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NATIVAS DO NORDESTE BRASILEIRO, EM MODELOS CELULARES IN VITRO SOBRE OS EFEITOS NOCIVOS DO ETANOL

1, 2

Pâmella Pereira Silva (Bolsista PIBITI/CNPq), 1, 2Luis Cesar Maffei Sartini Paulillo Correspondente autor: pamellapereiira@hotmail.com

Palavras-Chave: Jatropha curcas L., Etanol, Sangue Periférico

INTRODUÇÃO: Os extratos vegetais são preparações concentradas obtidos a partir da extração de folhas, sementes, frutos, raízes e preparadas por um processo envolvendo solvente. Estes podem ser de constituição líquida, sólida ou intermediária, e estão cada vez mais sendo utilizados no meio científico e pela indústria farmacêutica devido à alta concentração de princípios ativos e pela forma terapêutica de melhor administração e manuseio. A Jatropha curcas L. , planta nativa do nordeste brasileiro, é uma alternativa viável para produção de biodiesel pela sua grande produção de óleo. Entretanto, somente os aspectos econômicos, ambientais e sociais não devem ser levados em consideração; é importante salientar que esta planta também é utilizada de forma medicinal. Estudos in vitro e ex vitro relataram que o extrato das folhas da Jatropha Curcas L. possui atividade antioxidante que é capaz de proteger os músculos esqueléticos contra os efeitos nocivos do etanol, sugerindo o desenvolvimento de novas patentes e pesquisas para utilização da J. Curcas como alternativa para o tratamento da miopatia do etanol. Seguindo esta mesma linha de pesquisa, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar os efeitos do extrato do pinhão manso e do etanol sob linfócitos de sangue periférico em tempo zero.

MATERIAL E MÉTODOS: Para o presente estudo foi utilizado o extrato foliar etanóico da Jatropha curcas L. Para a cultura celular foi coletado sangue periférico de um doador saudável com uma seringa descartável em um tubo contendo heparina. As células sanguíneas foram incubadas a diferentes concentrações e dividias em quatro grupos: O controle negativo foi composto de 100 µl de células + 100 µl de RPMI + SBF; o controle do extrato do pinhão manso continha 100 µl de células + 95µl de RPMI + SBF + 5 µl; o controle do etanol consistiu em 100 µl de células + 94µl de RPMI + SBF + 6 µl de etanol e por fim, último poço continha 100 µl de células+ 89µl de RPMI + SBF + 5µl do extrato do pinhão + 6µl de etanol. A contagem das células foi feita em uma câmera de Neubaeur, da seguinte forma: 10 µl da cultura + 10 µl de azul de tripano dessa mistura foram retirados 10 µl e utilizados na leitua. O número de células contadas foi ajustada para 106 células. O experimento foi realizado em triplicata, com diferentes doadores de sangue, para uma melhor análise dos resultados.

34 RESULTADOS: Foi observada redução do número de células sanguíneas no tempo 0 (zero) quando incubadas com o extrato do pinhão manso associado ao etanol, o que pode indicar que quando adicionados concomitantemente estas substâncias podem possuir um efeito sinergístico. Esse efeito é notado pela alta quantidade de morte celular, quando comparada ao controle negativo. A tabela 1 mostra as médias das células obtidas nos controles, nos três experimentos realizados.

Tabela 1 – Média de Células em diferentes experimentos e controles

Experimento 1 Experimento 2 Experimento 3 Controle negativo 23,5 x 106 168,5 x 106 75,5 x 106 Controle do Extrato do Pinhão Manso 22 x 106 106,5 x 106 69 x 106 Controle do Etanol 23,5 x 106 53 x 106 51,3 x 106 Pinhão Manso + Etanol 14,5 x 106 19 x 106 17,3 x 106

No experimento 1 foi possível notar que cerca de 61,7% dos linfócitos de sangue periférico sobreviveram, o que poderia sugerir um efeito protetor da Jatropha Curcas L. Porém, no experimento 2 verificou-se uma queda drástica do número de células contadas, os poços que continham o extrato da Jatropha Curcas L. + etanol ficaram apenas com aproximadamente 11,28% das células quando comparadas ao controle negativo; no experimento 3 este percentual se elevou um pouco e totalizou 23,3 %, porém ainda verificou-se uma grande morte celular. O gráfico 1 compara o controle negativo e a morte celular em tempo zero quando as células sanguíneas são submetidas a Jathopha curcas L. e ao etanol.

Gráfico 1 – Comparação entre controle negativo e o número de células mortas nos poços que continham Jatropha Curcas L associada ao etanol.

35 DISCUSSÃO: Utilizando o extrato foliar alcoólico da Jatropha Curcas L. em células musculares de ratos, Paulillo et al., 2012, concluiu que há uma proteção significativa dos músculos esqueléticos devido ao seu poder antioxidantes, além do poder de regular em menor grau alguns genes que quando expostos ao etanol são regulados negativamente. Cardoso, et.al. 2013, realizou um ensaio com o uso de células sanguíneas de sangue periférico incubadas por 6 e 24h em estufa de CO2, a diferentes concentrações com extrato foliar do pinhão manso (Jatropha curcas) associado ao etanol e as comparou com o células incubadas somente com etanol; concluiu-se de que as células que foram incubadas somente com o etanol morreram e as que foram incubadas com a associação de etanol + o extrato do pinhão houve uma redução do número de células mortas, configurando um efeito protetor causado pela Jatropha curcas L. Seguindo esta mesma de pesquisa um utro estudo utilizando células sanguíneas de sangue periférico foi realizado por Oliveira et al., 2013, onde avaliou o efeito protetor do extrato das folhas do pinhão manso sobre as células sanguíneas expostas ao etanol incubadas em estuda de CO2 por 24h e chegou a conclusão que este possui um efeito protetor sobre os linfócitos em cultura de sangue total, além de possuir um alto potencial mitogênico.

CONCLUSÕES: Diante do que se foi observado é possível notar que o efeito causado pelo extrato foliar da Jatropha curcas quando associado ao etanol em células de sengue periférico é sinergístico, sugerindo que o efeito protetor deste extrato surja somente após o estabelecimento processo inflamatório causado pelo etanol; diferente do efeito visto em cultura de células de 6h e 24h e em cultura de células células esqueléticas. Entretanto, ressalta-se que o experimento seja realizado mais vezes para confirmação dos resultados.

7. REFERÊNCIAS:

CARDOSO, Nathalia Beatriz do Santos Cardoso; ESTEVES, Mabel Barbosa. Efeitos imunomoduladores dos extratos de plantas nativas do nordeste brasileiro em células de sangue periférico incubados etanol. Faculdade de Tecnologia e Ciências, Salvador, 2013.

PAULILLO, Luis Cesar et al. Jatropha curcas: From Biodiesel Generation to Medicinal Applications. Recent Patents on Biotechnology, 2012, Vol. 6, No. 3.

Oliveira, Rosimere Pereira de; ESTEVES, Mabel Barbosa. Avaliação do potencial mitogênico e/ou protetor do extrato foliar da espécie Jatropha curcas sobre células sanguíneas (humanas). Faculdade de Tecnologia e Ciências.- FTC, Salvador, 2013.

36 7. CONCEITO DE SAÚDE E DOENÇA NA TERCEIRA IDADE

Maiara Ribeiro Guimarães¹, Luciene Lessa Andrade²

Curso de Biomedicina - Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC. Avenida Luis Viana Filho, 8812, Módulo IV, Nível I, Paralela. CEP 41.741-590, Salvador – BA

¹ Orientanda: maiara.guimaraes@hotmail.com ²Orientadora: lucienelessa.ssa@ftc.edu.br

Introdução

O Brasil é um país que envelhece a passos largos; as alterações na dinâmica populacional são claras, inexoráveis e irreversíveis.³; essa população vem crescendo e demandando cada vez maior atenção dos serviços de saúde¹. Entre 1960 e 1980, observou-se no Brasil uma queda de 33% na fecundidade, a diminuição no ritmo de nascimento, resulta, em médio prazo, no incremento proporcional da população idosa². Portanto é imprescindível que as instituições de saúde direcionem atenção à formação de seus profissionais, a lidar com a terceira e quarta idades, suas potencialidades e limites.

A noção de saúde e doença vem mudando gradativamente, de um estado em que se pensava ser a saúde apenas a ausência de doença, até o que preconiza a OMS, onde saúde é o conjunto de fatores que trazem bem estar físico psíquico e espiritual do ser humano.

O ser humano tende a pensar na sua saúde, quando sente a presença de sintomas que lhe desagradam, como perda de habilidade para realizar movimentos, ou operações que exigem memória, dores em geral, etc. E a partir daí constrói a sua noção de como está o seu estado de saúde.

Existem diferentes caminhos para o sucesso no envelhecimento; não se deve buscar uma visão única, nem tampouco homogênea. As histórias de vida são uma rica fonte de informações. O relato é de imprescindível riqueza de subjetividades, capazes de redirecionar as construções apenas baseadas em parâmetros biomédicos acerca do envelhecimento. A coleta destas informações realizada pelos estudantes é de grande importância para a formação do profissional de saúde.

Objetivo

Descrever a concepção de saúde e doença de idosos que participam do Programa Vida Ativa; identificar como se sentem em relação ao seu estado de saúde e o que constrói a saúde e a doença na terceira idade, buscando direcionar políticas públicas para esta faixa etária.

Material e Método

A metodologia qualitativa, utilizando abordagem fenomenológica que permite penetrar no mundo vivido pelos sujeitos e perceber as adversidades e os fatores protetores para lidar com eles. Foram entrevistados 22 integrantes do projeto Vida Ativa; as entrevistas foram transcritas e analisadas quanto a vários aspectos. Nesta pesquisa os aspectos que nos interessaram foram: o conceito

37 de saúde e doença para o idoso, o que significa a busca da saúde, se ela é possível na terceira idade e como se sentem quanto à sua saúde. Os nomes utilizados na descrição dos resultados são fictícios.

Resultados e Discussão

Os idosos foram muito receptivos; fizeram esclarecimentos interessantes, por se tratar da diferença de idade entre eles e os entrevistadores- estudantes de Biomedicina; que por idade corresponderia aproximadamente a uma relação de avô e avó com os netos.

Quanto ao conceito de saúde e doença, percebemos que a maioria dos idosos (n=18) consideram que saúde é o enfrentamento da doença, e não apenas a ausência de sintomas, enquanto que a minoria (n=4), relaciona saúde à ausência de sintomas, como dores, resfriados, inflamações e mal funcionamento dos órgãos, a exemplo da tireoide.

A maioria que considera saúde como enfrentamento da doença, descreve doença como a falta de recursos psíquicos para enfrentar as dores, segundo alguns deles “naturais da idade”. Relataram que a frequência das dores é importante para dizer se a pessoa tem doença ou saúde. Quanto à busca da saúde, a metade(n=11) deles descreve esta busca como o motivo de viver, e diz que depois de alguns anos se vive para isso. A outra metade relata que não se vive buscando a saúde, que só nos lembram da saúde quando estão com algum sintoma.

A quase totalidade considera ser uma pessoa com saúde; percepção que já esperávamos, pois todos que responderam fazem parte do Programa Vida Ativa, um programa desenvolvido pela Faculdade através dos cursos de saúde, proporcionando atividades físicas (como aulas de alongamento, caminhadas e academia de musculação) e psíquicas (aulas dialogadas, participação em atividades culturais e discussões em grupo), coordenado pelo curso de Educação Física.

Assim como em estudos anteriores, descritos na literatura, a subjetividade inerente às análises feitas, não permite qualquer tipo de generalizações ou afirmações peremptórias sobre o envelhecimento; no entanto pode-se discutir a necessidade de ampliação dos estudos para grupos não ativos, visto que todos os idosos apresentaram suas visões a partir de sua vivência dentro do projeto Vida Ativa. Por exemplo pode-se dizer que a Srª Joana, ao expressar que “saúde é não ter doença, não sentir dor, nem sentir saudade.”, ela está falando de aspectos físicos e de sentimentos, que exprimem sua visão sobre o conceito de saúde. Já o Sr Abreu, ao colocar que “sempre tive saúde, e de repente, não conseguia enxergar direito, até que fiz a catarata, e estou com saúde novamente”, está focando aspectos especificamente fisiológicos. Nesta fala do Sr Abreu, ao dizer que sempre teve saúde, podemos entender que a lembrança de doença mais marcante é a cirurgia que fez para corrigir a catarata, mas em alguns outros momentos da entrevista, ele coloca que se vacinou da gripe, porque estava sempre tendo episódios gripais.

38 Conclusão

Pode-se concluir que o idoso ativo traz uma impressão positiva do seu estado de saúde, e que a atividade o faz enfrentar os desafios do envelhecimento de forma positiva e proativa.

Pode-se concluir também que, para o idoso ativo, o conceito de saúde e doença é definido segundo a sua capacidade de enfrentar os desafios, e não apenas da presença de sintomas do mal funcionamento dos órgãos ou mesmo de sintomas de doenças.

Foi possível perceber também que os idosos percebem a dificuldade de envelhecer pelas estruturas sócio ambientais em que vivemos, onde o transporte urbano, não é pensado em seu favorecimento, nem as calçadas, nem as relações de trabalho, tampouco as atividades sócio- culturais.

O número reduzido de histórias recolhidas, a utilização de apenas um juiz independente, bem como a subjetividade inerente às análises, não permite quaisquer generalizações ou afirmações sobre o envelhecimento. Assim os dados obtidos são próximos dos descritos na literatura, que tem aumentado progressivamente, mas os resultados serão sempre particulares, dada à subjetividade dos sujeitos participantes e suas respectivas histórias de vida. 7. Referências

1. AGUIAR, Geralda Gomes; NASCIMENTO Maria Angela Alves do. Saúde, doença e envelhecimento: representações sociais de um grupo de idosos na Universidade Aberta à Terceira Idade – UATI – Feira de Santana-BA. Textos sobre envelhecimento. V.8 n.3 Rio de Janeiro, 2005.

2. AMADO, Nuno Maria Bleck da Silva. Sucesso no envelhecimento e histórias de vida em idosos sócio-culturalmente muito e pouco diferenciados. Dissertação de Doutoramento em Psicologia Aplicada / Psicologia do Desenvolvimento.Universidade Nova de Lisboa – Instituto Superior de

Psicologia Aplicada. 2008 Disponível em:

<http://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/39/1/TES% 20AMAD1%20- %2018362.pdf> Acesso: 02/05/2013

3. MAIA, L. F. S. Saúde do idoso e o envelhecimento: uma revisão de literatura. Enfermagem. São Paulo, outubro de 2008. Disponível em: <http://webartigos.com>. Acesso em: 10/05/2013

4. SILVA, Antônio Itamar da & ALVES, Vicente Paulo Alves Envelhecimento resiliência e espiritualidade História de vida de idosos: superar as adversidades sem perder o senso de integridade

39 8. DIAGNÓSTICO DE ARMAZENAMENTO DOS ALIMENTOS COMERCIALIZADOS EM SUPERMERCADOS EM FEIRA DE SANTANA

Larissa Farias da Silva Cruz ; Samara Santos Brandão1; Robinson Moresca de Andrade2

Palavras-chave: temperatura de armazenamento, controle microbiano, DTA’s INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a alimentação tem sido motivo de preocupação em todos os países. Um grande desafio é adequar a produção de alimentos à demanda crescente da população mundial. A Organização Mundial da Saúde tem alertado para a necessidade de se coibir a contaminação de alimentos por agentes biológicos com potencial de causar danos à saúde, já que estes são fontes de nutrientes. Há vários motivos que explicam a persistência ou até o aumento da contaminação nos alimentos, entre eles, a temperatura que é um fator indispensável para avaliar o aparecimento e o risco que os alimentos podem causar para a saúde.

Os alimentos que não são armazenados corretamente são veículos de microrganismos, já que eles se multiplicam de forma rápida, causando deteriorações nos nutrientes, tanto em termos de sabor, textura, cor e odor. Além disso, substancias tóxica podem ser liberadas por agentes patógenos, que podem alojassem no trato gastrointestinal, causando doenças de leves amais graves (POLLONIO, 1999).

A depender do grau em que a temperatura se encontra, o frio exerce funções que podem tanto inibir como destruir os microrganismos (EVANGELISTA, 2001). Além de que o bom funcionamento do equipamento é de fundamental importância para a conservação e qualidade do alimento, e todo problema técnico apresentado, que comprometa o armazenamento dos gêneros, deve ser solucionado de imediato (ARRUDA, 2002). Para tanto, o trabalho envolve a qualidade de armazenamento dos alimentos comercializados em supermercados, localizadas em Feira de Santana.