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3 Revisão bibliográfica

3.3 Resíduo químico no ambiente

3.4.1 Nível Federal

No nível federal encontram-se leis, decretos e resoluções relacionadas a resíduo químico. Pode-se citar, por exemplo, a Lei 6938:1981, conhecida como Política Nacional do Meio Ambiente, Brasil (2007a). Nesta lei encontra-se o termo denominado

responsabilidade objetiva que, de acordo com Machado (2002) apud Bendassolli e Tavares (2006), define que para um agente poluidor ser penalizado devido a um dano ambiental, basta que se prove um nexo de causa e efeito entre a poluição causada por este agente e os danos ambientais, dispensando a prova de culpa do agente poluidor. Desta forma, ainda que o poluidor libere resíduo ao ambiente, respeitando os padrões de emissões estipulados pela legislação vigente, se este causar um dano ambiental, sujeitará aplicação de pena ao causador do dano.

Também se encontra disponível o Artigo 225 da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2007b), inserido no capítulo VI do Meio Ambiente, que é redigido da seguinte maneira:

“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo- se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, (BRASIL 2007b, pág. 172).

Outro aspecto legal relacionado a resíduo químico é o Decreto Federal 96044:1988 o qual “Aprova o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências”, (BRASIL 2007c, pág. 1).

Também se pode citar a Lei de Crimes Ambientais 9605:1998 Brasil (2007g, pág 1) a qual “Dispõe sobre as sansões penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências”. Onde, em seu escopo, encontram-se três artigos que podem ser relacionados com a disposição inadequada de resíduo químico, que são: o artigo 33, o artigo 54 e o artigo 56.

No Art. 33, de acordo com BRASIL (2007g, pág 5), encontra-se:

”Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:

I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio público;

(...)

III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica”.

No Art. 54, de acordo com Brasil (2007g, pág 8), consta:

“Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º. Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. § 2º. Se o crime:

I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;

III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade;

IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;e,

V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos. ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º. Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.”

E no Art. 56, que de acordo com Brasil (2007g, pág 8), encontra-se:

“Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou

substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º. Nas mesmas penas incorre quem abandona os produtos ou substâncias referidos no caput, ou os utiliza em desacordo com as normas de segurança. § 2º. Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada de um sexto a um terço.

§ 3º. Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa”.

Também se pode encontrar a Resolução 313:2002 do CONAMA que dispõe sobre o inventário nacional dos resíduos sólidos industriais, (BRASIL, 2007m). Em seu quarto artigo, são listadas as tipologias das indústrias que devem fazer seu inventário. Dentre estas, se encontram as indústras fabricantes de produtos químicos.

Já a Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA 306:2004, (BRASIL, 2006a, pág 1), “dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde”, onde em sua abrangência incluem-se laboratórios analíticos de produtos para saúde que geram resíduo químico, que é classificado pela resolução como: resíduo Classe B. Em seu escopo, encontra-se como deve ser gerenciado este tipo de resíduo, desde sua geração até o destino final.

Como último exemplo tem-se ainda a Resolução 357:2005 do CONAMA, (BRASIL, 2006b, pág 1), que “dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências”. Na mesma resolução no seu Art. 24, pág 19, consta que:

“os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta resolução e em outras normas aplicáveis”.

Na tabela 3.2 são apresentadas outras resoluções relacionadas a resíduo químico.

Tabela 3.2 Resoluções federais relacionadas a resíduo químico

Nível Natureza Orgão no Ano Título Citação

6 1988 Dispõe sobre o licenciamento de obras de resíduos industriais perigosos (2007d) Brasil

5 1993

Estabelece definições, classificação e procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários

Brasil (2006e)

23 1996 Regulamenta a importação e uso de resíduos perigosos (2007f) Brasil

257 1999

Estabelece que pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, tenham os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequados

Brasil (2007h)

263 1999 Modifica o Artigo 6º da Resolução nº 257/99 (2007i) Brasil

264 2000 Licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de co-processamento de resíduos

Brasil (2007j) 314 2002 Dispõe sobre o registro de produtos destinados à remediação e dá outras

providências

Brasil (2007n) 316 2002 Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de

tratamento térmico de resíduos

Brasil (2007o) 330 2003 Institui a Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de

Resíduos

Brasil (2007p) Federal Resolução CONAMA

358 2005

Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências

Brasil (2007q)