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De acordo com Barbosa et. al. (2005), processos metodológicos, ou simplesmente, metodologia é “o conjunto de métodos ou caminhos utilizados para a condução da pesquisa”.

A revisão bibliográfica que foi realizada contou com o levantamento da legislação (atual e das épocas retratadas), artigos científicos, dissertações e teses, livros, entre outros. O material reunido foi coletado na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), através do Laboratório de Geografia e Planejamento Ambiental (LABOGEOPA); internet; Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), através do LAAm – Laboratório de Analise Ambiental do Departamento de Geociências; Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) através do Centro Técnico e Operacional de Porto Velho (CTO-PV), além de material pessoal.

O trabalho de campo constou de validação da interpretação das informações da imagem de satélite LANDSAT 5 TM de 2006 e também da validação dos dados contidos nos mapas de Geologia e Geomorfologia do PLANAFLORO. Para tanto foi utilizado para a coleta de pontos aparelho de recepção via satélite GPS76MAP da Garmin, além de fotos para colaborar nas análises posteriores.

Para o acompanhamento da evolução da área que compreende atualmente o município de Corumbiara, foram utilizadas imagens do grupo de satélites LANDSAT (1, 2, 3 e 5) de diferentes épocas (anos de 1975, 1978, 1981, 1986, 1990, 1992, 1995, 1998, 2000, 2003 e 2006).

As imagens coletadas pelos satélites LANDSAT 1, 2 e 3 (1975, 1978 e 1981), possuem um sistema imageador Multiespectral do tipo MSS (Multispectral Scanner Subsystem), conforme INPE (1997). Este, segundo a mesma fonte, “é um equipamento de varredura ótico-eletrônica, que opera em quatro faixas do espectro eletromagnético, duas no visível (canais 4 e 5) e duas no infravermelho próximo (canais 6 e 7)” (p.05). Cada imagem possui uma área de 185 km, com resolução espacial de 80 x 80m. O quadro 2 apresenta as aplicações das bandas dos satélites LANDSAT 1, 2 e 3.

Esses três primeiros satélites da série LANDSAT foram construídos através de modificações no satélite meteorológico NIMBUS. Os mesmos possuíam uma

órbita circular, quase polar, síncrona com o sol, utilizando uma altitude de aproximadamente 920 km (INPE, 1997).

Para a realização de sua órbita ao redor da Terra, levavam aproximadamente 103 minutos e 27 segundos, em que recobriam 14 faixas da superfície terrestre, fazendo com que passassem pela mesma região a cada 18 dias (INPE, 1997).

Quadro 2: Sistema MSS dos satélites LANDSAT 1, 2 e 3 e suas aplicações (INPE, 1997) Satélites Bandas Faixas Espectrais

(µm)

Aplicação

4 0,5- 0,6 (verde) uso do solo, vegetação, áreas urbanas, qualidade d’água. 5 0,6-0,7 (vermelho) diferenciação de espécies

vegetais, agricultura, qualidade d’água, áreas urbanas

6 0,7-0,8 (infravermelho próximo)

delineamento de corpos d‘água, mapeamento geológico, mapeamento geomorfológico, áreas úmidas LANDSAT 1, 2 e 3 7 0,8-1,1 (infravermelho próximo)

delineamento de corpos d’água, mapeamento geológico,

mapeamento geomorfológico, áreas úmidas e queimadas

As demais imagens (1986, 1990, 1992, 1995, 1998, 2000, 2003 e 2006), foram coletadas pelo Satélite LANDSAT 5, que por ser mais recente possui algumas alterações em relação aos três primeiros satélites, tais como a órbita que passou de 920 km para 705 km, diminuindo conseqüentemente o tempo para realização da mesma, de 103 minutos para 98 minutos. O quadro 3 apresenta as aplicações das bandas do satélite LANDSAT 5.

As mudanças também estão presentes no sensor (Sistema Thematic Mapper – TM), que, conforme INPE (1997, p.06) foi “concebido para proporcionar uma resolução espacial mais fina, melhor discriminação radiométrica em relação ao sensor MSS”.

O Satélite LANDSAT 5 possui sete bandas espectrais (três no visível, uma no infravermelho próximo, duas no infravermelho médio e uma no infravermelho termal), mesma porção de área registrada por imagem (185 km), porém com resolução mais acurada (30 m) em relação aos primeiros (INPE, 1997).

Quadro 3: Sistema TM do satélite LANDSAT 5 e suas aplicações (adaptado de INPE, 1997) BANDAS FAIXA ESPECTRAL (µm) APLICAÇÕES

1 0,45-0,52 (azul) mapeamento de águas costeiras, diferenciação entre solo e vegetação, diferenciação entre vegetação conífera e decídua

2 0,52-0,60 (verde) mapeamento de vegetação, qualidade d’água

3 0,63-0,69 (vermelho) absorção da clorofila,

diferenciação de espécies vegetais, áreas urbanas, uso do solo,

agricultura, qualidade d’água 4 0,76-0,90 (infravermelho

próximo)

delineamento de corpos d’água, mapeamento geomorfológico, mapeamento geológico, áreas de queimadas, áreas úmidas, agricultura, vegetação, 5 1,55-1,75 (infravermelho médio) uso do solo,

medidas de umidade da vegetação, diferenciação entre nuvem e neve, agricultura,

vegetação, 6 10,40-12,50 (infravermelho

termal)

mapeamento de estresse térmico em plantas, correntes marinhas,

propriedade termal do solo, outros mapeamentos térmicos 7 2,08-2,35 (infravermelho

médio)

identificação de minerais, mapeamento hidrotermal

As imagens de 1975, 1978 e 1981 foram solicitadas on-line no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); as 1986 e 2003 adquiridas gratuitamente via FTP junto à Universidade de Maryland, nos EUA; e as demais pertencem ao banco de dados do SIPAM.

Excetuando as imagens de 1990, 2000 e 2006, todas as outras imagens estavam em estado bruto, necessitando um trabalho de composição de bandas e adequação da projeção, sendo diferentes os procedimentos de composição de banda para os LANDSAT 1, 2, 3 e LANDSAT 5.

Para a composição das bandas foi utilizado o software ERDAS 8.1 (licenciado ao SIPAM). Nas imagens LANDSAT 1, 2 e 3 foram utilizadas as três primeiras bandas (4, 5 e 6), sendo posteriormente feita a combinação dos layers (2, 3, 1) para que essas imagens estivessem compatíveis visualmente com as outras (LANDSAT 5).

Nas demais imagens foram utilizadas para a composição as bandas 3, 4 e 5, sendo que na combinação dos layers seguiu-se o procedimento contrário (3, 2 e 1).

Com a combinação de bandas efetivada, foi efetuado o trabalho de acerto das projeções. Como a área a ser trabalhada neste estudo corresponde a um município, foi definido trabalhar com as imagens na projeção UTM, com o Datum SAD69.

As imagens de 1990 e 2000 já estavam georreferenciadas, necessitando apenas que fossem mudados o tipo de projeção e o datum, ficando as mesmas como base para a reprojeção das demais.

A imagem de 1986 já estava ortoretificada pela Universidade de Maryland, porém para o hemisfério norte, o que necessitou, também, apenas a mudança da projeção e do datum para se adequar às especificações solicitadas.

As demais imagens foram corrigidas manualmente, através da coleta de pontos de referência (de 6 a 8 pontos espalhados pela imagem) utilizando como base a imagem de 1990. Coletados os pontos e corrigidos os erros dos pontos (o ERDAS exibe uma tabela informando o “tamanho” do erro, permitindo que, ao se fazerem os ajustes entre as duas imagens, se possa acompanhar a diminuição do erro), e feita uma reamostragem, salvando o novo arquivo (ignorando os zeros e corrigindo as células – 80 metros para as imagens LANDSAT 1, 2 e 3 e 30 metros para as LANDSAT 5).

Acertadas as projeções e o datum, abrem-se as imagens (uma de cada vez) no software ERDAS e insere-se o arquivo com a área do município, para efetuar o corte da imagem no tamanho determinado (neste caso, o arquivo da área do município que estava em formato shape - .shp, foi alterado para o formato AOI - .aoi). Finalizado os procedimentos de corte das imagens, as mesmas estão aptas para serem trabalhadas no software ArcGIS 9 – versão 9.1 (licenciado ao SIPAM).

Para a confecção dos mapas temáticos foram utilizadas as informações do PLANAFLORO (em formato vetorial) contidas no banco de dados do SIPAM, tais como hidrografia, geologia, geomorfologia, sedes municipais, terras indígenas, municípios, estado, entre outras.

Como os arquivos contidos no banco de dados do SIPAM estavam em outra projeção e datum (Lat/Long, WGS84), foi efetuada a reprojeção no software ERDAS para corrigir a projeção e datum conforme às das imagens (UTM, SAD69).

Alguns arquivos vetoriais foram criados, como a tabela dos pontos coletados em campo e os pontos da demarcação da Floresta Estadual de Rendimento

Sustentado Rio Mequéns (apenas os pontos em que a FERS Rio Mequéns abrange a área do atual município de Corumbiara).

Primeiramente foi necessário converter os pontos do perímetro da FERS Rio Mequéns de LAT/LONG para UTM. Os pontos coletados com GPS em campo já estavam em UTM.

Posteriormente, foram criados arquivos no programa Excel (licenciado SIPAM), onde foram inseridas as coordenadas X e Y (em UTM) e salvas no formato DBASE (*.dbf), que é lido pelo ArcGIS.

No ArcGIS foram inseridas as tabelas DBASE e convertidas em formato

shape (.shp). O arquivo dos pontos coletados em campo foi convertido como pontos

e o arquivo da FERS Rio Mequéns foi primeiramente convertido como pontos e posteriormente foi criado um novo arquivo com um polígono dos limites, tendo por base os próprios pontos da demarcação e a descrição entre os pontos contidos no Decreto de criação.

Os trabalhos de análise das imagens, confecção dos mapas e redação final foram realizado no SIPAM por permissão do Gerente Regional, Sr. José Neumar Morais da Silveira e o acompanhamento e orientação pelo Prof. Dr. Luiz Fernando Scheibe, principalmente via internet e telefone.

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