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CAPÍTULO 2 – A PARTICIPAÇÃO NA ATIVIDADE ECONÔMICA POR SEXO,

2.1. Mudanças na PIA e PEA, por idade e sexo

Conforme já foi visto no capítulo anterior, as mudanças na taxa de participação no mercado de trabalho recebem influência das transformações demográficas, na medida em que a diminuição no ritmo do crescimento populacional resulta em mudanças na composição etária da população. No Brasil, o crescimento populacional vem diminuindo desde os anos 1970 e, consequentemente, gerando mudanças na distribuição da PIA por grupos de idade37. Essas mudanças foram muito expressivas nas últimas décadas, conforme mostra o gráfico 12. Dessa forma, a parcela que atinge a idade para exercer atividade econômica é cada vez menor, mas ainda é grande quando comparada à mortalidade da população com idade ativa, de modo que é ainda elevado o ritmo de crescimento da PIA (BALTAR e LEONE, 2015). A população com 15 a 64 anos (idade ativa) cresceu no ritmo de 1,5% ao ano no período 2004 a 2013.

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A transição demográfica é fruto de diversos determinantes socioeconômicos e culturais que não podem ser resumidos em poucas linhas. Existe uma ampla literatura no Brasil que explica as causas da redução das taxas de mortalidade e fecundidade como fruto do processo de secularização e de transformações estruturais e institucionais ocorridas nos planos macro e micro e que foram acompanhadas de mudanças nas relações intergeracionais e de gênero (CARVALHO, PAIVA, SAWYER, 1981; MERRICK, BERQUÓ, 1983; FARIA, 1989; ALVES, 1994; MARTINE, 1996). Uns dos efeitos mais visíveis da transição demográfica ocorre com a aceleração e a posterior desaceleração do crescimento populacional. A população brasileira passou de algo em torno de 10 milhões em 1872 para 170 milhões no ano 2000, apresentando suas maiores taxas de crescimento em meados do século XX e deve se estabilizar, segundo as projeções da ONU, na casa de 250 milhões de habitantes por volta do ano 2050” (ALVES, 2008).

Gráfico 12 – Composição etária da PIA – 1960-2010

Fonte: Censo Demográfico/ IBGE. Elaboração Própria

Os Censos Demográficos mostram que, desde 1970, há uma progressiva redução da participação da população com menos de 15 anos, acompanhada de um aumento menos intenso da população com mais de 65 anos, o que resulta em intenso aumento da proporção da população em idade ativa (15 a 64 anos). Para os demógrafos, essas consequências da redução do crescimento populacional são vistas como uma janela de oportunidade para o desenvolvimento econômico38, na medida em que ocorre uma diminuição da razão de dependência da população total, que era de 89,3 em 1970 e passa a 55,2 em 2010. Conceitualmente, a razão de dependência expressa o número de pessoas em idades potencialmente inativas para cada grupo de 100 pessoas potencialmente ativas, ou seja, mede o peso da população em idade potencialmente inativa (0 a 14 anos e 65 anos ou mais) sobre a população potencialmente ativa (15 a 64 anos de idade). Em 1980, para cada 100

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Conforme destacam Rios-Neto (2005), Brito (2007) e Alves, Vasconcelos e Carvalho (2010), esse período, com simultâneo crescimento da PIA e redução da razão de dependência demográfica, constituiria uma “janela de oportunidades” (também conhecida como bônus demográfico), propiciando maior crescimento econômico. De acordo com as projeções do IBGE, contudo, logo a partir de meados de 2020 se iniciará um processo de encolhimento da força de trabalho disponível no país, acompanhado de um aumento da razão de dependência, o que tem levado esses autores a discutirem um possível ônus demográfico. Outro aspecto da mudança demográfica que é importante para o mercado de trabalho são as mudanças na composição etária da própria PIA e não somente sua participação da população total.

pessoas em idade economicamente ativa, existiam 79,7 pessoas inativas. Destas, 68,8 eram jovens/crianças com idades abaixo de 15 anos e 10,9 eram pessoas com 65 anos ou mais. Já em 2000, para cada 100 pessoas em idade economicamente ativa existiam 61 de pessoas inativas. Das 61 pessoas inativas naquele ano, 13,1 pessoas eram idosas e as demais 48 jovens e crianças com menos de 15 anos. Para o ano de 2010, a razão de dependência total foi de 56,5, sendo 10,3 de jovens e 15,2 de idosos. A taxa de dependência diminuiu fortemente e a composição dos dependentes se modificou, diminuindo o peso das crianças e adolescentes e aumentando o peso dos idosos, de modo que a projeção do IBGE é que a razão de dependência seja de 75,1 em 2050, sendo 23,0 de jovens e 52,1 de idosos (gráfico 13).

Gráfico 13 – Razão de Dependência Total, Jovens e Idosos 1960-2050

Fonte: Censos Demográficos/ IBGE.

As projeções foram feitas pelo IBGE a partir dos Censos demográficos

A relação entre o crescimento da população e o mercado de trabalho pode ser observada no gráfico 14, que apresenta o incremento do número de pessoas com idade ativa (PIA) segundo grupo de idade e o incremento do número

de pessoas economicamente ativas (PEA). Os dados estão separados por sexo, pois a inserção no mercado de trabalho é diferenciada segundo sexo e idade.

No período compreendido entre 2004 e 2013, a população com idade ativa cresceu 14,3% enquanto a população total cresceu apenas 9,8%. Em termos de taxas anuais de crescimento, a diferença foi 1,5% e 1% respectivamente. A participação da PIA na população total aumentou de 66,1% para 68,8%, seguindo a tendência apontada pelos Censos Demográficos. No entanto, o ritmo de crescimento da PEA foi menor do que o da PIA, com uma taxa de crescimento médio anual de 1,2%, puxado pela expansão do emprego, pela diminuição do número de pessoas desempregadas e aumento da participação dos empregados na absorção da população ocupada.

Gráfico 14 – PIA e PEA, por idade e sexo – 2004 e 2013

Fonte: Pnad/ IBGE. Elaboração Própria

É importante destacar que a queda na taxa de participação resulta de um conjunto de fatores e não somente do movimento demográfico, que aumentou o peso das faixas de idade em que eram menores as taxas de participação. Chama a atenção que essa queda na participação global ocorreu em uma situação de menor

desalento39, pois as oportunidades ocupacionais se ampliaram em ritmo mais intenso do que o da população voltada para a atividade econômica. Assim, a redução na taxa de participação da população de 15 a 64 anos é um indicativo de uma mudança social importante com efeitos significativos sobre o mercado de trabalho em 2004-2013. Ressalta-se a acentuada redução do número de jovens de 15 a 29 anos que fazem parte da PEA, que no período analisado foi de 8,1%, enquanto que a diminuição da PIA com esta idade foi de apenas 2%. Uma das hipóteses para explicar esse fenômeno (que afeta homens e mulheres) é a melhora na situação familiar decorrente do aumento da renda, facilitando o adiamento da entrada do jovem no mercado de trabalho40. Nota-se, entretanto, que a redução da taxa de participação dos jovens de 15 a 29 anos deve-se principalmente à idade de 15 a 19 anos, o que vinha ocorrendo desde o início da década anterior e começou através de um estreitamento do mercado de trabalho que afetou especialmente esses jovens. Esse estreitamento do mercado de trabalho nos anos 1990 ocorreu a partir da reestruturação da economia, em consequência da abertura comercial e financeira, em um quadro internacional marcado pelas crises das economias emergentes, como no México (1994/1995), na Ásia (1997) e na Rússia (1998)41.

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Dá-se o nome de desalento ao fenômeno no qual as pessoas não economicamente ativas que estavam procurando emprego há pelo menos seis meses desistem por não encontrarem qualquer tipo de trabalho, ou um trabalho com remuneração adequada, ou ainda um trabalho de acordo com as suas qualificações (IPEA, 2013).

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Mesmo com avanços na inserção dos jovens na escola e no mercado de trabalho, merece destaque a proporção de jovens que, na semana de referência, não trabalhavam nem estudavam no ensino regular. Entre os jovens de 15 a 29 anos de idade, praticamente 1 em cada 5 não frequentavam escola de ensino regular e não trabalhavam na semana de referência, em 2013 (IBGE, 2014).

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Na década de 1990, as mudanças na estrutura da economia brasileira, com pouco investimento e lento aumento da produção, tiveram consequências negativas no mercado de trabalho assalariado, provocando eliminação de postos de trabalho e aumento do trabalho por conta própria e assalariado sem registro (BALTAR, 2003). A maneira precipitada e desordenada com que o Brasil entrou na chamada globalização desfavoreceu a geração de emprego e renda e provocou sérios problemas de absorção da população ativa. A composição da PEA, entretanto, modificou-se sensivelmente, diminuindo o peso dos jovens e aumentando a participação das mulheres adultas. Essas mudanças ocorreram com a manutenção de um intenso ritmo de crescimento dessa parcela da população (BALTAR, 2010). O emprego formal variou negativamente, ao passo que entre 1992 e 1999, este caiu 3,7%, o que por sua vez resultou em uma redução do grau de formalização das relações de trabalho, de 51,9% em 1989 para 42,7% em 1999 (BALTAR, 2003).

Gráfico 15 – PIA e PEA, 15 a 29 anos, por sexo – 2004 e 2013

Fonte: Pnad/IBGE. Elaboração Própria

Nas demais faixas de idade (30 a 44 e 45 a 64 anos) a PIA e a PEA aumentaram em ritmo semelhante, tanto entre homens como entre mulheres, notando-se pouca modificação nas taxas de participação. A tabela 5 mostra a evolução das taxas de participação por faixa etária. Entre os jovens de 15 a 29 anos, observa-se uma queda expressiva da participação, passando de 69,2% em 2004 para 64,8% em 2013. Nas demais faixas, há movimentos mais suaves, com ligeira queda nas faixas de 30 a 44 anos e de 45 a 64 anos. Na faixa de 30 a 44 anos a queda da taxa de participação ocorre entre os homens e mulheres, mas na faixa de 45 a 64, a queda ocorre somente para os homens e para as mulheres ocorre ligeiro aumento. Assim, esses resultados nos levam a concluir que a queda recente na taxa de participação do conjunto da PIA, de 15 a 64 anos, se deve a evolução da taxa de participação do grupo mais jovem (especialmente o de 15 a 19 anos).

A diferença na participação no mercado de trabalho por sexo também é significativa. Enquanto mais de 80% dos homens participavam do mercado de trabalho nos dois momentos analisados, entre as mulheres esse percentual ficou em torno de 60% nos dois anos. Observa-se ainda que os homens apresentaram uma queda na taxa de participação de 85,3% em 2004 para 82,8% em 2013. Para as mulheres também foi registrada uma queda na taxa de participação, ainda que ligeiramente mais suave, passando de 61,5% em 2004 para 60,6% em 2013.

Assim, a mudança importante no mercado de trabalho no período 2004- 2013 foi a queda na taxa de participação na atividade econômica da população com 15 a 64 anos e, para isso foi fundamental a queda na participação dos jovens de 15 a 29 anos, que já vinha ocorrendo desde a década anterior. A novidade do período é que, ao contrário do que ocorrida nos anos 1990, em que a queda da participação dos jovens foi compensada pelo intenso aumento da participação da mulher, no período 2004-2013 a continuação da queda dos jovens ocorreu junto ao arrefecimento do aumento da participação da mulher adulta, provocando queda na taxa global de participação.

Tabela 5 - PARTICIPAÇÃO, por idade e sexo - 2004 e 2013

2004 2013 2004 2013 2004 2013

15 a 29 anos 79,5 73,4 58,9 56,2 69,2 64,8

30 a 44 anos 94,9 94,1 71,9 69,6 82,9 81,1

45 a 64 anos 82,6 81,8 52,7 53,2 66,8 66,6

15 a 64 anos 85,3 82,8 61,5 60,6 73,0 71,4

Fonte: Pnad/IBGE Elaboração Própria

Faixa Etária

Homem Mulher Total

2004 2013 2004 2013 2004 2013

15 a 19 anos 59,4 47,7 41,2 33,6 50,5 40,8

20 a 24 anos 88,5 84,8 66,8 65,2 77,5 74,9

25 a 29 anos 94,2 92,2 70,4 71,5 82,0 81,5

Fonte: Pnad/IBGE Elaboração Própria

Tabela 6 - PARTICIPAÇÃO 15 a 29 anos, por sexo - 2004 e 2013 Faixa

Etária

Além da queda da taxa de participação da população com idade ativa, explicada principalmente pela queda da participação na atividade econômica dos jovens de 15 a 19 anos, ocorreu uma mudança da composição etária da PEA como resultado basicamente da mudança na composição etária da PIA, decorrente da diminuição do crescimento demográfico que vem acontecendo desde o final da década de 1960.

Conforme já visto, para a queda na taxa de participação total, de 73% para 71,4%, embora recebendo a influência da dinâmica demográfica, foi decisiva a queda da participação dos mais jovens, 15 a 19 anos. Como dito, esse fenômeno já vinha ocorrendo desde os anos 1990, mas que ao longo dessa década foi compensada pelo forte aumento da participação da mulher adulta no mercado de trabalho, fenômeno que vinha ocorrendo desde os anos 1970 (HOFFMANN; LEONE, 2004). O aumento da participação feminina intensifica-se a partir dos anos 1970 em um contexto de forte expansão da economia, com a consolidação da industrialização e da urbanização do país, mas continuou nos anos 1980 e 1990, mesmo em uma situação econômica mais restritiva para o mercado de trabalho (LEONE; TEIXEIRA, 2010), expressando uma mudança profunda no papel da mulher na família e na sociedade (BRUSCHINI, 2007). Vale destacar que a renda da mulher fora determinante como complemento da renda familiar em um momento de estagnação econômica e de alta inflação.

A mudança da composição etária da PEA é também muito importante para o mercado de trabalho, com diminuição da proporção da PEA com menos de 29 anos que cai de 39% para 32% e aumento da proporção da PEA adulta de 61% para 68% (tabela 7). Nestas mudanças, ao contrário da redução da taxa global de participação, a redução da participação dos jovens na atividade econômica é um fator coadjuvante, enquanto que o fator principal são as mudanças na composição etária da PIA, decorrente da queda do crescimento demográfico das últimas décadas.

Os efeitos da dinâmica demográfica e das mudanças na taxa de participação sobre a composição da PEA podem ser ilustrados estimando o que teria ocorrido caso as mudanças verificadas fossem avaliadas isoladamente. Ou seja, estimando a taxa global de participação e a distribuição da PEA por idade com as taxas específicas de participação por idade verificadas em 2004 com a distribuição da PIA por idade observada em 2013 (simulação 1) e com as taxas específicas de participação por idade verificadas em 2013 com a distribuição da PIA por idade observada em 2004 (simulação 2). A comparação das simulações com as taxas global de participação e a composição da PEA realmente observada em 2013 evidencia a importância relativa das mudanças nas taxas específicas de participação por idade e na composição etária da PIA para as mudanças observadas na taxa de participação e na composição da PEA (tabela 8).

A simulação 1 estima como teria sido a distribuição da PEA se não tivesse ocorrido mudanças na composição da PIA, mas houvessem as alterações realmente observadas nas taxas específicas de participação por idade. Nesse exercício, a taxa global de participação cairia de 73% para 71,1%, queda só um pouco maior do que a efetivamente verificada. Já a composição da PEA, neste exercício, pouco se modificaria. Apenas a queda da taxa de participação dos jovens de 15 a 19 anos provocou, isoladamente, ligeira diminuição do peso desta faixa etária na PEA.

Tabela 7 - Participação e Composição etária da PIA e PEA - 2004 e 2013

2004 2013 2004 2013 2004 2013 15 a 19 anos 50,5 40,8 14,7 12,6 10,2 7,2 20 a 24 anos 77,5 74,9 14,1 11,4 15,0 11,9 25 a 29 anos 82,0 81,5 12,3 11,3 13,8 12,9 30 a 44 anos 82,9 82,9 32,6 32,9 37,0 38,3 45 a 64 anos 66,8 66,6 26,3 31,8 24,1 29,7 15 a 64 anos 73,0 71,4 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: Pnad/ IBGE Elaboração Própria Faixa

Etária

Na sequência, a simulação 2 mostra o efeito das mudanças nas taxas específicas de participação por idade, supondo que não se verificam mudanças na distribuição da PIA entre 2004-2013. Ou seja, em 2013, como seria a taxa de participação se as mudanças nas taxas de participação por idade, se verificassem sem alteração na distribuição da PIA por idade. Neste pressuposto, a taxa global de participação não apresentaria qualquer alteração, mantendo-se em 73%, indicando que a mudança na distribuição da PIA isoladamente afetou muito pouco a taxa global de participação no período 2004-2013.

A diminuição do peso da PIA com 15 a 19 anos e o aumento da faixa etária de 30 a 44 anos tendem a aumentar a taxa global de participação, mas a diminuição dos pesos dos grupos etários de 20 a 24 anos e de 25 a 29 anos tem o efeito inverso de diminuir a taxa global de participação. Esses dois efeitos se compensaram e a simples mudança na composição da PIA, sem alteração nas taxas específicas de participação por idade, não modificaria a taxa global de participação. Neste caso, a simulação das mudanças na composição da PEA sem modificação nas taxas específicas de participação por idade e com as mudanças realmente observadas na composição etária da PIA, levam a uma distribuição da PEA por idade muito parecida com a que realmente se verificou em 2013. Assim, a intensa

Taxa de Participação Composição PEA Taxa de Participação Composição PEA 15 a 19 anos 50,5 8,7 40,8 8,4 20 a 24 anos 77,5 12,1 74,9 14,9 25 a 29 anos 82,0 12,7 81,5 14,0 30 a 34 anos 82,9 37,4 82,9 38,0 45 a 64 anos 66,8 29,1 66,6 24,6 15 a 64 anos 73,0 100,0 71,1 100,0

Fonte: Pnad/ IBGE Elaboração Própria

* Simulação 1 - Taxas específicas de participação de 2004 e composição da PIA de 2013 ** Simulação 2 - Taxas específicas de participação de 2013 e composição da PIA de 2004

Simulação 1* Simulação 2 **

Tabela 8 - Simulações da Taxa de Participação e da Composição da PEA em 2013, com as taxas de participação e composição da PIA de 2004

Faixa Etária

queda verificada na taxa de participação dos jovens de 15 a 19 anos apenas teria acentuado a diminuição do peso deste grupo etário na PEA de 2013, que foi de 7,2% e teria sido de 8,7% caso não tivesse se modificado as taxas específicas de participação por idade e apenas tivesse mudado a composição etária da PIA.

Em síntese, foi importante para o desempenho do mercado de trabalho no período de crescimento com inclusão social que ocorreu no Brasil em 2004-2013, não somente o fato de que a diminuição no ritmo de crescimento da PEA foi maior do que o da PIA, mas também as mudanças que ocorrem na composição etária da PIA, diminuindo a proporção de jovens e aumentando a proporção de adultos. Na queda da taxa global de participação, foram importantes a continuação da diminuição da taxa de participação dos jovens de 15 a 19 anos e o arrefecimento do aumento da taxa de participação das mulheres adultas que, na década anterior, compensou a diminuição da participação dos jovens e evitou uma queda na taxa global de participação. Já na mudança da composição etária da PEA tiveram maior peso as mudanças na composição da PIA do que as modificações nas taxas específicas de participação por idade. A forte queda na taxa participação dos jovens de 15 a 19 anos apenas agravou a perda de importância relativa deste grupo etário que aconteceria mesmo sem a diminuição da taxa de participação deste grupo, por causa da diminuição do peso dessa faixa na população com idade ativa.

2.2. Participação da população na atividade econômica, segundo nível