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ENCERRADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009

É com muita satisfação que apresentamos aos Senhores Acionistas o Relatório de Administração da Obrascon Huarte Lain Brasil S.A. relativo ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2009.

1. CONTEXTO DOS NEGÓCIOS E ATIVIDADES NOSSAS ATIVIDADES

A OHL Brasil é a maior operadora de rodovias no país em quilômetros administrados, com 3.226 km localizados no principal eixo econômico do país e que possui elevada densidade demográfica.

Antes dos Leilões de Rodovias Federais promovidos em outubro de 2007 pela ANTT, a OHL Brasil detinha 100% do capital de 4 concessionárias (Autovias, Centrovias, Intervias e Vianorte: “Concessionárias Paulistas”), todas localizadas no Estado de São Paulo, numa extensão de 1.147 km e com prazos remanescentes de concessão entre 8 e 18 anos.

Com a vitória em todos os 5 leilões em que participou, dos 7 lotes leiloados, passou a administrar ao todo 9 concessões de rodovias no Brasil, correspondendo a aproximadamente 22% do total de quilômetros sob concessão no país, no final de 2009. Atualmente o prazo médio de sua carteira de concessões é de 17 anos e meio.

Além das concessionárias, a OHL Brasil detém 100% da SPR - Sociedade para Participações em Rodovias S.A.; 100% das empresas Latina Manutenção de Rodovias Ltda., Latina Sinalização de Rodovias Ltda.e Paulista Infra-Estrutura Ltda, sociedades para fiscalização, gerenciamento de obras e manutenção de rodovias; e 4,68% da STP – Serviços e Tecnologia de Pagamentos S.A., sociedade que tem o propósito de desenvolver negócios relacionados com o sistema de cobrança eletrônica de pedágio, em âmbito nacional.

A estratégia de crescimento da OHL Brasil baseia-se na participação em processos de licitação de novas concessões de infra-estrutura na área de transportes, a participação em processos de PPP (Parcerias Público-Privadas), assim como a possibilidade de aquisição de outras concessionárias já existentes.

MERCADO DE CONCESSÕES

Os programas de concessões de rodovias iniciaram-se a partir de 1994, quando os governos federal, estaduais e municipais incluíram a participação da iniciativa privada no esforço de

Os investimentos em modernização e ampliação da malha rodoviária abrangida por estes programas são realizados com recursos provindos da cobrança de pedágios e de financiamentos de longo prazo - Project Finance - concedidos por bancos de fomento e bancos comerciais nacionais e estrangeiros, conjuntamente com aportes de capital realizados pelos acionistas das concessionárias.

Atualmente no Brasil existem 52 concessões rodoviárias entre estaduais, federais, municipais e PPP’s, com aproximadamente 15.244 km administrados pela iniciativa privada.

Segundo o Relatório Anual da ABCR, para o ano de 2008, 768 milhões de veículos foram pedagiados, sendo 532 milhões de veículos leves e 190 milhões de veículos pesados. O total de investimentos realizados pelas concessionárias de rodovias foi de R$10 bilhões e R$3 bilhões foram pagos ao Poder Concedente pelas concessionárias. De 2002 até 2008, segundo o Relatório Anual da ABCR do ano de 2008, 2.054 Km de pistas novas foram construídas, 23.253 Km de pistas foram recapeadas, 347.417 m² de pontes e viadutos foram construídos e 1.328.109 m² de pontes e viadutos foram reformados.

Processos de concessão realizados recentemente

Com o objetivo de continuar desenvolvendo a logística e a infra-estrutura de transportes nacional, de modo a viabilizar o escoamento da safra brasileira e o transporte de sua produção industrial, o Ministério dos Transportes, em 9 de outubro de 2007 realizou um leilão através da ANTT, concedendo sete lotes de rodovias federais que compõem a 2ª Etapa do Programa Federal - Fase I de Concessões Rodoviárias a serem explorados e administrados pela iniciativa privada durante 25 anos.

Em 21 de janeiro de 2009 foi concedido por um período de 25 anos, um lote de rodovias federais no Estado da Bahia que compõem a 2ª Etapa do Programa Federal - Fase II de Concessões Rodoviárias, abrangendo 680,6 Km.

A 2ª Etapa do Programa de Concessões Rodoviárias do Estado de São Paulo teve início em 2008, sendo que o critério de escolha das concessionárias foi o menor valor de tarifa básica de pedágio ofertada, resultando em deságios de até 61% sobre os valores tetos estipulados, segundo dados da ARTESP. O modelo adotado foi o de concessão onerosa pelo prazo de 30 anos, prevendo outorgas fixas para as concessionárias explorarem os trechos ao longo desse período. Conforme dados da ARTESP, os cinco lotes rodoviários licitados em outubro de 2008 compreendem 1.715 km de rodovias.

Também em 2008, o trecho Oeste do Rodoanel Mário Covas foi concedido à iniciativa privada. Para essa concessão o Governo do Estado de São Paulo estipulou uma outorga fixa de R$2 bilhões. A extensão do trecho é de 32 km e a concessão tem o prazo de 30 anos. A tabela a seguir mostra o estágio atual das concessões rodoviárias brasileiras existentes:

1º Etapa ... 6 1.482 15/25 2º Etapa – Fase I... 7 2.601 25

2º Etapa - Fase II... 1 681 25

Total Federal ... 14 4.764

Programas Estaduais de Concessões

Nº de contratos Quilômetros Prazo (anos)

Estado da Bahia... 1 217 25

Estado do Espírito Santo... 1 68 25

Estado de São Paulo... 18 5.315 20/30

Estado do Rio Grande do Sul... 7 1.729 15

Estado do Paraná... 6 2.549 24

Estado do Rio de Janeiro... 2 200 25

Total Estadual ... 35 10.078

Programa Municipal de Concessões

Nº de contratos Quilômetros Prazo (anos) Rio de Janeiro... 1 25 25 Total Municipal... 1 25

Parcerias Público-Privada

Nº de contratos Quilômetros Prazo (anos)

Estado de Minas Gerais... 1 371 25

Estado de Pernambuco... 1 6 33

Total PPP... 2 377

Total... 52 15.244 Fonte: ABCR, ARTESP e ANTT

A crescente participação da iniciativa privada no financiamento de projetos de infra- estrutura é uma realidade derivada da limitação orçamentária e de endividamento do poder público para atender à crescente demanda por investimentos nesse setor.

A Companhia acredita que, no caso brasileiro, de modo a acompanhar o crescimento econômico, há necessidade de melhoria das vias de transporte, o que gerará grandes oportunidades para a participação da iniciativa privada neste processo, sobretudo no setor de rodovias.

mil km poderão ser licitados em breve.

2. CONJUNTURA ECONÔMICA

A Companhia é diretamente afetada pelas condições econômicas gerais do Brasil e a evolução de seus negócios está geralmente relacionada com a evolução da economia, em especial com as taxas de inflação, taxas de juros, políticas governamentais, flutuações do câmbio, políticas tributárias e variações do produto interno bruto.

Nos últimos 14 anos, desde o início do Plano Real, o Brasil evoluiu para um quadro de estabilidade econômica acompanhado pelo crescimento gradual e sustentado da economia. Após a ligeira estagnação de 1999, quando o PIB brasileiro cresceu apenas 0,3%, de 2000 a 2008 houve uma expansão anual média de 3,7% do PIB brasileiro. Esse fato é explicado, em especial, pelo bom desempenho das exportações, pelo aquecimento da demanda interna e pelo aumento dos investimentos nos últimos 5 anos, que passaram de 15,4% em relação ao total do PIB, em 2003, para 19,6% em relação ao total do PIB, em 2008.

Nos anos de 2007 e 2008, o PIB brasileiro apresentou expressivo crescimento, respectivamente, de 5,7% e 5,1%, conforme dados do IBGE. Ao mesmo tempo, os índices inflacionários apresentaram significativo aumento, sendo que o IPCA medido pelo IBGE saltou de 4,46%, em 2007, para 5,90%, em 2008, e o IGP-M apurado pela FGV, subiu de 7,75% para 9,81% no mesmo período.

Em razão disso, houve um discreto aperto da política monetária, quando a taxa SELIC passou de 13,25% no início de 2007 para 13,75% no final de 2008.

Por sua vez, entre 2007 e 2008, o mercado de trabalho brasileiro apresentou recuperação, segundo pesquisa do IBGE, com elevação da população ocupada de 20,4 milhões para 21,1 milhões, com redução da taxa de desemprego de 9,3% para 7,9% e do aumento do rendimento médio real dos trabalhadores de R$1.258,00 para R$1.301,00 no mesmo período.

No quarto trimestre de 2008, houve uma piora da economia mundial em decorrência da crise financeira internacional.

Três variáveis econômicas exemplificam bem tal deterioração: (i) a taxa de câmbio medida pela relação R$/US$ que, em agosto de 2008, estava em torno de R$1,61 depreciou fortemente para R$2,33 (+ 44,7%) no final de 2008; (ii) a produção industrial medida pelo IBGE que, na comparação do 4º trimestre de 2008 com o mesmo trimestre de 2007, recuou 6,2%, após crescimentos superiores a 6% nos 3 trimestres anteriores, e (iii) o risco país medido pelo EMBI (Emerging Market Bond Índex) do JPMorgan saltou de 221 pb no final de 2007 para 428 pb no encerramento de 2008.

econômica brasileira. Frente aos primeiros nove meses de 2008, a produção industrial brasileira registrou, de janeiro a setembro de 2009, recuo de 11,6% como resultado de desempenhos negativos em 23 de 27 atividades industriais brasileiras e de 62 de 76 sub- setores industriais brasileiros pesquisados pelo IBGE. O PIB brasileiro acumulado de janeiro a setembro de 2009 teve queda de 1,7% em relação à igual período de 2008, sendo que as atividades de indústria recuaram 8,6%, as de agropecuária recuaram 5,3% e os serviços cresceram 1,9%.

Entretanto, com o arrefecimento da tensão sobre o mercado financeiro mundial, adicionalmente as políticas econômicas adotadas pelas principais economias mundiais, incluindo o Brasil, a maioria dos indicadores macroeconômicos apresentou sinais de recuperação a partir de meados do ano de 2009, apesar da expectativa dos agentes econômicos, conforme Relatório de Mercado do BACEN, de 11 de dezembro de 2009, apontarem queda de 0,26% no PIB e de recuo de 7,65% na produção industrial brasileira. A taxa de juros SELIC iniciou 2009 em 13,75% e encerrou o mesmo ano em 8,75%. Já a inflação medida pelo IPCA desacelerou de 5,90% em 2008 para 4,31% em 2009, com IGP- M apurado pela FGV apresentando deflação de 1,72% em 2009 frente à alta de 9,81% em 2008.

Como consequência do melhor ambiente macroeconômico, as previsões do Relatório de Mercado do BACEN, de 11 de dezembro de 2009, indicam que o PIB brasileiro deverá crescer 5,03% em 2010 e que a produção industrial brasileira poderá avançar 7%, além de relativa estabilidade das taxas de inflação e câmbio.

3. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E FISCAL CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

De acordo com o Estatuto Social da OHL Brasil, o Conselho de Administração é composto de, no mínimo 5 membros e, no máximo 7 membros. O número dos membros do Conselho de Administração é definido nas assembléias gerais de acionistas pelo voto majoritário dos titulares das ações ordinárias. De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, cada conselheiro deve ser titular de, pelo menos, uma ação de emissão da Companhia. Em 2009 foram realizadas 17 reuniões do conselho de administração.

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