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A teoria tradicional, oriunda das ciências naturais, é parcial porque se limita em dizer como as coisas são, ignorando que elas poderiam ser diferentes da forma atual por não considerar a história, os valores, os interesses envolvidos. Como afirma TENÓRIO (2004):

“Os frankfurteanos entenderam como teoria tradicional o conhecimento baseado nos pressupostos das ciências naturais, que se preocupa em estabelecer princípios gerais, enfatizando o empirismo e o conhecimento antes que a ação. Tal conhecimento

estaria, portanto, sob a égide do pensamento positivista.”. (p. 14-

15)

Como afirma BRESSER PEREIRA (1972, p. 23): “A história, entretanto, é um processo dialético, com o novo sempre em contradição com o velho e, (...), analisar um fenômeno social fora do seu contexto histórico e dialético, imobilizar os fenômenos sociais no tempo, como o fazem as ciências físico-matemáticas, constitui uma violência contra os fatos."

A teoria crítica, portanto, seria a forma mais apropriada de estudar os fenômenos sociais, uma vez que busca “investigar as interconexões dos fenômenos sociais e observá- los numa relação direta com as leis históricas do momento da sociedade estudada.” TENÓRIO (2004, p. 15).

VIEIRA E CALDAS (2006) afirmam que, pela perspectiva pós-moderna, o conhecimento apenas pode ser entendido à luz do tempo, espaço e contexto social em que é construído por indivíduos e grupos. Partindo desse pressuposto, os teóricos pós- modernistas desenvolveram perspectivas e metodologias alternativas, dentre as quais podemos citar a metodologia de análise e desconstrução de narrativas, a qual tem por objetivo analisar as particularidades de um texto, julgando de forma crítica seus significados.

Segundo LENGLER, VIEIRA E FACHIN (2002) desconstruir não quer dizer destruir. O termo é usado no sentido de desmontar/decompor os elementos da escrita para analisar e entender o real sentido do significante, as entrelinhas e os elementos subjacentes ao discurso que, quase sempre, têm a voz do contador da história. A desconstrução busca, portanto, encorajar a pluralidade de discursos, legitimando a não existência de uma única verdade ou interpretação, com o objetivo de disseminar possíveis e novas verdades.

Ao propor a Teoria da Desconstrução, o filósofo DERRIDA (apud BURREL E COOPER, 2006) tinha como finalidade mostrar que a racionalidade e racionalização são processos que procuram esconder as contradições no âmago da existência humana. Para ele, o processo de racionalidade instrumental aprisiona as ações sociais.

A idéia da desconstrução é de fazer uma leitura do texto para analisar os significados, entender seus pressupostos, expor seus paradoxos/contradições, assim como apresentar os elementos não revelados, utilizando-se de atributos da linguagem, influências históricas e suposições culturais do texto.

A desconstrução está, portanto, em total consonância com a epistemologia da pós- modernidade (cf. LENGLER, VIEIRA E FACHIN, 2002), pois ela focaliza tudo ao analisar um fenômeno, sem deixar qualquer elemento de fora do cenário, mesmo que ele não seja central no discurso. Além disso, um outro aspecto fundamental da análise pós- moderna é o conceito de diferença definido por COOPER e BURREL (2006, p. 92) como “uma forma de auto-referência cujos termos contêm seus próprios opostos e, assim, rejeitam qualquer apanhado singular de seus significados.”

Resumidamente, o método da desconstrução consiste na identificação de elementos/atributos textuais, tais como linguagem e personagens. Posteriormente, a exploração desconstrutivista volta sua atenção para a revisitação daquilo que não é percebido, que é inconsciente e não-presente na superfície do significado e, por fim, na fase de desconstrução, o pesquisador desafia as perspectivas dominantes de significado.

A motivação para aplicar a teoria da desconstrução na presente pesquisa vem do reconhecimento da existência de uma lacuna discursiva que a organização encobre. Normalmente, os discursos empresariais para implementar ferramentas relacionadas à gestão de pessoas estão fundamentados em teorias organizacionais que levam em conta os princípios de cooperação e eqüidade. Todavia, o interesse fundamental das empresas é maximizar a utilidade do sujeito, e, para isso, elas utilizam mecanismos de controle social, ou seja, as próprias ferramentas de gestão. Conclui-se que o discurso gerencialista apresenta um caráter político, ideológico e hegemônico3, pois nele também está presente uma série de outros significados, além daqueles de cooperação, equidade e justiça.

Outra abordagem pós-modernista ao estudo do conhecimento social, além da desconstrução, é a Análise Crítica do Discurso (ACD), que tem por finalidade refletir a respeito de relações estruturais ou opacas de dominação, exploração, desumanização, discriminação, poder e controle, considerando suas manifestações na linguagem. Além disso, ela também tem como propósito mostrar que as contradições do sistema constituem

3 Hegemonia é definida como “organização do consenso”, em oposição à dominação, que se expressa através

da coerção. A hegemonia é sempre parcial, temporária e intrinsicamente processual. O consenso é sempre provisório e depende de interações que são, por natureza, dinâmicas, dependentes de coalizões e de oposições que se rearticulam no fluxo de produção.

um potencial para o projeto de emancipação. A ACD é, portanto, uma prática conectada às lutas de resistência e por mudanças, sendo assim relacionada com a crítica da ideologia.4

Em seu artigo intitulado Análise crítica do discurso: uma apresentação MISOCZKY (2005) afirma que o discurso é o uso da linguagem como uma forma de prática social. Os discursos são modos de representar aspectos do mundo: processos, relações, estruturas bem como pensamentos, crenças e percepções. Considerando que aspectos do mundo podem ser representados de diferentes maneiras, torna-se pertinente entender a relação entre os diferentes discursos. Segundo a autora, os discursos constituem parte dos recursos que os atores sociais empregam na sua relação com os outros, seja para se manterem afastados, para cooperarem, competirem, dominarem ou para mudarem a maneira como se relacionam.

Segundo FAIRCLOUGH (apud MISOCZKY, op.cit., p.128), discurso é uma prática de significação (e não apenas de representação) do mundo, constituindo e construindo o mundo em significados. Como prática política, o discurso estabelece, mantém e transforma as relações de poder e as organizações coletivas. Como prática ideológica, ele constitui, naturaliza, mantém e transforma os significados do mundo e as diversas posições nas relações de poder. O discurso, enquanto prática política, é não apenas um local de luta pelo poder, mas também um marco delimitador na luta de poder: a prática discursiva recorre a convenções que naturalizam relações de poder e ideologias particulares, sendo que as próprias convenções e os modos como se articulam são um foco de luta.

4 Ideologia é entendida como a unidade resultante da concepção de mundo que todos os seres humanos

manifestam com as normas de conduta adequadas a ela. A ideologia transcende o conhecimento e se articula diretamente com a prática e a política.

MISOCZKY (op.cit.) alerta que embora a análise de discurso seja atualmente uma categoria estabelecida e bastante usual na teoria e na pesquisa social, algumas suspeitas persistem, especialmente dirigidas para a fragilidade nas definições e métodos de análise, bem como para a redução da totalidade da vida social ao discurso, o que não deixaria espaço para análises do mundo material ou das estruturas sociais. A autora argumenta que ainda que essas suspeitas façam sentido, elas não se aplicam, pois o discurso deve ser tratado apenas como um dos elementos das relações sociais.

É importante ressaltar que a ênfase nos textos não faz nenhum sentido se for considerada de modo isolado do contexto, apenas como um instrumento metodológico de microanaálise. Na verdade, o foco da pesquisa no campo dos estudos críticos do discurso deve ser posto no significado de textos e de eventos discursivos em sua relação com outros textos e com outros eventos discursivos, bem como em sua relação com o processo de produção social que se realiza em campos de poder (MISOCZKY, op.cit.).

Entre os procedimentos analíticos existentes para realizar a ACD, MISOCZKY (op.cit.) cita a exposição intertextual. A intertextualidade, presença de elementos de outro texto dentro de um texto, revela como os textos dialogam entre si, bem como com aqueles que são deixados de fora.

A construção de significados pode ser feita por meio da intertextualidade ou de suposições. Enquanto a intertextualidade abre espaço para as diferenças, isto é, abre espaço para trazer outras vozes para o texto, a suposição reduz as diferenças e toma o controle. Segue abaixo um diagrama sobre os vários níveis de dialogicidade dos textos.

FIGURA 01 - GRAU DE DIALOGICIDADE DOS TEXTOS (adaptado de MISOCZKY, 2005)

Além da intertextualidade, LENGLER, VIEIRA E FACHIN (op. cit.) citam também o rompimento das hierarquias e o desmantelamento dos binários como procedimentos alternativos para revelar as relações de poder e os elementos silenciados pela prática do discurso dominante. Os autores conceituam os binários como construções bipolares de termos, de relações antagônicas, que podem ser utilizadas como elementos de análise para revelar aquilo que não está explícito, ajudando a superar a limitação dos significados presentes em discursos e textos. Nesse contexto, podemos citar FARIA (2005b, p. 25):

“Para que seja possível apreender a realidade manifesta e oculta das organizações torna-se necessário analisá-la em sua diversidade contraditória e não como um bloco monolítico, uma unidade positiva sem contradições.”

Na presente pesquisa, os binários serão utilizados para efetuar a análise e a comparação das bases teóricas das ferramentas de pesquisa de clima organizacional com a prática do discurso gerencialista e também servirão para expor a natureza política e ideológica das ferramentas de pesquisa de clima organizacional.

Alta dialogicidade = presença de intertextualidade VARIEDADE DE VOZES Amplia as Diferenças. Lógica Explicativa:

Apresenta relações semânticas de contraste, investiga relações

de causalidade. AFIRMATIVAS MODALIZADAS Expressam pretensão de verdade ou de obrigação. SUPOSIÇÕES Reduz as Diferenças. Lógica da equivalência:

Serve para construir a aparência de naturalização, através da repetição de significados e exclui construções alternativas. AFIRMATIVAS CATEGORIAZADAS Toma as coisas como dadas.

O capítulo anterior apresentou a teoria comportamental da administração e o seu respectivo desdobramento prático, o movimento do Desenvolvimento Organizacional, que fundamentam o conceito de clima organizacional e que dão sustentação para implementação das ferramentas de pesquisa de clima. A proposta, no próximo capítulo, é realizar uma análise pela contraposição dos pressupostos dessas teorias de sustentação e da perspectiva crítica que também foi discutida no referencial teórico, utilizando-se os pares de binários e a desconstrução de narrativas.

A análise utilizará fontes documentais da Pesquisa de Clima Organizacional da estatal Centrais Elétricas Brasileiras - Eletrobrás, realizada em maio de 2005 para contrapor a abordagem sistêmico-funcionalista com a abordagem crítica.

O documento compõem-se de 125 perguntas (ANEXO I – Questionário), que foram agrupadas pela Eletrobrás em 26 assuntos, conforme descrito na página 09 do ANEXO II. Para efetuar a análise dos dados, os 26 assuntos serão agrupados em 9 categorias. Tais categorias serão analisadas por meio de quatro binários:

1) Bem-Estar x Produtividade; 2) Autonomia x Controle; 3) Participação x Alienação;

4) Ética Corporativa x Competitividade.

Segue abaixo a relação das categorias e os respectivos binários que darão suporte para analisar o conjunto das questões.

CATEGORIAS BINÁRIO: BEM-ESTAR X PRODUTIVIDADE Nº DAS QUESTÕES DA PESQUISA DE CLIMA (Anexo I) 1 1. Salários 2. Benefícios 3. Fundação de Previdência 1. Q-024, Q-049, Q-062, Q-112,Q-119 2. Q-025, Q-050, Q-063, Q-123 3. Q-027, Q-052, Q-061, Q-109 2 4. Saúde Ocupacional 5. Segurança no Trabalho 6. Instalações Físicas 7. Estresse Organizacional 8. Relações interpessoais 4. Q-023, Q-048, Q-101, Q-113, Q-118 5. Q-011, Q-038, Q-071, Q-106, Q-122 6. Q-010, Q-037, Q-105, Q-108 7. Q-026,Q-051,Q-064, Q-092, Q-102 8. Q-003, Q-030, Q-054, Q-089

3 9. Suporte para o Trabalho

10.Treinamento e Desenvolvimento

9. Q-009,Q-036, Q-096, Q-104

10. Q-019, Q-044, Q-091, Q-098, Q-114

Tabela 4. Binário: Bem-Estar/Produtividade. Fonte: Própria

CATEGORIAS BINÁRIO: AUTONOMIA X CONTROLE Nº DAS QUESTÕES DA PESQUISA DE CLIMA (Anexo I)

4 11. Atuação da Gerência imediata

12. Atuação da Diretoria 10. Q-012, Q-017, Q-039, Q-058, Q-072, Q-090, Q-107, Q-121, Q-125 11. Q-014, Q-040, Q-073, Q-077, Q-079 5 13. Normas e procedimentos 14. Planejamento Empresarial 12. Q-022, Q-047, Q-083, Q-099 13. Q-020, Q-045, Q-060, Q-076, Q-081, Q-115, Q-116, Q-120 6

15. Afetividade nas Relações de Trabalho

16. Significância do trabalho 17. Identidade Organizacional 18. Qualidade do Trabalho 14. Q-007, Q-035, Q-070, Q-097 15. Q-002,Q-029, Q-066, Q-080, Q-111 16. Q-004, Q-031, Q-067, Q-085 17. Q-008, Q-034, Q-086, Q-095, Q-103

Tabela 5. Binário: Autonomia/Controle. Fonte: Própria

CATEGORIA BINÁRIO: ÉTICA CORPORATIVA X COMPETITIVIDADE Nº DAS QUESTÕES DA PESQUISA DE CLIMA (Anexo I)

7 19. Ética 20. Responsabilidade Social 21. Imagem da empresa 18. Q-016, Q-042, Q-078, Q-110 19. Q-015, Q-041, Q-074, Q-087 20. Q-005, Q-032, Q-055, Q-068

Tabela 6. Binário: Ética Corporativa / Competitividade. Fonte: Própria

CATEGORIAS BINÁRIO: PARTICIPAÇÃO X ALIENAÇÃO Nº DAS QUESTÕES DA PESQUISA DE CLIMA (Anexo I)

8 22.

Transparência nas comunicações

23. Cooperação

24. Reconhec. e valorização profissional

22. Q-018, Q-043, Q-059, Q-075, Q-088 23. Q-006, Q-033, Q-056, Q-094

24. Q-021, Q-046, Q-082, Q-093, Q-100, Q-117, Q-124

9 25. Expectativas quanto à pesquisa

26. Qualidade da pesquisa

25. Q-001, Q-028, Q-053, Q-065 26.Q-013, Q-057, Q-069, Q-084

A escolha do binário Bem-Estar x Produtividade, pode ser explicada pelo fato de o movimento denominado Qualidade de Vida na empresa transmitir a idéia de humanização/preocupação com os empregados, ainda que seus esforços visem, na prática, ao aumento da performance e dos resultados da empresa, constituindo, portanto, um aspecto relevante para uma análise crítica.

Quanto ao binário Autonomia x Controle a escolha deve-se ao fato de a gestão de pessoas pregar a autonomia e a delegação como formas de valorizar os empregados. Todavia, paralelamente é possível verificar que os mecanismos de controle têm aumentado significativamente, seja por meio da tecnologia, seja pelo estabelecimento de variados índices de mensuração de performance.

A escolha do binário Ética Corporativa x Competitividade está pautada na alegação feita pelas empresas de que a adoção de uma postura ética, principalmente em mercados competitivos, representa a sobrevivência da organização. Tal alegação ganhou ainda mais força a partir dos escândalos de adulteração dos balanços contábeis-financeiros de empresas americanas em 2002, o que acarretou falências e grandes prejuízos para pequenos e grandes acionistas. Em termos práticos, a adoção de uma postura ética nas corporações implica o estabelecimento de um estatuto mínimo do que consideram ético. Todavia, existe uma cisão entre a conduta valorizada e a praticada. Os discursos da sobrevivência competitiva e o da competição interna, para premiar os funcionários pelo desempenho, terminam por gerar práticas éticas e morais diametralmente opostas àquelas estabelecidas nos códigos instituídos. FARIA (2005a, p.170) afirma que as lógicas da competitividade e do poder negam ao sujeito um estatuto propriamente humano para transformá-lo em objeto da eficácia organizacional.

Com relação ao binário Participação X Alienação, a escolha foi feita devido à grande preocupação da administração com a questão da cooperação nas organizações. Se, por um lado, a especialização do trabalho trouxe ganhos de escala, por outro lado, tornou- se necessário promover a cooperação das diversas áreas funcionais, o trabalho em equipe, a democratização nas relações de trabalho, isto é, o envolvimento dos diversos níveis hierárquicos nas decisões organizacionais. Todavia, na visão de MOTTA (2001) essa iniciativa apresenta um caráter manipulador, pois os processos de consultas e de participação têm por fim harmonizar os interesses dos diversos grupos com os objetivos da empresa. Segundo MOTTA (2001):

“toda a valorização é dada ao consenso, consenso esse no sentido de produzir mais. Portanto a autoridade formal deve dar lugar a técnicas de persuasão. (...) A persuasão se dá via um sistema de comunicações eficiente desenvolvido pela administração, e que atinge os grupos informais e sua colaboração. A idéia é de que em vez de suprimir os grupos informais, os administradores devem

aprender a utilizá-los.” (p.77)

Tendo em vista que a questão que orienta este estudo é a análise da relação entre as ferramentas de pesquisa de clima e o controle social sobre os indivíduos nas organizações, e considerando que um mesmo termo pode ter significados diferentes para diferentes pessoas e contextos, torna-se necessário apresentar as definições constitutivas5 e operacionais6 dos termos que compõem os binários:

Definição constitutiva de CONTROLE SOCIAL: Mecanismos que têm por objetivo garantir que os padrões oficiais (os valores e as formas de ação socialmente aceitos) sejam efetivamente obedecidos. Os grupos que detêm mais poder na organização definem os

5 Definição constitutiva refere-se ao conceito dado por algum autor da variável ou termo que se vai utilizar. 6 Definição operacional refere-se a como o termo ou variável será identificado, verificado ou medido na

pesquisa. Ela deve representar a operacionalização da definição constitutiva. (Vieira, 2004, in Pesquisa Qualitativa em Administração).

padrões oficiais. Esses padrões constituem a cultura organizacional oficial. (MOTTA E VASCONCELLOS, 2002, p.327).

Definição operacional de CONTROLE SOCIAL: Processo conduzido pela empresa de aliar fortes restrições a grandes privilégios/vantagens oferecidos ao indivíduo. Os privilégios funcionam para ocultar a contradição entre os objetivos da empresa, os do sistema capitalista (o lucro e a dominação) e os objetivos dos trabalhadores. (PAGÉS ET AL, 1987, p. 26).

Definição constitutiva de AUTONOMIA: Qualidade de um indivíduo de tomar suas próprias decisões com base em sua razão individual.

Definição operacional de AUTONOMIA: A variável autonomia será operacionalizada nesta pesquisa por meio da análise crítica das categorias 4, 5 e 6.

Definição constitutiva de BEM-ESTAR: Filosofia de administração, denominada Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), que busca assegurar o bem-estar físico, psicológico e social das pessoas no ambiente de trabalho. (MAXIMIANO, 2002, p. 509).

Definição operacional de BEM-ESTAR: A variável bem-estar será operacionalizada nesta pesquisa por meio da análise crítica das categorias 1,2 e 3.

Definição constitutiva de COMPETITIVIDADE: Atributo de organização que tem melhor desempenho que similares ou concorrentes, especialmente na preferência do consumidor. (MAXIMIANO, op.cit., p. 506).

Definição operacional de COMPETITIVIDADE: A variável competitividade será operacionalizada nesta pesquisa por meio da análise crítica da categoria 7.

Definição constitutiva de ÉTICA CORPORATIVA: Idéia de que os princípios éticos variam com o tempo e o espaço, justificando adaptações de comportamento ao momento e lugar. (MAXIMIANO, op.cit., p. 508).

Definição operacional de ÉTICA CORPORATIVA: A variável ética corporativa será operacionalizada nesta pesquisa por meio da análise crítica da categoria 7.

Definição constitutiva de PARTICIPAÇÃO: Conjunto organizado de ações tendentes a aumentar o controle sobre os recursos, decisões ou benefícios por pessoas ou grupos sociais que têm níveis de influência relativamente menores dentro de uma comunidade ou organização. (TENÓRIO, 2004, p.69).

Definição operacional de PARTICIPAÇÃO: A variável participação será operacionalizada nesta pesquisa por meio da análise crítica das categorias 8 e 9.

Definição constitutiva de ALIENAÇÃO: Segundo RAMOS (1981) existem 3 sentidos para a palavra alienação:

“auto-alienação: se verifica em organizações em que o indivíduo é tratado como unidade abstrata, força de trabalho, mero instrumento passivo que, em troca de salário, cumpre tarefas, segundo

especificações autocraticamente determinadas. Nestas

circunstâncias, a organização se conduz com restrita ou nula tolerância às condições e preferências do indivíduo.” (p.56)

“reificação: consiste numa forma de objetividade em que relações humanas e sociais são equiparadas a relações entre coisas.” (p. 59)

“privação de poder: os indivíduos alienados se encontram excluídos, privados de meios de decisão, e, assim, não podem determinar o curso dos acontecimentos conforme desejam. Os alienados nada mais são que agentes passivos de comandos, ordens e decisões.” (p. 61)

Definição operacional de ALIENAÇÃO: A variável alienação será operacionalizada nesta pesquisa por meio da análise crítica das categorias 8 e 9.

Considerando que o interesse deste estudo é avaliar os objetivos e pressupostos epistemológicos que envolvem as ferramentas de pesquisa de clima organizacional, é importante destacar que a utilização de apenas uma amostra documental não afetará os resultados do trabalho, pois o que diferencia a pesquisa de clima de uma empresa para outra são apenas os aspectos técnicos de mensuração e de operacionalização da ferramenta. Sendo assim, não será a quantidade de pesquisas/amostras analisadas que trará maiores contribuições, em termos de credibilidade, para os resultados deste estudo.

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