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4.1 ETAPAS DO PROCESSO PARA INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE

4.1.6 Montagem da IHL: Extrato 8 – “O LED é por último!”

Objetivo: Indicar em quais equipamentos obsoletos ou inutilizados por defeito podem ser encontrados os componentes para a construção da IHL.

Descrição do oitavo encontro: Corroemos as placas de fenolite que estavam faltando (extrato referente à etapa Formação Continuada). Em seguida, retomamos ao processo de soldagem da IHL e conseguimos terminar a construção da IHL iniciada no sétimo encontro.

No segundo momento (extrato referente à etapa Formação Continuada) explicamos como utilizar o aplicativo Kommnader para criar “interfaces gráficas” com a linguagem de programação Shell Script.

Análise e descrição sumária do extrato 8: Como tínhamos a maioria dos educandos com os materiais e componentes eletrônicos em sala de aula, as surpresas e dúvidas com os processos de construção da IHL foram surgindo.

Na corrosão e colocação dos componentes eletrônicos. Relato do educando 2 no diário de campo:

solução mais rápida é a corrosão (a primeira placa que o professor fez correu em + ou - 10 minutos). A solução só corroe onde não está marcado com a caneta.

Relato do educando 8 em seu diário de campo:

Quando se retira a placa da solução, o lugar que foi marcado com a caneta (circuito) não é corroído pelo produto químico. Após retirá-la da solução deve-se lavar a placa com água corrente para retirar o produto. Após lavá-la se passa a palha de aço no próprio lado do circuito e o efeito muda completamente. Feito isso, inicia-se o encaixe dos componentes eletrônicos nos seus respectivos lugares um de cada vez, pois eles passarão pelo processo da solda.

Recortes das gravações de áudio: “E se passar muito tempo no percloreto?”. Respondemos que todo o cobre da placa seria corroído, até mesmo as trilhas delineadas. “Você vai fazer o circuito assim? Oh! Era para ter dois furinhos aqui.” – educando avisando ao outro que ele esqueceu de fazer dois furos para a colocação de componentes eletrônicos. Um recorte da gravação do diálogo entre os educandos para entender onde seria colocado cada componente eletrônico:

Maria: Cida, aqui embaixo é o LED. Cida: … Vai encaixar aí.

Cida: Ah! Ele vai colocar agora os resistores... Maria: É aqui mesmo, isso mesmo.

Rafa: O LED é por último! Maria: O LED é aqui embaixo. Rafa: Aí é o conector a ser soldado.

A Figura 24 – retirada do diário de campo do educando 17 que participou desse diálogo – mostra os nomes dos componentes eletrônicos escritos em seus devidos lugares no papel milimetrado, como lembrete para a futura colocação e soldagem na placa corroída.

Na soldagem dos componentes eletrônicos. Relato do educando 14 em seu diário de campo:

Cada furo do conector é sondado. Todo o trabalho de sondagem é um processo de paciência. Depois coloca os resistores preenchendo em sequência de 8 resistores onde vai ser colocado o Led e depois sondar. Agora é a vez do Led, que tem sua polaridade positiva e negativa, o catodo do Led é onde tem o corte. Para o Led acender tem que estar o positivo com o positivo, o negativo com o negativo. Depois é só sondar o Led, que é o positivo que vai ao resistor a parte de baixo, depois é só cortar. Está ponto o circuito.

Esse educando, apesar de entender o que acontece com o processo de soldagem, trocou a palavra “soldar” pela “sondar”. É importante relatar que as dificuldades com os termos técnicos acompanham esses educandos desde o primeiro encontro. Porém, vários educandos – nesse encontro – utilizaram alguns termos que não foram discutidos anteriormente e que grifamos em alguns comentários dos educandos: “Tenho ferro e solda se precisar, só não sei á soldar, eu tentei em casa”; “Não quer esquentar não? Então deve ser a tomada, o outro não estava pegando não”; ”Isso é solda?”; “Essa tomada é que não presta” – educando se referindo à tomada elétrica, onde é ligado os dispositivos eletroeletrônicos –; “O ferro está esquentando ainda?” – um dos educandos se referindo ao ferro de soldar; “Chave de fenda?” – um educando respondendo a um pedido de chave, cuja solicitação não informava qual o tipo da chave (Fenda ou Philips). É oportuno ressaltar outros comentários que chamaram a nossa atenção nesse processo de soldagem: “Imagina o trabalho que tem aquele pessoal que conserta rádio, televisão.” – educando que, a partir de sua dificuldade em soldar, imagina as dificuldades enfrentadas por um técnico que conserta dispositivos eletrônicos; “Lavou, passou bombril, aí vai prender aqueles negocinhos ali” – quando o educando diz “prender aqueles 'negocinhos'”, ele está se referindo aos componentes eletrônicos que serão futuramente soldados; “Meu marido também mexe em tudo.” – um educando comparando o seu marido a outro educando que está soldando; “Eu também quero o meu LED... quero levar para a minha neta ver, meu circuito também funcionando” – educando querendo mostrar o seu troféu – a IHL pronta e funcionando – para a sua neta; “A minha plaquinha vai ficar aqui, viu!” – o educando se preocupando com a “plaquinha” (a IHL), objeto de desejo em

construção, que ficaria guardada até o próximo encontro.

As descobertas, dúvidas, dificuldades, surpresas, questionamentos e reflexões nessas práticas de construção da IHL pelos educandos foram elementos que auxiliaram a interpretação do mundo tecnológico como elemento do seu processo de transformação – identificamos a Práxis Pedagógica como uma das áreas de significação elencadas. Outra área de significação que identificamos foi a (Re)construção de Conceitos Científico-Tecnológicos, quando os educandos descrevem os seus objetos da experiência – corrosão da placa, colocação dos componentes eletrônicos e soldagem –, permitindo o seu reconhecimento a partir do estabelecimento de nexos de lógica com os termos utilizados durante o processo – como ferro de soldar, solda, tomada e chave de fenda.

4.1.7 Montagem dos projetos de controle do DEC: Extrato 9 – “[...] pode ser aceso de 2