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A metodologia da pesquisa tem por função básica definir quais são os procedimentos metodológicos que foram envolvidos na pesquisa.

Lakatos e Marconi (2001) definem metodologia como um “conjunto de atividades sistemáticas e racionais que permitem alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões”.

Neste capítulo serão apresentados: a classificação da pesquisa, os sujeitos da pesquisa e universo amostral, a coleta de dados, plano de análise e interpretação dos dados e o plano da sistematização do estudo, desta forma, explica o caminho metodológico que conduziu o estudo, tendo como objetivo identificar possíveis relações entre o Engajamento no Trabalho e as dimensões da Síndrome de Burnout nos funcionários do setor de manutenção de uma indústria do ramo metalúrgico.

3.1. Classificação da Pesquisa

A classificação é de fundamental importância para a realização do estudo, pois ela detalha os métodos necessários para obterem-se as informações. Refere-se ao procedimento racional e sistemático e tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são apresentados. Pesquisa é uma busca, uma procura, um conjunto de atividades que tem por objetivo a aquisição de novos conhecimentos, ela deve ser planejada, desenvolvida e redigida seguindo as regras e definições estabelecidas por uma metodologia.

Esta etapa visa atender os objetivos geral e específicos, e para isto, foram utilizados alguns procedimento de pesquisa que são abordados a seguir. Na concepção de Zamberlan et al (2014) a classificação da pesquisa se dá através de meios compostos de diferentes métodos, abordagens, tipos, procedimentos técnicos, estratégias, para procurar respostas e apoiar investigações direcionadas a solucionar questões e problemas de pesquisa ou avanços e até saltos de conhecimentos.

A pesquisa quanto à natureza será base para futuras pesquisas, visando novos conhecimentos para aplicação prática voltada à solução de problemas específicos da realidade.

No que se refere à abordagem da pesquisa, classifica-se como quanti-qualitativa, de forma a adotar prováveis formas de pesquisa técnica, utilizando o embasamento teórico fundamentados em livros e artigos, relacionando com a literatura de alguns autores que

mencionam o tema em questão; podendo assim, entender que a abordagem quantitativa significa basicamente quantificar os dados coletados, utilizando-se de técnicas estatísticas, diferentemente da qualitativa onde não são adotadas formas de números ou unidades e sim se baseiam em qualificar as informações obtidas.

Em relação aos objetivos a pesquisa trate-se de explicativa e descritiva. Explicativa, porque seu objetivo é investigar uma situação para propiciar aproximação e familiaridade com o assunto, fato ou fenômeno e com isto gerar maior compreensão a respeito dele. E descritiva, uma vez que, visa identificar, expor e descrever os fatos ou fenômenos de determinada realidade em estudo, características de um grupo, comunidade, população ou contexto social.

Já quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa constitui-se em bibliográfica, de levantamento e campo.

Bibliográfica, visto que abrange todo o referencial teórico já tornado público em relação ao tema de estudo, como publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, meios de comunicação orais (rádio e gravações de áudio) e audiovisuais (filmes e televisão) (apud LAKATOS E MARCONI, 2001).

Levantamento, porque permite ao pesquisador realizar uma sondagem de opinião pública sobre determinado tema de estudo. Assim, “as pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer”. Procede-se, basicamente, à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas sobre o problema estudado. Em seguida, mediante análise quantitativa, obtêm-se as conclusões correspondentes aos dados coletados (apud GIL, 2002).

Pesquisa de campo, “esta estratégia de pesquisa procura muito mais o aprofundamento das questões propostas do que a distribuição das características da população, segundo determinadas variáveis. Apresenta maior flexibilidade, podendo ocorrer mesmo que seus objetivos sejam reformulados ao longo da pesquisa”. É desenvolvido no próprio local em que ocorrem os fenômenos, utilizando-se técnicas de observação direta (apud GIL, 2002).

3.2. Sujeito da Pesquisa e Universo Amostral

Os sujeitos da pesquisa foram os funcionários do setor de manutenção de uma indústria do ramo metalúrgico para os quais a pesquisa foi direcionada, sendo no total 76

colaboradores que compõe o setor de manutenção da empresa, 1 negou-se a responder o questionário e 75 responderam e, destes 15 são do setor administrativo da área, 53 são do setor operacional e 7 são gestores, sendo 6 Supervisores e 1 Gerente.

A escolha dessa área de manutenção como amostra se deu por orientação do Gerente da área, para verificar o nível de engajamento e aproveitando esta oportunidade para verificar se há indícios das dimensões da Síndrome de Burnout nos colaboradores.

3.3. Plano de Coleta de Dados

Portanto, para cumprir os objetivos propostos para este estudo, os instrumentos utilizados para a coleta de dados são:

a) Anexo 1 com o questionário do MBI – GS (Maslach Burnout Inventory General Survey) elaborado por Maslach, Jackson e Leiter (1996) – permite a partir de 16 afirmativas relativas ao modo como os profissionais se sentem em relação ao trabalho. Este instrumento é dividido em três partes relacionadas entre si, mas independentes: exaustão emocional (EE), despersonalização (DP) e ao envolvimento pessoal no trabalho (EPT). Portanto, o instrumento conta com uma escala Likert de 0 a 6 de pontuação de acordo com a ocorrência dos sentimentos relativos às afirmativas do questionário. Onde 0 (nunca; nenhuma vez) a 6 (sempre; todos os dias).

O Maslach Burnout Inventory – General Survey (MBI-GS) que é um instrumento utilizado para mensurar a Síndrome de Burnout, e é dividido em três aspectos:

A Exaustão Emocional (EE) que refere-se ao esgotamento de energia emocional e fadiga, mas sem referência direta às pessoas como a origem desses sentimentos e apresenta seis variáveis, a Despersonalização (DP), refere-se a indiferença ou uma atitude distante para com o trabalho e apresenta quatro variáveis e o Envolvimento Pessoal no Trabalho (EPT) enfatiza mais diretamente as expectativas no trabalho, incluindo as expectativas de um indivíduo de eficácia continuada no trabalho, esta dimensão apresenta seis variáveis.

b) Anexo 2 com o questionário Utrecht Work Engagement Scale (UWES), elaborado por Schaufeli & Bakker, (2003). Originalmente, o UWES incluía 24 itens dos quais (9) eram itens de vigor, e (8) itens de dedicação e sua maior parte consistia em frases do MBI reescritas de forma positiva. Depois de uma avaliação psicométrica em duas diferentes amostras de trabalhadores e estudantes, 7 itens se demonstraram inconsistentes e foram eliminados, hoje o instrumento conta com 17 afirmativas, com três escalas relacionadas entre si constituintes do Engajamento no trabalho: vigor, dedicação e absorção, com escala

de respostas onde o respondente aponta se já experimentou o que é relatado, em relação a seu trabalho, se ele nunca tenha tido tal sentimento, ele marca “0” (zero) na coluna. Em caso afirmativo, ele indica a frequência (de 1 a 6) que melhor descreveria os sentimentos, conforme as afirmativas. As 17 afirmativas são divididas em: 6 itens de vigor, 5 de dedicação e 6 de absorção.

Denominado Utrech Work Engagement Scale (UWES) – foi desenvolvido por Schaufeli & Bakker (2003), e incluem os três aspectos constituintes do engajamento no trabalho: O Vigor é mensurado por seis itens que se referem aos altos níveis de energia e resiliência, a vontade de investir esforços, não se fadigar com facilidade, e persistir face as dificuldades, a Dedicação é acessada por cinco itens que se referem a um senso de significado pelo trabalho, sentindo-se entusiasmado e orgulhoso em relação ao seu labor, sentindo-se inspirado e desafiado por ele e a Absorção é medida por seis itens que se referem a estar totalmente imerso em seu trabalho e tem dificuldades em desapegar-se dele, o tempo passa rapidamente e ele esquece-se de tudo ao seu redor.

c) Apêndice A com um questionário sócio demográfico/empresarial para caracterização dos sujeitos da pesquisa (gênero, faixa etária, estado civil, grau de escolaridade, tempo de empresa e o tempo na função) e duas questões descritivas: a primeira, se você tivesse oportunidade mudaria de profissão? E a segunda, você acha sua profissão estressante?

Os questionários foram impressos e entregues a cada colaborador da área em três etapas, primeiro para os colaboradores da parte operacional, após a reunião mensal do setor que acontece em um auditório da organização estudada, após para a área administrativa e após para os gestores, conforme disponibilidade de cada respondente, de 15 de julho a 15 de agosto de 2016.

3.4. Plano de Análise e Interpretação dos Dados

A análise bem como a interpretação dos dados foi realizada por meio de uma comparação dos dados coletados através dos questionários que foram inicialmente organizados em uma base através do software Excel e, a partir deste, tabulados e analisados quantitativamente, utilizando-se o software de apoio SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), para realização da descrição da amostra, descrição do perfil dos entrevistados foi utilizada técnicas de análise estatística simples (média e desvio-padrão). Portanto, Gil (1996 p.102) define que:

O processo de análise dos dados envolve diversos procedimentos: codificação das respostas, tabulação dos dados e cálculos estatísticos. Após, ou juntamente com a análise, pode ocorrer também a interpretação dos dados, que consiste, fundamentalmente, em estabelecer a ligação entre os resultados obtidos com outros já conhecidos, quer sejam derivados de teorias, quer sejam estudos realizados anteriormente.

Após a coleta dos dados e a respectiva tabulação, os mesmos foram interpretados e analisados. No presente trabalho, a análise e a interpretação dos dados tabulados auxiliaram na análise dos objetivos propostos. Procurando neste as respostas, através da ligação dos assuntos nele tratado e auxiliando na conclusão do estudo e nas propostas de melhorias.

Ainda na intenção de responder ao objetivo central do estudo foram realizados testes estatísticos discriminados na figura 1.

Identificar o perfil sócio demográfico da amostra.

Tabelas de frequência.

Verificar possível relação das dimensões de Engajamento no Trabalho – vigor, dedicação e absorção.

Medidas descritivas.

Verificar possível relação das dimensões da Síndrome de Burnout – exaustão emocional, despersonalização, envolvimento pessoal no trabalho.

Medidas descritivas.

Identificar possíveis associações entre o perfil sócio demográfico com os fenômenos estudados.

Tabelas cruzadas e correlação de Pearson.

Propor ações e práticas de gestão que propiciem o engajamento no trabalho e que possam prevenir ou minimizar a Síndrome de Burnout.

A partir de práticas e ações já sugeridas por estudos anteriores e, a realidade da

empresa.

Sendo que, para o último objetivo especifico foram pontuadas ações baseadas nos resultados da pesquisa e, também em materiais já publicados por outros autores que propiciem o engajamento no trabalho e que possam prevenir ou minimizar a Síndrome de Burnout.

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