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2 CENÁRIO DE USO DE SMARTPHONES

4.2 Mercado de bolos

Segundo Fernandes (2012), no Brasil, bolo está inserido no setor de confeitaria que, por sua vez, é segmentado em artesanal, semi-industrial e industrial. A autora acrescenta que a confeitaria artesanal é o segmento em que as pessoas produzem em suas casas, já as

semi-industriais são empresas formais que seguem os padrões de legislação à riscos alimentares e produzem quantidades maiores, como, por exemplo, padarias, confeitarias (estabelecimentos) e supermercados. Enquanto a confeitaria industrial é composta pelas indústrias que produzem pré-misturas para bolos e produtos consumo imediato com validades maiores do que os outros segmentos.

Não se sabe, porém, a quantidade de confeitarias artesanais (informais) existentes no Brasil, sendo, portanto, difícil informar com precisão os valores movimentados pelo setor de confeitaria. Lombardi (2012, p. 9) afirma que as informais nascem do talento ou das necessidades das pessoas que buscam uma alternativa para aumentar a renda da família. O autor acrescenta ainda que a falta de conhecimento técnico e de legislação é o maior risco do negócio, visto que pode gerar produtos fora de um padrão higiênico sanitário e até reclamações de clientes (LOMBARDI, 2012). Contudo, de acordo com a ABIMAPI (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), no ano de 2016 os bolos industrializados geraram uma movimentação de vendas equivalentes a 851 milhões de reais.

Após apresentação do referencial teórico, sobre a utilização do smartphone pelos brasileiros, assim como os fatores que influenciam o processo de compra de um produto e a caracterização do bolo e do mercado de confeitaria, a seção a seguir indica as características metodológicas do presente estudo.

5 METODOLOGIA

A metodologia de um estudo se propõe a indicar os procedimentos, ferramentas e caminhos para que se possa atingir a realidade entre a teoria e a prática (DEMO, 1985 apud FONSECA, 2012).

O objetivo da metodologia é o de descrever e analisar esses métodos, lançando luz sobre suas limitações, realçando sua utilidade, esclarecendo em que se baseiam e as consequências que se acarretam, indicando suas potencialidades nas nebulosas áreas das fronteiras do conhecimento (KAPLAN, 1972, p. 25 apud GRESSLER, 2004, p. 42).

Segundo Marconi e Lakatos (2003), ao iniciar uma pesquisa científica há o levantamento de dados de diversas fontes e é feito de duas maneiras: fontes primárias (documental) e secundárias (bibliográfica). Os autores diferem entre as duas ao indicar que a pesquisa documental possui uma fonte da coleta de dados restrita a documentos, já a bibliográfica corresponde às bibliografias públicas relacionadas ao tema estudado. Neste estudo são apresentadas tanto fontes documentais quanto bibliográficas. Nas fontes documentais são incluídos informações de arquivos públicos (ANVISA) e fontes estatísticas (CONECTAÍ Express, Cetic.br, Deloitte, ABIMAPI). Já as fontes bibliográficas estão presentes no levantamento dos conceitos que permeiam a parte teórica já apresentada (teses, monografias, artigos, livros).

Quanto aos objetivos propostos, a pesquisa é exploratória, ao situar os objetivos no uso dos aplicativos de redes sociais na venda de bolos, visto que a definição proposta por Migueles (2004, p. 135), apresenta as pesquisas exploratórias como aquela na qual “o pesquisador não possui informações suficientes ou conhecimentos suficientes para elaborar hipóteses pertinentes”. E também uma pesquisa descritiva, que segundo Gressler (2004, p, 55) “descreve, sistematicamente, fatos e características presentes em uma determinada população ou área de interesse”.

Pode-se dizer que é uma pesquisa qualitativa, pois Dias e Silva (2009, p. 32) aponta que a pesquisa qualitativa apresenta o uso de dados “tais como entrevistas, documentos e dados de observação participante para a compreensão dos fenômenos”. Gressler (2003, p. 43) complementa o conceito de qualitativo quando indica que essa abordagem “não emprega instrumentos estatísticos como base do processo de análise”.

Quanto ao método de pesquisa, foi feita em forma de estudo de caso descrito por Yin (1989 apud DIAS; SILVA, 2009, p. 33) como “uma investigação empírica que estuda um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, especialmente quando os limites entre

o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes”. Yin (2015, p. 4) cita ainda que “como método de pesquisa, o estudo de caso é usado em muitas situações, para contribuir ao nosso conhecimento dos fenômenos individuais, grupais, organizacionais, sociais, políticos e relacionados”.

De acordo com Prodanov e Freitas (2013, p. 62), o método de estudo de caso tem sido utilizado com os propósitos de “explorar situações da vida real cujos limites não estejam claramente definidos”, assim como “descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação” e também “explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que não permitem a utilização de levantamentos e experimentos”.

Para Gressler (2003, p. 86), “a triangulação é um procedimento em que o pesquisador recorre a várias fontes de informações para validar seus resultados”. Segundo Yin (2015), um dos pontos importantes para a realização do estudo de caso é o uso de diferentes fontes de evidências.

Uma das fontes de evidência foi retirada a partir de documentos da empresa onde consta o cadastro de clientes. Com esses documentos foi feito uma tabela com as informações referentes à faixa etária, sexo e a localidade em que residem os últimos 100 clientes cadastrados. Essa tabela pode ser consultada em apêndice, no final do presente estudo, e esses dados foram utilizados para apresentar o perfil de clientes da marca.

Também pode ser apresentada como fonte de evidência a entrevista realizada com um dos proprietários da marca. E, além dela, pode ser apresentada como fonte de evidência a realização de uma entrevista com um cliente da marca. Dentre as características da amostra, pode-se afirmar que ela é por conveniência, visto que foi selecionado como amostra um cliente disponível para a coleta de informações (GRESSLER, 2003).

Marconi e Lakatos (2003, p. 195) apontam que “a entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional”. As entrevistas foram feitas para identificar os fatores que influenciam o comportamento do consumidor de bolos e a utilização de aplicativos no processo de compra.

Quanto ao tipo, elas foram feitas de forma semi-estruturadas, apresentadas por Olsen (2015) como o tipo de entrevista que possui uma estrutura básica definida previamente e preenche o tempo. Isso se dá porque, além da estrutura básica, também foram feitas outras perguntas elaboradas de acordo com as respostas apresentadas pelas entrevistadas.

As perguntas da entrevista tiveram como base o referencial teórico e apresentam a seguinte estrutura:

Quadro 1 – Estrutura da Entrevista

Perguntas Fundamentação Teórica

Uso de aplicativos Quando a marca notou que era preciso usar os aplicativos de smartphone para interagir com os clientes?

Cibercultura; Smartphone; Mídias sociais Como a marca começou a fazer parte das mídias sociais? Cibercultura;

Mídias sociais

Como a marca usa o Whatsapp? Cibercultura;

Mídias sociais; Whatsapp Como a marca usa o Facebook?

Cibercultura; Mídias sociais; Facebook Como a marca usa o Instagram?

Cibercultura; Mídias sociais; Instagram Processo de Compra

O que motiva o cliente a comprar um bolo? Influências do Consumidor

Como surge o modelo do bolo? Produto;

Influências do Consumidor Como os clientes buscam informação sobre os bolos produzidos

pela marca?

Processo de Compra; Busca de Informações Quais os tipos de avaliações que os clientes fazem antes de

comprar os bolos da marca?

Processo de Compra; Avaliação das alternativas Como ocorre o uso dos aplicativos na compra dos produtos da

marca?

Aplicativos; Processo de Compra Quais as atividades que a empresa realiza com o cliente pelas

mídias sociais após a compra?

Aplicativos;

Processo de Compra; Pós-compra

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tendo, portanto, apresentado os referenciais teóricos que implicam no uso de smartphone e seus respectivos aplicativos, assim como as influências relacionadas ao processo de compra e a metodologia abordada no estudo em questão, será apresentada na seção a seguir a análise dos resultados obtidos a partir das fontes de evidências utilizadas.

6 ANÁLISE DE RESULTADOS

Esta seção apresentará sobre a caracterização da marca e os aplicativos utilizados, em seguida são apresentadas as características do perfil de consumidores da marca e os resultados obtidos através das entrevistas com um dos proprietários e com um dos clientes, onde são identificados os fatores que podem influenciar o processo de compra de bolos do consumidor e também apresentando como são usados os aplicativos durante o processo de venda de bolos. Por fim, será feita uma análise sobre o uso de aplicativos de redes sociais pela marca em estudo.

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