dominar na perfeição a técnica de passe/receção, orientação corporal, jogo aéreo

Mentais:  Perspicaz  Concentrado  Comunicativo  Determinado  Líder

 Poder de decisão elevado

Físicas:

 Rápido

 Boa capacidade de resistência aeróbia

 Estatura elevada  Bons índices de força  Lateralidade

Físicas:

 Rápido

 Boa resistência aeróbia e anaeróbia

 Estatura elevada  Bons índices de força

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MÉDIOS INTERIORES

Técnico-táticas:

 Através da sua compreensão, leitura e perceção de jogo, dar amplitude e profundidade ao jogo ofensivo

 Definir o ritmo de jogo nos diferentes momentos

 Assumir funções de liderança e de organização de jogo, de forma simples, objetiva e inteligente

 Mobilidade em espaços ofensivos

 Dominar na perfeição a técnica de passe/receção, orientação corporal, jogo aéreo

Mentais:  Perspicaz  Concentrado  Comunicativo  Determinado  Líder

 Poder de decisão elevado

MEDIO ALA/EXTREMO

Técnico-Táticas

 Dar amplitude e profundidade, participando nas ações ofensivas pelo corredor  Leitura e tomada de decisão

 Receber inteligentemente mediante a variabilidade do jogo

 Dar continuidade aos momentos de organização ofensiva como de transição ofensiva

 Mobilidade ofensiva – Desmarcações  Criar desequilíbrios pelo setor lateral

 Dominar perfeitamente as técnicas de passe/receção, drible e cruzamento

Físicas:

 Rápido

 Boa resistência aeróbia e anaeróbia

 Estatura elevada  Bons índices de força

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17 Mentais:  Perspicaz  Concentrado  Comunicativo  Determinado  Desequilibrador  Imprevisível AVANÇADO Técnico-Táticas:

 Dar profundidade ao ataque  Jogar de costas para a baliza  Dominar os tipos de desmarcação  Criar espaços e arrastamentos

 Finalizar com ambos os pés e cabeça

 Dominar perfeitamente as técnicas de passe/receção, drible e cabeceamento  Agressividade, objetividade e velocidade na área e no 1 x 1.

Mentais:  Perspicaz  Concentrado  Comunicativo  Determinado  Destemido  Poder de decisão Físicas:  Rápido

 Boa resistência aeróbia e anaeróbia

 Ágil

Físicas:

 Rápido

 Bons índices de força  Boa resistência anaeróbia

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LIGAÇAO APRENDIZAGEM-PRÁTICA

Nas disciplinas de Aprendizagem e Controlo Motor e Desenvolvimento Motor e Análise de Motricidade aprendemos que a análise do comportamento do movimento corporal ou dos segmentos estão diretamente relacionados com a biomecânica e neurofisiologia, então percebe-se que caso as ligações neurológicas estejam em formação ao mesmo tempo que os segmentos corporais estejam em crescimento vai resultar uma deformidade no movimento e no controlo do mesmo, assim como dificulta a interação com o meio envolvente.

Pois, também é sabido que o movimento resulta de uma operação mental memorizada (fase da codificação, fase do armazenamento e fase da evocação), o que significa que na fase de desenvolvimento e crescimento em que os atletas mais novos se encontram é normal que a aprendizagem de um movimento técnico com bola, por exemplo, seja mais difícil de assimilar e repetir corretamente se o crescimento do atleta esteja a ocorrer demasiado depressa. Magil (2001, citado por Carolina, 2012) refere que “a aprendizagem motora diz respeito às alterações na capacidade de um individuo para desempenhar uma habilidade. Pressupõe uma melhoria relativamente permanente no desempenho como resultado da prática ou da experiência”.

Godinho et al (2002, citado por Carolina, 2012), diz que a aprendizagem é observada “quando consideramos o comportamento na perspetiva da sua transformação ao longo de um determinado período de tempo, por efeito da prática”.

Os atletas normalmente não respeitavam os 3 tipos de componentes de uma habilidade motora (Magil, 2001 citado por Carolina, 2012).

 Componentes relativamente à postura

 Componentes relativamente ao transporte corporal

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E por isso, o ensino nestes escalões mais jovens incide numa primeira fase sobre estes aspetos técnicos, como a receção de bola orientada, o passe, o remate, as fintas de corpo básicas, o remate, as bolas altas, entre outros…

Estas foram algumas dificuldades que observei quando acompanhei estes escalões. Por exemplo, notava-se bem as dificuldades no controlo de bola quanto à posição do pé dominante, na técnica de corrida com e sem bola, no movimento corporal desajeitado no momento da finta, na postura corporal tensa no momento de receção da bola e muitos outros exemplos, e por isso era algo que se incidia bastante nas camadas mais jovens e nos escalões mais velhos de formação, pois também estes tinham pouca ou nenhuma experiencia futebolística.

Já no que diz respeito aos ensinamentos da disciplina de Atividade Física Adaptada (a crianças, mais especificamente) ela mostrou-me com clareza que desde cedo a criança começa a praticar atividade física. Ela ainda não tem os movimentos corporais desenvolvidos e já tem ânsia por correr, jogar, brincar. Pode-se dizer que o desporto para as crianças é adaptado por ser item de comparação com o desporto praticado por adultos e por isso existe uma desvantagem/incapacidade no momento da realização das tarefas. É útil para a recreação e processos mentais que as crianças devem desenvolver.

Abaixo estão descritas algumas estratégias utilizadas nos atletas mais novos de modo a proporcionar-lhes a melhor evolução e desenvolvimento desportivos (Garganta, 1995, citado por Sacadura, 2011):

 A aprendizagem deverá ser faseada e progressiva, do fácil para o difícil, do simples para o complexo;

 A divisão do jogo em fases tem de respeitar sempre o que o jogo tem de essencial, a cooperação, a oposição e a finalização;

 Formas lúdicas com regras simples, com poucos jogadores e espaço reduzido, permitindo um grande número de ações e finalizações, são as mais indicadas;  O jogo deve estar sempre presente.

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21 Os exercícios propostos para as crianças devem ser simples, pois grande parte das crianças não têm conhecimentos nem capacidades para se desenvolverem sozinhas. Por isso os exercícios não devem ser complexos, e na altura de explicar o exercício, o treinador deve realizar o exercício. Isto porque as crianças têm mais facilidade na compreensão do exercício se virem como se realiza em vez de explicado verbalmente.

A diferença que reparei neste âmbito entre vários escalões é que nos mais novos (escalões 2005/2006) eu tinha de explicar todos os processos de treino por exemplificação enquanto nos mais velhos só era necessário em exercícios táticos novos e complexos, todos os restantes exercícios bastava dar a instrução básica que eles compreendiam prontamente os objetivos gerais e específicos do exercício.

No que diz respeito às etapas de evolução do ensino do futebol, estes passos são essenciais para respeitar o desenvolvimento mental e tático da criança (Pacheco, 2001) e Wein (1995, citado por Sacadura, 2011):

1. Relação do jogador com a bola (eu e a bola) – obter o domínio da bola e o equilíbrio do corpo no momento do drible

2. Relação do jogador com a bola e com a baliza (eu a bola e a baliza) – concluir eficazmente as ações de jogo (finalização) e construir a noção de defesa da baliza

3. Relação do jogador com a bola, com a baliza e com o adversário (1 x 1) – Construir a noção da presença do adversário

4. Relação do jogador com a bola, com a baliza, com o colega de equipa e com o adversário (jogo coletivo) – criar o hábito de se deslocar e de estar em constante movimento para passar e receber a bola, privilegiando o jogo a 2 5. Relação do jogador com a bola, com a baliza, com os adversários e com os

companheiros (o jogo a 3 ou mais) – jogar com os companheiros, progredindo no terreno e tendo uma noção da ocupação racional do espaço de jogo.

6. Relação do jogador com a bola, com a baliza, com os adversários e com a equipa (a transição e organização defensiva e ofensiva) – desenvolver as tarefas e as funções do jogo em equipa nos processos de transição e organização defensiva e ofensiva, ocupando racionalmente o espaço de jogo.

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Esta questão das fases de aprendizagem pude ver aplicada também porque é um método quase obrigatório e que se deve respeitar para que a evolução do individuo seja mais eficaz. Nos atletas mais novos os exercícios eram simples em que começavam com adaptação a bola com a utilização de cones e obstáculos, já numa fase média em que à partida já tinham estas questões básicas (técnica individual, adversário e baliza) assimiladas, e entravam as questões táticas para facilitar a aprendizagem das posições colocavam-se sinalizadores a limitar os espaços que os atletas podem ocupar para começarem a ganhar consciência. E são este tipo de estratégias que se utilizam para facilitar esta aprendizagem por fases, pois se colocássemos imediatamente os atletas na última fase, eles eventualmente até conseguiam realizar o exercício mas era incompreensível e difícil de assimilar para posteriormente aplicar em jogo.

Para que a criança evolua como pessoa, Wein (1995, citado por Sacadura, 2011) destaca quais deviam ser os objetivos da formação:

 Oferecer à criança situações ricas e variadas em contacto com a bola;  Dar ao principiante a possibilidade de se expressar, qualquer que seja o

seu nível de prática, através de seu conjunto de vários jogos que respeitem o seu estado mental e físico

 Motivar o atleta, tanto pela frequência de contactos com bola como o número de golos que é capaz de marcar em cada um dos seus jogos simplificados.

Por outro lado de modo a contribuir para esse crescimento, para Adelino, Bento e Coelho (1999, citado por Sacadura, 2011), os objetivos do treinador são:

 Contribuir para a formação do jovem em todas as suas facetas

 Criar as premissas indispensáveis para os jovens alcançarem, em cada etapa, o nível ótimo do seu desenvolvimento

 Desenvolver o gosto e o hábito da prática desportiva regular

 Desenvolver nos praticantes uma atitude positiva de participação e persistência

 Orientar as expetativas dos jovens num sentido realista

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23 É importante perceber e respeitar que as crianças possuem uma enorme margem de progressão e sobretudo que cada criança tem uma evolução característica, própria e diferente, ou seja umas evoluem mais precocemente que outras. Então um dos objetivos do planeamento de atividade física para as crianças é gerar uma criança saudável e divertida, que envolve gastar as energias próprias da idade e também distrai-las das preocupações como a escola, os pais, etc; em detrimento da especialização precoce que pode trazer alguns malefícios. Além disto, a atividade física e o desporto estimulam o crescimento, promovendo um bom desenvolvimento muscular, pulmonar, cardíaco e vascular. Esta também é uma das preocupações da escola, portanto passa por deixar os miúdos contentes com a prática. Sendo assim a escola realizou e participou em alguns eventos e convívios para que os atletas tivessem algumas experiências novas e retirá-los de alguma monotonia. Algumas vezes fomos com todas as camadas de formação para o Parque da cidade ter treinos mais didáticos e divertidos, outras vezes colocámos esses mesmos atletas em torneios para ganhar alguma experiencia competitiva e que eles adoravam, porque relembro que estas equipas de formação apenas treinam para assim que estiverem aptos integrarem equipas de competição na Associação de Futebol do Porto.

Nos jovens devemos privilegiar o gosto pela modalidade, a criação de hábitos desportivos, de disciplina, higiene, aquecimento, etc. Pois o treinador acaba por ser um complemento importante aos pais e professores do atleta, no que diz respeito à sua educação e à sua formação como pessoa e cidadão. Até porque há vários tipos de pais e que fazem diferentes tipos de pressão, nomeadamente nos dois polos, o pai que pressiona o filho/atleta a ter êxito, e aquele que nem sequer se interessa sobre as atividades do filho. Há pais que direcionam a sua pressão para o treinador, situação que se pode tornar espinhosa caso haja desacordo, ou sobre o árbitro.

Tipos de Pais:  Desinteressados  Supercríticos

 Impulsivos durantes os jogos  “Treinadores de bancada”  Super protetores

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Quanto aos pais dos atletas em suma não tiveram comportamentos indignos, embora esporadicamente um ou outro pai se exaltasse na bancada, pois também eles estão dentro do modelo comportamental que a escola privilegia. Por outro lado, em algumas equipas que defrontámos tinham na bancada a apoiá-los pais que ficavam aquém de um modelo comportamental ético, em que pressionavam constantemente os árbitros, os treinadores ou mesmo os próprios filhos/atletas, o que prejudicava todo o ambiente de jogo e destabiliza o forro mental dos atletas instigando-os a comportamentos violentos física e verbalmente. Algo que me entristece visto serem atletas jovens e que mais tarde transportam estes comportamentos para o futebol profissional, deixando o futebol um desporto feio.

No treino de formação existem algumas dualidades também no que diz respeito ao que abordar no treino de crianças e jovens. Nas crianças mais novas 5-8 anos, pertencentes a escalões de formação, o treino deve ter uma ação lúdica que os motive e os entretenha, e claro sempre com uma situação de jogo para começarem a adquirir princípios básicos, a nível tático (posições e comportamentos sem bola) técnico (passe e algumas fintas) e também algumas regras essenciais. No treino de jovens mais velhos já se podem incluir jogos de número reduzidos, capacidades técnicas (como a finalização, bolas altas) e táticas (movimentações, bolas paradas)

Pude constatar este facto porque uma vez que acompanhei um grupo de crianças (6- 10 anos) e de fato elas necessitavam mais de ações lúdicas porque demonstravam falta de interesse em tarefas mais complexas e limitadas onde a ideia era transmitir por exemplo aspetos táticos; enquanto nos mais velhos (de 13-15 anos) demonstravam mais aptidões para exercícios táticos pois compreendiam melhor o que lhes era pedido e o porquê e compreendiam também que ajudava tanto no jogo individual como coletivo propulsionando melhores resultados desportivos. Mesmo em conversa com alguns atletas no final do treino, ao lhes confrontar com esses mesmos aspetos eles demonstravam assertividade na resposta e compreendiam a razão subjacente às ações e comportamentos que lhes sugeria.

Há muito trabalho pela frente com os jovens, pois eles valorizam mais a componente técnica e menos a tática, de modo que um dos objetivos de um treinador de jovens é essencialmente focar que uma complementa a outra sendo indissociáveis.

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25 Por exemplo Matveiev (1986, citado por Ferreira, s/d), considera a Técnica como o modelo ideal da ação competitiva (mental, verbal, gráfico, matemático ou outro) elaborado com base na experiência prática ou mesmo teórica. Por outro lado Weineck (1994) citado pelo mesmo autor entende a Tática como o comportamento racional, regulado pela própria capacidade de rendimento do praticante, do adversário e das condições exteriores, no confronto individual ou coletivo.

Riera (1995, citado por Ferreira, s/d), entende que à noção de técnica se encontram relacionados 3 aspetos:

 A execução de uma ação;

 A interação com a dimensão física onde a ação é realizada;  Eficácia da ação.

Já quanto à tática o mesmo autor fala de outras 3 ideias:  O alcance de um objetivo;

 A existência de um oponente que contrarie essas conquistas;  As condições ambientais variáveis.

Castelo (1996, citado por Ferreira, s/d), torna as duas indissociáveis dizendo que “o gesto técnico é inseparável da tática desportiva, exprimindo-se na noção de ação (gesto) técnico-tática”.

Basicamente o que isto quer dizer é que não existe uma modalidade coletiva em que um gesto técnico não seja utilizado para resolver um problema de jogo e que ao mesmo tempo não existe nenhuma ação tática que possa ser resolvida sem o apoio técnico dos atletas.

Ainda sobre o treino nos mais jovens, a intensidade e as cargas devem começar reduzidas e ir aumentando gradualmente, de escalão em escalão. Principalmente nesta fase da adolescência, em que todos os segmentos corporais estão em crescimento, é preciso que haja alguma preocupação com a intensidade porque alguns exercícios podem levar a uma atrofia ou lesão. Fora as várias lesões musculares devido ao esforço ou traumáticas que ocorrem nas disputas da bola, na minha equipa tivemos um caso de uma doença osteopática - Osgood-Schlatter, que consiste numa dor localizada na

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tuberosidade tibial especialmente devido à tensão local, exercida pelo músculo quadríceps durante sua contração.

Os adolescentes atletas são os mais afetados, principalmente os que praticam atividades que envolvem maior participação do músculo quadríceps como o basquetebol, o futebol, o ciclismo, saltos e corridas (Lourenço 2000, citado por Borges, 2011).

Depois surge uma afirmação para quem defendia a saúde dos jovens desportistas, “a criança joga, faz educação física mas não treina”. Ou seja, esta frase transporta a atividade física na criança para as atividades lúdicas e didáticas porque as crianças são movidas a alegria e divertimento. Mesmo a educação física tem uma definição distinta do treino, enquanto a primeira faz alusão a uma generalidade de ações físicas e diversos desportos para o bem da saúde, o segundo proporciona a melhoria e especificidade com a intuição de ganhar, de competir e de superação.

Já na Pedagogia falou-se e fala-se sobre o modo de comunicação com crianças, a linguagem que se utiliza e se adapta de acordo com o tipo de criança que estamos a dar o feedback.

A Pedagogia é designada como “a ciência da educação das crianças e arte e a técnica de ensinar. De uma forma mais geral, a pedagogia é a reflexão sobre as teorias, os modelos, os métodos e as técnicas de ensino para lhes apreciar o valor e lhes procurar a eficácia. A pedagogia destina-se a melhorar os procedimentos e os meios com vista à obtenção dos fins educacionais” (Ramiro Marques).

Esta arte ensina que a complexidade da linguagem do treinador para um atleta tem de se adaptar conforme a idade e maturidade deste, ou seja, quando o treinador se dirige para uma criança, a linguagem deve ser básica, simples, de modo a que o jovem entenda sem grande dificuldade. O treinador deve também adaptar a fala e o tom de voz para que a criança sinta afinidade ou autoridade de acordo com a necessidade da situação. Por exemplo, para crianças realmente jovens (4-8 anos) é aconselhável que o treinador/professor utilize um diálogo fantasioso, metafórico e “acriançado”.

Por exemplo, eu como durante a semana orientava uma equipa de escalões sub15 e ao sábado escalões de formação sub9, por vezes cometia o erro de utilizar terminologia mais complexa com os mais jovens e obviamente demonstravam

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27 dificuldade em me perceber e então eu tentava utilizar um vocabulário mais percetível para eles.

À medida que o jovem amadurece o discurso muda e isto reflete-se na imagem do jogador. Também é importante saber qual a intenção que o jogador tem na prática desportiva para também saber que exigências colocar, e consequentemente, qual a melhor maneira de o abordar nas ocasiões propícias de maneira a ter o melhor feedback.

Isto até admito ser fulcral, até porque dentro do grupo da minha equipa deparei-me com situações em que alguns atletas tinham pretensões diferentes das nossas (equipa técnica) o que levava a algum descontentamento da parte desses mesmos jogadores. Alguns queriam jogar em posições diferentes, alguns achavam que estavam a ser subvalorizados e portanto queriam jogar mais, ou sobrevalorizados achando que o treino tinha altas intensidades e que não as podiam acompanhar. Uns contentam-se com o empate ou mesmo com as “vitórias morais” e outros não, tendo que adaptando o discurso para uns e para outros. Numa altura em que faltavam 3 jogos para acabar a primeira fase do campeonato, antes das férias de natal, convocámos uma reunião de equipa para traçar alguns objetivos para esta reta final e então lançámos a seguinte questão aos jogadores: “Quantos golos vamos marcar e quantos golos vamos sofrer?” e deparámo-nos com várias respostas desde números concretos realistas e irrealistas a respostas do género “marcar o mais possível e sofrer o menos possível”. Conclusão, nós, equipa técnica, lançámos os números concretos e realistas e a partir desse momento toda a equipa lutou para o mesmo objetivo, conseguindo também observar uma maior união e entreajuda.

“A criança não é uma miniatura de adulto e a sua mentalidade não é só quantitativa, mas também qualitativa diferente da do adulto, de modo a que a criança não é só mais pequena, mas também é diferente” (Claparede citado por Weineck, 1991, p.246) e por isso não podemos pedir o mesmo aos dois e mudar apenas a carga por exemplo, há todo um entendimento do que é a crinça e as suas necessidades das quais temos de separar das de um sénior e portanto ir aproximando com o tempo essas diferenças.

Para Vygotsky (1984, citado por Oliveira, s/d) o ato de brincar possui um papel de grande importância na constituição da inteligência infantil. Para este autor é a brincar e a jogar, que a criança mostra a sua situação cognitiva, visual, auditiva, tátil e motora,

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além da forma como aprende a entrar numa relação com os eventos, as pessoas, coisas e símbolos.

Segundo Illich (1976, citado por Oliveira, s/d) "As atividades de recreações são muito importantes para o desenvolvimento da criança, tanto para os aspetos físicos e intelectuais, como para os sociais. A recreação desenvolve na criança quatro tipos de benefício":

 O benefício físico: satisfaz as necessidades do crescimento e cria a competitividade nas crianças;

 O benefício intelectual: o divertimento torna-se agente responsável pela desinibição e produção de um estímulo mental e altamente fortificante;

 O benefício social: os jogos simbolizam uma realidade inatingível;

 O benefício didático: as recreações revelam certas aptidões de assuntos considerados desinteressantes, que através de uma aplicação lúdica, ficam mais interessantes. Além de contribuir para questões disciplinares, pois, se há interesse pelo que se ensina, a disciplina acontece.

Eu consegui observar estas 4 componentes evolutivas a um nível prático com os atletas de formação que participavam apenas em alguns treinos didáticos e atividades coletivas. Apercebi-me que irremediavelmente a saúde física e a pré-disponibilidade física para o exercício foi aumentando com a quantidade de prática da modalidade. Na maior parte das crianças senti também uma evolução mental e intelectual principalmente relativamente aos conteúdos abordados no treino e nos comportamentos que também estes foram melhorando. Alguns atletas mais tímidos tiraram proveito dessas atividades coletivas e didáticas para se integrarem socialmente nas equipas, o que os ajuda notoriamente a sentir-se bem.

Mudando de tema e direcionar para a Psicologia do Desporto, pude observar que nas equipas da formação, escalões mais novos, apresentam défice de atenção e facilidade em distrair-se recorrentemente, tanto no momento da instrução do treinador como durante as atividades.

Para Dosil (2004: 178, citado por Cid, s/d) atenção é “uma forma de interação com o meio, na qual o sujeito estabelece contacto com os estímulos relevantes para a

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29 situação do presente momento” enquanto que concentração é a “manutenção das condições de atenção ao longo de um determinado período de tempo”.

Como Abernethy, Summers e Ford (1998: 173, citado por Cid, s/d) concluem, a performance desportiva está “intimamente ligada ao ato de prestar atenção à tarefa (…) os treinadores alertam constantemente os atletas para a importância de manterem a atenção e a concentração” e para estes mesmos autores, atenção significa concentração mental, estado de vigilância, seletividade, pesquisa mental, processamento de informação, etc…

Existem inúmeros fatores que afetam a atenção do individuo, como: • A Idade – a capacidade de atenção aumenta com a idade (singer, 1986) • As Estratégias Visuais – o modo como um indivíduo observa e perceciona as

situações (Godinho, 1985)

• A Ansiedade – um nível ótimo de ansiedade eleva a capacidade de atenção (Viana e Cruz, 1996)

• A Característica da Informação – quanto mais complexa, quanto maior o estimulo, quanto maior a novidade ou surpresa, quanto menor intensidade e quanto mais movimento do estímulo maior nível de atenção necessária (Dember e Warm, 1990)

• A Experiência e nível de prática – a experiência e o nível desportivo levam a uma melhor orientação da atenção para o estímulo que se mostra ser mais importante (Viana e Cruz, 1996; Samulski, 1995)

Estes fatores servem de suporte para o que acabei de dizer, que as crianças quanto mais novas menor o índice de concentração e mais facilidade em distrair-se durante a realização da tarefa. Isto era bastante notório quando o exercício era mais parado com mais instruções e com menos liberdade de expressão física…

Então, torna-se essencial treinar estes aspetos mentais para obter um melhor rendimento desportivo, só que existem algumas dificuldades em encontrar “métodos e estratégias específicos para promover uma melhor atenção” (Cruz e Gomes, 2001: 39) embora hajam instrumentos de medição e avaliação desta capacidade.

Nesta minha experiencia deparei-me com outro problema, a minha equipa inicialmente não mostrava índices competitivos, embora apresentasse resultados

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positivos em casa. Só na fase final se verificou intensidade, concentração, respeito tático, comunicação, evolução técnica, etc… algo que comprova a teoria de Matveiev (1981), onde a forma Desportiva é “um processo de adaptação biológica do organismo ao treino manifestando-se num curto espaço de tempo após um longo período de preparação”. Estado de predisposição ótima, para a obtenção dos resultados desportivos, que é adquirido pelo atleta em função da correspondente preparação em cada novo escalão de preparação”. A forma desportiva “advém da interligação de vários fatores ou dimensões – técnica, estratégico-táticos, físico ou energético-funcional, psicológico ou mental”. (Garganta, 1998 citado por Ribeiro s/d). Pois bem, a minha equipa de facto mostrava falta de maturidade e inclusive alguns jogadores eram instáveis emocionalmente o que se traduzia em maus resultados, embora os treinos prevalecessem idênticos física, técnica e taticamente.

A forma desportiva coletiva, entendida no contexto da manobra da equipa enquanto totalidade, define-se pela maior ou menor coesão, dinâmica, comunicabilidade, interação, coordenação, mobilidade, equilíbrio, motivação… ou seja, no privilégio dado a uma determinada organização de jogo (Leal 2004, citado por Ribeiro, s/d). De facto embora inicialmente não tenha avaliado estes aspetos da coesão, da comunicação, motivação, interação no grupo desde cedo verifiquei alguns comportamentos que não são normais num grupo unido e coeso, até porque a maior parte destes jogadores conheceram-se neste ano e era de esperar algumas desavenças e incompatibilidades uma vez que estamos a falar de um grupo de cerca de 20 indivíduos. Mais tarde, depois de várias intervenções e conversas com os atletas que visavam ajustar os seus comportamentos, realizei um questionário direcionado para a avaliação da coesão de grupo (colocado em Anexo) e conclui que a coesão do grupo possui valores altos e a forma desportiva coletiva melhorou (constatação obtida através dos resultados conseguidos pela equipa).

Uma vez que a forma desportiva é notada através da observação, por não haver ferramentas metodológicas concretas e viáveis, chegámos à conclusão de Popper (1991, citado por Ribeiro, s/d) que sugere o seguinte: “para que os nossos sentidos nos digam alguma coisa, temos que possuir conhecimento prévio: para podermos ver uma “coisa”, temos de saber o que são “coisas”. Basicamente a investigação científica nos desportos coletivos passa por elaborar um método de diagnóstico que permite avaliar o rendimento dos atletas percebendo assim quando eles estão a agir negativa ou

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31 positivamente. Esses métodos surgem para comparar a qualidade das exibições (baseada nos comportamentos técnico-táticos e físicos). Por exemplo, verificámos que os atletas estão numa forma ótima quando estão animicamente mais fortes e fisicamente mais aptos.

Podemos afirmar, então, que a análise/observação da forma dos jogadores passa por “partir do pressuposto qualitativo em que eu espero que a minha equipa seja capaz de apresentar um determinado padrão de ações durante o jogo” (Rafael, s/d), sendo que se essas ações não ocorrerem estamos a enfrentar uma quebra de forma, ou melhor dizendo, o atleta está física, psicológica, técnica ou taticamente afetado.

A frase que se segue é uma reflexão do conceito de forma desportiva em confronto com a ligação corpo-mente: “o esforço só faz sentido quando se joga verdadeiramente; o músculo só conta se o cérebro estiver a funcionar; a velocidade só tem importância se quem a utiliza souber travar, tal como a coragem só serve de arma enquanto houver gente com medo” (Dias 2002, citado por Ribeiro, s/d).

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A minha adaptação ao clube

Na primeira fase desta adaptação, houve sobretudo um reconhecimento do que são as infraestruturas do clube e a metodologia de treino inclusivamente realizaram-se algumas reuniões entre treinadores e departamento metodológico para uma melhor transmissão das ideias do clube. Desde cedo reparei que o clube demonstra possuir ligações coesas desde os administradores e diretores até aos treinadores e mesmo jogadores sendo possível em qualquer momento a interação destes. Mesmo os pais têm um papel ativo no dia-a-dia do clube, assistindo aos treinos e até mesmo chegando alguns a serem os “team managers”. Desta função faz parte:

 Ser intermediário entre os treinadores e os pais, caso haja alguma notícia relevante, ou alguma situação que afete o treino;

 Ser intermediário entre treinadores e árbitros em situações especiais, como comportamentos de atletas

 Preencher fichas de jogo;

 Organizar a viagem para os jogos realizados fora de casa;  Tratar dos equipamentos dos atletas;

 Etc…

Inicialmente, a alguns treinadores de várias camadas jovens (tanto de formação como de competição) ainda não lhes tinham sido atribuídos treinadores adjuntos e, graças à minha precoce chegada ao clube, pude acompanhá-los e consequentemente observá-los.

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Sendo que a minha função inicial foi simplesmente acompanhar os treinadores principais dos vários escalões de formação e seus respetivos atletas, de modo a compreender as diversas fases de aprendizagem e de evolução que os jogadores atravessam. Esta observação levou-me a aperceber de alguns problemas presentes na formação, mas também algumas virtudes. Problemas que eram mais diluídos nos escalões de competição. O défice de atenção e a consequente facilidade em distrair-se eram recorrentes nos jogadores (como já o disse anteriormente), tanto no momento da instrução do treinador como durante as atividades. A disciplina e atenção eram difíceis de implementar pela minha parte isto porque não tinha experiencia e nem fazia parte da minha personalidade impor disciplina, mas fui-me apercebendo que para que o treino corresse de uma forma ideal era importante que eu fosse mais autoritário até mesmo para ajudar os treinadores que acompanhei.

Posso então afirmar que a minha fase de adaptação à escola passou pela observação e uma ligeira interação com a maior parte das turmas que estão integradas nestas escolas de formação. Levando-me a concluir inúmeros prossupostos intrínsecos nas disciplinas de Aprendizagem e Controlo Motor, Desenvolvimento Motor e Análise de Motricidade, Atividade Física Adaptada (a jovens), Pedagogia e claro, Treino Desportivo que destaquei anteriormente.

Aos escalões de competição é exigido mais do que aos escalões de formação (resultados, evolução tática e técnica mais rápida, maturação mental dos atletas, etc…) e por consequência aos treinadores também, e é natural que a postura se adapte. Aos escalões de formação é apenas desejada a evolução significativa tanto psicológica como dentro do campo (tática, técnica e física). Sendo assim cada uma das partes sentirá um nível de pressão diferente e consequentemente um nível interventivo diferente. Mas é importante não haver um descuido só porque não são esperados resultados, mas sim é importante trabalhar diariamente ao máximo.

À medida que alternavam os escalões que eu acompanhava também se notava uma diferença significativa nos jogos lúdicos em comparação à situação de jogo, em concreto.

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35 Era de esperar que os jogadores mais velhos pretendessem mais tempo de jogo, de competição interna e menos exercícios técnicos, por exemplo, e que os jogadores mais novos dessem mais importância a aprender uma finta nova, uma vez que careciam de alguns aspetos técnicos e possuíam enormes defeitos táticos por serem jogadores a moldar.

Os escalões de formação revelam-se ser boa para um treinador iniciado porque a maior parte dos jogadores demonstravam debilidades técnicas e fracos conhecimentos táticos, tendo que na maior parte das vezes chamar à atenção para o básico, como:

• O posicionamento,

• A atitude a ter em alguns lances

• Como realizar da melhor maneira alguns gestos técnicos

• Qual a melhor opção (remate ou passe, e em caso de passe, qual a melhor linha de passe) a tomar em alguns momentos.

E senti que isto era importante e benéfico pois ganhei confiança nas atitudes pedagógicas que tinha de tomar, porque inicialmente sentia timidez e insegurança que me impedia certas vezes de exteriorizar as ideias de jogo. Tendo então sobretudo levado a uma maturação da minha parte.

Também observei as várias posturas dos próprios treinadores, desde o treinador mais calmo (com menor frequência de feedback, mais observador) até ao mais interventivo (com maior número de feedbacks de reação). Penso que as atitudes dos treinadores variavam sobretudo com o grau de empenhamento motor dos alunos/jogadores mas também com o escalão. Mas não só, claramente cada treinador possui uma identidade e postura própria e que esta não afeta necessariamente a equipa, pois existem equipas que precisam de mais instruções e outras menos mediante o nível da sua tomada de decisão e automatismos.

Quando me colocaram definitivamente numa equipa a desempenhar o papel de treinador adjunto nos escalões de 1998/1999 falei com o treinador principal de modo a perceber as ideias gerais do jogo, alguns comportamentos que ele pretendia que eu tomasse na minha interação com a equipa, qual o meu papel durante o treino, etc. Mas ainda assim, senti que pouco a pouco o meu papel foi-se tornando mais polivalente, começando pelo simples feedback durante o treino e jogos, terminando no papel de

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próprio organizador e orientador de exercícios, fisioterapeuta, team manager, observador (scout), treinador e preparador de guarda-redes, psicólogo, pedagogo, treinador principal na ausência do treinador, e cheguei à conclusão que ser treinador é isso mesmo, é entrar em todas as funções e conseguir desempenhar um pouco de todas elas mediante algumas imprevisibilidades e necessidades momentâneas. Mas claro que a função de treinador é treinar e orientar uma equipa para o sucesso utilizando os melhores métodos de treino que tenha a disposição e deve haver, se possível, um especialista em cada área para não dispersar um treinador da sua função principal.

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CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

Os jovens que acompanhei como já foi referido tinham entre 14 e 15 anos, dos escalões de 98/99 sub-15 que pertenciam à escola de formação Scuola Calcio Milan, que treinava no Estádio do Bessa, mas que vestiam azul e branco porque representavam o Clube Desportivo do Torrão, clube com o qual o Milan realizou um contrato para os seus jogadores representarem este clube que faz parte do Distrito do Porto.

Grande parte dos atletas ao início tinham algumas dificuldades em aceitar a liderança e o seu comportamento não era o mais correto visto que grande parte conheceu-se este ano. Nomeámos capitães os 2 jogadores mais experientes, fisicamente mais corpulentos, psicologicamente mais maduros e dos quais não tínhamos razões de queixa no que diz respeito ao comportamento.

A maioria eram de 99 e como consequência tinham certa desvantagem física e técnica com os restantes colegas de 98 o que levou a uma maior dificuldade na adaptação. A defesa (defesas centrais, laterais e médio defesa centro/pivôt) era o setor mais físico porque optámos por privilegiar a defesa e em sofrer o menor número de golos possível e só depois organizar a equipa no seu processo ofensivo.

Acho natural, nesta fase da adolescência haver lugar para a brincadeira, até porque serve como fator de motivação, mas nestes jogadores houve inúmeros momentos de irresponsabilidade, mau comportamento e ações imaturas tanto nos treinos, como no balneário, bem como nos jogos, para os restantes colegas de equipa e para os outros agentes desportivos. Algo que trabalhamos bastante ao longo da época e obtivemos resultados.

Ao longo da época fui colocando alguns questionários aos jogadores para ter uma melhor perceção sobre aquilo que eles sentiam relativamente a diversas situações.

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O primeiro questionário visava saber a perceção dos jogadores relativamente à qualidade de treino, dos colegas de equipa, da equipa técnica e do próprio jogador. As questões foram criadas por mim e validadas pela psicóloga do clube. As questões foram criadas de acordo com a informação que a equipa técnica precisava para avaliar o bem estar dos atletas. O questionário está colocado no Dossier de Estágio

O segundo questionário foi mais direcionado para os comportamentos técnico-táticos de cada atleta e também este questionário foi realizado por mim. Este questionário está colocado no Dossier de Estágio

O terceiro questionário foi um Questionário de Ambiente de Grupo, (QAG) criado por Carron et al (1985) e validado para português que utiliza a escala Likert. Este questionário procura avaliar a coesão de um determinado grupo de trabalho e neste caso foi a equipa que eu orientava. Decidi colocar este questionário porque a equipa se apresentava numa fase menos boa no campeonato e haviam bastantes problemas dentro do balneário e assim este questionário ajudou-nos a detetar o problema e a arranjar uma solução para esta fase. Sendo que a harmonia da equipa começou a ser mais vincada. Este questionário está colocado no Dossier de Estágio

O quarto questionário foi colocado apenas ao guarda-redes da equipa com o intuito de avaliar os seus diversos estados de ansiedade e confrontar isso com a sua prestação e resultados dos jogos, de modo a medir a sua importância visto que ele estava a ter sinais de ansiedade num ambiente pré-jogo. O questionário utilizado foi o questionário CSAI-2 (Competitive State Anxiety Inventory-2), um questionário com variáveis multidimensionais que avalia o estado de ansiedade competitiva e foi inicialmente criado por Martens et al (1983) e posteriormente traduzido e validado por Raposo (1995). Este questionário está colocado no Dossier de Estágio

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CALENDARIZAÇÃO

Nesta secção coloquei o calendário anual de assiduidade, estando preenchido com as horas de estágio cada dia do mês. Entre os horários estipulados inicialmente, estão também marcados alguns horários relativamente a eventos como torneios, workshops e convívios. Também estão marcados os dias que faltei ao estágio por doença. No total perfaz cerca de 470 horas. No mês de julho também realizei estágio, porque assim me foi pedido, mas como não estava acordado inicialmente, não estão marcados os dias.

Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

1 9h-13h 18h-22h 19h-22h 9h45-13h 10h30-13h 2 18h-22h 9h45-13h 18h30-21h30 11h-13h 10h30-13h 3 19h-21h30 10h-13h 9h45-13h 9h45-13h 18h30-21h30 19h22h 4 18h-22h 7h45-12h 18h30-22h 18h-22h 11h-16h 5 18h30-21h30 10h-13h 18h30-22h 9h45-13h 19h-21h30 6 18h30-22h 10h30-13h30 7 9h-13h30 19h-21h30 18h30-22h30 9h45-13h 18h30-21h30 8 9h30-13h 19h-22h 18h30-22h 19h-21h30 11h-13h 9 18h-22h 9h45-13h 10h-12h30 10h30-13h 10 19h-21h30 10h-13h 9h45-13h 9h45-13h 19h-22h 18h30-22h 11 15h-16h30 9h45-13h 9h15-16h45 12 18h-21h 19h-22h 19h-21h30 19h-22h 9h-13h 13 18h30-22h 18h30-22h 10h30-13h30 14 18h30-20h45 9h45-14h 18h-21h 18h30-22h 8h45-13h 19h-22h30 15 10h-12h00 10h30-13h30 19h-22h Doente 19h-21h30 13h15-19h30 16 18h-22h 15h-18h30 9h45-13h 19h-22h 11h-13h Doente 17 18h40-21h 18h45-22h 10h-13h 9h45-13h 7h45-12h30 19h-21h30 18h30-22h 18 18h30-20h 8h45-12h30 18h30-22h 10h30-12h 19 18h30-21h 17h45-22h15 19h-21h30 10h30-13h 19h-22h 8h45-12h30 18h30-22h00 20 18h15-20h30 10h-13h30 9h45-13h 18h30-22h 18h30-22h 10h30-13h30

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21 18h15-20h45 9h-13h30 18h30-21h30 18h30-22h 7h45-11h30 19h30-21h30 22 9h30-12h 19h-22h 18h00-22h 19h-21h30 10h00-13h 23 18h-22h 11h-13h 11h-13h30 24 18h30-22h 10h-18h 9h45-13h 8h45-12h30 19h30-21h30 18h30-22h30 25 18h30-22h30 7h45-11h30 10h30-13h 26 19h-21h 18h-22h Lesão 9h30-13h30 27 10h-13h 18h30-22h 13h-18h Lesão 19h-22h 28 19h-20h45 9h-13h30 18h30-21h30 18h-22h 7h45-11h30 29 10h30-13h30 18h30-22h 19h-21h30 30 14h-16h30) 18h-22h 9h-17h 31 19h30-22h Páscoa 19h-22h

TABELA 2 - Calendário anual de assiduidade

Agora segue-se o Horário semanal do estágio, em que novamente o verde corresponde à assiduidade. Este horário é um horário regular, uma vez que nem sempre era possível a presença a estas horas, entrava por vezes mais cedo, saia mais tarde ou mesmo eventos ou convívios que correspondiam a um maior número de horas ou em dias que não são os assinalados a verde.

Os treinos eram à segunda, quarta e sexta e jogo ao domingo, mas uma vez que às segundas era impossível a minha presença por ter aulas pelo que eu compensava a minha presença aos sábados com as equipas da formação.

Hora/Dia Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom 9 10 11 12 13 14 18 19 20 21 22

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ESTÁGIO

OBJETIVOS

Os objetivos inicialmente acordados foram:

• Acompanhar uma equipa de competição na função de treinador adjunto • Observar escalões mais novos de formação

A quantidade de objetivos aumentaram com a necessidade da equipa e do clube, evoluíram então para os seguintes objetivos:

 Programar e orientar exercícios de treino individuais e coletivos  Realizar convocatórias

 Dar feedbacks nos treinos e jogos

 Participar ativamente em palestras nos jogos e treinos

 Orientar a ativação funcional geral da equipa e do guarda-redes no ambiente de pré-jogo

 Elaborar de Relatórios de jogo e relatórios de treino  Realizar observações de outras equipas

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43 PROGRAMAR E ORIENTAR EXERCÍCIOS DE TREINO

INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Neste capítulo vou apresentar e explicar alguns exercícios que criei ao longo do ano e que resolvi aplicar por serem importantes ao nível da organização ofensiva, finalização e transição defensiva visto serem alguns dos pontos fracos da equipa e também exercícios utilizados no treino do Guarda-redes, uma vez que eu era o responsável por esta tarefa.

Neste exercício o objetivo era disciplinar taticamente e sectorialmente os atletas para que eles respeitassem as posições num processo de organização ofensiva para que tivessem espaço para a tomada de decisão, pois em cada setor havia igualdade numérica. Um outro objetivo era potenciar a finalização, mas não esquecendo a transição defensiva, daí colocar para a equipa branca um contexto de 2 x 1 numa parte final do exercício, para obrigar a outra equipa a transitar mais rapidamente.

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Quanto a este exercício existe de igual modo a limitação espacial, podendo eventualmente ser quebrada com algumas ruturas com e sem bola. A ideia dos setores laterais com superioridade numérica é com apenas 2 ou 3 passes colocar logo a bola na área para um dos 2 Avançados disponíveis (vermelho e amarelo) que trabalharão independentemente um do outro e que encontram pela frente apenas um Defesa e o Guarda-redes. No setor intermédio prevalecia na mesma o 2 x 1 para privilegiar o remate fora da área ou a tabela com o avançado.

Os restantes jogadores realizavam 2 x 2 + joker para se manterem ativos e depois entrarem no exercício.

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45 Estes 2 exercícios são direcionados para a técnica do Guarda-redes, que carecia de rapidez de execução de alguns movimentos como a saída no 1 x 1, e tinha alguns defeitos mesmo ao nível da técnica de saída, da queda lateral, força de pés e alguma agilidade.

Este exercício tinha à disposição 5 bolas espalhadas pela pequena-área, em que eu sem o guarda-redes saber escolhia uma das 5 e fazia a minha corrida até ela para rematar e ele tinha de se antecipar. A ideia era levantar-se rapidamente de uma bola e ir imediatamente para outra, tendo que defender as 5 bolas seguidas.

O objetivo era melhorar a sua rapidez e tomada de decisão na abordagem ao lance do 1 x 1.

Neste exercício o que era pedido era o trabalho de pés seguido de uma queda lateral, em que o guarda-redes tinha de fazer skipping baixo até um cone, realizar um salto (elevando os joelhos até ao peito) e de seguida novamente um skipping baixo até ao cone, mais um salto, e logo depois uma defesa para um dos lados à minha escolha e imediatamente após levantar-se e realizar outra defesa no sentido contrário.

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47 REALIZAR CONVOCATÓRIAS

As convocatórias antecediam os jogos, e eram realizadas e entregues no último treino antes do jogo, à sexta. As convocatórias têm informações básicas como o local do jogo com coordenadas, horas da concentração e do jogo, data e contactos. Segue-se um exemplar:

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49 DAR FEEDBACKS NOS TREINOS E JOGOS

Como é sabido, há a linguagem verbal (oral ou escrita) e a linguagem não-verbal (corporal, física, gestual). Segundo Ellis e McClintock (1993) a comunicação verbal reúne quase sempre uma intenção deliberada na transmissão de uma mensagem. E como tal, o transmissor procura sempre deixar clara e compreensível essa mensagem, auxiliando-se ou não de outro tipo de linguagem, mas mesmo assim chegou-se à conclusão que existe uma diferença entre o significado da mensagem e o significado que o orador pretende transmitir. Isto porque as expressões faciais (ou forma não-verbal de comunicação) podem dar a ideia contrária da afirmação, podendo elas não serem claras e uma vez que têm de ser descodificadas pelo recetor em última análise pode ser mal compreendidas. Para além disso, os chamados códigos paralinguísticos (o volume do discurso, o tom, o sotaque, a velocidade e erros na fala) também influenciam a compreensão e atenção do ouvinte, bem como o estado emocional, a personalidade, estatuto social, etc, do orador.

Penso que é importante referir que a comunicação não-verbal se guia através de 3 pressupostos, segundo Corraze (1982):

 Qualidades físicas, fisiológicas e nos movimentos do corpo;  Objetos associados ao corpo, como roupas, adereços, rituais;  A dispersão dos indivíduos no espaço (físico ou territorial).

Num estudo realizado em 1970 por Birdwhistell concluiu que apenas 35% do significado de uma conversa correspondia a linguagem verbal e 65% a linguagem não-verbal. Mehrabian 2 anos mais tarde, obteve resultados similares, mas separando a linguagem verbal (7%) da linguagem para-verbal (38%) e não-verbal (55%). Esta discrepância deve-se ao facto que a linguagem não-verbal não é tão linearmente influenciada pela consciência.

Referências

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