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2.4 Avalia¸c˜ ao da Usabilidade

2.4.3 T´ ecnicas de Observa¸c˜ ao do Usu´ ario

2.4.3.3 Monitoramento por Arquivos de Logs

A utiliza¸c˜ao de um website ´e uma situa¸c˜ao comum e ´e feita com a inten¸c˜ao de rea- lizar uma s´erie de atividades que v˜ao desde o entretenimento at´e atividades comerciais e empresariais. As interfaces dos websites encontram-se em constante evolu¸c˜ao e a preo- cupa¸c˜ao com a usabilidade dessas aplica¸c˜oes ´e constante entre engenheiros e projetistas (MORANDINI, 2002).

Dentro da arquitetura utilizada para websites ´e poss´ıvel que dados relacionados `a utiliza¸c˜ao de um website possam ser registrados em arquivos chamados de Arquivos de Logs. Os registros contˆem dados sobre a utiliza¸c˜ao de um s´ıtio eletrˆonico e seus recursos tais como endere¸co solicitado, hor´ario, dados do navegador dentre outros (CYBIS; BETION; FAUST, 2010;MORANDINI, 2002).

Os dados podem ser gerados no lado do servidor, local no qual ficam armazenados arquivos do website e onde s˜ao executados na Internet e/ou no lado do cliente (computador que solicita acesso ao site). No primeiro caso h´a uma economia de recursos porque os dados s˜ao gerados e armazenados no pr´oprio servidor sem ocorrer a necessidade de transferˆencia pela Internet, situa¸c˜ao que ocorre quando o arquivo ´e gerado no lado cliente al´em de

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reduzir o risco de perda dos dados durante uma transmiss˜ao, situa¸c˜ao obrigat´oria na coleta de dados no lado do cliente (CYBIS; BETION; FAUST, 2010).

Segundo Cybis, Betion e Faust (2010) e Morandini (2002), dentre as vantagens do monitoramento por arquivos de logs as duas que mais se destacam: s˜ao a capacidade de coletar dados a grandes distˆancias; e o fato de n˜ao ser intrusivo. Os dados representam as atividades desempenhadas por um grande n´umero de usu´arios espalhados pelo planeta que realizam atividades no seu navegador interagindo com uma aplica¸c˜ao web. Esta t´ecnica ´e considerada pouco intrusiva devido ao fato que os dados s˜ao coletados em silˆencio durante a realiza¸c˜ao das atividades do usu´ario no website. Um aplicativo executa uma s´erie de atividades de sele¸c˜ao, coleta e envio dos dados sem atrapalhar em absolutamente nada quem utiliza o website.

O ponto fraco do monitoramento por logs ´e explicado por Cybis, Betion e Faust (2010) como a dificuldade em ter maiores informa¸c˜oes sobre o usu´ario da aplica¸c˜ao. Os arquivos registram dados sobre o percurso do usu´ario na p´agina, por exemplo, hyperlinks selecionados, bot˜oes acionados, dura¸c˜ao da visita, p´aginas acessadas e hor´arios, por´em, n˜ao permitem ao avaliador identificar o que pode ter ocorrido com o usu´ario durante este per´ıodo como interrup¸c˜oes e/ou rea¸c˜oes emocionais do usu´ario.

Os logs s˜ao escritos em arquivos configur´aveis e necessitam de ferramentas espec´ıficas para leitura e interpreta¸c˜ao desses dados. Os logs files s˜ao criados pelo servidor no mo- mento em que processa uma solicita¸c˜ao de um computador cliente. Os dados registrados em um arquivo variam de acordo com o tipo de servidor utilizado e com o padr˜ao ado- tado, mas em geral. Cybis, Betion e Faust (2010), Morandini (2002) apresentam que um arquivo cont´em os seguintes dados:

• endere¸co IP do computador que solicitou um servi¸co;

• data e hor´ario da requisi¸c˜ao;

• URL requisitada;

• tamanho do arquivo solicitado;

• protoloco empregado na requisi¸c˜ao;

• navegador e sistema operacional utilizado;

Um exemplo de um registro gravado em um log file pode ser apresentado como: 135.217.50.100 – [16/Jun/2012:13:57:10 - 0000] ”GET /ergosv/cadastro.aspx HTTP/1.1”200

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743 ” ergosv/cadastrocliente.aspx””Mozilla/4.0 [en](Win7; I).

Um arquivo pode conter v´arios registros e sua interpreta¸c˜ao depende de ferramentas especializadas como o Fast Stats Analyzer, ErgoMonitor (MORANDINI, 2002) ou o Ergo- Parser (CERRATO, 2012). Essas ferramentas tem a capacidade de ler e interpretar os dados contidos em arquivos de log e gerar m´etricas de usabilidade para apoiar a an´alise dos websites.

O n´umero de registros em um arquivo n˜ao significa, necessariamente, a quantidade de requisi¸c˜oes. Devido ao cache do lado do cliente, p´aginas carregadas s˜ao armazenadas na mem´oria da m´aquina do cliente por determinado tempo e de acordo com o espa¸co de mem´oria dispon´ıvel. Morandini (2002) exemplifica utilizando os comandos de Back (Voltar uma P´agina) e Foward (Pr´oxima P´agina). Estes comandos n˜ao s˜ao registrados em log files por estarem arquivados na mem´oria da m´aquina, por´em, um comando de Reload (Recarregar P´agina) ´e registrado no arquivo.

A t´ecnica de monitoramento da usabilidade por an´alise de arquivos de logs se tornou fundamental, principalmente para equipes de desenvolvimento de websites. Esta t´ecnica ´e amplamente utilizada tanto para monitorar a experiˆencia do usu´ario na aplica¸c˜ao quanto para pesquisas de publicidade, propaganda e dados estat´ısticos de acesso a conte´udos do website (CYBIS; BETION; FAUST, 2010).

Segundo Cybis, Betion e Faust (2010), Morandini (2002) as medidas fornecidas por ferramentas de monitoramento podem ser divididas em quatro grupos:

1. visitas: quantidade de visitas (novas e frequentes), taxa de repique (visitas r´apidas), dura¸c˜ao das visitas, quantidade de p´aginas visitadas por visita, localiza¸c˜ao ge- ogr´afica do visitante e dados sobre seu ambiente tecnol´ogico;

2. referˆencia: lista de websites de onde partem as visitas, termos utilizados em fer- ramentas de buscas, percentual de usu´ario que acessaram digitando o endere¸co da p´agina diretamente no navegador;

3. conte´udo: p´aginas mais visitadas;

4. navega¸c˜ao: caminhos internos utilizados pelos usu´ario para acessar determinada p´agina ou realizar determinada tarefa.

Em resumo, a t´ecnica de monitoramento utilizando arquivos de logs tornou-se incon- torn´avel para equipes que visam o desenvolvimento de p´aginas interativas para Internet.