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Em um mundo em que tudo compete por nossa atenção, nosso Pai Celestial tornou possível que

como a “zona da morte” porque, a essa altura, não há oxigênio suficiente para suster a vida. Também existe uma zona da morte espiritual. Se passarmos muito tempo em locais onde não há fé, vozes aparentemente bem-intenciona-das nos privam do oxigênio espiritual do qual precisamos.

No Livro de Mórmon, lemos a expe-riência de Corior. Ele obteve grande popularidade porque seus ensinamentos eram “agradáveis à mente carnal”.3 Ele disse que os pais e os profetas ensinavam tolas tradições com o intuito de limitar a liberdade e perpetuar a ignorância.4 Ele afirmava que o povo devia ser livre para fazer o que quisesse, pois os mandamen-tos não passavam de restrições conve-nientemente impostas.5 Para ele, crer na

Expiação de Jesus Cristo era “efeito de uma mente desvairada”, resultante da crença em um ser que não existia, pois não podia ser visto.6

Corior causou tamanho tumulto que foi levado diante do juiz supremo e do sumo sacerdote. Lá, “usando palavras cada vez mais exaltadas”, ele criticou os líderes e pediu um sinal. Um sinal foi dado. Ele foi ferido por Deus para que não pudesse falar. Corior, então, percebeu que havia sido enganado e, pensando nas verdades preciosas que havia abandonado, lamentou: “Sempre soube”.7

Corior mendigou por comida até morrer pisoteado por um grupo de zoramitas.8 O versículo final dessa histó-ria contém esta séhistó-ria reflexão: “E assim

vemos também que o diabo não amparará seus filhos no último dia, mas arrasta-os rapidamente para o inferno”.9

A voz certa

O Pai Celestial deseja o melhor para nós, por isso Ele tornou possível que ouçamos Sua voz. Geralmente, nós O ouvimos por meio de impressões dadas pelo Espírito Santo. O Espírito Santo é o terceiro membro da Trindade. Ele testifica do Pai e do Filho,10 foi enviado para “[nos ensinar] todas as coisas”11 e “[nos] mostrará todas as coisas que [devemos] fazer”.12

O Espírito fala para pessoas dife-rentes, de maneiras difedife-rentes, e pode falar para a mesma pessoa de modos diferentes, em momentos diferentes. Assim, aprender as muitas maneiras pelas quais Ele Se comunica conosco é uma jornada para a vida inteira. Às vezes, Ele fala em nossa “mente e em [nosso] coração”13 com uma voz mansa, porém firme, que penetra “até o âmago”.14 Outras vezes, Suas impres-sões “[ocupam-nos] o pensamento” ou “[impõem]-se a [nossos] sentimentos”.15 Outras vezes, nosso peito “[arderá] dentro de [nós]”.16 Ou ainda, Ele enche nossa alma de alegria, ilumina nossa mente17 ou traz paz ao coração angustiado.18

Encontrar Sua voz

Encontraremos a voz de nosso Pai em muitos lugares. Ao orar, ao estudar as escrituras, ao frequentar a igreja, ao participar de conversas edificantes e ao ir ao templo. E, é claro, encontraremos Sua voz na conferência, neste fim de semana.

Hoje, apoiamos 15 homens como profetas, videntes e reveladores. A espiritualidade e a experiência deles lhes conferem uma perspectiva única, da qual precisamos desesperadamente. Suas mensagens são facilmente encon-tradas e eles falam com total clareza. Eles nos falam o que Deus deseja que saibamos, seja popular ou não.19

Procurar Sua voz em qualquer um desses lugares é bom, mas procurá-la em vários deles é ainda melhor. E, quando a ouvimos, precisamos seguir a

orientação que ela nos dá. O apóstolo Tiago disse: “Sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes”.20 O presidente Thomas S. Monson certa vez ensinou: “Observamos, esperamos, e procuramos escutar esse suave sussurro. Quando Ele fala, os homens e mulheres sábios obedecem”.21

Quando a orientação demora a chegar

No início de minha vida profis-sional, foi pedido que a irmã Homer e eu aceitássemos uma mudança em minha designação de trabalho. Na época, parecia uma grande decisão a ser tomada. Estudamos, jejuamos e ora-mos, mas a resposta demorava a chegar. Por fim, tomamos uma decisão e segui-mos em frente. Ao fazê-lo, sentisegui-mos paz e logo descobrimos que foi uma das melhores decisões que já tomamos.

Como resultado, aprendemos que as respostas às vezes demoram a chegar. Isso pode acontecer porque não chegou a hora, porque as respostas não são necessárias ou porque Deus confia em nós para tomarmos a decisão. O élder Richard G. Scott certa vez ensinou que devemos ser gratos por essas oca-siões e prometeu: “Quando você vive dignamente, quando suas escolhas são consistentes com os ensinamentos do Salvador, e uma ação se torna necessá-ria, proceda com confiança. (…) Deus não deixará que você vá muito longe, sem uma impressão de advertência, se tiver tomado a decisão errada”.22

Precisamos escolher

Portanto, entre tantas vozes con-flitantes, precisamos decidir à qual obedeceremos. Seguiremos as vozes duvidosas do mundo, ou faremos o trabalho requerido para permitir que a voz de nosso Pai nos guie em nossas decisões e nos proteja do perigo? Quanto mais buscarmos Sua voz com diligência, mais fácil será ouvi-la. Não é que a voz de Deus soará mais alto, mas nossa habilidade de ouvi-la aumentará. O Salvador prometeu que, se “[dermos] ouvidos aos [Seus] precei-tos e [escutarmos] os [Seus] conse-lhos”, Ele “[nos dará] mais”.23 Testifico que essa promessa é verdadeira — para todos nós.

Há cerca de um ano, perdemos meu irmão mais velho em um trágico acidente de carro. Os primeiros anos de John foram cheios de promessas e rea-lizações. Porém, à medida que crescia, problemas físicos e uma mente pouco cooperativa tornaram a vida muito difí-cil. Embora a cura que ele esperava não tivesse ocorrido nesta vida, John ainda se agarrava à fé, determinado a perseve-rar, o melhor que podia, até o fim.

Sei que John não era perfeito, mas tenho me perguntado o que dava a ele tamanha determinação. Muitas vozes o convidavam a se tornar amargurado, mas ele escolheu não as ouvir. Em vez disso, deu seu melhor para que sua vida fosse centralizada no evangelho. Ele viveu o evangelho, pois sabia que assim

encontraria a voz de seu Mestre; ele viveu dignamente, pois sabia que assim ele seria ensinado.

Conclusão

Irmãos e irmãs, em um mundo em que tudo compete por nossa atenção, testifico que nosso Pai Celestial tornou possível que ouçamos Sua voz e O sigamos. Se formos diligentes, Ele e Seu Filho nos darão a orientação que buscamos, a força de que precisamos e a felicidade que desejamos. Em nome de Jesus Cristo. Amém. ◼

NOTAS 1. 1 Reis 18:21.

2. Ver Apocalipse 3:15–16.

3. Alma 30:53; ver também Alma 30:18. 4. Ver Alma 30:14, 23–24, 27. 5. Ver Alma 30:17, 23, 27.

6. Alma 30:16; ver também Alma 30:13, 15, 26, 28.

7. Alma 30:31, 52; ver também Alma 30:23, 28, 43, 50, 53.

8. Ver Alma 30:56, 58–59. 9. Alma 30:60.

10. Ver 2 Néfi 31:18. 11. João 14:26.

12. 2 Néfi 32:5; ver também 2 Néfi 32:1–4. 13. Doutrina e Convênios 8:2.

14. 3 Néfi 11:3.

15. Doutrina e Convênios 128:1. 16. Doutrina e Convênios 9:8.

17. Ver Doutrina e Convênios 6:14–15; 11:13. 18. Ver Doutrina e Convênios 6:22–23. 19. Ver Doutrina e Convênios 1:38. 20. Tiago 1:22.

21. Thomas S. Monson, “O espírito vivifica”, A Liahona, junho de 1997, p. 4.

22. Richard G. Scott, “O dom celestial da oração”, A Liahona, maio de 2007, p. 10. 23. 2 Néfi 28:30.

para si próprios. Devido a uma trans-gressão que haviam conscientemente escolhido cometer em nosso favor, eles agora se deparavam com a morte física e com o afastamento espiritual, a separação da presença de Deus para sempre.2 O que eles deveriam fazer? Haveria uma saída para esse infor-túnio? Não temos certeza do quanto eles foram autorizados a se lembrar da instrução que receberam enquanto esta-vam no jardim, mas eles certamente se lembravam que deveriam regularmente oferecer como sacrifício a Deus um cor-deiro puro e imaculado, o primogênito macho nascido de seu rebanho.3

Posteriormente, um anjo apareceu para explicar que esse sacrifício era um protótipo, uma prefiguração da oferta que seria feita em favor deles pelo Salvador do mundo, que estava por vir. “Isso é à semelhança do sacrifício do Unigênito do Pai”, disse o anjo. “Portanto, (…) arrepender-te-ás e invo-carás a Deus em nome do Filho para todo o sempre.”4 Felizmente, haveria uma saída, uma maneira de receber a exaltação.

Nos conselhos pré-mortais do céu, Deus havia prometido a Adão e a Eva (e a todos nós) que eles receberiam ajuda de Seu puro, imaculado, Filho Primogênito, o Cordeiro de Deus “morto desde a fundação do mundo”5, conforme descreveria posteriormente o apóstolo João. Ao oferecerem seus próprios cordeirinhos simbólicos na mortalidade, Adão e sua posteridade decaído e de todas as pessoas decaídas

que nele habitam.

Permitam-me relembrá-los um pouco dessa história.

Após serem expulsos do Jardim do Éden, Adão e Eva se depararam com um futuro devastador. Por terem aberto a porta da mortalidade e da vida tem-poral para nós, eles haviam fechado a porta da imortalidade e da vida eterna

ÉLDER JEFFREY R. HOLLAND

Quórum dos Doze Apóstolos

Eu estava indo bem até ver as lágrimas nos olhos dos jovens neste coro. Essas lágrimas são um sermão mais eloquente do que eu jamais poderia dar.

À margem do rio, olhando além de uma multidão ávida para ser batizada por ele, João, chamado Batista, viu à distância seu primo, Jesus de Nazaré, caminhando resoluto em direção a ele a fim de fazer um pedido para receber aquela mesma ordenança. De modo reverente, mas audível o suficiente para que as pessoas à sua volta ouvissem, João exclamou a admiração que ainda nos inspira 2 mil anos depois: “Eis aqui o Cordeiro de Deus”.1

É esclarecedor o fato de que esse precursor, há tanto profetizado, não O chamou de “Jeová”, de “Salvador”, de “Redentor” ou até mesmo de “o Filho

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