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3.5 ANÁLISE DA REGULAÇÃO DE ATIVIDADES DO SISTEMA LEAN

3.5.1 Metodologia de Regulação de Atividades do Sistema Lean de

Para a avaliação da implantação do Sistema Lean de Produção, utilizou-se e adaptou-se o modelo de regulação de atividades proposto por Guerín, et al (2001) com a introdução de ferramentas e processos utilizados pela empresa (conforme Apêndice A).

Adaptando o modelo de Guerin as características da Bruning Tecnometal Ltda, foi proposto na Figura 8 um modelo de regulação de atividades com a ampliação das quantidades de classes a serem avaliadas – na parte do trabalhador acrescentou-se a avaliação da utilização dos benefícios da empresa, na parte da empresa acrescentou-se a avaliação do desenvolvimento do trabalho e do ambiente de trabalho para identificação das causas raízes de problemas de saúde e/ou produtividade dos funcionários.

Figura 8 – Adaptação do Modelo de Guerin (2001) para regulação das atividades de implantação do Sistema Lean de Produção

Fonte: Autor, 2015

A metodologia de regulação de atividade foi utilizada para verificar a consonância da implantação de ferramentas do Sistema Lean de Produção em atendimento aos preceitos da NR-17 com relação a verificação da adequabilidade das atividades laborais as características psicofisiológicas dos funcionários. Do mesmo modo ela auxilia ao cumprimento da Norma Regulamentadora n°12 (NR-12) ao verificar as condições dos funcionários em relação aos seus equipamentos utilizados nos processos produtivos.

A regulação das atividades tem duas linhas de atuação sobre os efeitos da implantação do Sistema Lean de Produção:

I. PROATIVA

É realizada com o acompanhamento da variação dos índices dos fatores que provocam alterações das Classes (do Trabalhador ou da Empresa).

O objetivo é evitar possíveis alterações negativas da carga de trabalho através da cumulatividade de problemas ao longo do tempo.

12/09/2015 09/09/2015 16/09/2015 05/10/2015 08/11/2015 42316 115,9 115,9

16783 Adm: União estável anos Operador de Perfiladora Auxiliar de Produção Setor: Solda Alumínio Grau Fonte

Dinara Letícia Thiele Prop Quit 41.61 Linha: 47 Plano de Carreira: 1 Trancou o curso técnico em virtude de inexistência de auxílio para realizar os estudos

anos Turno: 1

Panambi ônibus

Grau Fonte Grau Fonte CT/AIAval Func Exp CT/AI Ava Emp Exp Grau Fonte Grau Fonte 2 1 Falta treinamentos de operação dos equipamentos da áreaOPERAR DISP. PERFILADOR 3 LIXAR PECAS 3 1 3 3 3 1 Atividade diferente do que era realizado anteriormenteORGANIZAR/LIMPAR AMB. TRABALHO3 MONTAR PECAS NOS DISPOSITIVOS 3 1 1 3 3 2,4 anos 3 PROCESSAR PECAS S/L 3 SOLDAR PONTO/PROJECAO/COSTURA 3 1 3 3

3 25 anos 3 3 CARREGAR PECAS P/ E-COAT II 3 1 3 3

F 3 3 MOVIMENTAR PECAS 3 1 1 3

3 1 Entende que a equipe de trabalho precisa identificar as tarefas que precisam ser realizadas2 REMOVER RESPINGOS DE SOLDA 3 1 3 3 CHAPEAR PECAS 3 1

3 FAZER ACAB. SUPERFICIAL (LIX.) 3 1 3 ORGANIZAR/LIMPAR AMB. TRABALHO 3 1 3 PREP/OPERAR ROBO SOLDA PONTO 3 1 3 OPERAR SISTEMA CODI 3 1 2 FAZER ACAB SUPERF PECAS APAREN 3 1

Grau Fonte Grau Fonte 3 Grau Fonte Grau Fonte

3 3 3 3 Adabtalidade antropométrica 1 Utiliza um caixote para colocar as peças nas máquinas duas primeiras perfiladoras 3 eventualmente apresenta 3 gripes durante o ano 3 3 2 Falta repassar (permitir acesso) as melhorias da área. 1

3 Princípio de reumatismo nas mãos 3 3 3 3 O ambiente (as atividades) não precisam ter sinalização. 3 3 Faz academia na empresa 3 3 2 Necessitasse de dispositivos que auxiliassen a retirada de peças da perfiladora

3 3 01/05/2015 2 3 Disposit. Aux. Movimentação 3

3 Tiago/Elias 2 Focado só na construção, 2 meses 3 3 Falat entendimento (conhecimento) se os tempos de cilos efetivos atuais são similares as épocas de maior produção.Disposit. Aux. Interpretação 3 1 Construção da casa própria. Parou de estudar para direcionar os recursos para a construção.3 2 meses realizou curso de informática 2 2 Os colegas de ambiente auxiliam na informações dos pontos de nivelamento da produção.3 3 Funcionários são chamados para particpar do desenvolvimento das soluções2 retomar curso técnico em mecânica 2 Falta repassar as informações do balanceamento dos operadores na área3

3 2 Não há acesso requisitado

3 1 Seria importante definir os treinamentos e cronogramas. É mais importante conhecer as máquinas/equipamentos primeiro antes de ser direcionada a um treinamento. 2 Falat comunicação aos operadores sobre as análises de incidentes e/ou situações problemáticas/inseguras.

1 Não recebeu orientações para o trabalho com as perfiladoras Detalhe

Grau Fonte Subir sobre a máquina para ajustar os sensores. Grau Fonte Grau Fonte 3 Reumatologista e ginecologista Riscos de quedas por escorregãos na superfície das estruturas. 3 Falta limpeza das caixas das sucatas para evitar acidentes e simplificar as operações.2 Área fria pela proximidade com janelas

3 3 3

3 3 Alterna entre as perfiladoras 3

3 3 3

3 3

3 3 Falta processos que permitam aos foperadores contactar diretamente os mecânicos/técnicos para solucionar os problemas. 3

QUANTIDADE

QUALIDADE Uso do centro recreativo

Cursos livres Educação academ/profiss MUDA CARGA FÍSICA COMPORTAMENTAL Atividade Ajuste dos sensores Ajuste dos sensores

SAÚDE

Desperdício do Próprio Processo

CARGA COGNITIVA

Temperatura Ruído Levant e Avaliação Perigos

Plano treinamento

* Princípio de reumatismo, oriundo das atividades na Linha 58. É agravado com peças com ciclos de trabalho curtos (peças pequenas em velocidade moderada a alta).

Particip. soluç. prob. tecnic Particip. Alteração processos

UTILIZAÇÃO BENEFÍCIOS Uso do plano de saúde Consultas clínica empresa Consult clín. fora empresa Consultas odontológicas Uso do academia

CARGA PSÍQUICA Tipo de Descperdício

Desperdício do Próprio Processo

Estado disposiv/Equip Kaizen

Tempo Takt

Data Revisão: Data Revisão:

Fabio da Rosa Moreira Nestor Carlos Pautz

Atividade manual Nível de repetitividade Vibrações

MURA MURI

TÉC ERGONOMIA: REGULAÇÃO ATIVIDADES DO SISTEMA DE PRODUÇÃO LEAN

EM ATENDIMENTO A NR-17

Função Carteira: Faixa salarial atual:

- - - FUNCIONÁRIO NÍVEL DE FORMAÇÃO Treinamento Idade Sexo Registro: Nome: - SUPERVISOR: TÉC. SEGURANÇA: MÉDICO TRAB: Adolar Simon

ERGONOMISTA: Data Revisão: Data Revisão: Data Revisão:

Karl Benchimol Xavier do Nascimento

Cent. de Trab. Planejados: 2 semanas no centro de trabalho atual

Fol. de Estudo de Proc. Elementos de Trabalho Posturas Esforços estático EMPRESA CONTRATO TRABALHO Interpretação sinais Concentração Memorização Nível de conhec téc exigido

EXIGÊNCIA FÍSICA EXIGÊNCIA COGNITIVA

Faixa salarial devida:

DISPOSITIVOS TÉCNICOS Função Desempenhada:

Cent. de Trab. Atual:

Variação atividades/tempo Carreg / Levant Estado Civil:

Tipo residência: n° dependentes: Quant dep trab:

DADOS INDIVÍDUAIS

ESTADO INSTANTÂNEO Endereço: Meio Locomoção:

Tempo de empresa Habilidade

VIDA FORA DO TRABALHO Escolaridade

Antropometria Rua do Rincâo, Agrovila Município

Experiência atividade Capac multifuncionalidade Capc. evitamento individual

Outro emprego Trabalho doméstico Filhos <12 anos Atividades físicas

Instruções de trabalhoGBO Capc. evitamento coletivo

Condicionamento físico Estado saúde não muscular Estado saúde mental Nutrição Relação c/liderança

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Tempo de ciclos efetivos Heijunka Endividamento Lazer

Organiz. do Fluxo de Valor

Gozo de Férias Impact. Ativ. Anterior

Estado osteomuscular

-

TAREFAS PRESCRITAS EM RELAÇÃO A SUA CAPACIDADE PSICOFISIOLÓGICA ANTERIORMENTE AVALIADA IDENTIFICAÇÃO DE DESPERDÍCIOS

RELATÓRIO DE PRODUTIVIDADE RELATÓRIO SAÚDE/COMPORTAMENTAL

Particip. segurança ambient

Instruções de Saúde e Segur

5's Kanban Job rotation Ritmo de trabalho Cadeia de ajuda

INDICAÇÃO SOBRECARGA DE TRABALHO

Flexibilidade processos

AMBIENTE DE TRABALHO ATIVIDADE TAREFAS PRESCRITAS

* Atende a quantidade solicitada

* Atende os requisitos de qualidade solicitados Liberd evitamento (ind/Col)

Poka Yoke Andon

Iluminância Exp produtos químicos DESENVOLVIMENTO TRABALHO

Jidoka Aval Segur. dispositivos MAIS EXECUTADAS MAIS EXECUTADAS

II. REATIVA

Realizada a partir da constatação de alterações indicadas no relatório de Saúde ou de Produtividade dos funcionários.

No modelo de regulação de atividades proposto, além das informações ligadas a saúde do funcionário, entendeu-se que modificações negativas dos índices de produtividade dos funcionários, mesmo que estas momentaneamente não estejam impactando negativamente no atual estado instantâneo dos funcionários, poderão causar os seguintes problemas:

• Financeiros, redução de promoções, redução de aumentos salariais e problemas no desenvolvimento de planos de carreira;

• Comportamentais, em virtude de desentendimentos com a sua liderança e/ou colegas de trabalho para atendimento das metas do setor;

• Pessoais/familiares, em virtude de possíveis desgastes da imagem da empresa sob a perspectiva do funcionário, podendo levar o mesmo a desejar sair da empresa.

Assim, caso o funcionário apresente os seguintes sintomas: • Sobrecarga Física, distúrbios osteomusculares;

• Sobrecarga Cognitiva; • Sobrecarga psíquica;

• Redução dos níveis de produtividade.

É citado no treinamento em Ergonomia que o funcionário deve procurar o SESMT da empresa no início dos processos de desconfortos osteomusculares para que evitar o agravamento do seu quadro, realizando uma Anamnese Ocupacional (Conforme Apêndice B). Ou quando houver modificações nos ambientes ou processos de trabalho com dificuldade de definição dos requisitos de segurança e/ou ergonomia.

Verificando alterações nas condições/organização do trabalho, é realizada a avaliação da carga de trabalho do mesmo para entender e mitigar os fatores de risco que estejam impactando no desempenho da sua saúde ou atividades.

Para que houvesse a participação efetiva dos operadores no processo, realizou-se previamente o treinamento dos funcionários: nos conceitos da NR-17 através de um Treinamento em Ergonomia, denominado Módulo I (Sensibilização em Ergonomia); e nos conceitos do Sistema Lean de Produção através de treinamentos das diferentes fases de implantação.

Ao final do treinamento em ergonomia os funcionários preencheram dois questionários de identificação de perigos no ambiente de trabalho: um questionário objetivo, abordando aspectos de micro e macroergonomia (conforme o Apêndice C); e um subjetivo, no qual se solicita a indicação das 10 principais atividades realizadas pelos funcionários com os respectivos perigos (que estão dispostos na legenda) e as respectivas medidas preventivas que estão implementadas ou que deveriam ser – através da opinião do funcionário – (conforme o Apêndice C).

Nos questionários, os funcionários apresentam suas avaliações das condições ambientais, de processos e de procedimentos realizados na empresa ao responder perguntas objetivas. Ainda no questionário, os funcionários indicam com a sua percepção os fatores de riscos físicos, químicos, biológicos, de acidentes e principalmente, ergonômicos que por ventura estejam incidindo nas suas atividades. A percepção dos funcionários, no momento das entrevistas de aplicação da planilha de regulação de atividades (conforme Apêndice A) verifica-se se os fatores de incidência estão ligados ao grupo do trabalhador ou ao da empresa.

Sobre cada item perguntado na entrevista para a regulação das atividades, os funcionários puderam atribuir as seguintes notas: 3=bom; 2=normal; e 1=ruim.

As notas acima indicadas são relativas tanto as ferramentas, condições e organização de trabalho, quanto a aspectos individuais.

Mesmo que de caráter subjetivo – já que fica a critério de cada operador informar o índice de avaliação –, os índices permitem mensurar e determinar uma grandeza relativa que permite definir as prioridades a serem trabalhadas.

Juntamente com a avaliação das ferramentas e ou atividades, os funcionários indicaram a sua exposição as tarefas e/ou condições de trabalho, estabelecidas em quatro níveis: 4=esporádico (pressupõe-se que irá ocorrer ao menos uma vez durante as atividades produtivas, mesmo que não haja caráter cíclico em sua realização); 3=eventual (realizado ao menos uma vez durante o dia ou semana de trabalho); 2=intermitente (realizado ciclicamente durante a jornada de trabalho, mas

com intervalos ou macro pausas); 1=contínua (realizado ciclicamente durante a jornada de trabalho mesmo que com micro pausas).

O objetivo de verificar a exposição foi o de caracterizar a carga de trabalho realizada pelos operadores e auxiliar os gestores no balanceamento de atividades. Mesmo que os itens avaliados tenham pesos diferentes em relação as suas contribuições, eles são igualmente sinalizados para que a liderança possa verificar o seu status e em seguida criar um plano de trabalho que busque melhorar as condições dos funcionários.

Caso os fatores entejam ligados ao grupo do trabalhador, uma equipe multifuncional composta por membros do SESMT, Liderança e/ou Supervisão da Produção e outros como Recursos Humanos é convocada para a realização do Processo de Identificação de Problemas Ocupacionais – PIPO (conforme Apêndice D).

Caso os fatores estejam ligados ao grupo da empresa, uma equipe multifuncional é composta por membros da área técnica, engenharia, layout, processo e/ou PCP é convocada para a realização do PIPO.

Após a identificação dos fatores de riscos biomecânicos, organizacionais, ambientais, físicos ou mentais/psíquicos incidentes sobre os funcionários é realizada a revisão das ferramentas e/ou procedimentos fornecidos pela empresa.

Os Kaizen (Melhoria Contínua através dos planos de trabalho) são sinalizados nos quadros de Kamishibai (Gestão a vista dos acompanhamentos das tarefas), que gerenciam (informam) os problemas encontrados. Dessa forma a relação operador- liderança consegue desenvolver a adequação do Sistema Lean de Produção em acordo com o estabelecido pela NR-17, fornecendo condições e organização do trabalho em consonância com as características psicofisiológicas dos funcionários. Os Kaizens foram divididos em dois grupos: individuais e coletivos.

Os Kaizens individuais se concentram basicamente na verificação da adequabilidade do operador as atividades as quais o mesmo está realizando. Nessa situação, verifica-se que o operador possui características permanentes ou temporárias que o posicionam fora da população apta a realizar as atividades avaliadas. Sendo assim, as ações desse Kaizens estão ligadas a:

transferência do operador para outra função ou área, haja visto a impossibilidade do operador de realizar as atividades sem sentir sobrecarga física/psíquica/cognitiva;

introdução da facilitadores para ajuste das características antropométricas; auxiliar no desenvolvimento pessoal (treinamento, qualificações);

modificar as atividades atribuídas a função do operador avaliado;

oferecer suporte no desenvolvimento das capacidades de evitamento individual/coletivo;

oferecer suporte no desenvolvimento da capacidade de multifuncionalidade;

suporte na ampliação do condicionamento físico para o desempenho das atividades (redução das crises energéticas);

suporte no desenvolvimento dos aspectos e/ou estratégias nutricionais (redução das crises de íons);

verificação do excesso de atividades não laborais (redução das crises fadigares); suporte na revisão dos relacionamento da equipe de trabalho e/ou com o líder (redução das crises sensoriais);

verificação do pouco uso (ou não uso) dos benefícios fornecidos pela empresa. Os Kaizens coletivos se concentram em modificações das condições de trabalho de forma a permitir uma ampliação do percentil da população apta a desempenhar as atividades avaliadas ou a melhorar as condições de produtividade e/ou qualidade de vida aos operadores. As ações desses Kaizens estão ligadas á:

revisão do fluxo de valor do processo (verificando a possibilidade de redução/eliminação de operações desnecessários ou que não agregam valor, revisão do Estado Atual);

revisão do sistema de puxar/empurrar produção (Kanban);

revisões dos Takts Time dos processos (revisões dos tempos de ciclos efetivos para verificas se as micro e macro pausas das atividades estão adequadas);

modificações dos equipamentos de auxílio a movimentação vertical/horizontal de cargas;

modificações do mobiliário disponibilizado (ajuste as características antropométricas dos operadores);

modificações dos equipamentos/dispositivos disponibilizados (Jidoka);

revisão dos elementos de trabalho (verificando a necessidade de inclusão ou retirada de operações);

revisões dos procedimentos de processamento das operações (revisão das instruções de trabalho/folhas de estudo do processo);

revisão dos procedimentos de inspeção das atividades;

revisão dos dispositivos de inspeção e/ou auxílio operações (Poka yokes); revisão dos processos de Heijunka (nivelamento da produção);

revisão dos sistemas/dispositivos/equipamentos/procedimentos/ quadros de sinalização (Andons);

revisão do equipe e/ou procedimento de acionamento da cadeia de ajuda;

revisão do Kamishibai (processos de elaboração de planos de ações com a participação do colaboradores).

Para avaliação do impacto do Sistema Lean de Produção, necessitou-se utilizar uma abordagem subjetiva haja visto que cada operador possui características psicofisiológicas únicas e com alterações diversas.

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