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A modelagem de dados foi realizada com a utilização técnica das normalizações de banco de dados. Como consequência, uma numerosa quantidade de tabelas foi criada para que a principal tabela do sistema, destinada aos registros dos laudos histopatológicos, fosse construída basicamente por campos formados com chaves estrangeiras. Apenas alguns campos descritivos como os de exames macroscópicos, microscópicos e diagnósticos de alunos, podem provocar um aumento substancial de utilização de disco. Portanto, a numerosa quantidade de tabelas criadas se justificou em conformidade com a técnica utilizada.

6.6 Tecnologia utilizada e programação

A tecnologia hoje disponível para desenvolver um

software é bastante variada. A Sociedade da Informação e Comunicação

contemporânea possui um arsenal muito variado de meios eletrônicos e formas de armazenar e distribuir informações utilizando-se de equipamentos com processamento embarcado. Para o desenvolvimento de um sistema de informação em saúde, pode-se utilizar uma abordagem

web, desktop, ou um web service, hospedado em um domínio na internet

etc.

Paralelamente, várias ferramentas e linguagens de programação estão disponíveis no mercado. Cada uma delas possui vantagens e desvantagens e isto deve ser levado em conta em cada projeto. De acordo com Falbo (2005), deve-se considerar o tipo de aplicação, localização, finalidade, infraestrutura e equipe disponíveis na construção do projeto.

Todas as variáveis descritas por Falbo (2005) foram avaliadas para o desenvolvimento do sistema de laudos histopatológicos. Entretanto, um item importante foi acrescido a esta relação: a licença da ferramenta de desenvolvimento. Como se sabe, as ferramentas de desenvolvimento são como quaisquer outros softwares e podem ser classificados em softwares proprietários e em softwares livres (Kon, 2001). Sendo assim, um fator de muita importância na escolha da tecnologia utilizada é conhecer exatamente o conteúdo dos contratos de licenças disponíveis de cada componente que se deseja usar no projeto a ser desenvolvido.

É bastante comum encontrar dúvidas e desinformações na web sobre a utilização de componentes de terceiros e suas distribuições, ou mesmo softwares completos. As licenças do tipo GPL merecem um cuidado maior quando utilizadas. Muitos desenvolvedores fazem uso de softwares com licença GPL na versão 2, como por exemplo, o SGBDR MYSQL®, como parte integrante de seus projetos que fazem uso deste banco de dados.

Como se sabe, todos os softwares desenvolvidos que se utilizam de componentes com licença GPL versão 2, devem ter seus códigos fontes disponibilizados para toda a comunidade, obrigatoriamente. Caso contrário, o desenvolvedor deverá comprar a licença utilizada, além de recolhimento dos impostos de importação, quando o produto tiver procedência estrangeira. Desta forma, quando um desenvolvedor cria um software utilizando o MYSQL®, por exemplo, este

software desenvolvido deve ser disponibilizado para todos de forma

gratuita, tanto do seu código fonte como do aplicativo para uso. Isto é conhecido como capacidade viral da licença GPL. Todo software construído utilizando um componente GPL versão 2, sem o pagamento da licença, transforma-se automaticamente em licença GPL versão 2 (Sabino; Kon, 2009).

Esta questão é bastante controversa quando se pretende criar um produto comercial em que a patente e seu código fonte necessita ser preservado. Neste caso, a opção mais satisfatória deve ser a aquisição do componente para preservar a segurança do produto desenvolvido, ou seja, preservando a característica de software proprietário.

A desatenção a estes mecanismos pode, como ocorre frequentemente, incorrer nas penalidades legais da ”lei antipirataria”. Sendo assim, é bastante preocupante o desenvolvimento e a distribuição de aplicativos, tanto web quanto desktop, em ambientes coorporativos sem o uso da devida licença. Não é incomum deparar-se com ambientes até bem organizados e com grande notoriedade que fazem uso de linguagem php e banco MySQL sem a devida distribuição do código fonte e sem a compra da licença. Portanto, quando se analisa o desenvolvimento de um projeto, deve se analisar também os custos e suas licenças envolvidas.

Todavia, para o sistema de laudos histopatológicos desenvolvido, o autor do projeto é proprietário das licenças das ferramentas utilizadas. Sendo assim, a questão relativa à dificuldade de utilização de licenças para o desenvolvimento não geraram grandes preocupações.

Outro aspecto que se deve considerar diante da possibilidade de disponibilização do código fonte é a segurança. Quando se utiliza criptografia para se proteger dados críticos do sistema, não se permite que chaves ou vetores que produzam a criptografia fiquem expostos para todos. No sistema em questão, utilizou-se de criptografia para a preservação das senhas de acesso e outros dados críticos, acrescendo, portanto, a inviabilidade da distribuição do código fonte.

A ferramenta utilizada para o desenvolvimento, o Microsoft Visual Studio .NET® 2005, possui uma grande flexibilidade nas linguagens de programação. Em um mesmo projeto, vários

programadores podem desenvolver em diferentes linguagens suportadas, como o C#, C++, J# e Visual Basic. Cada linguagem possui suas próprias sintaxes, palavras chaves, modelos de tipagens e estruturas. A linguagem adotada para a programação do software foi a Visual Basic .NET. O uso da linguagem utilizada proporcionou uma rapidez maior na programação devido a sua forma mais livre e pouco tipada para uma programação orientada a objetos, ao contrário da C#. De qualquer forma, o código intermediário traduzido pelo compilador é o mesmo, ou seja, o framework gerencia o código produzido. Porém, com milhares de linhas de programação no sistema de laudos histopatológicos, a escolha de uma linguagem, por exemplo, que não diferencie letras maiúsculas de minúsculas, aceite “chamar” um formulário sem antes instanciá-lo faz muita diferença na prática. Por outro lado, perde-se em estruturação da linguagem e rigidez na forma. A escolha da linguagem de programação é bastante pessoal e pode ser estudada em vários centros de treinamento com certificação (Microsoft, 2007).

Quando se opta por uma ferramenta de desenvolvimento, devem-se levar em conta suas dependências quanto à plataforma de sistemas operacionais. Em virtude de a Universidade em questão possuir licenças Microsoft Windows® em seus computadores clientes, treinamento sem custo para plataforma e grande aceitação por estudantes e professores, optou-se pelo uso da tecnologia .NET.

Acessando-se o web site http://marketshare.hitslink.com, é possível se obter gráficos estatísticos dos sistemas operacionais utilizados por usuários, como os ilustrados nas figuras 56 e 57 , os quais revelam a proporção da utilização dos sistemas e suas versões. Esta é uma estratégia bastante interessante quando se deseja verificar a potencialidade de usuários que se quer alcançar quando se desenvolve um software, além de prever dificuldades adicionais no treinamento.

Figura 56 – Apresentação do gráfico de Sistemas Operacionais mais utilizados por usuários, gerado pelo web site http://marketshare.hitslink.com em 03/04/2011.

Figura 57 – Apresentação do gráfico de versões de Sistemas Operacionais mais utilizadas por usuários, gerado pelo web site http://marketshare.hitslink.com em 03/04/2011.

Quanto ao tipo de software, optou-se pela utilização do

Windows Forms® em contra posição ao formulário web, em ASP.NET,

devido a indefinições de localização de hospedagem de um website em aspx e também pela facilidade de construção da interface de usuário. Se por um lado, uma aplicação do tipo Windows forms® teria, aparentemente, a vantagem de facilitar a construção das interfaces, por outro, teria uma desvantagem na instalação, pois uma abordagem web dispensaria uma instalação máquina a máquina em computadores clientes. Porém, esta desvantagem poderia ser minimizada utilizando uma instalação ClickOnce®. Esta tecnologia ClickOnce®, fornecida pelo Microsoft Visual Studio® 2005, foi desenvolvida para implantação de aplicativos Windows forms® em máquinas clientes permitindo instalação e atualização de aplicativos a partir da web. Dentre as vantagens nesta

tecnologia estão: a atualização do aplicativo realizada por transação,

download de arquivos por demanda, suporte total, baixo impacto sobre o

sistema, instalação automática de pacotes opcionais, segurança, manifestos assinados por criptografia, dentre outros (Microsoft, 2011b).

Por outro lado, uma vez que o sistema de laudos histopatológicos foi desenvolvido em camadas e todas as consultas foram programadas por meio de procedimentos armazenados, caso tenha-se a necessidade de migrar o aplicativo para um sistema web, isto é perfeitamente viável mantendo-se grande parte do desenvolvimento e somente sendo necessária a construção de uma nova camada de interface.

Quanto à ferramenta em si, esta proporcionou bastante produtividade, sobretudo, quando utilizada com o SGBDR Microsoft SQL Server® 2005. A IDE do Microsoft Visual Studio® é bastante amigável e auxiliou muito na visualização, criação, manipulação de tabelas no esquema do banco de dados do projeto, construção de diagramas de relacionamento, além de criação de “stored procedures” sem necessidade de se minimizar janelas ou se utilizar de outros aplicativos.

A ferramenta proporcionou maior facilidade na criação de classes e objetos, promovendo bastante flexibilidade. Tomasi et al. (2003) salientaram a necessidade de desenvolvimento de ferramentas próprias de fácil manejo pelas equipes de saúde, que tanto atendam as necessidades dos serviços quanto dos profissionais que a utilizam. Portanto, programas de desenvolvimento de software que utilizam uma IDE com ótima qualidade, podem facilitar programadores e profissionais de saúde (como o autor, cirurgião-dentista) a desenvolver estes aplicativos com rapidez e segurança, e, desta forma, incentivar a preencher a lacuna existente citada por Tomasi et al.(2003).

Os relatórios foram desenvolvidos com o componente da Microsoft Report Viewer® 2005 e facilitaram a criação de relatórios nas mais variadas formas. Estes componentes possuem a capacidade de

exportar os relatórios em formato pdf e Microsoft Excell® com poucas linhas de código.

Além disso, a associação de imagens clínicas, radiográficas e histológicas foram bem aceitas pela equipe. No intuito de se alcançar esta vinculação, o autor considerou que a maneira mais simples e produtiva seria encapsulando as imagens em um arquivo pdf, sendo este copiado no servidor com a alteração do nome original do arquivo para o número da requisição, acrescido do sufixo “h”, “c” ou “r”, designando ser um arquivo de imagens de microscopia, clínicas ou radiológicas, respectivamente. O acesso de visualização destes arquivos é feito, portanto, pelo navegador do aplicativo, que ativa o suplemento de leitura de pdf. Desta forma, houve um ganho de produtividade, pois toda a programação para impressão, procura, visualização etc. está disponível na ferramenta de leitura de arquivos pdf, não havendo, desta forma, nenhuma necessidade de programação.

6.7 Definição de problemas, resistências, infraestrutura e

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