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Com a revisão que ocorreu nas AACR2, diversas foram às mudanças para a catalogação inseridas na RDA a fim de obter satisfação nas tarefas dos usuários de encontrar, identificar e selecionar o material informacional que deseja. A LC desenvolveu uma política para utilização da RDA e listou os elementos essenciais para representação descritiva bibliográfica. A seguir serão citadas as mudanças para a representação descritiva com a implantação da nova norma de catalogação.

O catalogador sempre deve levar em consideração as necessidades do usuário da instituição que atua, deve determinar prioridades na representação descritiva. A RDA permite ao catalogador a omissão ou acréscimo para os dados que não fazem parte da lista de elementos essenciais, leva em consideração o objetivo presente na Declaração de Princípios Internacionais de Catalogação que o de facilitar e encorajar a tarefa do catalogador quanto à descrição exata do que está no documento. (SILVA, 2012).

Dentre as principais mudanças que a RDA trará para a representação descritiva da atualidade, destaca-se o fato de não existir o uso de abreviaturas, sendo necessária a escrita por extenso de todos os dados. Os nomes para a entrada é registrada da maneira que é encontrada na fonte e deve ser informado quando algum dos dados da fonte não for encontrado. A estrutura flexível e extensível para descrever todos os tipos de conteúdo, mídia e suporte, é uma mudança benéfica encontrada e pensada exclusivamente para esta norma.(SILVA, 2012).

Não se devem corrigir impressões ou erros encontrados na fonte, podendo ser colocado observações quando a informação for relevante. Silva aponta a mudança de maior impacto para a representação descritiva

Para os pontos de acesso, a mudança mais comentada e que causou maior impacto na comunidade foi a mudança da também conhecida “regra dos três”: o ponto de acesso principal para as obras com mais de quatro autores. Nas AACR2, o ponto de acesso principal era o título, mencionado o primeiro acrescido da expressão [et.al] com a possibilidade de menção em pontos de acesso secundário dos demais responsáveis intelectuais. (SILVA, 2012, p.119).

Na pesquisa não se leva em consideração a necessidade informacional do usuário, pois este não poderá pesquisar por nomes de outros autores ou termos não listados no ponto de acesso.

Na RDA, a representação será realizada apenas do que está exposto na fonte da informação, porém cabe ao catalogador o discernimento e a liberdade de registrar facilitar o acesso do usuário à informação. Diferente da AACR, a RDA identifica os elementos dos dados separadamente, evitando assim o risco de ambiguidade.

Com relação às necessidades do usuário, Oliver explana que

A capacidade de responder as necessidades do usuário não é um conceito abstrato limitado a um capítulo introdutório, mas um tema que se repete em todo o texto da RDA. As instruções RDA fornecem orientação prática para registrar ou criar dados que ajudarão nas tarefas de usuário (OLIVER, 2011, p. 60).

Do ponto de vista do usuário, a vantagem trazida com a implantação da RDA é o fato de que a mesma foi desenvolvida para atender as tarefas do usuário, abrange todos os tipos de materiais e facilita o processo de busca e recuperação do item desejado. Além de exibir a informação desejada de forma agrupada no momento da busca, deixando a informação à disposição para que usuário possa escolher a informação que desejar, a norma disponibiliza a orientação aos profissionais da informação para que possam promover uma exatidão nos resultados almejados acarretando na satisfação do usuário.

A RDA permite um diálogo com outras comunidades de metadados, faz com que haja uma interoperabilidade e compatibilidade retrospectiva entre os registros e modelos como a AACR2.

Como beneficio ao catalogador pode ser citada a estrutura teórica e orientadora da RDA, que permite ao catalogador ganho de tempo quanto a elaboração da catalogação dos materiais. O catalogador também tem acesso ao RDA Toolkit que o auxiliará fornecendo todo o material necessário para executar a norma.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A necessidade da representação da informação tem sido necessária ao homem desde os primórdios dos tempos. Diversas foram às maneiras de se representar a informação para que sua recuperação fosse ágil e fácil.

Inicialmente, a informação é vista como um bem valioso, na qual não deveria ser divulgada a todos, porém com o tempo entendeu-se a necessidade e importância da disseminação da informação. O conhecimento se tornou um bem valioso que todos deveriam desfrutar.

Nos primeiros sistemas de informação, a organização dos conteúdos informacionais era de acordo com os locais de armazenamento, o que acarretava em um volume físico significativo de material informacional, gerando certa dificuldade para organizar e localizar o documento, além de ocupar bastante espaço físico.

A necessidade do acesso a documentos em tempo útil deliberou o surgimento de outros processos viabilizadores para a informação, dentre eles os catálogos, inventários e listas de referências ordenadas, que tem como objetivo controlar fisicamente a localização dos documentos e informar sobre suas características. Tais instrumentos servem como intermediários entre os usuários e o produto informacional.

Com o decorrer dos anos, os catálogos são modificados e a catalogação passa a ser vista como objeto de estudo a fim de se encontrar uma padronização universal para que todos os profissionais da informação a utilizem e haja interação entre eles. O catálogo que teve grande aceitação e tradução para diversos idiomas foi a AACR2, porém este é voltado apenas para materiais impressos, não sendo possível sua utilização para o ambiente digital.

Com revolução tecnológica que houve em meados dos séculos XX e XXI, a informação ganha um novo espaço e novos suportes informacionais. Pensando-se nessa mudança, fez-se necessário a revisão da AACR2 para adequá-la a nova realidade que se encontra a informação.

Surge então o RDA, um padrão projetado ao ambiente digital, sendo uma norma facilitadora, objetiva e que abrange a todo tipo de material e suporte. No decorrer deste trabalho é possível observar a importância desta

norma para atualidade, com os novos tempos a informação alça novas dimensões. Diante de tantas discussões sobre o assunto, desde sua divagação no ano de 2009, a norma está preste a se tornar realidade em todo Brasil.

Diante de tudo que foi exposto, evidencia-se a necessidade da adequação da catalogação á informação exposta na web, sendo necessário que os catalogadores se profissionalizem e as instituições informacionais passem a aderir a RDA como código de catalogação, porém para que este código possa se tornar um instrumento de uso dos catalogadores, é de extrema importância que haja uma mobilização destes profissionais a fim de entender a importância da catalogação e estimular cada vez mais estudos na área para que futuros profissionais possam despertar interesse pelo tema.

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