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4.1 AÇÕES EDUCATIVAS EM ARQUIVOS CONTRIBUEM COM O ENSINO DE

4.1.1 Museu Histórico Regional de Passo Fundo-RS

Como exemplo de ações educativas em museus, citam-se as atividades realizadas no

Museu Histórico Regional de Passo Fundo (MHR).29 Em visita ao ambiente virtual,

verificou-se que no museu são realizadas atividades como “ação pedagógica e Educação Patrimonial junto a diferentes setores da sociedade, em especial a escola da rede pública e privada de ensino nos seus diversos níveis”. (MUSEU HISTÓRICO REGIONAL DE PASSO FUNDO).

Figura 3 - Reprodução da tela do Museu Histórico Regional em Passo Fundo – RS

Fonte: Disponível em:

<http://www.upf.br/mhr/index.php?option=com_content&view=article&id=6&Itemid=2>. Acesso em: 10 jun. 2016.

O museu tem a função de guardar e preservar os objetos antigos que repesentam episódios históricos, sobretudo promover a difusão da memória e do acervo histórico-cultural do município de Passo Fundo. Para tanto, foram desenvolvidas ações pedagógicas têm como objetivos:

29 Disponível em: <http://www.upf.br/mhr/index.php?option=com_content&view=article&id=6&Itemid=2>. Acesso em: 10 jun. 2016.

Oferecer “espaço” de capacitação, de qualificação e de “sociabilidade-cultural” aos acadêmicos dos cursos de história, pedagogia, egressos e a comunidade em geral através de trabalhos (atividades e eventos) técnicos e formativos relacionados ao acervo, às exposições do museu, à produção e à socialização do conhecimento histórico regional sob diversas articulações temporais, temáticas e espaciais, e a divulgação do patrimônio histórico cultural;

Desenvolver métodos e técnicas de investigação na área histórica, na perspectiva do patrimônio histórico-cultural material e imaterial, da história local e regional integrando questões referentes ao ensino.

Promover atividades de reflexão em torno do patrimônio histórico e cultural, material e imaterial, trazendo-lhes elementos de identificação e significação na sua singularidade e pluralidade temporal. (MUSEU HISTÓRICO REGIONAL, 2011). Essas ações incrementam as possibilidades de interferir no ensino de história de maneira positiva. Professores, alunos e comunidade em geral, podem estreitar os laços com os conhecimentos históricos de sua cidade e região. Desse modo, utilizando-se dessa aproximação, se tem a perspectiva de fazer a comunidade valorizar o patrimônio cultural local, no qual se identificam.

Machado entende que a metodologia dessas atividades se dá em dois momentos:

O primeiro momento consiste em definir sobre que demarcação e concepção temporal, espacial e conceitual pretende-se enfocar o conhecimento histórico e, como segundo momento, sob que problematização-temática se efetivará a situação didática. Devemos considerar que a problematização-temática só adquirirá significado quando pautada na história-experiência e nas hipóteses postas pelos sujeitos envolvidos. Nessa perspectiva, algumas das possibilidades seriam as propostas do ensino de história por eixos temáticos, história temática, projetos, entre outras, possibilitando a Educação Patrimonial, o estudo e o ensino da história local, regional e nacional. (2012, p. 31).

Essas ações educativas, realizadas em lugares de memória, são suportes para as aulas, especialmente de História, pois atuam com temáticas diversas, e são aplicadas de acordo com a escolaridade dos alunos. Essas práticas possibilitam conhecer o patrimônio,

através da Educação Patrimonial. Knack entende o patrimônio30

como uma prática social e também como uma relação afetiva entre os sujeitos e determinado bem, pois as justificativas envolvendo seu tombamento atribuem ao bem uma espécie de “valor histórico”, que objetiva (intencionalmente ou não) legitimar/oficializar a memória de determinado grupo da sociedade. (2012, p. 21).

30 Embora não seja objeto de pesquisa, Knack apresenta algumas implicações sobre o patrimônio. O tombamento de patrimônio histórico é uma ação política que oficializa os bens enquanto patrimônio histórico. É “muito difícil todos os grupos de uma sociedade atribuírem o mesmo significado a um determinado bem, o ‘valor’ histórico, artístico, cultural, etc., varia, por isso, é preciso compreender a prática de preservação do patrimônio como um campo de disputas, conscientes ou inconscientes”. (KNACK, 2012, p. 20).

Os valores atribuídos ao patrimônio determinam a memória e a trajetória de um determinado grupo. Os objetos, documentos e outros materiais passíveis de guarda remetem ao afeto e à vontade de preservar o passado para as gerações futuras. Portanto, esses locais de conservação e de preservação de patrimônio são privilegiados, pois cumprem um papel importante na educação.

Professores e historiadores de Passo Fundo-RS, atuantes nas ações educativas elaboraram algumas sugestões para trabalhar com o conceito de patrimônio. Algumas dessas sugestões de ações estão descritas no quadro abaixo:

Quadro 2 - Ações educativas realizadas por professores de Passo Fundo – RS

(continua) 1) Propor as atividades de Educação Patrimonial articuladas com Ensino de História, Geografia, Sociologia, Artes, etc., no planejamento de trabalho e planos de sequências didáticas (aulas); prevendo nas unidades temáticas os temas plausíveis de correspondência ao contexto social dos alunos, da escola e da cidade, com conteúdos específicos das áreas das Ciências Sociais e Humanas

2) Juntamente com o planejamento de ensino, realizar o levantamento dos conceitos básicos do ensino de História (e de outras áreas), como, por exemplo, tempo e espaço, pois os mesmos serão os articuladores entre a Educação Patrimonial e os conteúdos históricos

3) Planejar de duas a quatro atividades ao ano de Educação Patrimonial de grande porte, como, por exemplo: viagem de estudo; passeio histórico-cultural pela cidade; trilha nos espaços de patrimônio natural ou histórico da região (Reserva Maragato, Povinho Velho, Floresta Nacional de Passo Fundo, etc.) ou nacional (Ruínas Jesuíticas, Foz do Iguaçu, Pelotas, Rio Grande, Porto, Casarões e Museus de Porto Alegre) com posterior montagem de exposição, demonstrando o conhecimento elaborado e as iconografias produzidas

4) Nessa sequência de atividades, pode-se planejar e propor conteúdos com o patrimônio e a história local por ano e por nível, com os devidos aprofundamentos conceituais e procedimentais (alterando a escala/comunidade, cidade, município, região, nacional) e as perguntas-problema de estudo: industrialização, meios de transporte e comunicação, a formação étnica, o trabalho, revoluções, etc.).

5) Estudar o caminho percorrido de casa à escola ou ao trabalho ou campo de futebol, especificando as ruas, os prédios, os monumentos e as praças, as pessoas e as atividades profissionais encontradas; comparar os caminhos dos diversos alunos encontrando semelhanças e diferenças em suas trajetórias

6) Definir, mapear e caracterizar o bairro ou a comunidade em que cada um dos alunos mora e onde se situa a escola: rural, industrial, residencial, comercial

(conclusão)

7) Pesquisar sobre o bairro onde se localiza a escola, reunindo fotos e documentos, realizando entrevista com os moradores mais antigos; o mesmo pode ser feito com uma empresa, fábrica, etc.

8) Realizar a pesquisa sobre os topônimos do bairro da escola, das principais avenidas da cidade e verificar a relação com a história local e nacional e os eventos históricos 9) Realizar pesquisa sobre os grupos sociais que compuseram as comunidades em que moram os alunos, onde se localiza a escola e a cidade

Fonte: Machado (2012, p. 32-33).