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Fonte: Minasbus MG (2011)

3.6 MODO METRÔ

Este item é elaborado com um sucinto histórico do sistema metrô, fazendo um detalhamento das características deste modo de transporte e apresentado várias definições.

A primeira linha do metrô foi operada pelo Metropolitan Railway, construída em 1863 na Cidade de Londres, como ilustra a Figura 35, sendo imediatamente implantados por toda Europa e em algumas cidades dos Estados Unidos. No Brasil, a primeira linha de metrô foi implantada em 1974, na Cidade de São Paulo, Figura 36, seguido por Rio de Janeiro, em 1979, Recife e Porto Alegre, em 1985 (LERNER, 2009).

Figura 35- Construção do Metrô de Londres, meados do século 19

Figura 36 Metrô de São Paulo

Fonte: Silva (2014)

Em 2016, foi implantada a linha 4 do metrô do Rio de Janeiro, tendo também como objetivo auxiliar nos deslocamentos das olimpíadas Rio2016 (Figura 37).

Figura 37- Metrô do Rio de Janeiro - linha 4

Fonte: Diário do Transporte (2017)

Segundo Vuchic (2005), em função do crescimento das cidades, e consequentemente, o aumento da demanda por viagens, gerando a crescente necessidade de transporte de alto desempenho, porém em ruas urbanas frequentemente congestionadas, resultaram na construção de metrôs em um grande número de cidades nas últimas décadas.

Muitos sistemas de metrô são implantados devido à alta capacidade de transporte em corredores e artérias principais, visando atender a demandas de passageiros que não podem mais ser atendidas por outros modos. Em algumas cidades, a implantação de metrô se dá em função da qualidade de serviço e sua atratividade de passageiros, especialmente oriundos dos

automóveis, e não pela demanda, pois, para Vuchic (2005), a mobilidade melhora e intensificam as atividades econômicas e a habitabilidade urbana, fatores adicionais que levam ao investimento e aos esforços para implantar sistemas de metrô.

Para Brasil (2008b), o metrô subterrâneo é um sistema de transporte público ferroviário que opera com trilhos com separação de nível, que muitas vezes são enterradas. Para Elmer e Leigland (2014), o sistema de metrô pesado se refere ao metrô tradicional, com as características de plataforma alta e a linhas elevadas. O direito de passagem do trilho é segregado de outros usos, por meio de estruturas de trilhos, túneis subterrâneos ou áreas cercadas. Os trens são formados por vagões compostos de 2-12 carros, cada um com o seu próprio motor (ou em alguns casos de cabos aéreos). O embarque e desembarque são realizados nas plataformas altas, que têm o mesmo nível do chão do carro. Os carros têm muitas portas, permitindo que um grande número de pessoas entre e saia rapidamente. O pagamento de tarifa geralmente é feito na estação ou na plataforma antes do embarque.

Vuchic (2005, p. 304) caracteriza o metrô da seguinte maneira:

O metrô utiliza trens elétricos de alta capacidade com altas velocidades de aceleração e frenagem. Representa o modo de transporte de maior desempenho com o menor custo de operação por quilômetro. A sua implementação requer investimentos muito elevados e construção extensiva, incluindo a interrupção das áreas em futuras linhas. No entanto, os sistemas metrô têm vida praticamente ilimitada e evidenciam um impacto forte e permanente na mobilidade da população, e na cidade de forma urbanística.

Ferraz e Torres (2004) consideram o metrô como um sistema com trens urbanos que são movimentados por vias totalmente exclusivas sem obstáculos físicos nem interseções, capazes de alcançarem maior velocidade e capacidade no transporte de passageiros.

Ayure (2014) concluiu que as principais características do metrô se baseiam no uso exclusivo e segregado de seu direito de via, com altas velocidades e tempos de viagens reduzidos e confiáveis, assim como, acrescenta que esse sistema opera com um sistema guiado automático que pode ser pneumático ou elétrico, citando que “sua principal vantagem é a grande capacidade de transportar passageiros, com a limitação de ultrapassagem. Uma desvantagem é o grande nível de investimento na implantação e operação” (p. 16) (Figura 38).

Figura 38- Metrô de São Paulo – Estação da Sé

Fonte: Folha de São Paulo (2016)

Os sistemas de metrô têm características físicas e operacionais, de acordo com o citado abaixo (VUCHIC, 2005):

 no que diz respeito ao tipo, os sistemas de metrôs geralmente são subterrâneos. No entanto, eles podem ser na via segregada, no elevado ou em viaduto. Porém, os subterrâneos exigem maior investimento de todos os tipos. Esta diversidade de tipos mostra a capacidade do metrô de ter redes ajustadas às condições físicas, ao meio ambiente urbano e aos recursos financeiros;

 por terem rede extensas e estações espaçadas, os sistemas de metrô têm menores quantidades de estações e velocidades de operação muito maiores;

 veículos e tamanhos de trem também variam muito. Assim, os valores máximos de Trem Unidade Elétrico (TUE) variam de 54 a 210 metros;

 as velocidades de operação do metrô passam de 30 km/h em linhas urbanas;

 as capacidades do metrô têm uma gama ampla, de cerca de 16.000 passageiros/h para mais de 70.000 passageiros/h; e

 o custo da construção depende principalmente do tipo do metrô, bem como das condições locais. A maioria dos custos de construção do metrô subterrâneo é devida à construção das estações.

As estações dos metrôs têm grande estrutura urbana, e muitas delas têm beleza indiscutível, como é o caso da estação Komsomolskaya - Metrô de Moscou, conforme Figura 39. O design foi elaborado pelo designer Alexey Shchusev e se trata da ilustração de um discurso histórico feito por Stalin e um desenho dos projetos de estações de metrô futurísticos (METRÔ DE MOSCOU, 2018) (Figura 40).

Figura 39- Estação do metrô de Moscou – Komsomolskaya

Fonte: Catraca Livre (2016)

Figura 40- Projeto de uma estação de metrô moderna

Fonte: Dreams time (2018)

Segundo Vuchic (2007), o sistema metroviário pode ser considerado como o melhor modo de transporte, para uma rede de alta capacidade, por não sofrer interferência externa, podendo atingir velocidades operacionais maiores. Além de ter as seguintes características: “cobrança de tarifa fora do veículo, plataforma elevada e embarque e desembarque. [...] Porém, o custo de construção é muito elevado, o tornando viável apenas nos principais corredores de alta demanda de passageiros da cidade” (p. 72).

Após a análise dos cinco modos de transportes escolhido, será realizada uma comparação entre eles para auxiliar da escolha do melhor modal a ser aplicado, em função da ponderação dos critérios escolhidos.