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Nós estamos esperando ele para explicar nós Aluno 2: Já estou acabando.

Aluno I.: 25% Professora: –Por que?

Aluno 1: Nós estamos esperando ele para explicar nós Aluno 2: Já estou acabando.

Em seguida, realiza explicações para o grupo.

Não me aproximo, resolvi ser mais prudente nesta primeira aula. Também a turma dos mais velhos é menos receptiva, são mais fechados. Gostaria de ter visto o exercício. Tomo consciência de como é difícil observar.

Professora para a turma: - Quem já terminou, pegar o livro na página 99 - sistemas de equações

Uns terminam de resolver os exercícios. Outros já lêem o novo, buscam na sala conjugada e trabalham. De vez em quando uns levantam, vão à janela, cantam, sentam e fazem.

Uma aluna pede explicação sobre o exercício passado. A Professora diz que já explicou e manda para mim. Vejo isso como possibilidade de participação, de aproximar-me mais dos alunos e entender as questões por eles colocadas. Eu a recebo e procuro corrigir com ela, visando localizar o seu erro, que ela não achava; achamos uma adição de x + 2x efetuada erradamente. O exercício é uma igualdade matemática: (x + 2) - 14 = (-x) - (x2 + 12)

Outros alunos vêm a mim, a mando da Professora. Vou olhando, observando as coisas deles, como a Professora faz na sala. São de equações do segundo grau.

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Esta semana a Escola efetivou uma mudança de horário, iniciando as aulas não mais às 13:20horas e sim às 13:10 horas. O relógio biológico dos alunos reclama dos 10 minutos.

Uma aluna procura-me pedindo ajuda, aflita (pede pelo amor de Deus, me ajude...). Mostra uma equação com denominador 5 em uma das parcelas. Explico. Ela diz: - Eu acho que joguei pedra na cruz e meu pai ainda quer que eu faça faculdade! Está aflita, acha muito difícil estudar matemática. Parece até sofrer. Um discurso exagerado, típico de adolescente, penso.

A turma toda acha difícil e reclama muito para fazer a tarefa proposta. Mas fazem. Aluna ao meu lado: - Ai como eu sou burra! Queria nascer inteligente para não precisar de ir à escola.

Eu lhe digo que ninguém é bastante inteligente para simplesmente dispensar a escola. Senta-se com a colega, resolvem juntas, uma explica à outra. Parece haver uma dinâmica estabelecida de fazer, fazer junto e manifestar-se sobre isso.

Quem foi para o livro, leu e já fechou material. Uns explicam aos outros. Há 3 duplas bastante concentradas e noto que um explica para o outro.

A Professora circula, orienta, atende.

Quando algum aluno se exalta mais - falando, levantando ou não fazendo - ela chama sua atenção.

Toca o sinal. A Professora pede para deixarem os livros sobre as carteiras. Saem.

(11/08/99) - Turma A 10 - primeiro ano do terceiro ciclo – 28 alunos presentes São 13:10hs – vamos para a sala

A Professora dirige-se para a turma e avisa que tudo mudou. Ela agora é coordenadora do grupo de professores e da turma. Arruma as carteiras da sala para o trabalho em grupos. Entendi que, por ela ser a coordenadora, a matemática passará a ter duas aulas por semana por turma, durante o trimestre.

Professora: – Vamos lá, moçada! Hoje é a segunda aula após as férias, vou deixar vocês mais ou menos livres, mas na próxima aula...

Pede para que eu me apresente e eu o faço.

A sala está em grupos de 4. Os alunos conversam alto e vai se instalando o clima de trabalho.

Professora: – Vamos corrigir os exercícios!

Assim falando dirige-se à sala de guardados e busca livros. Escreve no quadro: página 208, ex. 14 a 18.

(...)

Aluna pergunta a mim: – Se a gente colar você vai contar para a Professora? Eu digo que não. Aluna ri.

Peço para entrar em um grupo. Me recebem. (...)

Professora: – Moçada, tem uma dúvida sobre o que é consecutivo... vamos pensar... quem olhou no dicionário?

Aluno: – É um número que vem depois do outro

Professora: – É o número que vem imediatamente depois do outro. O consecutivo de 4 é 5... Quadro 4 5 4 4+1 5 5 6 5 5+1 6 6 7 . 7 8 . 8 9 9 8+1 9 N? N N+1N+1

Quando a Professora pergunta o consecutivo de N um aluno responde: O

Professora: – Não, não é o alfabeto. Olhem. Para chegar em 5 foi 4+1 = 5, para chegar em 6... então, para chegar no consecutivo de N ..., entenderam?

Aluno: – Sim

Professora: – Se entenderam, qual é o consecutivo de N+3? Muitos alunos: N+1

Professora: – Não, tenho que fazer N+3+1 = N+4 Aluno: – Acertei!

Agora parece que a maioria entendeu.

Noto o uso de N (maiúsculo) nesta situação, o que comumente é feito com o n minúsculo, do ponto de vista de uma notação mais rigorosa..

A sala continua trabalhando.

Acompanho o grupo – problema 12 – página 204 (trata-se de 2 carros onde um tem custo x e o outro x+7 e os dois juntos R$31.000,00, saber o preço de cada um). O grupo tem enorme dificuldade de montar o problema. O livro introduz o assunto equação desta forma, fazendo problemas e não dando a definição. À medida que os problemas são propostos, os autores fazem procedimentos diversos até que se monte a equação e esta seja resolvida. O grupo acha estranha a linguagem e vai com dificuldades lidando com o algoritmo.

No caderno de uma aluna x + x + 7.000 = 31.000 2x = 7.000 = 31.000

Chamam a Professora, que vem, olha e corrige mostrando que são 31.000 – 7.000. As alunas daí fazem e acham x = 12000. Uma das alunas caminha pela sala e volta com as respostas. Explica para os colegas.

A turma trabalha em grupo, clima de conversa e trabalho. A Professora circula. Há o hábito instituído de um explicar para o outro.

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Uns dois ou três alunos de trás conversam e riem. A Professora faz chamada. Há um burburinho.

Professora: – R., você está me enrolando. R.! Continua a chamada.

Alguns trabalham e outros não.

Observando outro problema: escrever uma sentença que indique que a soma de dois números consecutivos é 73. Aluna 1: n + n + 73 Eu pergunto: – O consecutivo de n é... Aluna 1: n +1 - logo... Aluna 2... Aluna 1 ...

Não fecham a sentença. Aluna 1...

Finalmente montam n + n + 1 = 73. Resolvo com elas, seguindo os procedimentos do exemplo do livro, olhando lá e fazendo cá.

(...)

A sala continua a trabalhar, observo que o ritmo é lento e bem participativo.

Hoje são 2 grupos de 4 alunos; 1 grupo de 5; 4 grupos de 3; uma dupla e um que está sozinho.

Há uma conversa constante sobre outros assuntos... cantam, há troca de materiais diversos, falam das próximas aulas...

Exercício 14 – pág. 207: “Dei a Mário a mesma quantidade de figurinhas que ele tinha. Cada um de nós ficou com 150. Quanto ele tinha antes? E eu?”

O grupo copia o problema. Bate o sinal. Os alunos saem e os outros estão entrando. A troca é incrivelmente rápida, não chega a um minuto.

Turma A 9 - 1o. ano do 3o. ciclo - 28 alunos presentes Entram os alunos, grande balbúrdia.

Aluno dirigindo-se a mim: - O que foi? Nós vamos tomar suspensão? - Não, eu estou aqui fazendo a pesquisa... sobre o ensino de matemática. Sai, rindo, certamente falou por falar. Pura farra.

Professora: - Quem quiser tomar água, deixe a mochila e vá... A turma quase toda sai e vai ao pátio.

A Professora fala-me que esta é "a" turma. Aquela, mais novinhos, primeiro ano do ciclo, mais agitados.

permitido.

A Professora na sala vai pegando material e orientando o trabalho de quem já está presente.

Aluno entrando: - Gente! Hoje é polenta!

Aluno que já está na sala: - Polenta de novo! (depois constata-se que o lanche tinha era cachorro quente, as brincadeiras não paravam).

Vão entrando, muita conversa e alto. Vão olhando assustados para mim. Sinto que sou mais um fator de agitação, de estranheza do grupo.

São 14:18hs e todos ainda não voltaram. Vão se assentando, muitos chupam pirulito.