• Nenhum resultado encontrado

constroem instituições

A população residente no Estado de Michoacán de Ocampo era de 3.985.667 habitantes em 2000 (XII Censo General de Población y Vivienda

2000, Inegi). Este Estado possuia a 14ª maior população indígena do México.

O Estado registrava um total de 121. 849 (cento e vinte um mil, oitocentos e quarenta e nove) “pessoas falantes de línguas indígenas com 5 (cinco) anos e mais”, o que representa 3,5% da população de FLI residente no México. Entretanto, se forem levados em conta os critérios estabelecidos pela

Convenção 169 da OIT acerca da auto-identificação e auto-definição das

pessoas que se consideram indígenas ter-se-ia uma cifra que chegaria a algo entre 500.000 e 700.000 indígenas.182

181

No Brasil, além do Amazonas, outras unidades da federação contam com órgãos e entidades responsáveis por coordenar as ações voltadas para os povos e comunidades indígenas. O Acre conta com uma “Assessoria Indígena” na estrutura de governo, e o Estado de Roraima dispõe de uma “Secretaria de Estado do Índio”, criada pela Lei Estadual N° 279, de 29 de dezembro de 2000. No México alguns Estados possuem há já um bom tempo de instituições desta natureza. O Estado de Chiapas, por exemplo, criou em 1934 o Departamento de Acción, Cultura y Protección Indígena, transformado, em 1945, no Departamento de Protección Indígena. Em 1949, o Estado criou o Departamento de Asuntos

Indígenas, que passou por várias reestruturações. Desde o ano de 2000, o Estado de Chiapas conta com

a Secretaria de Pueblos Índios (SEPI).

182

De acordo com o Conteo de Población y Vivienda (INEGI), Michoacán teria 113.166 indígenas no ano de 2005. Destes 96.966 (85,7%) são purhépecha, 4.009 (3,5%) são nahuatl, 3.472 (3.1%) são mazahua e 480 (0,4%) são otomi. O Conteo de Población y Vivienda de 2005 (INEGI) encontrou em Michoacán, ainda, 626 (0,6%) falantes de línguas mixtecas, 268 (0,2%), 203 (0,2%) de amuzgo, 165 (0,1%) de tzeltal e 752 (0,7%) de outras línguas indígenas faladas no México. A população falante de língua indígena de 5 e mais anos (FLI) no Estado de Michoacán, assim como no país, apresentou uma leve diminuição: eram

Tabela 4 - População residente total e população falante de língua indígena, por situação do domicílio - México e Estado de Michoacan - 1990, 2000 e 2005 México e Michoacán 1990 2000 2005 México População total 81.249.645 97.483.412 103.263.388 Percentual de População Rural 28.7 25.4 23.5

Pop. falante de língua

indígena 5.282.346 6.044.546 6.011.201

Percentual de população

indígena(*) 7.5 7.2 6.7

Michoacan

População total 3.037.340 3.985.667 3.966.073

Pop. falante de língua

indígena 105.576 121.849 113.166

Taja de Asistencia Escolar da Poplación HLI (**)

México ... 83.5 88.7

Michoacan ... 83.1 89.7

Nota

(*) Percentual da População Falante de Língua Indígena de 5 anos e mais, em relação à população total do

México

(**) População Falante de Língua Indígena de 6 a 14 anos

Fonte: INEGI, México. Censos Generales de Población y Vivienda, 1990 e 2000. INEGI, México. Conteo de Población y Vivienda, 2005.

Segundo o Inegi, a taxa de escolarização da população FLI de 6 a 14 anos (taja de asistencia escolar) nesta unidade da federação era de 83,1% e 89,7% nos anos de 2000 e 2005, respectivamente. Esta taxa para toda a população de FLI do país era de 83,5% e 88,7%.

A População indígena originária de Michoacán pertence aos povos p’urhepecha, nahuatl, mazahua e otomi que ocupam territórios em aproximadamente 29 municípios desta unidade da federação. Além dos povos tradicionais, neste Estado vivem, ainda, integrantes migrantes de outras etnias, como mixtecos, zapotecos, amuzgos mayas, tlapanecos, totonacas.183

Com o fim da primeira rebelião cristera em 1929, a região purépecha no Estado de Michoacán torna-se num dos locais mais importantes de experimentação para o nascente indigenismo mexicano, o qual estabelecerá estratégias de integração das comunidades indígenas ao projeto nacional-

121.849 e FLI em 2000 e em 2005, 113.166. No país como um todo eram 6.044.547 em 2000 e, em 2005, 6.011.202 habitantes FLI com cinco anos e mais.

183

Cf. Programa para el Desarrollo Integral de los Pueblos Índios 2004-2008 (Propuesta). Morélia: Coordinación Interistitucional para la Atención a los Pueblos y Comunidades indígenas del Estado de Michoacán, 2003, p. 4

estatal.184 Em 1932, Moisés Saénz estabelece a Estación Experimental de

incoporación del Índio em Carapan/Mich. Embora a estação tenha existido por

apenas um ano e meio, ela servirá de protótipo para a criação do

Departamento Autônomo de Asuntos Indígenas (1936) que por sua vez será o

precursor do INI (1948).185

Em 1961 é instituído o Centro Coordenador Indigenista (CCI) do INI na Região Tarasca/Purépecha inicialmente na cidade de Uruapan e, posteriormente, em Cherán (1966/67), onde permanece até hoje. Em 1972 foi instalado o CCI/INI da costa Nahuatl de Michoacán, com sede inicialmente em Coahuayana e, posteriormente, em Aquilla e finalmente em la Placita. Em 1975, quando a CREFAL diminuiu suas atividades indigenistas na região lacustre, foi criado um CCI também na cidade de Patzcuaro.

O programa educacional desenvolvido a partir de então pelo CCI de Cherán foi castelhanizador, consistindo em recrutar jovens purhépecha dos povoados vizinhos e, por meio de breves cursos, contratá-los como promotores culturais. Posteriormente, estes jovens promotores culturais eram enviados às comunidades onde ministrariam aulas na pré-escola (preprimária), enquanto os professores da SEP (maestros federales) ministravam as disciplinas das séries iniciais do ensino fundamental (educación primaria). Os promotores culturais funcionavam como “agentes de aculturação” (culture brokers).

“Entonces [el INI] empezó a reclutar a jóvenes de las comunidades para que atendiéramos a los niños que en aquel momento [estudiavan en] un año que vale así como preprimaria, denominábamos ‘grados preparatorios’. Y reclutaron a jóvenes de diferentes comunidades, hablantes de purépecha y únicamente con sexto grado de primaria (…). Y nos dieron un curso previo. (…) Había dos grupos: unos que éramos promotores bilingües y otros que eran maestros. Los

184

“La rebelión cristera se origina en zonas no indígenas, sino rancheras (…) de Jalisco, Michoacán y otros Estados del centro-occidente mexicano, cuando el Gobierno federal proibe en 1926 el culto católico. (…) En resumen, el movimiento cristero no se articula simplemente como milenarismo religioso antimodernista, sino que la confrontación entre Estado laico e Igreja Católica es aprovechada por las comunidades para reivindicar su autonimia consuetudinaria frente a la creciente penetración de actores externos sobretodo gubernamentales, pero también eclesiales (Dietz, 1999, 164 e 165).

185

“Durante el gobierno del Presidente Cardenas, se crea el Departamento Autónomo de Asuntos

Indígenas el 1º de enero de 1936, dependencia pública encargada de ‘conocer los problemas y

necesidades de la población indígena y de recomendar al ejecutivo las medidas adecuadas para su solución. (...) El Departamento desaparece como tal en 1946, pasando a formar parte de la SEP, con la denominación de Dirección General de Asuntos Indígenas que a su vez perdura hasta 1971” (Rocha e outros, 1991, 32)

que éramos promotores teníamos sexto de primaria y los que eran profesores tenían tercero de secundaria. Pero el proceso de enseñanza que nosotros hacíamos, los promotores, que atendíamos el grupo de preprimaria, de grado preparatorio, era de castellanizar. No era de la enseñanza de la lengua indígena, no se respetaba la lengua indígena de los niños, sino lo objetivo era castellanizar a través del método directo. Entonces cuando nosotros entrábamos a aula era empezar hablar el castellano con los niños. [Ellos] no nos entendía nada, pero nosotros hablábamos castellano, castellano, castellano… Y cuando el niño ya saludaba y decía: "Buenos días maestra", ya nosotros nos decíamos: ya aprendieron el español! Al que no sabían lo que decían (Luz Valentínez).

Outro aspecto a ser enfatizado é a relação entre indigenismo e educação no Estado de Michoacán. Desde a inauguração das primeiras

Missões Culturais (1929) nas cidades de Paracho e Charapan, a educação se

firmou como o eixo central do indigenismo nesta região. A educação teve por atribuição, neste contexto, proporcionar a integração cultural das comunidades indígenas _ em especial os purhépecha_ à nação mexicana.186

Na escola rural, o professor deveria se comportar como um missionário da Revolução e, portanto, teria de lutar contra o grande poder da Igreja Católica em parte considerável das comunidades indígenas.

“bajo el lema ‘la escuela para la comunidad y la comunidad para la escuela’, la Escuela Rural, aún denominada Casa del Pueblo bajo Vasconcelos, como centro educativo dirigido tanto a jóvenes como a adultos y la Misión Cultural como iniciativa educativa extraescolar serán los instrumentos para contrarrestar la influencia eclesial e contrarrevolucionária” (Dietz, 1999, 45).

Como resultado das recomendações da Primeira Assembléia de

Filólogos e Linguistas ocorrida em 1929, na Cidade do México, o linguista

Maurice Swadesh (Universidade de Wisconsin) inicia, em 1939, um projeto de alfabetização em língua indígena denominado Projeto Tarasco. Este projeto, que utilizou o método analítico do Instituto Lingüístico de Verão (ILV), reuniu aproximadamente 20 jovens de ambos os sexos e os ensinou a ler e escrever em sua língua materna, para posteriormente enviá-los às comunidades da Meseta Tarasca/Purépecha em missões alfabetizadoras. Em 1940, após o

186

“Em Michoacán, las primeras misiones se establecerán en 1929, en Charapan y Paracho, las cuales al año y medio se convierten en misiones viajeras, es decir, atienden una región considerable, dando cursos de capacitación técnica a maestros rurales y a la población sobre actividades agropecuarias, pequeñas industrias, higiene, deportes y educación cívica” (Rocha e outros, 1991, 30).

sexênio de Cardenas, o projeto foi suspenso por ser considerado um perigoso “programa comunista”.

Os mentores do Projeto Tarasco criaram, então, o “Conselho de Línguas Indígenas” e elaboram um programa de alfabetização em língua indígena que. será aplicado, a partir de 1944, pelo recém criado “Instituto de Alfabetização para Indígenas Monoligues” da SEP. Este Instituto e o ILV, estabelecidos desde 1944 em Cherán/Mich., além de promover as ações do programa de alfabetização em língua indígena, em especial ações de educçaão de adultos, passam a editar, após 1950, a revista Mitakua (llave), primeira publicação mensal em língua purhé187.

Temerosa com a penetração educacional do protestantismo norteamericano na Meseta Purépecha protagonizada pelos lingüistas e missionários do ILV/SIL, a Igreja Católica instala em Cherán, no ano de 1944, um colégio das Servas do Sagrado Coração (Cf. Dietz, 1999, 195-6).

É em Michoacán, mais precisamente na cidade de Patzcuaro, que ocorre o célebre Primeiro Congresso Indigenista Interamericano (1940), em que representantes dos países das três Américas concluiram que o processo educacional dos indígenas deveria levar em conta a cultura, a língua e as peculiaridades dos educandos, sendo que nesse processo deveriam ser empregados professores indígenas bilíngües. Com isso, assiste-se a um crescimento formidável no número de professores indígenas em todo México: de 350 professores em 1963 para aproximadamente 4.000 docentes em 1970.188

Como resultado do debate político-linguístico prevalescente até os anos 1970 acerca do melhor método de castelhanização (castelhanização direta ou o método bilingue e indireto), ocorreu o surgimento de um sistema contraditório e dualista de instituições educacionais nas reigiões indígenas de Michoacán: a) escolas primárias federais dotadas de maestros monolingues em espanhol; b)

187

“Se tienen noticias de que en Michoacán, el Instituto Lingüístico de Verano se estableció en 1937, ya que uno de sus lingüistas, Max D. Lathrop, norteamericano, residía en la comunidad de Puácuaro, Mich., a orillas del Lago de Patzcuaro desde ese año. (...) Desde su centro de Puácuaro irradiaban su acción a las demás comunidades ribereñas y posteriormente cambiaron su sede a Cherán ampliando su radio de acción a la Meseta tarasca y la Cañada de los Once Pueblos. Durante muchos años el ILV, asesoró en el aspecto lingüístico los diferentes proyectos educativos que las instituciones oficiales desarrollaron con la población purépecha” (Rocha e outros, 1991, 38).

188

“En 1963, la Sexta Asamblea Nacional de Educación recomendó la utilización de métodos bilingües utilizados por maestro y promotores de los própios pueblos indígenas, creándose para ello el Servicio Nacional de promotores Culturales y Maestros Bilíngües. El sistema se expandió y para 1970 se contaba con cerca de 4.000 maestros” (Sedesol, 2000, 3 (disponível no site/sítio https://www.sedesol.gob.mx/perfiles/nacional/08_social.html, consultado em 29 de novembro de 2006))

escolas primarias bilíngües, vinculadas inicialmente à DGEI da SEP, onde trabalham os professores bilíngües.189

“Lejos, sin embargo, de lograr el pretendido abandono de la lengua purhé y su sustitución por el castellano, objetivo implícito de cualquier ‘programa de transición’, este tipo de estratégia docente que a través del ‘curriculum oculto’ se convierte em praxis diglósica há logrado estabilizar el bilingüismo purhé-castellano em toda la región y com ello la persistência del purhé (Valentinez Bernabé, 1982)” (Dietz, 1999, 50).

O emergente movimento de professores bilíngües dos anos oitenta do século XX se fundamentará exatamente na necessidade de abandonar a castelhanização das comunidades indígenas, alcançando, por um lado, a valorização das culturas e linguas indígenas e, por outro, um bilingüismo coordenado.

No período de 1921 a 1973, o Governo Federal centralizou as decisões na área educacional. Foi somente com a expedição do Decreto Presidencial que instituía o Programa de Descentralização de Funções, em 5 de abril de 1973, que este quadro de profunda centralização começa a mudar e 9 (nove) Unidades Regionais e 37 (trinta e sete) Subunidades da SEP são instaladas em todo país. Em janeiro de 1974 foi instalada em Morélia a Subunidade Administrativa para o Estado de Michoacán. Esta Subunidade Administrativa estava vinculada à Unidade de Celaya (Guanajuato).Em 29 de março de 1978 inicia as atividades da Delegacia (Delegación) da SEP em Michoacán, que passa a ter um volume crescente de trabalho, chegando a ocupar cinco edifícios dispersos pela cidade.

No ano de 1983 as Delegacias Gerais (Delegaciones Generales) da SEP são transformadas nas Unidades de Serviços Educativos a Descentralizar (USED). Com a publicação no Diário Oficial de la Federación do Decreto Presidencial que aprovou 31 convênios voltados à consolidação da descentralização da política educacional (19 de maio de 1992), bem como do

189

“(…) para estandarizar y mejorar la capacitación bilingüe del personal indígena, la SEP crea un Servicio Nacional de Promotores Culturales y Maestros Bilingües, presente desde 1965 en la región purhépecha. (…) Desde la reforma de 1978, los promotores culturales son empleados en los grados preescolares para la alfabetización em purhé y la castellanización oral, mientras que los maestros bilingües imparten clases em el primeo y segundo grados de primaria. (...) la diferencia entre um promotor cultural y un maestro bilingüe reside en su respectivo nivel de escolaridad alcanzado: mientras el promotor es egresado de la primaria cuando inicia el curso de capacitación del INI, el maestro bilingüe tiene que hacer concluido la secundaria antes de ingresar al INI” (Dietz, 1999, 49 e 280)

Acordo Nacional de Modernização para a Educação Básica e Normal (21 de

maio de 1992), o caráter nacional da educação passa a ser assegurado por meio da normatividade emitida pela União e o seu caráter local será garantido através de sua implementação por parte dos governos estaduais.

O processo de desconcentração educacional começou em Michoacán, portanto, no ano de 1978 com a criação da Delegacia Geral da SEP (Delegación General de la SEP). No ano seguinte foi criada, no âmbito da Delegacia Geral da SEP em Michoacán, a Coordenação de Educação

Indígena. Em 1980 foram instituídos os Departamentos de Educação Indígena

no sistema orgânico das Delegacias Gerais da SEP que, mais tarde, serão denominadas de Unidades de Serviços Educativos a Descentralizar (USED).

Com o processo de descentralização educacional culminado em 1984, a USED tornou-se a atual Secretaria de Educação do Estado de Michoacán (SEEM), ficando o Departamento de Educação Indígena vinculado à Subsecretaria de Educação Básica.190

A etapa definitiva de descentralização do setor educativo mexicano ocorreu com a assinatura do Acuerdo Nacional para la Modernización de la

Educación Básica, em 18 de maio de 1992, pelo então presidente Carlos

Salinas de Gortari. Este acordo foi ratificado pelas autoridades da SEP, do

Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (SNTE) e pelos 31

governadores dos estados da república mexicana.

“la descentralización educativa significava que la Federación dejara de prestar servicios educativos en los estados y transfiera esta facultad a los gobiernos de las entidade federativas. Esto implica entregar el

servicio educativo junto con los recursos

190

“Mediante el Acuerdo del 22 de Marzo de 1983, se estableció el cambio de Delegaciones Generales de la Secretaría de Educación Pública, por el de Unidades de Servicios Educativos a Descentralizar (USEDES). En Michoacán se venían trabajando de manera paralela con dos estructuras de la Secretaría, por una parte la Unidad de Servicios Educativos a Descentralizar (USED), en lo relativo a la Federación; y por otra, la Secretaría y Servicios Sociales de Gobierno del Estado. El 16 de Abril de 1984, surgió el Acuerdo de Coordinación celebrado entre el Gobierno Federal y el Gobierno del Estado de Michoacán de Ocampo, en donde se estableció la función de ambos servicios, el Federal y el Estatal, creándose la Dependencia de Servicios Coordinados de Educación Pública en el Estado, siendo precisamente el 21 de Noviembre de 1984 cuando se consolidó el Acuerdo por el cual el Gobierno Estatal responsabilizaba a la Secretaría de Educación Pública (S.E.P.), sobre la operación de los Servicios Coordinados de Educación Pública. El 21 de Noviembre de 1984, se consolidó el Acuerdo de Coordinación para la Descentralización de la Educación Básica y Normal, celebrado por el Gobierno Federal, a través de la Secretaría de Educación Pública y el Gobierno del Estado de Michoacán, esto debido a que fungió como entidad piloto por los avances logrados en materia de descentralización educativa” (Manual de Organización de la Secretaria de Educación. Periodico Oficial del Gobierno Constitucional del Estado de Michoacán de Ocampo. Tomo CXXXIII, Num. 83, Miércoles 23 de Junio del 2004).

correspondientes (personal, recursos financieros y materiales). Es decir, los recursos dejan de ser federales y pasan a ser estatales. Como consecuencia, se lograría tambien una redistribución del poder. Al darle a los estados mayores recursos y más facultades en esta materia, se tendrían estados más fuertes” (Sánchez González, 2004, 353).

A Ley Estatal de Educación, publicada em 7 de dezembro de 1998, permitiu uma maior participação do governo estadual na tomada de decisões educacionais, especialmente na modalidade educação indígena. Os artigos 72, 78, 80 desta lei possuem dispositivos aplicados à educação escolar

indígena.191

Atualmente a Secretaria de Educação do Estado de Michoacán está sediada na Avenida Siervo de la Nación, Colônia Sentimientos de la Nación, em Morélia, capital do Estado. Logo ao chegarmos a este edífício de dois pavimentos, cuja cor predominate é o verde, podemos vislumbrar, a um lado da praça de entrada, o Mural Códice El Nuevo Ser P’urhépecha. Este mural, que foi inaugurado no dia 15 de maio (dia do professor) de 1998, tem aproximadamente 90 metros quadrados. Nele estão representados astros, animais, divindades e personagens da mitologia purépecha, tais como el

Uitsume (Cão guia), Curita Caheri (mensageiro celeste), planeta venus

(Urendequa – Uecara: deus aliado contra os inimigos), Acuitze Catapeme (a deusa serpente, a deusa do solo), o colibrí, a garça e a “Guacamaya” (representa as cores que simbolizam as regiões nas quais Tariacuri dividiu o reino de Michoacán depois de sua morte: verde, branco e vérmelho, respectivamente) e os Uacusecha (“los Señores Águila, linaje principal de los

antiguos nobles y guerreros p´urhépecha”). 192

191

“Articulo 79.- La educación indígena, en sus diversas modalidades, tendrá como propósito, además de lo establecido para la educación básica, contribuir a la adquisición, transmisión, conservación y desarrollo de las lenguas, valores, costumbres y tradiciones de los grupos étnicos y al mismo tiempo facilitar al educando su integración y una mayor participación en el desarrollo de la Entidad; por lo que se sustentará en los intereses, características biológicas, psicológicas y afectivas del educando y en las necesidades de los grupos étnicos que existan en el Estado. (…) Articulo 80.- La educación indígena deberá ser impartida por docentes bilingües con estudios de educación normal, de acuerdo a las necesidades étnicas de cada región, y conforme a lo establecido en el artículo 72 de esta Ley” (Ley Estatal de Educación de Michoacán Ocampo).

192

“El códice mural amplía en cerca de treinta temas específicos una visión plástica introductoria al universo de la cultura p´urhépecha, en donde los temas cardinales como: el mito del origen, la cosmogonía, los primeros pobladores, el Tariácuri fundador del imperio y el ecosistema del lago de Pátzcuaro, entre otros, nos traducen no solo la temática sino la simbología y la estética de una visión expresiva y creativa, donde lo ornamental obedece a realidades emblemáticas que renuevan la identidad y dan un rostro inconfundible a la cultura michoacana”. Texto “El Muralismo” consultado no site/sítio

O mural, agora integrado ao patrimônio cultural dos michoacanos, apresenta um discurso acerca do passado, presente e futuro do povo purépecha, e por que não dizer de Michoacán, e a sua presença no edifício da Secretaria Estadual de Educação serve para deixar claro, pelo menos no plano simbólico, a simetria entre “mitologia étnica” e “mitologia estatal”: a origem de Michoacán ocorre com a “chegada” dos purhépecha neste território. Os