• Nenhum resultado encontrado

O principal foco deste trabalho é a criação e o desenvolvimento de um Modelo de Jogo, tornando-se crucial ter uma compreensão total do mesmo. A minha noção foi estabelecida pelos conhecimentos que absorvi durante o meu percurso na FADEUP, tanto na Licenciatura como no Mestrado de Desporto para Crianças e Jovens, ambos com a especialização em Futebol.

Só consegui compreender e assimilar os conceitos que me foram transmitidos quando me deparei com problemas reais durante a prática do meu trabalho. Nos quatro anos enquanto treinador tentei ao máximo procurar esses problemas, querendo com isto dizer que tentei assumir todas as responsabilidades que me foram entregues, procurando problemas para me obrigar a refletir e encontrar as soluções mais adequadas.

Acredito ser o mais importante nesta fase do meu percurso. Ter ideias, problemas e arranjar soluções. Aquilo que podemos chamar o treino do treinador. Para isso é preciso assumir responsabilidades para termos liberdade de obter os nossos sucessos e cometer os nossos erros, aprendendo a partir deles.

Como já referimos, entendo o futebol como um evento caótico por natureza. Cabe-nos tentar criar ordem a partir da desordem, tentando estabelecer um funcionamento complexo do nosso modo de jogar.

“Na aparência simples de um jogo de Futebol esconde-se um fenómeno que assenta numa lógica complexa, decorrente da elevada imprevisibilidade e aleatoriedade dos factos do jogo (…)” (Garganta, 1997, p. 124).

Trata-se de um evento competitivo coletivo suscetível a uma quantidade inumerável de variáveis que o tornam por natureza aleatório. A obrigação de um treinador é, através da modelação tática, tentar estabelecer alguma ordem a partir desta desordem.

44

O estudo de um treinador passa, em grande parte, por observar e

absorver padrões neste “caos”. Analisando os comportamentos e

intencionalidades começamos a conceber uma rede de ações que representam a identidade de cada equipa. É muito importante conceber uma estrutura que respeite as características de todos os jogadores e relações entre os mesmos.

O que é a tática? (Garganta, 1997, p. 30) explica-nos da seguinte forma:

“(…), sendo atualmente conotado como a gestão inteligente do comportamento face a situações que impliquem conflitualidade de interesses, ou concorrência de objetivos, de que o desporto é uma das expressões mais representativas.”.

Entendemos então a tática como o meio ou método que estabelecemos para atingir um fim. Se considerarmos os princípios mais fundamentais do jogo, o nosso fim passa por ganhar, ou seja, marcar golos e evitar que marquem golos na nossa baliza. A tática traduz-se na definição de como vamos fazer isso. “O que faz o jogo é a transformação da causalidade em casualidade, ou

seja, aproveitar o momento; e quem ensina a aproveitar o momento são a estratégia e a táctica.” (Garganta, 2000, p. 1).

Esta não é uma tarefa fácil porque, como já referimos anteriormente, um jogo de futebol desenrola-se perante o conflito de dois sistemas, o que envolve extrema complexidade no seu desenvolvimento. Esta característica inerente a um desporto coletivo exige a compreensão de todas as relações entre os seus

intervenientes. “As relações interdependentes de cada jogador são

condicionadas pelo contexto de jogo, fazendo que cada elemento constituinte seja parte de uma organização colectiva que não pode ser compreendida pela análise descontextualizada das diferentes partes que a compõe.” (Pivetti, 2012,

p. 75)

Sem a modelação tática estas relações seriam apenas relações aleatórias aos contextos de jogo. Já que estamos dependentes das condições do jogo, a nossa solução é definir princípios que permitam consciência e

controlo sobre os contextos de jogo. “(…), a maneira de modelar a totalidade

complexa característica a um padrão de jogo requerido pela equipa é operacionalizar os diferentes princípios de jogo segundo os acontecimentos evidenciados nas diferentes situações de confronto.” (Pivetti, 2012, p. 124).

45

Cada jogador apresenta uma relação com o meio, com o adversário e com a equipa. Estas relações são recíprocas em todos os sentidos: o jogador depende do meio para tomar a sua decisão, contudo esta decisão vai afetar o decorrer do jogo, tal como acontece com as decisões dos adversários e da equipa.

Esta rede de relações entre os constituintes do jogo estabeleceria um destino de jogo completamente imprevisível, se não fosse limitada pelos princípios de jogo. De certa forma, estes princípios visam orientar o comportamento dos jogadores de maneira a que seja previsível para os seus colegas e imprevisível para o adversário.

O conteúdo e a lógica do jogo são representados pelas interações definidas entre as dimensões. Esta complexidade implica que qualquer ação de um elemento constituinte do jogo influencia a dinâmica geral do sistema. Assim, a totalidade do jogo resulta das interações dos jogadores da mesma equipa, como as relações de oposição. Este contexto coletivo faz com que o jogo seja mais do que um somatório de acontecimentos (Silva, 2008).

O que é então o Modelo de Jogo e para que serve?

Trata-se de um conjunto de princípios, estabelecidos sobre uma matriz conceptual que considere a totalidade do jogo, ajudando a equipa a agir e reagir coerentemente aos contextos que defrontará, de maneira a atingir os seus objetivos (Garganta, 1997).

Talvez por isso a coesão de uma equipa represente uma das componentes mais importantes do futebol moderno, senão a mais importante. Concepções de treino mais clássicas visavam a aquisição de habilidades técnicas necessárias para o jogo e manutenção da ordem (Pivetti, 2012). Em revés, na atualidade, muitos treinadores procuram ensinar os jogadores a gerir a desordem de maneira ótima (Pivetti, 2012).

Desta forma, em vez de limitarmos as ações dos jogadores a sequências preparadas em treino, procuramos estabelecer alguns limites na imensidão de possibilidades que fazem parte do jogo, libertando, assim, a tomada de decisão do jogador. Estes limites são os princípios de jogo, que devem ser

46

estabelecidos mediante todas as escalas da equipa e em todos os momentos de jogo, de modo a evidenciar uma identidade própria da equipa.

Apesar de se pretender que cada equipa tenha a sua identidade única, o nosso desporto assenta em princípios que o caracterizam e devem ser comuns entre todas as equipas. Podem ser categorizados em três tipos (Oliveira, 2004):

 Princípios fundamentais;

 Princípios específicos ou culturais;

 Princípios relacionados com o Modelo de Jogo;

Os princípios fundamentais assentam na seguinte lógica: recusar inferioridade numérica, evitar igualdade numérica e criar superioridade numérica (Oliveira, 2004). Atentemos nestes princípios e na relação que tem com o equilíbrio da nossa equipa e desequilíbrio do adversário.

Apesar de considerar a obtenção da superioridade numérica um princípio fundamental do nosso jogo, uma das estratégias que gosto de usar contraria, de certa forma, este princípio. É indiscutível que para manter o equilíbrio da nossa equipa este aspeto é indispensável, tanto defensiva como ofensivamente. Também entendo que é possível criar desequilíbrios no adversário através da obtenção de superioridade numérica numa zona mais avançada do campo, sem comprometer a nossa estabilidade. Contudo, sei também reconhecer que os jogadores que treinei não têm capacidades nem competrências táticas, técnicas, físicas ou psicológicas para o fazer, nem acho possível que no espaço de um ano o consiga fazer.

Tendo em conta que nesta fase da minha carreira me foco mais nas qualidades dos jogadores do que nas minhas ideias, como explicarei adiante, aceitei a natureza dos meus jogadores, fato que fez dom que uma das nossas maiores fontes de golo passasse pela busca de inferioridade numérica.

Um dos nossos jogadores mais influentes, que jogava na posição de meio-campo mais perto do avançado, tinha a capacidade de proteger muito bem a bola em drible. Decidi que nos momentos em que este jogador tinha espaço para iniciar o drible seria um dos nossos momentos de aceleração. Era consensual para os avançados que quando este movimento era iniciado iam

47

ser criados desequilíbrios no adversário, visto que este jogador ia acabar por atrair mais do que um jogador para o pressionar. Os nossos avançados deviam neste momento procurar explorar o espaço criado nestes desequilíbrios (com algumas exceções, como referirei posteriormente).

Considero a gestão espacial e numérica a principal preocupação de um treinador e o principal foco do nosso processo de treino. Ainda assim, não gosto de me prender à ideia de que devemos, em todos os casos do jogo procurar a superioridade numérica, já a sua obtenção significa que teremos inferioridade noutra zona, bem como o adversário. Acho que este princípio é altamente definidor do nosso modo de jogar e permite ao treinador explorar a sua criatividade na componente estratégica.

Para obter e aproveitar a gestão numérica temos de ter bem estabelecidos os princípios específicos ou culturais, que estão divididos em princípios ofensivos e defensivos (Queiroz, 1989 citado por Oliveira, 2004).

Os princípios ofensivos são:

 Penetração – criar vantagem, espacial ou numérica, sobre o adversário,

para podermos atacar a baliza ou o adversário;

 Cobertura ofensiva – apoiar o portador da bola e servir como primeiro

equilíbrio defensivo;

 Mobilidade – ocupar os espaços de maneira inteligente, criando linhas

de passe para garantir a posse de bola e criar desequilíbrios na estrutura adversária;

 Espaço – saber ocupar o espaço de maneira a aumentar amplitude do

ataque.

A nível defensivo temos:

 Contenção – condicionar o portador da bola de maneira a que o

adversário não consiga atingir os seus objetivos;

 Cobertura defensiva – apoio à contenção, ajustado à baliza, zona do

48

 Equilíbrio – garantir a cobertura dos espaços, linhas de passe e

jogadores livres;

 Concentração – retirar amplitude ao bloco adversário.

Estes princípios devem ser comuns em qualquer equipa, já que sem os mesmos não conseguimos reunir as condições necessárias para atingir os nossos objetivos.

Com o propósito a que cada equipa funcione de maneira única, de acordo com os seus recursos humanos, temos os princípios relacionados com o Modelo de Jogo, que são específicos a cada equipa e podem ser diferenciados em três tipos: grandes princípios, subprincípios e subprincípios dos subprincípios.

Os grandes princípios devem ser definidos mediante o momento de jogo e devem ser comuns a toda a equipa. O nosso objetivo, a nível ofensivo será sempre marcar golo. Podemos fazer isso de várias maneiras, como atacar o espaço nas costas da defesa rapidamente com o propósito de aproveitar o erro adversário ou mantendo e circulando a posse de bola para criar desequilíbrios e espaços para explorar de forma mais lenta. Estes princípios devem ser entendidos e aplicados pelo coletivo da equipa como um meio comum entre todos para a tingir um fim, também comum, de modo a que o processo seja coerente.

Os subprincípios visam definir critérios que devem ser seguidos para que o grande princípio seja cumprido. Se definirmos como grande princípio da nossa organização defensiva pressionar com o objetivo de ganhar a bola rapidamente forçando o erro adversário, alguns subprincípios poderão ser a aproximação rápida aos adversários ou a subida do bloco para encurtar espaços.

Os subprincípios dos subprincípios são pormenores individuais que os jogadores dão aos subprincípios, de maneira a dar “imprevisibilidade à previsibilidade”.

49

A equipa deve funcionar coerentemente em todos os momentos de jogo, e devem estabelecer um Modelo de jogo que seja, como nos explica Carlo Ancelotti (2013):

 Equilibrado – deve garantir solidez defensiva em todas as fases do jogo;

 Elástico – capaz de se adaptar às diferentes exigências e disposições

táticas dos adversários;

 Racional – inteligente no ponto de vista em que exalta as qualidades dos

jogadores e esconda os seus defeitos;

Estes princípios devem ser estabelecidos perante um Matriz Conceptual, de maneira a que possamos ter consciência das situações de jogo e tomar as nossas decisões mediante o princípio definido, para cada contexto.

No meu caso é a Matriz Conceptual que me foi ensinada dentro da Metodologia da Periodização Tática. De modo a compreender o jogo e o contexto em que cada momento o jogador está inserido, é preciso saber categorizar estes contexto ao pormenor, e estabelecer uma compreensão comum entre toda a equipa.

Em primeiro lugar, acho que é importante compreender o “modus

operandi” desta metodologia, e a maneira como esta aborda as dimensões do

jogo. Como já referimos anteriormente, o futebol baseia-se em quatro dimensões: Técnica, Tática, Física e Psicológica.

Esta metodologia tem um entendimento diferente acerca desta categorização. A Tática é mais complexa, e manifesta-se pela interação treinada de todas as dimensões. Desta forma, surge na Periodização Tática como a dimensão coordenadora do processo.

Um dos objetivos desta metodologia é a construção de uma identidade para a nossa equipa. Pretendemos definir, dentro dos possíveis, o decorrer do jogo, de acordo com os nossos interesses. Esta identidade é estabelecida pelo Modelo de Jogo que definimos, que por sua vez, se trata de princípios de jogo definidos em diferentes momentos e escalas.

50

Considero que a construção de um Modelo de Jogo deve começar no momento em que nos encontramos mais vezes em campo, que para mim tem sido a organização ofensiva e, por isso, começarei por aí.

Neste momento, a minha equipa tem a posse da bola, e todos os jogadores encontram-se na posição em querem estar, prontos a criar desequilíbrio ao adversário. Procuro que no início deste momento a bola esteja num jogador recuado e na zona central do campo, sem pressão, com todos os colegas de frente para este. A partir daí a equipa deve procurar desequilibrar a organização adversária através de um conjunto de dinâmicas que criem

superioridade numérica em zonas mais avançadas do campo,

preferencialmente em condições de marcar golo. É também um requisito para este momento de jogo a segurança defensiva caso a equipa perca a bola.

Tendo em conta que um Modelo de Jogo deve ser vivo e dinâmico (Ancelotti, 2013), só é normal que caso a equipa perca a bola os jogadores estejam longe da zona que devem defender. Durante esta época, as estruturas posicionais defensiva e ofensiva eram diferentes, o que obrigava os jogadores a recuperarem a sua posição rapidamente após a perda da bola.

Este é o momento que eu considero como transição defensiva. A equipa deve procurar reorganizar a sua defesa de maneira a cobrir os espaços que representam ameaça para a sua baliza, o mesmo não significa que todos os jogadores devam recuar imediatamente. O comportamento coletivo do Barcelona quando perde a posse da bola é o exemplo que costumo dar aos meus jogadores para explicar o que entendo por transição defensiva. Visto que esta é uma equipa que quer constantemente ter a bola, consideram mais importante cobrir os espaços mais avançados no campo, para não deixar a equipa ter a bola.

A partir do momento em que todos os espaços que pretendemos cobrir estão seguros, entramos em organização defensiva. No momento em que ganhamos a bola entramos automaticamente em transição ofensiva.

Estes momentos não acontecem de forma cíclica nem têm o mesmo tempo dependendo, sempre, dos Modelos de Jogo de ambas as equipas. Um

51

jogo de Futebol é determinado pelo Modelo de Jogo das duas equipas e da componente aleatória inerente a si mesmo (como qualquer desporto coletivo).

A adaptação do Modelo aos adversários está relacionada com a componente estratégica. De modo a podermos derrotar um adversário em específico temos de compreendê-lo como único, com a sua própria identidade. Temos de encontrar o que está escondido e esconder o que quer que seja

evidenciado. “Conhece teu inimigo e conhece-te a ti mesmo; se tiveres cem

combates a travar, cem vezes serás vitorioso. Se ignoras teu inimigo e conheces a ti mesmo, tuas chances de perder e de ganhar serão idênticas. Se ignoras ao mesmo tempo teu inimigo e a ti mesmo, só contarás teus combates por tuas derrotas.”(Tzu, 1913, p. 23).

Frequantemente me debruço sobre a questão, a propósito da modelação tática, de esta dever ser criada em função das ideias do treinador, ou sobre as características dos jogadores.

A Periodização Tática visa a criação de um Modelo de Jogo segundo as ideias do treinador e operacionaliza o treino como um processo de aprendizagem das ideias do treinador, ou princípios de jogo.

A meu ver, este processo nunca é começado do zero. Devemos tentar encontrar o funcionamento natural da equipa e realizar pequenos ajustes de modo a garantir todas as especificações referidas anteriormente. O Modelo será sempre composto por ambas as vertentes.

A questão coloca-se então sobre qual deve predominar na identidade do Modelo de Jogo.

Segundo a ideologia da Periodização Tática, o meu trabalho enquanto treinador basear-se-ia nas minhas ideias. Durante a presente época incorri num erro que espero não cometer novamente: considerar que um Modelo de Jogo tem de ser simétrico. O Modelo que estabeleci no início da época visava funções idênticas em duas posições do meio-campo (principalmente a nível defensivo), contudo, os jogadores que jogavam nestas posições apresentavam características completamente diferentes. Fiquei obcecado com os princípios que estabeleci, tentando orientar certos jogadores para comportamentos que

52

não lhes são naturais. Naturalmente um jogador não pode agir da forma que melhor entender, da mesma maneira que o treinador também não pode pedir ao jogador que se comporte dum modo completamente diferente do que fez toda a sua vida.

As minhas ideias visavam um Modelo completamente simétrico em que um ataque do lado esquerdo seria exatamente igual a um ataque do lado direito, e que os dois médios à frente da defesa se comportariam de igual forma, ignorando as características individuais de alguns jogadores.

Percebi que a análise do plantel à nossa disposição é um passo fundamental na criação de um Modelo de Jogo. Não falo de uma análise acerca das características individuais dos jogadores como a capacidade de fazer um passe ou um remate, mas sim das características que tornam cada jogador único. O que faz cada jogador especial. O resultado da formação de um jogador é em grande parte estabelecido pelo que este gosta de fazer. Isto porque um jogador que goste de Futebol vai passar mais tempo a treinar (inconscientemente) fora do campo do que durante o horário de treino. Este “treino” é o que define um jogador, o que normalmente se denomina de “Futebol de Rua”, cuja falta do mesmo tem sido apontada como uma das grandes falhas na formação dos atletas atualmente.

Agora entendo que uma das características mais importantes de um treinador é o conhecimento que tem dos seus jogadores e a coordenação entre as suas ideias e as características dos jogadores. Saber o que torna cada jogador único permite-nos estabelecer os sub dos subprincípios que conferem imprevisibilidade à previsibilidade.

O treinador deve ter as suas convicções futebolísticas, contudo, estas nunca devem ser dissociadas das características dos jogadores que tem à sua disposição.

Outro problema com que me deparei esta época, e infelizmente só na reta final pude compreende-lo, pretende-se pelo fato da alta rotatividade, enquanto princípio chave na nossa gestão do plantel, ser um entrave à gestão tática do mesmo. Dos cinco jogadores que tínhamos para desempenhar os dois

53

papeis de defesa lateral, quatro tinham preferência para surgir encostados à linha no último terço do campo, enquanto que um preferia surgir numa zona

central. Dos cinco extremos, quatro preferiam entrar em drible para dentro e

apenas um ficava encostado à linha.

Perdemos muitos lances no último terço do campo porque eram poucas as duplas que tinham as dinâmicas bem preparadas. Durante a análise desta situação deparei-me com um fato curioso: as duplas que tinham mais sucesso nestas situações específicas no último terço do campo, no corredor lateral, não eram as que treinavam mais vezes este contexto, mas sim os que tinham preferências coerentes. Segundo a cultura do clube, o defesa lateral deve abrir e o extremo fechar sempre que se encontrem numa situação destas e, inicialmente, preparava os meus treinos para desenvolver esta interação. No entanto, os lances em que criávamos mais perigo eram os lances em que o nosso único defesa lateral que preferia progredir para zonas mais centrais do campo tinha o único extremo que preferia abrir no último terço a jogar à sua

No documento O jogo como reflexo do processo de treino (páginas 53-67)

Documentos relacionados