• Nenhum resultado encontrado

Moderada compartimentalização dos elementos Rex1 e Rex3 em Pargos (Lutjanidae, Perciformes) 

 

Gideão W.W.F. Costa1, Marcelo de B. Cioffi2, Luiz A. C. Bertollo 2, 3, Wagner F. Molina1*    1  Departamento de Biologia Celular e Genética, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do  Norte, Natal, RN, Brasil   2 Departamento de Genética e Evolução, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil  3 Professor Sênior na Universidade Federal de São Carlos    Resumo 

Lutjanidae  é  uma  família  de  peixes  carnívoros,  principalmente  marinhos,  distribuídos  no  Atlântico,  Índico  e  Pacífico.  São  descrito  para  o  litoral  brasileiro  12  espécies  sendo  nove  pertencentes  ao  gênero  Lutjanus  e  uma  ao  gênero  Ocyurus.  As  relações  filogenéticas  das  espécies do Atlântico Ocidental paulatinamente vem sendo melhor estabelecidas. Apesar da  sua  importância  econômica  e  ecológica,  os  aspectos  citogenéticos  dos  Lutjanidae,  que  poderiam contribuir para estudos filogenéticos e biotecnológicos são incipientes, sobretudo  no  que  diz  respeito  ao  mapeamento  físico  de  DNAs  repetitivos. Tendo  em  vista  que  os  Elementos  Transponíveis  representam  uma  classe  de  sequências  repetitivas  com  intensa  participação nos processos de dinâmica cariotípica envolvendo regiões heterocromáticas. O  presente  estudo  teve  como  objetivo  realizar  mapeamento  cromossômico  de  elementos  retrotransponíveis Rex1 e Rex3 em cinco espécies da subfamília Lutjaninae (L. analis, L. jocu, 

L.  alexandrei,  L.  synagris  e  Ocyurus  chrysurus),  com  o  intuito  de  evidenciar  a  distribuição  e 

possível  associação  dessas  sequências  com  as  regiões  heterocromáticas.  Os  retrotransposons Rex1 e Rex3 localizaram‐se dispersos nos cromossomos tanto em regiões  totalmente eucromáticas, como em algumas regiões heterocromáticas que representam um  refúgio  para  sequências  repetitivas.  A  distribuição  moderadamente  compartimentalizada  dos  elementos  retrotransponíveis  Rex  é  compatível  com  o  conservadorismo  na  macroestrutura  cariotípica  da  família  Lutjanidae  não  demonstrando  particular  associação  com a distribuição explosiva de sequências DNAhis H3 no cariótipo de O. chrysurus. 

 

Palavras  chave:  Lutjanus,  Ocyurus,  sequência  repetitiva,  retrotransposons,  composição  heterocromática. 

Introdução   

Nos  últimos  anos,  estudos  genômicos  e  citogenéticos,  vêm  utilizando  análises  de  sequências,  microarranjos  (microarrays)  e  mapas  genéticos,  na  identificação  de  genes  envolvidos  na  resistência,  crescimento,  reprodução,  estudos  evolutivos,  identificação  de  cromossomos  sexuais  e  rearranjos  cromossômicos  em  muitas  espécies  de  peixes  com  importância  ecológica  e  econômica  (Ferreira  &  Martins,  2008;  Oleksiak,  2010;  Costa  et  al.,  2013). Adicionalmente, o mapeamento cromossômico de sequência de DNA repetitivo nos  cromossomos  podem  auxiliar  de  forma  complementar  em  mapas  de  ligação  genética  em  peixes (Martins et al., 2004; Freeman et al., 2007; Ghigliotti et al., 2012). 

Amplamente  distribuídas  nos  genomas  dos  eucariotos  as  sequências  de  DNAs  repetitivos  são  geralmente  classificadas  em  sequências  repetitivas  em  tandem,  arranjadas  em sucessivas repetições como DNA satélites, minissatélites e microssatélites, e sequências  dispersas pelo genoma, como transposons e retrotransposons (Jurka et al., 2005; Kuhn et al.,  2012). 

Apesar  de  não  possuir  informações  suficientes  para  compreender  plenamente  a  função dos DNAs repetidos, acumulam‐se evidências do envolvimento dessas sequências no  processo de organização estrutural e funcional do genoma (Liu et al., 2001; Li et al., 2002;  Parise‐Maltempi  et  al.,  2007),  bem  como  em  rearranjos  cromossômicos,  responsáveis  por  significativas variações cariotípicas são observadas em muitos grupos (Kidwell, 2002). 

A presença constante de DNAs repetitivos nos cromossomos de peixes, que têm papel  ativo  na  dinâmica  evolutiva  do  cariótipo  (Molina,  2007)  vêm  reforçando  a  ideia  de  que  o  isolamento,  a  caracterização,  a  organização  genômica  e  o  mapeamento  cromossômico  dessas  sequências  poderão  responder  questões  quanto  a  origem  e  evolução  dos  cromossomos.  

Os  peixes  representam  o  grupo  mais  diversificado  de  vertebrados,  cujos  genomas  possuem uma elevada diversidade de classes de elementos transponíveis (Volff et al., 2003).  Entretanto,  a  identificação  de  elementos  transponíveis  e  retrotransponíveis  neste  grupo  ainda  são  escassos.  Comparado  com  a  grande  diversidade  de  espécies,  quantitativamente  poucas  dispõem  de  sequenciamento  genômico  (Woods  et  al.,  2000;  Aparicio  et  al.,  2002; 

Jaillon et al., 2004; Kasahara et al., 2007), e da mesma forma dados de mapeamento físico,  estão disponíveis para apenas 32 espécies (Ferreira et al., 2011). 

Um desses grupos de peixes cujo mapeamento físico de DNAs repetitivos é incipiente é  a  família  Lutjanidae,  um  grupo  composto  por  17  gêneros  e  120  espécies,  principalmente  marinhas associados a recifes, que constituem recursos importantes para a pesca comercial  em algumas regiões do Atlântico (Gold et al., 2011). Estão distribuídos pelo Atlântico, Índico  e  Pacífico,  mares  tropicais  e  subtropicais  do  mundo,  com  poucas  espécies  de  ambientes  estuarinos (Nelson, 2006). 

No  Brasil,  são  descritos  quatro  gêneros  pertencentes  a  duas  subfamílias  (Etelinae  e 

Lutjaninae),  oito  espécies  do  gênero  Lutjanus  e  os  gêneros  monotípicos  Ocyurus,  Rhomboplites  e  Etelis,  difundidos  ao  longo  de  todo  o  litoral  brasileiro  (Floeter  et  al.,  2003; 

Moura  &  Lindeman,  2007).  As  espécies  desse  grupo  possuem  um  grande  valor  comercial,  assim  como,  um  importante  recurso  para  a  comunidades  ribeirinhas  que  praticam  a  pesca  de  subsistência  (Resende  et  al.,  2003).  Devido  a  esse  cenário,  algumas  espécies  de  Lutjanidae vem sofrendo sobrepesca, e projetos relacionados a aquicultura marinha dessas  espécies vem sendo desenvolvidos (Lorenzen et al., 2010; Saillant et al., 2013).  

Apesar  das  aproximadamente  120  espécies  conhecidas  de  Lutjanidae  e  de  sua  importância  ecológica  e  econômica,  análises  citogenéticas  ainda  são  incipientes.  Poucas  espécies foram cariotipadas, como por exemplo, L. argentimaculatus (Raghunath & Prasad,  1980),  L.  russelli  (Ueno  &  Ojima,  1992),  L.  analis,  L.  alexandrei,  L.  synagris,  L.  jocu,  L. 

cyanopterus,  L.  griseus  e  O.  chrysurus  (Nirchio  et  al.,  2008;  Rocha  &  Molina,  2008)  e  Rhomboplites aurorubens (Nirchio et al., 2009). 

Estudos  citogenéticos  prévios  com  algumas  espécie  de  Lutjanidae  forneceram  informações sobre a estrutura cariotípica e o mapeamento físico de sequências ribossomais  (Nirchio et al., 2008; Rocha & Molina, 2008; Nirchio et al., 2009). Contudo, a composição das  porções  heterocromáticas  do  genoma  e  a  possível  presença  de  genes  associados  a  estas  regiões eram até então desconhecidos. 

Nesse  contexto,  foi  realizado  o  mapeamento  de  sequências  de  DNAs  repetitivos  no  genoma de cinco espécie de Lutjanidae. As sequências utilizadas são derivadas de elementos  transponíveis  do  tipo  SINE  e  LINE  (Oliveira  &  Wright,  1998;  Oliveira  et  al.,  1999).  Retrotransposons  non‐LTR  da  família  Rex,  retroelementos  caracterizados  pela  primeira  vez 

no  genoma  do  peixe  Xiphophorus  (Rex1,  Rex3  e  Rex6),  estão  presentes  no  genoma  de  diferentes espécies de peixes teleósteos (Volff et al., 1999; Volff et al., 2000), na maioria dos  casos revelam fortes marcações em regiões heterocromáticas como em Erythrinus erythrinus  (Cioffi et al., 2010) e alguns ciclídeos (Valente et al., 2011).  O presente estudo tem como objetivo averiguar a composição heterocromática e sua  possível associação com sequências repetitivas de DNA retrotransponíveis (Rex1 e Rex3) nos  cromossomos  de  Lutjanus  analis,  L.  synagris,  L.  jocu,  L.  alexandrei  e  Ocyurus  chrysurus,  demonstrando a distribuição dessas sequências no cariótipo dessas espécie    Material e Métodos    Espécimes e preparações cromossômicas      Espécimes imaturos de sexo indeterminado de Lutjanus analis (n=8), Lutjanus synagris  (n=8),  Lutjanus  jocu  (n=8),  coletados  no  estuário  do  Rio  Potengi,  em  Natal  (5°45'37.08"S;  35°12'19.61"O) e Lutjanus alexandrei (n=8) e Ocyurus chrysurus (n=8), coletados na Praia de  Carnaubinha (5°12'49.53"S; 35°26'2.58"O) no estado do Rio Grande do Norte, Nordeste do  Brasil,  foram  utilizados  para  as  análises  citogenéticas.  Os  espécimes  foram  previamente  submetidos  à  estimulação  mitótica  in  vivo,  pela  aplicação  intramuscular  de  antígenos  compostos  atenuados,  por  um  período  de  24hs  (Molina,  2001;  Molina  et  al.,  2010).  Após  este período os animais foram anestesiados com óleo de cravo (Eugenol) e sacrificados para  remoção  do  tecido  renal.  Cromossomos  metafásicos  foram  obtidos  a  partir  de  suspensões  celulares, através da interrupção in vitro do ciclo mitótico, conforme a metodologia de Gold  et al. (1990). Um volume de 80µl da suspensão celular foi gotejado em uma lâmina coberta  com uma película de água destilada aquecida à 60°C. Os cromossomos foram corados com  uma solução de Giemsa 5%, diluída em tampão fosfato (pH 6.8), por 8 minutos.    Sondas da hibridização cromossômica    A amplificação do DNA retrotransponível (Rex1 e Rex3), a partir do DNA genômico de  O. chrysurus, foi realizada utilizando os primers Rex1 F 5’‐ TTC TTC AGT GCC TTC AAC ACC ‐ 3’ 

e Rex1 R 5’‐ TCC CTC AGC AGA AAG AGT CTG CTC ‐ 3’, desenhados para amplificar segmentos  Rex1  correspondentes  aos  domínios  de  codificação  3‐7  do  gene  da  transcriptase  reversa  (RT), e os primers Rex3 F 5’‐ CGG TGA YAA AGG GCA GCC CTG ‐ 3’ e Rex3 R 5’‐ TGG CAG ACN  GGG GTG GTG GT ‐ 3’, para Rex3, utilizados para amplificar os domínios de codificação 1, 2,  2A, A e B do gene da RT, ambos desenhados a partir dos genes de Xiphophorus (Volff et al.,  1999;  Volff  et  al.,  2000)  e  amplificados  segundo  Valente  et  al.  (2011).  As  sondas  de  retrotransposons  foram  marcadas  utilizando  nick  translation,  com  biotina‐14‐dATP  para  Rex1  e  digoxigenina‐11‐dUTP  para  Rex3,  seguindo  a  recomendações  do  fabricante  (Roche,  Mannheim, Alemanha). 

 

Hibridização in situ fluorescente   

A hibridização in situ por fluorescência (FISH), foi realizada seguindo o procedimento  descrito  por  Pinkel  et  al.  (1986).  Os  cromossomos  metafásicos  foram  tratados  com  RNAse  (20µg/ml em 2×SSC) por 1 hora a 37°C e com pepsina (0,005% em HCl 10mM) a 37°C por 10  minutos, fixados com formaldeído a 1% por 10 minutos e em seguida desidratados em um  série  alcoólica  (70%/80%/100%)  de  5  minutos  cada.  As  lâminas  com  os  cromossomos  metafásicos foram incubadas em 70% formamida/2×SSC a 72°C, por 5 minutos. A solução de  hibridização, consistindo de 50% de formamida, 2×SSC, 10% de sulfato de dextran e a sonda  desnaturada  (5  ng/µl),  em  um  volume  final  de  30µl,  foi  depositada  sobre  a  lâmina  e  a  hibridização realizada por 16h à 37°C. As lavagens pós‐hibridização foram efetuadas em 15%  formamida/0.2×SSC a 42°C, por 20 minutos, seguidas de lavagens em 0,1×SSC a 60°C por 15  minutos  e  em  Tween  20  0,5%/4×SSC  por  5  minutos  à  temperatura  ambiente.  Os  sinais  de  hibridização  das  sondas  foram  detectados  usando  anti‐digoxigenina  rodamina  conjugada  (Roche)  para  Rex3  e  streptavidina‐FITC  conjugado  (Vector)  para  as  sondas  Rex1.  Os  cromossomos foram contracorados com Vectashield/DAPI (1,5 µg/ml) (Vector). 

 

Analises cariotípicas e idiogramas  

 

Os tipos cromossômicos foram definidos de acordo com a posição do centrômero (Levan et 

cromossômicos) os cromossomos acrocêntricos foram considerados portadores de um único  braço. Os cromossomos foram ordenados em ordem decrescente de tamanho.  

 

Resultados   

Os  padrões  cariotípicos  das  cinco  espécies  de  Lutjanidae  analisadas  foram  concordantes com aqueles previamente definidos por Rocha & Molina (2008).  

Os  retrotransposons  Rex1  e  Rex3  mostraram‐se  preferencialmente  dispersos  pelos  cromossomos  das  espécies  analisadas  (Figura  1).  Alguns  poucos  sítios  mais  evidentes,  principalmente do elemento Rex3, foram observados em alguns cromossomos de L analis, L. 

alexadrei,  O.  chrysurus  e  L.  synagris  (Figura  1),  os  quais  são  coincidentes  com  regiões 

  Figura  1.  Dual  color  FISH  em  cromossomos  mitóticos  metafásicos  de  espécies  de  lutjanídeos  hibridizados  com  sondas  Rex1  (verde)  e  Rex3  (vermelho).  Cromossomos  foram  contracorados com DAPI (azul). Barra = 5µm. 

Discussão    Presentes nos genomas de todos os seres vivos em quantidade distintas, os elementos  transponíveis (TEs) representam uma grande parcela do genoma eucariótico. Tais elementos  são considerados como um reservatório dinâmico de sequências responsáveis pela evolução  estrutural e funcional de muitos genes, atuando na regulação epigenética, recrutamento de  fatores de remodelamento da cromatina, e na estrutura dos cromossomos (Aparicio et al.,  2002; Volff et al., 2003; Böhne et al., 2008). 

Os  elementos  retrotransponíveis  Rex1,  Rex3  e  Rex6,  pertencentes  a  classe  I  de  elementos  móveis,  que  se  movimentam  no  interior  do  genoma  utilizando  a  transcriptase  reversa,  estão  presentes  no  genoma  de  diferentes  espécies  de  peixes  teleósteos,  onde  participam  da  evolução  do  genoma  e  sofreram  dispersão,  algumas  delas  relativamente  recentes (Volff et al., 2000; Volff et al., 2001; Fischer et al., 2004; Ozouf‐Costaz et al., 2004). 

Em peixes, o mapeamento cromossômico de elementos transponíveis tem evidenciado  tanto uma organização associada à heterocromatina, quanto dispersa no genoma (Ferreira 

et  al.,  2011),  conforme  evidenciado  em  Tetraodon  nigroviridis  (Fischer  et  al.,  2004),  Cichla  kilberia  (Teixeira  et  al.,  2009),  Erythrinus  erythrinus  (Cioffi  et  al.,  2010),  Rachycentron  canadum  (Costa  et  al.,  2013)  e  em  peixes  antárticos  da  subordem  Notothenioidei  (Ozouf‐

Costaz et al., 2004).  

Nas  espécies  de  Lutjanidae  ora  analisadas  os  elementos  retrotransponíveis  Rex1  e  Rex3  mostraram‐se  preferencialmente  dispersos  ao  longo  dos  cromossomos,  mostrando  assim  uma  distribuição  mais  difusa  no  genoma  destas  espécies,  apesar  de  alguns  poucos  sítios  mais  conspícuos  de  Rex3  serem  também  evidenciados  em  regiões  centroméricas  e  teloméricas no cariótipo de algumas espécies. 

Análises de diversos elementos transponíveis como Dm‐Line, Tc1, Tol2, Rex (Da Silva et 

al.,  2002;  Harvey  et  al.,  2003;  Fischer  et  al.,  2004;  Ozouf‐Costaz  et  al.,  2004;  Costa  et  al., 

2013)  demonstram  que  esses  elementos  na  sua  maioria  estão  compartimentalizados  em 

clusters  nos  centrômeros  e  em  alguns  telômeros,  o  que  sugere  que  a  presença  de 

heterocromatina  nos  cromossomos  constitua  um  possível  reservatório  de  elementos  transponíveis (Da Silva et al., 2002; Fischer et al., 2004) e fonte de diversificação cariotípica. 

Estruturalmente podem estar colocalizados com minissatélites ou microssatélites dispersos  ou acumulados em regiões heterocromáticas (Fischer et al., 2004; Costa et al., 2015).  

A  atividade  dos  retrotransposons  no  genoma  dos  peixes  pode  ocorrer  de  forma  cooperativa  no  interior  do  genoma  e  estar  relacionada  aos  seus  aspectos  estruturais  ou  funcionais  (Ozouf‐Costaz  et  al.,  2004;  Teixeira  et  al.,  2009).  Elementos  transponíveis  têm  sido importantes para a evolução do genoma, causando em alguns casos perda e ganho de  sequências e rearranjos cromossômicos (Lyttle & Haymer, 1992; Caceres et al., 1999; Zhang  & Peterson, 1999; Evgen'ev et al., 2000; Caceres et al., 2001; Biémont & Vieira, 2006). 

Apesar  do  papel  dinâmico  dos  elementos  de  transposição,  foi  identificada  uma  moderada  compartimentalização  de  Rex1  e  Rex3  nas  cinco  espécies  de  Lutjaninae.  Tal  condição  poderia  estar  associada  a  baixa  dinâmica  evolutiva  encontrada  neste  grupo  de  peixes.  Nos  cromossomos  de  O.  chrysurus  que  apresentam  completa  dispersão  de  sequências  do  DNAhis  H3  nas  suas  regiões  heterocromáticas  (Costa  et  al.,  In  press)  estas  apresentam  um  padrão  anormalmente  elevado  destes  elementos  nestes  domínios.  A  aparente  ausência  de  causalidade  entre  Rex1  e  principalmente  Rex3,  mais  compartimentalizado, sugere a participação de outros elementos de transposição ou fatores  neste processo.  

Elementos  transponíveis  estão  colocalizados  com  diversas  sequências  com  notável  expansão  no  genoma  de  peixes  (Costa  et  al.,  2015)  e  dados  de  seu  mapeamento  físico  poderão  contribuir  para  compreender  a  dinâmico  do  cariótipo  de  algumas  espécies  de  peixes.  O  mapeamento  sistemático  em  grupos  filogeneticamente  extensos  poderão  contribuir  na  indicação  do  seu  papel  disruptivo  em  cariótipos  conservados  como  os  apresentados pelos Lutjanidae e suas implicações na evolução cariotípica destes grupos.  

 

Agradecimentos   

O  presente  trabalho  foi  financiado  pelo  Conselho  Nacional  de  Desenvolvimento  Científico  e  Tecnológico  (CNPq  ‐  Processo  nº  557280/05‐2),  CAPES  pela  bolsa  de  estudos  concedidas a GWWFC e INCT ‐ Ciências do Mar (CNPq).  

   

Referências   

Aparicio,  S.,  Chapman,  J.,  Stupka,  E.,  Putnam,  N.,  Chia,  J.M.  et  al.  (2002).  Whole‐genome  shotgun assembly and analysis of the genome of Fugu rubripes. Science, 297(5585):  1301‐1310. 

Biémont,  C.,  Vieira,  C.  (2006).  Genetics  ‐  Junk  DNA  as  an  evolutionary  force.  Nature,  443(7111): 521‐524. 

Böhne,  A.,  Brunet,  F.,  Galiana‐Arnoux,  D.,  Schultheis,  C.,  Volff,  J.N.  (2008).  Transposable  elements as drivers of genomic and biological diversity in vertebrates. Chromosome  Research, 16(1): 203‐215.  Caceres, M., Puig, M., Ruiz, A. (2001). Molecular characterization of two natural hotspots in  the Drosophila buzzatii genome induced by transposon insertions. Genome Research,  11(8): 1353‐1364.  Caceres, M., Ranz, J.M., Barbadilla, A., Long, M., Ruiz, A. (1999). Generation of a widespread  Drosophila inversion by a transposable element. Science, 285(5426): 415‐418. 

Cioffi,  M.B.,  Martins,  C.,  Bertollo,  L.A.C.  (2010).  Chromosome  spreading  of  associated  transposable  elements  and  ribosomal  DNA  in  the  fish  Erythrinus  erythrinus.  Implications  for  genome  change  and  karyoevolution  in  fish.  Bmc  Evolutionary 

Biology, 10. 

Costa, G.W.W.F., Cioffi, M.B., Bertollo, L.A.C., Molina, W.F. (2013). Transposable elements in  fish  chromosomes:  A  study  in  the  marine  Cobia  species.  Cytogenetic  and  Genome 

Research, 141(2‐3): 126‐132. 

Costa,  G.W.W.F.,  Cioffi,  M.B.,  Bertollo,  L.A.C.,  Molina,  W.F.  (2015).  Structurally  complex  organization  of  repetitive  DNAs  in  the  genome  of  Cobia  (Rachycentron  canadum). 

Zebrafish: (in press). 

Da  Silva,  C.,  Hadji,  H.,  Ozouf‐Costaz,  C.,  Nicaud,  S.,  Jaillon,  O.  et  al.  (2002).  Remarkable  compartmentalization  of  transposable  elements  and  pseudogenes  in  the  heterochromatin  of  the  Tetraodon  nigroviridis  genome.  Proc  Natl  Acad  Sci  U  S  A,  99(21): 13636‐13641. 

Evgen'ev, M.B., Zelentsova, H., Poluectova, H., Lyozin, G.T., Veleikodvorskaja, V. et al. (2000).  Mobile  elements  and  chromosomal  evolution  in  the  virilis  group  of  Drosophila. 

Proceedings  of  the  National  Academy  of  Sciences  of  the  United  States  of  America, 

97(21): 11337‐11342. 

Ferreira,  D.C.,  Porto‐Foresti,  F.,  Oliveira,  C.,  Foresti,  F.  (2011).  Transposable  elements  as  a  potential source for understanding the fish genome. Mobile Genetic Elements, 1(2):  112‐117. 

Ferreira, I.A., Martins, C. (2008). Physical chromosome mapping of repetitive DNA sequences  in  Nile  tilapia  Oreochromis  niloticus:  Evidences  for  a  differential  distribution  of  repetitive elements in the sex chromosomes. Micron, 39(4): 411‐418. 

Fischer,  C.,  Bouneau,  L.,  Coutanceau,  J.P.,  Weissenbach,  J.,  Volff,  J.N.  et  al.  (2004).  Global  heterochromatic  colocalization  of  transposable  elements  with  minisatellites  in  the  compact genome of the pufferfish Tetraodon nigroviridis. Gene, 336(2): 175‐183.  Floeter, S.R., Gasparini, J.L., Rocha, L.A., Ferreira, C.E.L., Rangel, C.A. et al. (2003). Brazilian 

reef fish fauna checklist and remarks. Brazilian Reef Fish Project. 

Freeman, J.L., Adeniyi, A., Banerjee, R., Dallaire, S., Maguire, S.F. et al. (2007). Definition of  the  zebrafish  genome  using  flow  cytometry  and  cytogenetic  mapping.  BMC 

Genomics, 8: 195. 

Ghigliotti, L., Fevolden, S.E., Cheng, C.H., Babiak, I., Dettai, A. et al. (2012). Karyotyping and  cytogenetic  mapping  of  Atlantic  cod  (Gadus  morhua  Linnaeus,  1758).  Animal 

Genetics, 43(6): 746‐752. 

Gold, J.R., Li, Y.C., Shipley, N.S., Powers, P.K. (1990). Improved methods for working with fish  chromosomes  with  a  review  of  metaphase  chromosome  banding.  Journal  of  Fish 

Biology, 37(4): 563‐575. 

Gold, J.R., Voelker, G., Renshaw, M.A. (2011). Phylogenetic relationships of tropical western  Atlantic  snappers  in  subfamily  Lutjaninae  (Lutjanidae:  Perciformes)  inferred  from  mitochondrial DNA sequences. Biological Journal of the Linnean Society, 102(4): 915‐ 929. 

Harvey,  S.C.,  Boonphakdee,  C.,  Carnpos‐Ramos,  R.,  Ezaz,  M.T.,  Griffin,  D.K.  et  al.  (2003).  Analysis  of  repetitive  DNA  sequences  in  the  sex  chromosomes  of  Oreochromis  niloticus. Cytogenetic and Genome Research, 101(3‐4): 314‐319. 

Jaillon,  O.,  Aury,  J.M.,  Brunet,  F.,  Petit,  J.L.,  Stange‐Thomann,  N.  et  al.  (2004).  Genome  duplication  in  the  teleost  fish  Tetraodon  nigroviridis  reveals  the  early  vertebrate  proto‐karyotype. Nature, 431(7011): 946‐957. 

Jurka,  J.,  Kapitonov,  V.V.,  Pavlicek,  A.,  Klonowski,  P.,  Kohany,  O.  et  al.  (2005).  Repbase  update,  a  database  of  eukaryotic  repetitive  elements.  Cytogenetic  and  Genome 

Research, 110(1‐4): 462‐467. 

Kasahara,  M.,  Naruse,  K.,  Sasaki,  S.,  Nakatani,  Y.,  Qu,  W.  et  al.  (2007).  The  medaka  draft  genome and insights into vertebrate genome evolution. Nature, 447(7145): 714‐719.  Kidwell,  M.G.  (2002).  Transposable  elements  and  the  evolution  of  genome  size  in 

eukaryotes. Genetica, 115(1): 49‐63. 

Kuhn,  G.C.,  Kuttler,  H.,  Moreira‐Filho,  O.,  Heslop‐Harrison,  J.S.  (2012).  The  1.688  repetitive  DNA of Drosophila: concerted evolution at different genomic scales and association  with genes. Molecular Biology and Evolution, 29(1): 7‐11. 

Levan,  A.,  Fredga,  K.,  Sandberg,  A.A.  (1964).  Nomenclature  for  Centromeric  Position  on  Chromosomes. Hereditas‐Genetiskt Arkiv, 52(2): 201. 

Li,  Y.C.,  Korol,  A.B.,  Fahima,  T.,  Beiles,  A.,  Nevo,  E.  (2002).  Microsatellites:  genomic  distribution,  putative  functions  and  mutational  mechanisms:  a  review.  Molecular 

Ecology, 11(12): 2453‐2465. 

Liu, D., Mack, A., Wang, R.C., Galli, M., Belk, J. et al. (2001). Functional dissection of the cis‐ acting  sequences  of  the  arabidopsis  transposable  element  Tag1  reveals  dissimilar  subterminal sequence and minimal spacing requirements for transposition. Genetics,  157(2): 817‐830. 

Lorenzen,  K.,  Leber,  K.M.,  Blankenship,  H.L.  (2010).  Responsible  approach  to  marine  stock  enhancement: An update. Reviews in Fisheries Science, 18(2): 189‐210. 

Lyttle, T.W., Haymer, D.S. (1992). The Role of the Transposable Element Hobo in the Origin  of  Endemic  Inversions  in  Wild  Populations  of  Drosophila‐Melanogaster.  Genetica,  86(1‐3): 113‐126. 

Martins, C., Oliveira, C., Wasko, A.P., Wright, J.M. (2004). Physical mapping of the Nile tilapia  (Oreochromis  niloticus)  genome  by  fluorescent  in  situ  hybridization  of  repetitive  DNAs to metaphase chromosomes ‐ a review. Aquaculture, 231(1‐4): 37‐49. 

Molina,  W.F.  (2001).  An  alternative  method  for  mitotic  stimulation  in  fish  cytogenetics. 

Chromosome Sci, 5: 149‐152. 

Molina,  W.F.  (2007).  Chromosome  changes  and  stasis  in  marine  fish  groups.  In:  Pisano,  E.,  Ozouf‐Costaz, C., Foresti, F., Kapoor, B. G. (Eds.). Fish Cytogenetics. CRC Press, Boca  Raton, FL, 69‐110. 

Molina,  W.F.,  Alves,  D.E.O.,  Araujo,  W.C.,  Martinez,  P.A.,  Silva,  M.F.M.  et  al.  (2010).  Performance  of  human  immunostimulating  agents  in  the  improvement  of  fish  cytogenetic preparations. Genetics and Molecular Research, 9(3): 1807‐1814. 

Moura, R.L., Lindeman, K.C. (2007). A new species of snapper (Perciformes: Lutjanidae) from  Brazil,  with  comments  on  the  distribution  of  Lutjanus  griseus  and  Lutjanus  apodus. 

Zootaxa(1422): 31‐43. 

Nelson, J.S. (2006). Fishes Of The World. 4th.  John Wiley & Sons, Inc., Hoboken, New Jersey.  Nirchio,  M.,  Oliveira,  C.,  Ferreira,  D.C.,  Rondon,  R.,  Perez,  J.E.  et  al.  (2009).  Cytogenetic 

characterization of Rhomboplites aurorubens and Ocyurus chrysurus, two monotypic  genera  of  Lutjaninae  from  Cubagua  Island,  Venezuela,  with  a  review  of  the  cytogenetics  of  Lutjanidae  (Teleostei:  Perciformes).  Neotropical  Ichthyology,  7(4):  587‐594. 

Nirchio,  M.,  Rondon,  R.,  Oliveira,  C.,  Ferreira,  I.A.,  Martins,  C.  et  al.  (2008).  Cytogenetic  studies  in  three  species  of  Lutjanus  (Perciformes:  Lutjanidae:  Lutjaninae)  from  the  Isla Margarita, Venezuela. Neotropical Ichthyology, 6(1): 101‐108. 

Oleksiak,  M.F.  (2010).  Genomic  approaches  with  natural  fish  populations.  Journal  of  Fish 

Biology, 76(5): 1067‐1093. 

Oliveira, C., Chew, J.S., Porto‐Foresti, F., Dobson, M.J., Wright, J.M. (1999). A LINE2 repetitive  DNA  sequence  from  the  cichlid  fish,  Oreochromis  niloticus:  sequence  analysis  and  chromosomal distribution. Chromosoma, 108(7): 457‐468. 

Oliveira,  C.,  Wright,  J.M.  (1998).  Molecular  cytogenetic  analysis  of  heterochromatin  in  the  chromosomes  of  tilapia,  Oreochromis  niloticus  (Teleostei:  Cichlidae).  Chromosome 

Res, 6(3): 205‐211. 

Ozouf‐Costaz,  C.,  Brandt,  J.,  Körting,  C.,  Pisano,  E.V.A.,  Bonillo,  C.  et  al.  (2004).  Genome  dynamics  and  chromosomal  localization  of  the  non‐LTR  retrotransposons  Rex1  and  Rex3 in Antarctic fish. Antarctic Science, 16(1): 51‐57. 

Parise‐Maltempi,  P.P.,  Martins,  C.,  Oliveira,  C.,  Foresti,  F.  (2007).  Identification  of  a  new  repetitive  element  in  the  sex  chromosomes  of  Leporinus  elongatus  (Teleostei:  Characiformes: Anostomidae): new insights into the sex chromosomes of Leporinus. 

Cytogenetic and Genome Research, 116(3): 218‐223. 

Pinkel,  D.,  Straume,  T.,  Gray,  J.W.  (1986).  Cytogenetic  analysis  using  quantitative,  high‐ sensitivity,  fluorescence  hybridization.  Proceedings  of  the  National  Academy  of 

Sciences of the United States of America, 83(9): 2934‐2938. 

Raghunath, P., Prasad, R. (1980). Chromosomes of six marine percoids from the Indian Sea. 

Indian Biologist, 11(1): 9‐12. 

Resende, S.M., Ferreira, B.P., Thierry, F. (2003). A pesca de lutjanídeos no nordeste do Brasil:  Histórico  das  pescarias,  características  das  espécies  e  relevância  para  o  manejo. 

Boletim Técnico Científico do Cepene, 11: 257 ‐ 270. 

Rocha,  E.C.,  Molina,  W.F.  (2008).  Cytogenetic  analysis  in  western  Atlantic  snappers  (Perciformes, Lutjanidae). Genetics and Molecular Biology, 31(2): 461‐467. 

Saillant,  E.A.,  Leclercq,  E.,  Bardon‐Albaret,  A.,  Sarkisian,  B.,  Apeitos,  A.  et  al.  (2013).  Development of aquaculture of the red snapper Lutjanus campechanus: research on  larval  nutrition.  Proceedings  of  the  65th  Gulf  and  Caribbean  Fisheries  Institute,  65‐ 72(1): 352‐355. 

Teixeira, W.G., Ferreira, I.A., Cabral‐de‐Mello, D.C., Mazzuchelli, J., Valente, G.T. et al. (2009).  Organization  of  repeated  DNA  elements  in  the  genome  of  the  cichlid  fish  Cichla 

kelberi  and  its  contributions  to  the  knowledge  of  fish  genomes.  Cytogenetic  and  Genome Research, 125(3): 224‐234. 

Ueno, K., Ojima, Y. (1992). Notes on the chromosomes of Girella melanichthys and Lutjanus   Valente,  G.T.,  Mazzuchelli,  J.,  Ferreira,  I.A.,  Poletto,  A.B.,  Fantinatti,  B.E.A.  et  al.  (2011). 

New  Insights  on  the  Chromosomal  Distribution  of  Transposable  Elements.