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METODOLOGIA E PRESSUPOSTOS

No documento RESÍDUOS URBANOS. Relatório Anual (páginas 72-80)

AII. Metodologias e pressupostos

O Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de setembro, com nova redação do Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de junho, veio criar um Sistema Integrado de Registo Eletrónico de Resíduos (SIRER), suportado pelo Sistema Integrado de Registo da Agência Portuguesa do Ambiente (SIRAPA), que permita o registo e o armazenamento de dados relativos a resíduos a produção e gestão de resíduos e a produtos colocados no mercado abrangidos por legislação relativa a fluxos específicos de resíduos.

Encontram-se disponibilizados no SIRAPA vários formulários para declaração de dados referentes a gestão de resíduos, nomeadamente os Mapas de Registo de Resíduos Urbanos (MRRU), cujos dados foram utilizados no presente relatório.

O preenchimento dos formulários associados ao MRRU resulta da obrigatoriedade instituída no Artigo 48.º dos Decretos-Lei referidos em epígrafe, tendo em 2011 sido preenchido por 23 Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (abreviadamente designados por Sistemas), em Portugal Continental, e 1 Sistema na Região Autónoma da Madeira (RAM).

Os formulários do MRRU só poderão ser acedidos após a escolha do Perfil para o estabelecimento. Estão disponíveis para seleção os Perfis Aterro, Central de Valorização Energética, Central de Valorização Orgânica – Digestão Anaeróbia, Central de Valorização Orgânica – Compostagem de Verdes, Unidade de Triagem e Unidade de Tratamento Mecânico. Existem, ainda, formulários associados à Organização, onde deverão ser registados resíduos encaminhados para outros estabelecimentos que não pertencem ao Sistema.

Salienta-se que, de acordo com o definido na alínea mm) do Decreto-Lei supramencionado, foram considerados como Resíduos Urbanos (RU), os resíduos registados com códigos dos capítulos 20 e 15 do anexo I da Portaria n.º 209/2004, de 3 de março, que publica a Lista Europeia de Resíduos (LER) e ainda os resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos e Pilhas do capítulo 16 da LER. Foram, ainda, considerados como RU os resíduos entregues por grandes produtores cujos códigos LER se encontrassem nos capítulos mencionados.

Para a avaliação dos objetivos preconizados no PERSU II (1.ª parte do presente relatório), referente ao ano 2011, foi extraída a informação necessária do MRRU, declarada pelos Sistemas, para Portugal Continental e RAM. A informação referente à Região Autónoma dos Açores (RAA), para o ano em causa, foi obtida através de um questionário preparado para o efeito, contendo a informação necessária para o cálculo dos indicadores do PERSU II. De referir ainda, que a RAA dispõe de um Sistema próprio para registo de informação sobre resíduos – Sistema Regional de Informação sobre Resíduos (SRIR).

Os dados da população referem-se aos resultados dos Censos 2011, atualizados pelo INE a 20/11/2012.

No número total de ecopontos não estão incluídos os muitos contentores soltos (vidrões, papelões…) ainda existentes nos municípios, bem como os mini-ecopontos ou equipamentos afins.

Para avaliar o cumprimento das metas estabelecidas no PERSU II foram utilizados os indicadores já adotados nos relatórios de anos anteriores, tendo sido agregados por 7 grupos:

1. Produção de resíduos;

2. Resíduos de embalagem e papel/cartão não embalagem retomados para reciclagem;

3. Gestão de resíduos urbanos biodegradáveis; 4. Gestão de resíduos urbanos (entradas); 5. Gestão de resíduos urbanos (saídas);

Produção de resíduos

dQ1 – Resíduos urbanos produzidos – corresponde à soma dos indicadores

dQ15, dQ16, dQ17, dQ18, dQ20.

Resíduos de embalagem e papel/cartão não embalagem retomados para reciclagem

dQ2 – Quantidade de resíduos de embalagem retomados para reciclagem –

corresponde ao somatório dos indicadores dQ3, dQ4, dQ5, dQ6, dQ7 e dQ8.

dQ3 – Quantidade de vidro de embalagem retomado para reciclagem;

dQ4 – Quantidade de papel/cartão de embalagem retomado para reciclagem; dQ5 – Quantidade de plástico de embalagem retomado para reciclagem; dQ6 – Quantidade de aço de embalagem retomado para reciclagem; dQ7 – Quantidade de alumínio de embalagem retomado para reciclagem; dQ8 – Quantidade de madeira de embalagem retomado para reciclagem;

dQ9 – Quantidade de papel/cartão não embalagem retomado para reciclagem –

considerou-se os resíduos com o código LER 20 01 01 declarado Formulário T5 (Materiais resultantes do processo de triagem mecânica multimaterial) e no Formulário O1 (RU provenientes de recolhas efetuadas no âmbito do Sistema e encaminhados para outros destinos) cujo destino era uma Entidade Gestora ou um Operador de Gestão de Resíduos;

Os dados referentes às quantidades de resíduos de embalagens retomados para reciclagem (dQ2 a dQ8), foram fornecidos pela Sociedade Ponto Verde.

Em relação às quantidades de resíduos de embalagens encaminhadas para aterro ou para valorização energética, os dados foram obtidos através da amostragem realizada pelos sistemas dos resíduos que têm como destino qualquer um destes processos, declarados conforme indica a Portaria n.º 851/2009, de 7 de agosto. Através das amostragens e através das quantidades reais encaminhadas para aterro e valorização energética, calcularam-se as quantidades de resíduos de embalagens tal como se apresentam no relatório.

Para apresentação dos dados e por forma a simplificar, juntaram-se os resíduos de embalagens de metal (somou-se o alumínio com o aço) e também se juntou os resíduos de embalagens de papel e cartão aos resíduos de embalagens de ECAL (embalagens de cartão de alimentos líquidos).

Gestão de resíduos urbanos biodegradáveis

dQ10 – Quantidade total de RUB valorizados energeticamente – corresponde a

56% do indicador dQ18.

dQ11 – Quantidade total de RUB valorizados organicamente – corresponde à

soma do indicador dQ17 e 40% do indicador dQ16.

dQ12 – Quantidade total de RUB valorizado – corresponde à soma dos

indicadores dQ4, dQ9, dQ10 e dQ11.

dQ13 – Quantidade total de RUB depositados em aterro – corresponde a 56% do

indicador dQ15.

Gestão de resíduos urbanos (entradas)

dQ14 – Quantidade total de resíduos entrados nos aterro – corresponde à soma

do indicador dQ15 mais os refugos e rejeitados.

dQ15 – Quantidade total de resíduos depositados diretamente em aterro –

considerou-se todos os resíduos declarados no Formulário A1 (RU depositados em aterro provenientes da recolha no âmbito do Sistema), isto é, as origens ecocentro e circuitos especiais como sendo entradas diretas em aterro. Considerou-se ainda os resíduos com os códigos LER do capítulo 15 e 20 declarados no Formulário A4 (Outros resíduos depositados em aterro) e os resíduos declarados no Formulário O1 cujo destino era um aterro.

dQ16 – Quantidade total de RU provenientes da recolha indiferenciada que

deram entrada em unidades de Tratamento Mecânico e Biológico (TMB) – considerou-se os resíduos declarados no Formulário C1 (RU encaminhados para a Central de valorização Orgânica - Compostagem provenientes da recolha no âmbito do Sistema), Formulário D1 (RU encaminhados para a Central de Valorização Orgânica – Digestão Anaeróbia), cuja origem seja “Recolha indiferenciada”. Considerou-se ainda, o Formulário C5 (Outros resíduos encaminhados para a Central de Valorização Orgânica - Compostagem) e o Formulário D5 (Outros resíduos encaminhados para a Central de Valorização

Orgânica – Digestão Anaeróbia) com os códigos LER do capítulo 15 e 20. Também foram considerados os resíduos declarados no Formulário O1 cujo destino era uma central de compostagem.

dQ17 – Quantidade total de RUB entrados em unidades de valorização orgânica

provenientes de recolhida seletiva – considerou-se os resíduos declarados pela Lipor no Formulário C1, os resíduos declarados nos Formulários D1 e V1 (RU encaminhados para a Central de valorização Orgânica provenientes da recolha no âmbito do Sistema), cuja origem seja “Recolha seletiva de RUB” ou “Circuitos Especiais”, e os resíduos declarados nos Formulários C5 e V4 (Outros resíduos encaminhados para a Central de Valorização Orgânica), e os resíduos declarados no Formulário O1 cujo destino era uma central de compostagem – digestão anaeróbia ou uma central de compostagem – compostagem de verdes.

dQ18 – Quantidade total de resíduos que deram entrada em centrais de

incineração – considerou-se todos os resíduos registados no Formulário E1 (RU encaminhados para a Central de Valorização Energética provenientes da recolha no âmbito do Sistema), isto é, as origens ecocentro e circuitos especiais como sendo entradas diretas na central de incineração. Consideraram-se ainda, os resíduos com os códigos LER do capítulo 15 e 20 declarados no Formulário E5 (Outros resíduos encaminhados para a Central de Valorização Energética) e os resíduos declarados no Formulário O1 cujo destino era uma central de incineração.

dQ19 – Quantidade total de RU que deram entrada em unidades de Tratamento

Mecânico (TM) – até ao momento não existem estabelecimentos com este perfil. No entanto, quando surgirem estes estabelecimentos será de considerar os Formulários TM1 (RU rececionados na Unidade TM proveniente da recolha no âmbito do Sistema) e TM2 (RU rececionados na Unidade de TM proveniente da recolha de outros Sistemas) ou O1.

dQ20 – Quantidade total de RU que deram entrada em estações de triagem

multimaterial – considerou-se os resíduos declarados no Formulário T1 (RU rececionados na Unidade de Triagem provenientes da recolha no âmbito do Sistema), os resíduos declarados no Formulário T4 (Outros resíduos rececionados na Unidade de Triagem) que apresentem os códigos LER dos capítulos 15 e 20 e os resíduos declarados no Formulário O1 cujo destino é uma estação de triagem ou uma entidade gestora de fluxos específicos de resíduos ou um operador de gestão de resíduos.

Gestão de resíduos urbanos (saídas)

dQ21 – Quantidade total de resíduos resultantes do processo de incineração que

são retomados para reciclagem – considerou-se no Formulário E4 (Resíduos resultantes do processo de Valorização Energética) os resíduos “Escórias metais ferrosos” e “Escórias de metais não ferrosos” cujo como destino era um operador de gestão de resíduos.

dQ22 – Quantidade total de resíduos retomada para reciclagem resultantes do

processo de TMB – considerou-se no Formulário C4 (Resíduos resultantes da Central de Valorização Orgânica - Compostagem), com exceção da informação declarada pela Lipor, e no Formulário D4 (Resíduos resultantes da Central de Valorização Orgânica – Digestão Anaeróbia), com exceção da informação declarada pela Valorsul, os resíduos que apresentavam como destino um operador de gestão de resíduos.

dQ23 – Quantidade total de resíduos retomada para reciclagem resultantes do

processo de TM – até ao momento não existem estabelecimentos com este perfil. No entanto, quando surgirem estes estabelecimentos será de considerar o Formulário TM3 (Resíduos resultantes do processo de TM) cujo destino seja um operador de gestão de resíduos.

dQ24 – Quantidade total de resíduos provenientes da RSM retomada para

reciclagem – considerou-se nos Formulários T5 (Materiais resultantes do processo de triagem) e O1 os resíduos encaminhados para a Entidade Gestora ou para um operador de gestão de resíduos.

dQ25 – Quantidade total de composto produzido a partir de RUB – considerou-se

os Formulários D6 (Composto produzido), do Sistema Valorsul , V5 (Composto produzido) e a informação declarada pela Lipor no Formulário C6 (Composto produzido).

dQ26 – Quantidade total de composto produzido a partir de RU – considerou-se

o Formulário C6 com exceção da informação declarada pelo Sistema Lipor, e Formulário D6, com exceção da informação declarada pelo Sistema Valorsul.

dQ27 – Quantidade total de resíduos provenientes de estações de triagem

encaminhados para produção de CDR – neste momento não existem resíduos provenientes de estações de triagem encaminhados para CDR. No entanto, futuramente, para obter informação para este indicador será de considerar o Formulário T6 (Resíduos resultantes do processo de triagem).

dQ28 – Quantidade total de resíduos provenientes de TM encaminhados para

produção de CDR – até ao momento não existem estabelecimentos com o perfil TM. No entanto, quando surgirem estes estabelecimentos será de considerar o Formulário TM3 cujo tipo de resíduo selecionado seja “Material para CDR” ou “CDR”.

dQ29 – Quantidade total de resíduos provenientes de TMB encaminhados para

produção de CDR – considera-se os Formulários C4, D4 (Resíduos resultantes da Central de Valorização Orgânica) e V3 (Resíduos resultantes da Central de Valorização Orgânica) e seleciona-se o tipo de resíduo “Material para CDR” e “CDR”.

A metodologia de cálculo adotada no presente relatório para obtenção dos quantitativos referentes aos diferentes tipos de recolha – indiferenciada e seletiva encontra-se esquematizada de seguida, tendo sido consideradas as origens circuitos especiais e ecocentros como contributos para a recolha seletiva.

Recolha Total RU

Recolha Indiferenciada

Aterro = Direto (Recolha Indiferenciada) + Rejeitados da

Valorização Energética enviados para Aterro + Rejeitados da Valorização Orgânica (Indiferenciada) enviados para Aterro

Valorização Energética = Direto (Recolha Indiferenciada) - Rejeitados da Valorização Energética + Rejeitados da Valorização Orgânica (Indiferenciada) enviados para Valorização Energética

Valorização Orgânica (Indiferenciada) = Direto (Recolha Indiferenciada) – Rejeitados da Valorização Orgânica (Indiferenciada)

Recolha Seletiva

Recolha Seletiva com vista à Reciclagem = Recolha em

Ecopontos + Recolha Porta-a-Porta + Recolha em Ecocentros + Recolha por Circuitos Especiais + Rejeitados da Valorização Orgânica encaminhados para Reciclagem

Recolha Seletiva com vista à Valorização Orgânica =

Recolha Seletiva de RUBs com vista à sua Valorização Orgânica (através de Compostagem, Digestão anaeróbia ou Compostagem de Verdes)

Para o cálculo da informação apresentada no capítulo relativo ao Programa de Prevenção de Resíduos Urbanos (PPRU) foram considerados os seguintes pressupostos:

- tendo por base o estudo mencionado no PERSU II, considerou-se que o teor de Matéria Orgânica (MO) é de 56 % do quantitativo de resíduos produzido;

- como Papel & Cartão considerou-se os resíduos declarados com os códigos da LER 15 01 01 e 20 01 01 recolhidos através de Ecopontos, Porta-a-Porta, Ecocentros e Circuitos Especiais;

- como vidro considerou-se os resíduos declarados com os códigos da LER 15 01 07 e 20 01 02 recolhidos através de Ecopontos, Porta-a-Porta, Ecocentros e Circuitos Especiais;

- como embalagens considerou-se os resíduos declarados com os códigos da LER 15 01 02, 15 01 04, 15 01 05, 15 01 06, 20 01 39 e 20 01 40 recolhidos através de Ecopontos, Porta-a-Porta, Ecocentros e Circuitos Especiais;

- para obter os quantitativos de Outras frações foram considerados os restantes resíduos não mencionados nos pontos anteriores.

Nos objetivos quantitativos apresentados no PPRU não se encontram definidas metas para o fluxo vidro. Deste modo, e sendo o resíduo de vidro urbano composto

maioritariamente por embalagem, optou-se por incorporar os quantitativos deste resíduo nas embalagens.

A informação referente à caraterização de resíduos produzidos para Portugal Continental e Região Autónoma da Madeira, que se apresenta neste documento foi obtida com base no Formulário “Caraterização Resíduos produzidos” do MRRU. A caraterização física de resíduos relativa à Região Autónoma dos Açores e apresentada ao longo deste documento foi retirada do relatório “Relatório Resíduos Urbanos 2011”, publicado em maio de 2012 e elaborado pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar – Direção Regional do Ambiente dos Açores.

Nas fichas individuais apresentadas na Parte II, importa clarificar os pressupostos inerentes ao gráfico referente ao desvio de RUB de aterro. Com efeito, tendo em conta que o PERSU II prevê objetivos de capacidade instalada de RUB, também referidos nas mesmas fichas, considerou-se interessante fazer uma análise teórica de aplicação das metas nacionais de desvio de RUB de aterro a cada um dos Sistemas. Essa análise foi efetuada utilizando os quantitativos de RUB enviados para aterro e para valorização e 2011, tendo sido depois calculadas as metas (aplicáveis a Portugal, partindo do valor de produção de RU em 1995) assumindo que em 1995 os Sistemas teriam o peso que têm hoje na produção nacional.

ANEXO III

No documento RESÍDUOS URBANOS. Relatório Anual (páginas 72-80)

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