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2. A POLÍTICA EDUCACIONAL INCLUSIVA E A EDUCAÇÃO ESPECIAL:

3.5. Monitoramento dos Atendimentos Educacionais Especializados

De acordo com o Decreto Federal n. 7.611, de 17 de novembro de 2011, considera-se atendimento educacional especializado “o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente”, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular.

O Decreto estabelece ainda que,

O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família para garantir pleno acesso e participação dos estudantes, atender às necessidades específicas das pessoas público alvo da educação especial, e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas. (BRASIL: DECRETO FEDERAL, art. 2º, § 2º).

É perceptível, portanto, que a legislação brasileira trata o atendimento educacional especializado como um direito do aluno a ser garantido pela escola em parceria com a família e outras instituições. O objetivo do atendimento educacional especializado é complementar e/ou suplementar a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.

Por isso, para cada tipo de deficiência existente há um tipo de atendimento educacional especializado a ser ofertado.

De acordo com o Guia de Orientação da Educação Especial na rede estadual de ensino de Minas Gerais,

Na rede estadual mineira, os atendimentos educacionais especializados são oferecidos na forma de apoio (professor de apoio à comunicação, linguagens e tecnologias assistivas, intérprete de Libras e guia-intérprete) e de complementação no contraturno de escolarização do aluno (sala de recursos). Os alunos beneficiados pelo AEE de apoio devem frequentar também o AEE de Sala Recursos. E todos os alunos beneficiados pelo AEE podem participar de todos os projetos

da escola, inclusive do projeto Tempo Integral. (MINAS GERAIS/SEE, 2014, p. 16).

No caso de atendimento educacional especializado na forma de apoio (Professor Intérprete de Libras para aluno surdo ou deficiência auditiva; e Professor de Apoio para aluno com disfunção neuromotora grave, deficiência múltipla e/ou transtornos globais do desenvolvimento), o atendimento deve ser realizado no mesmo turno da escolarização.

Na forma de complementação (Sala de Recursos para os alunos com deficiência e/ou transtornos globais do desenvolvimento), o atendimento deve ser realizado no turno inverso ao da escolarização, na própria escola ou outro espaço que o ofereça.

Na escola pesquisada há alunos com deficiência intelectual, auditiva, visual, física e transtornos globais do desenvolvimento. Portanto, são necessários os atendimentos educacionais especializados tanto na forma de apoio quanto na forma de complementação.

Atualmente, a escola conta com Professor Intérprete de Libras para três alunos, sendo uma aluna do ensino médio, no turno da manhã, e dois alunos na mesma turma de 7º ano do ensino fundamental, no turno da tarde; Professor de Apoio para dois alunos, sendo um do 1º ano do ensino médio, no turno da manhã e um no 6º ano do ensino fundamental, no turno da tarde; e oito alunos freqüentando Salas de Recursos que funcionam na escola estadual de educação especial, de manhã e à tarde.

É importante destacar que dos trinta e sete alunos diagnosticados com deficiência intelectual, somente oito estão freqüentando Sala de Recursos no contraturno de sua escolarização em 2015, o que equivale a apenas vinte e um por cento do total de alunos com necessidade deste atendimento complementar.

A escola pesquisada, responsável pela escolarização desses alunos, fez a solicitação do atendimento no Sistema SIMADE para cada um deles. No entanto, ocorrem algumas situações. Primeira, os pais autorizam a participação dos filhos no atendimento, mas não mantém a freqüência dos mesmos. Segunda, os pais se recusam a levá-los para o atendimento, assumindo por

escrito a responsabilidade por isso, sob alegações de que falta tempo para levar, falta transporte para ir ao local do atendimento, descrença no desenvolvimento do filho. Terceira, os próprios alunos se recusam a freqüentar a sala de recursos que funciona na escola estadual de educação especial devido ao rótulo que recebem por irem ao estabelecimento. Há ainda muitas pessoas que fazem referência à escola como “lugar de doido”.

A equipe da escola estadual de educação especial, composta pela diretora, supervisora pedagógica, fonoaudióloga, psicóloga e professoras regentes da Sala de Recursos, vem desenvolvendo um Projeto de Interlocução com as demais escolas estaduais de ensino fundamental e médio no município. O projeto tem como objetivo articular as ações da educação especial e as ações do ensino comum, de forma a garantir um atendimento de qualidade aos alunos com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento, matriculados nas escolas estaduais da rede regular de ensino.

Por meio do projeto, a escola estadual de educação especial e a escola pesquisada buscam juntas, estabelecer um diálogo com os alunos e suas famílias para esclarecer sobre o tipo de atividades realizadas na Sala de Recursos, os materiais utilizados e os objetivos propostos. Mas, esse diálogo tem sido incipiente, revelando a necessidade de se intensificar ainda mais as ações no sentido de incluir os alunos nos atendimentos educacionais especializados e monitorá-los durante o ano inteiro.

Com o propósito de aumentar a adesão dos alunos com deficiência nos AEE e melhorar o monitoramento dos atendimentos realizados, garantindo inclusive, feedback às famílias, apresentamos as ações constantes do Quadro 10.

Quadro 10-Monitoramento dos alunos com deficiências nos AEE MONITORAMENTO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NOS AEE

Ação Estratégia Prazo Local Responsáveis

1)Reunião de início de ano com os pais de alunos com deficiência. Convocar os pais para reunião de apresentação sobre os AEEs existentes e assinatura de termo de responsabilidade ou compromisso. 1ª semana de março de cada ano. Na escola. Diretora Vice - diretores Supervisores pedagógicos Colegiado Escolar Equipe da Escola Estadual de

Educação Especial 2)Reunião bimestral com os pais de alunos com deficiência. Convocar os pais para reunião de monitoramento e avaliação dos AEE. Horário: 18:30. Até 20 dias após o encerramento de cada bimestre letivo. Salão da

escola. Diretora Vice- diretores. Supervisoras Pedagógicas Colegiado Escolar Professores regentes de aulas e de AEE Equipe da Escola Estadual de Educação Especial Analistas da Equipe Pedagógica da SRE/Ubá Analistas da Equipe de Apoio a Inclusão da SRE/Ubá 3)Reunião com agentes comunitários da saúde.

Reunir com agentes comunitários da saúde que atendem as famílias dos alunos com deficiência para troca de informações que favoreçam melhor atendimento no ambiente escolar. Última 5ª feira do trimestre. Salão da escola. Diretora Vice - diretores Supervisoras Pedagógicas Colegiado Escolar Analistas da Equipe de Apoio a Inclusão da SRE/Ubá. 4)Implementação da sala de recursos na escola pesquisada

Organizar uma sala de recursos na própria escola.

Fevereiro de

2016. Na escola pesquisada. Diretora Vice - diretores Supervisoras Pedagógicas Colegiado Escolar Analistas da Equipe de Apoio a Inclusão da SRE/Ubá. 5)Reunião com a escola estadual de educação especial e com a APAE.

Reunir com a diretora e supervisoras pedagógicas das escolas de educação especial para trocar informações sobre os alunos com deficiência que ingressarão no 6º ano de escolaridade. Dezembro, antes do encerramento do ano letivo. Na própria

escola. Diretora Vice - diretores Supervisores pedagógicos Colegiado Escolar.