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Metodologia MEPSS: Sistemas Produto-Serviço

CAPÍTULO VI | METODOLOGIAS, MÉTODOS E

33.6. Temas específi cos para o processo de P&D

33.6.3. Metodologia MEPSS: Sistemas Produto-Serviço

O MEPSS é uma metodologia completa para o design de sistemas produ- to-serviço desenvolvida a partir de um consórcio europeu entre universidades e empresas de consultoria, dentre elas: Dalt, Domus Academy Research Cen- ter, Econcept, INSEAD, IÖW, Instituto Politécnico de Milão, Pré Consultants, Pri- cewaterhouseCoopers, Ecobilan, Sheffi eld Hallam University, SWOKA, Technis- che Universität Wien (van Halen, Vezzoli, Wimmer, 2005).

Conforme estes autores, um dos objetivos principais do MEPSS é desenvol- ver novos produtos e serviços alinhados com os objetivos de negócio das em- presas, oferecendo alta qualidade de serviço para os consumidores ao mesmo tempo em que minimiza impactos negativos no ambiente.

O conceito de sistema produto-serviço fundamenta-se na desmaterializa- ção da produção e consumo, com a oferta de sistemas compostos tanto de produtos quanto de serviços, a fi m de proporcionar benefícios fi nais aos consu- midores sem que necessitem adquirir os produtos. Entre as formas de negócio estão o uso compartilhado, leasing, aluguel e fornecimento de serviços, entre outros tipos.

A aplicação do MEPSS tem como principais resultados esperados: 1) Design e implementação de PSS; 2) Avaliação de impactos econômicos em nível micro (empresa), meso (setor) e macro (economia nacional); 3) Avaliação de impactos sociais e ambientais e assuntos relacionados à aceitação, cultura e ética do consumidor.

a. Estrutura do Método

A estrutura do MEPSS consiste de cinco fases (Quadro 30):

• Análise estratégica: busca-se compreender o sistema original utilizado pela empresa para atender as necessidades dos clientes;

• Exploração de oportunidades: procura-se explorar novos possíveis cená- rios para o sistema;

• Desenvolvimento do conceito de PSS: busca-se descobrir como as opor- tunidades detectadas na análise e nos cenários podem ser utilizados com

Quadro 30. Estrutura metodológica da metodo-

logia MEPSS (Elaborado pelo autor com base em MEPSS, 2006) (Pág. anterior).

03. visualização dos aspectos de sus-

sucesso;

• Desenvolvimento do PSS escolhido: busca identifi car e desenvolver a op- ção de Design com maior chance de sucesso,;

• Preparo da implementação: procura-se identifi car quais são os instrumen- tos condutores do processo de implementação e como controlar o com- portamento do sistema proposto.

Cada uma destas fases subdivide-se em passos, e estes em processos, que são apoiados pelo uso de folhas de trabalho (worksheets), num total de 23. O MEPSS caracteriza-se como uma metodologia do tipo “stage-to-gate”, na qual Quadro 31. Atividades relativas a cada

worksheet da metodologia MEPSS, e a quem da equipe é atribuída (Elaborado pelo autor com base em MEPSS, 2006).

PRINCÍPIOS DA QUÍMICA VERDE Grupo de Princípios - Prevenção de resíduos

• Projetar sínteses químicas considerando a prevenção de resíduos, evitando tratamentos ou limpeza.

• Usar reagentes catalíticos em vez de estequiométricos, permitindo o uso em pequenas quantidades e uma mesma reação várias vezes.

• Evitar derivados químicos, como grupos bloqueadores ou protetores, ou outras modifi cações temporárias, prevenindo o uso de rea- gentes adicionais e a geração de resíduos.

• Maximizar a economia de átomos, por meio de sínteses nas quais o produto fi nal contém a proporção máxima dos materiais de par- tida, minimizando o desperdício.

• Incluir no processo o monitoramento e controle em tempo real durante a síntese para minimizar ou eliminar a formação de subpro- dutos.

Grupo de Princípios - Pouca ou nenhuma toxicidade

• Projetar produtos químicos totalmente efetivos, e ainda assim com pouca ou nenhuma toxicidade, com sínteses menos perigosas. • Projetar sínteses para utilizar e gerar substâncias com pouca/nenhuma toxicidade para as pessoas/meio ambiente.

• Usar solventes e condições de reação mais seguras, evitando o uso de solventes, agentes de separação, ou outros auxiliares quími- cos. Caso tenham sido necessários, foram usados produtos químicos inócuos.

• Projetar produtos químicos que se degradam após o uso, transformando-se em inócuos, e evitando assim o acúmulo no meio am- biente.

Grupo de Princípios - Materiais renováveis

• Usar matérias-primas renováveis, que não se esgotam e geralmente são feitas a partir de produtos agrícolas ou resíduos de outros processos; evitou-se o uso de matérias-primas feitas a partir de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural ou carvão), ou extraídas. Grupo de Princípios - Efi ciência energética

• Aumentar a efi ciência energética, executando-se reações químicas à temperatura e pressão ambientes. Grupo de Princípios - Prevenção de acidentes

• Minimizar o potencial de acidentes no desenvolvimento dos produtos químicos e suas formas (sólido, líquido ou gás), incluindo explo- sões, incêndios e emissões para o meio ambiente.

Quadro 32. Princípios da Química Verde

(Adaptado de Warner e Anastas, 1998, p. 35). uma etapa é fi nalizada com um ponto de decisão no qual são tomadas deci-

sões estratégicas que alimentam a etapa seguinte.

O Quadro 31 apresenta as atividades relativas a cada worksheet e quem na equipe deve realizá-las. As fases do MEPSS apresentam semelhanças com o D4S ao seguir a lógica de Análise do Problema-Exploração de Oportunidades- -Geração de Soluções-Implementação típica de outros processos de inovação já vistos anteriormente, incluindo aqueles orientados pelo design. No entanto, possui uma estrutura complexa composta de vários passos e processos que podem ser simplifi cados para tornar o processo de P&D em resíduos mais ágil.

Quanto às ferramentas, as principais que deverão ser incorporadas no mo- delo de processo de P&D são:

• Análise SWOT;

• Análise do ciclo de vida simplifi cada;

• Inventário de indicadores de sustentabilidade; • Tabela de direitos e deveres dos parceiros do projeto; • Mapa de sistema (System map);

• SDO-MEPSS (checklist de dimensões de sustentabilidade); • Ecoindicadores (Ecoindicator ou outros);

• Gráfi co de criação de valor x carga ambiental; • Análise da função e necessidades;

• Lista de critérios-chave;

• Matriz de comparação do consumidor;

• Tabela de interação (Interaction table) ou storyboard.

A incorporação de ferramentas que possibilitem uma abordagem mais sis- têmica como a adotada no MEPSS será bastante útil no processo de P&D em resíduos pois, embora o foco desta tese não seja especifi camente a criação de serviços, prevê-se a criação de modelos de negócio; estes, por sua vez, de- mandam uma visão mais ampla da equipe de inovação, a qual inclua aspectos em nível macro (economia), meso (setor) e micro (a organização ou negócio). Assim, a compreensão dos diferentes atores do processo e suas interações é parte importante, como ocorre no design de sistemas produto-serviço, e por

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