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111 Não se registaram cargas fatoriais inferiores a 0.50, os índices de modificação não mostraram

No documento As cooperativas como alianças estratégicas (páginas 137-141)

a necessidade de correlacionar-se erros no fator performance e sucesso. O modelo final resultou ajustado e dentro dos valores de referência.

Todos os pesos de regressão são significativos (p< 0,001) e superiores a (λ ≥ 0,50), mostrando a relevância do fator para predizer os itens. A fiabilidade individual é também adequada (r2

0,25).

A fiabilidade compósita ao apresentar valores de 0.899 para a performance e sucesso, revelou boa consistência interna dos itens relativos aos fatores do modelo final e o indicador de validade convergente (VEM) mostrou-se dentro dos parâmetros de aceitabilidade (VEM=0.564), face ao elevado ajuste apresentado pelo modelo.

Tabela 5.40 - Análise da normalidade para a variável Performance e sucesso

Normalidade

Variável min max skew c.r. kurtosis c.r.

V13.51 1,000 5,000 -,689 -3,919 -,220 -,626 V13.37 2,000 5,000 -,467 -2,654 -,942 -2,677 V13.34 3,000 5,000 -,348 -1,976 -1,371 -3,898 V13.33 1,000 5,000 -,917 -5,212 ,354 1,006 V13.32 2,000 5,000 -,831 -4,727 -,412 -1,172 Multivariate 28,956 17,965

Tabela 5.41 - Análise de regressão e colinearidade para a variável Performance e sucesso

Variável Regressão Colinearidade

Estimado S.E. C.R. P Λ T VIF

V13.51 ,759 ,079 9,551 *** ,630 ,585 1,709 V13.37 ,934 ,074 12,602 *** ,792 ,401 2,495 V13.34 ,820 ,062 13,234 *** ,810 ,348 2,871 V13.33 ,965 ,079 12,241 *** ,786 ,388 2,577

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Figura 5.13 - Modelos de AFC para a variável Performance e sucesso

Como se observa na Tabela 5.42 o modelo final apresenta valores de qualidade de ajustamento que são considerados aceitáveis, o que revela a validade fatorial da escala performance e sucesso (χ2/df=5.699; CFI=0.954; GFI=0.946; RMSEA=0.156; RMR= 0.034; SRMR = 0.040), valores melhor ajustados do que aqueles obtidos com o modelo inicial.

Tabela 5.42 - Índices de qualidade do ajustamento de todos os modelos

Modelo x2/gl GFI CFI RMSEA RMR SRMR

Modelo 1 – Final 5.699 0.946 0.954 0.156 0.034 0.040

Em síntese, há exceção das dimensões para a variável “Políticas governamentais”, a AFC revelou que o instrumento usado para avaliar os fatores que poderão estar relacionados com a satisfação dos cooperadores é válido e respeita todos os parâmetros de ajustamento. Ou seja, os itens usados são preditores das variáveis que se pretendem analisar. A análise dos resultados será efetuada tendo em conta os pressupostos que se acabaram de relatar.

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Capítulo 6 – Análise e discussão dos

resultados

6.1 Investigação Qualitativa – Estudo de Caso Exploratório

6.1.1 Caracterização da UDACA

A entidade em causa, a UDACA – União das Adegas Cooperativas do Dão, foi criada em 1966, com o objetivo de vender o vinho que era produzido pelas cooperativas associadas. Hoje continua a ter a mesma finalidade, com um volume de negócios a rondar os dois milhões e seiscentos mil euros, tem oito cooperativas associadas, que representam seis mil e quinhentos viticultores cooperadores registados na Região Demarcada do Dão. Comercializa 2 milhões de litros anualmente e exporta 65% da produção para países das regiões da Ásia, África, América do Sul, Europa de Leste e Rússia.

Em 2013, a UDACA possuia 18 empregados, três dos quais afetos à direção e os restantes ligados à parte da produção e engarrafamento. Possui um enólogo certificado e com vários prémios ganhos a nível nacional e internacional. A presidência da UDACA é ocupada por um economista de profissão, com 74 anos de idade, que é simultaneamente presidente da Adega Cooperativa de Silgueiros, uma das associadas.

O ano de 2007 foi, para esta União de Cooperativas do Dão, um ano de viragem. Com a entrada de uma nova administração, a abordagem ao negócio foi consideravelmente alterada. Segundo o seu presidente, se até aquele momento o foco da UDACA era a comercialização dos vinhos dos seus associados nos mercados nacionais, rapidamente se apercebeu que essa estratégia não iria resultar, fruto da enorme concorrência que se verificava e prevalece no setor.

Em entrevista publicada no periódico Gazeta Rural (in Gazeta Rural, n.º 270, 15/05/2016), o presidente da UDACA referiu não haver interesse em concorrer com players do mercado vitivinícola nacional e com outras regiões, através de uma estratégia de preços baixos, uma vez que o custo por hectare de vinha é muito maior no Dão do que, por exemplo, no Tejo e no Alentejo. A UDACA, por isso, apostou na internacionalização dos seus vinhos. Em 2015, apenas 35% do volume de negócios veio da comercialização em território nacional. Esta nova aposta estratégica levou a que, de 2007 a 2014, segundo o presidente da União, a UDACA tenha crescido 57%.

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Em termos locais, a UDACA é de especial importância para o setor, conjuntamente com os seus associados, esta União de Cooperativas é responsável por perto de 60% de toda a produção de vinho do Dão (www.udaca.pt). Acima da média nacional, em que as cooperativas são responsáveis por 41% do vinho produzido. Estes dados reforçam a ideia, encontrada na bibliografia consultada, de que as cooperativas contribuem para o desenvolvimento local, promovem a cooperação entre cidadãos, organizações e representantes locais, regionais, nacionais e europeus, através de organizações e práticas empresariais (Matei e Matei, 2012; Steinerowski, 2012).

As taxas de crescimento registadas pela União demonstram a sua capacidade de crescimento e de adaptação ao mercado, através do desenvolvimento agrícola da região. Na verdade, os dados comprovam o que a CASES (2012) já havia identificado, ao referir que as cooperativas são instrumentos importantes de desenvolvimento, partilhando a visão de

Mills e Davies (2013) que

reconhecem nas cooperativas várias potencialidades, nomeadamente, serem líderes na

sustentabilidade económica, social e ambiental, o modelo de organização preferido pelas

populações e a forma empresarial de maior crescimento.

Enquanto modelo organizativo, a UDACA apresenta ligeiras diferenças das cooperativas ditas de primeiro grau. Por ser uma União de Cooperativas (segundo grau), a distribuição de votos nas assembleias gerais pode ser proporcional ao tamanho das cooperativas que a integram, ao número de cooperadores que cada uma representa, ou ao volume de negócio feito com a União. Ou seja, sendo uma cooperativa chamada de segundo grau, possui maior liberdade face aos princípios cooperativos.

Talvez por isso, autores defendam que o modelo cooperativo, especificamente nas cooperativas de primeiro grau, devem evoluir e permitir alterações na gestão, como as que, no caso português, já existem nas Uniões de Cooperativas.

Couderc e Marchini (2011), por exemplo,

defendem uma nova forma de cooperativismo, mais orientado para o mercado, com alterações

significativas na forma de gestão, orientada para a procura de um rendimento lucrativo para os

stakeholders, em vez da entrega dos valores residuais aos membros produtores, através de um

aumento dos preços de compra.

Todavia, o presidente e o diretor comercial da UDACA, apesar de concordarem com a introdução do voto proporcional a fim de evitar «bloqueios que podem surgir vindos de grupos de pequenos

produtores», não têm a mesma visão acerca da distribuição dos lucros, defendendo que as

cooperativas devem procurar sempre pagar o máximo aos produtores, não esquecendo que estas organizações não visam o lucro, devendo distribuir, por principio e depois da constituição das respetivas reservas legais, todos os excedentes anuais, ao aumentar os preços pagos pelas produções. Na sua entrevista ao periódico Gazeta Rural (n.º 270, de 15/05/2016), o presidente

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