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Capitulo 2 – Estudo Desenvolvido

1. Enquadramento Teórico

1.1. Necessidades Educativas especiais

O que são NEE (necessidades educativas especiais)?

Uma das definições de NEE (necessidades educativas especiais), que geralmente se usa no nosso país, traduz-se no seguinte: “Os alunos com necessidades educativas

especiais são aqueles que, por exibirem determinadas condições específicas, podem necessitar de apoio de serviços de educação especial durante todo ou parte do seu percurso escolar, de forma a facilitar o seu desenvolvimento académico, pessoal e sócio-emocional.” Correia L. M. (1997)

Ainda no ponto de vista do mesmo autor, entende-se por condições específicas: “O conjunto de problemáticas relacionadas com autismo, surdo - cegueira, deficiência

auditiva, deficiência visual, deficiência mental, deficiência motora, perturbações emocionais graves, problemas de comportamento, dificuldades de aprendizagem, problemas de comunicação, traumatismo craniano, multideficiência e outros problemas de saúde. As condições específicas são identificadas através de uma avaliação compreensiva, feita por uma equipa multidisciplinar, também por nós designada por equipa de programação educativa individualizada (EPEI).”

A expressão ‘necessidades educativas especiais’ foi-se divulgando, no meio escolar, nos discursos e mesmo no senso comum. Surgiu da intenção de atenuar ou neutralizar os efeitos negativos de terminologias adotadas anteriormente para distinguir os indivíduos das suas singularidades, por estes apresentarem limitações físicas, motoras, sensoriais, cognitivas, linguísticas, síndromes variadas, sobredotados, condutas desviantes, etc. (Frias & Menezes, 2008).

Correia L. M. (1999) ainda afirma que “o conceito de necessidades educativas

especiais, abrange crianças e adolescentes que têm dificuldade em acompanhar o currículo normal independentemente dos seus problemas se manifestarem a nível físico, sensorial, intelectual ou emocional. A resposta educativa deve ser a mais apropriada possível para a sua problemática, respeitando os diferentes ritmos de aprendizagem de cada aluno”.

A expressão "necessidades educativas especiais" (NEE) refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educativas originam em deficiências ou

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dificuldades de aprendizagem. Muitas crianças possuem dificuldades de aprendizagem e, portanto, têm necessidades educativas especiais em algum ponto durante a sua escolarização. As escolas devem procurar formas de educar tais crianças de forma bem sucedida, incluindo aquelas que possuam desvantagens severas (Declaração de Salamanca (UNESCO 1994)).

Na perspetiva de Correia, L. M. (2008), pode-se distribuir os alunos com necessidades especiais por 3 grupos:

• Risco educacional • Sobredotação

• Necessidades Educativas Especiais (NEE)

Alunos com Necessidades Educativas Especiais Tipos de NEE

Cada tipo de deficiência/ dificuldade/ necessidade educativa especial, acaba por acarretar diferentes géneros de comportamento e poderá suscitar diferentes formas de reagir, preconceitos e inquietações. As deficiências/incapacidade físicas, tais como paralisias, ausência de visão ou de membros, causam instantaneamente uma apreensão mais intensa, por terem maior visibilidade. Já a deficiência/incapacidade mental e a auditiva, por sua vez, são pouco percebidas inicialmente pelas pessoas, mas causam mais stress, à medida que se toma consciência da realidade das mesmas.

As Necessidades Educativas podem ser de dois tipos: permanentes ou temporárias. As permanentes, exigem uma modificação generalizada do currículo, que se mantém durante todo ou grande parte do percurso escolar do aluno. Neste grupo inserem-se as crianças e adolescentes cujas alterações significativas no seu desenvolvimento foram provocadas por problemas morfológicos, funcionais, ou por défices socioculturais e económicos graves.

Uma Necessidade Educativa Especial temporária exige uma modificação parcial do currículo de acordo com as características do aluno, que se mantém durante determinada fase do seu percurso escolar. Podem traduzir-se em problemas de leitura, escrita ou cálculo ou em dificuldades ao nível do desenvolvimento motor, perceptivo, linguístico ou sócio-emocional. (Serra et al, 2006).

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De acordo com Dias, Coutinho & Chaves, (1993), as crianças com Necessidades Educativas Especiais são aquelas que apresentam algumas das seguintes características: - Diferenças sensoriais, motoras e físicas (incluindo problemas auditivos e de linguagem, visuais e de ordem física).

- Diferenças cognitivas (incluindo deficiência mental e dificuldades de aprendizagem). - Dificuldades de relação, problemas emocionais e de comportamento.

- Crianças cognitiva e artisticamente superdotadas, que também requerem uma intervenção educativa especial, para que seja conseguido um efetivo e total desenvolvimento do seu riquíssimo potencial.

Tipos de NEE Temporárias

Os tipos de NEE Temporários são definidos como problemas ligeiros ao nível do desenvolvimento das funções superiores (desenvolvimento motor, linguístico, perceptivo e sócio-emocional), e, também, problemas ligeiros relacionados com a aprendizagem da leitura, escrita e cálculo.

Tipos NEE Permanentes

Para além dos tipos de NEE permanentes aqui apresentados, existem outros como cancro, diabetes, epilepsia, asma etc.

Deficiência Mental – funcionamento intelectual muito abaixo da média, que ocorreu

durante o período de desenvolvimento. As crianças com esta deficiência apresentam problemas cognitivos que se manifestam em problemas na aprendizagem, aptidões sociais e comportamento adaptativo (comunicação, autonomia pessoal, autonomia doméstica, segurança, saúde, competências laborais/académicas, auto-controlo (Palha n,d).

Dificuldades de Aprendizagem - perturbações dos processos psicológicos básicos que

envolvem a compreensão e a utilização da linguagem falada e a escrita e que se podem manifestar por uma aptidão imperfeita de ler, escrever, escutar, fazer cálculos soletrar e pensar. Os alunos com DA podem apresentar problemas na resolução de algumas tarefas escolares e serem “brilhantes” na resolução de outras. Quer ainda dizer que, em termos de inteligência, estes alunos geralmente estão na média ou acima da média (Correia & Martins,nd).

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Perturbações Emocionais – provocam na criança comportamentos desapropriados que

causam disfunção dos ambientes onde interagem;

Problemas Motores – perda de capacidades motoras, afetando a postura e/ou

movimento devido a uma lesão congénita ou adquirida nas estruturas do sistema nervoso.

Cegos/Surdos – é uma incapacidade total visual e auditiva que provocam problemas

graves de comunicação como também causam problemas de desenvolvimento e educacionais severos, que necessitam de uma atenção específica.

Multideficiência - " é mais do que a mera combinação ou associação de deficiências,

constituindo um grupo muito heterogéneo entre si, apesar de apresentarem características específicas/particulares” (Nunes, C. 2001).

As crianças com multideficiência constituem um grupo heterogéneo, apresentando dificuldades muito específicas resultantes da conjugação de limitações nas funções e estruturas do corpo e de factores ambientais que condicionam o seu desenvolvimento e funcionamento. Essas limitações dificultam o acesso ao mundo, reduzindo significativamente a procura de informação e afectando as capacidades de aprendizagem e de solução de problemas.” (Amaral, I & Nunes, C. (2008)).

Dotados e Sobredotados - O conceito de dotado e sobredotado é complexo e pouco

definido e que cobre uma grande variedade de características e capacidades. Por vezes essas características podem causar dificuldades na comunicação das crianças sobredotadas com os grupos de pares e até com os adultos

Hiperactividade - Ansiedade, inquietação, euforia e distracção frequentes podem

significar mais do que uma fase na vida de uma criança: os exageros de conduta, diferenciam quem vive um momento atípico daqueles que sofrem de Transtorno do Défice de Atenção com Hiperactividade (TDAH), doença precoce e crónica que provoca falhas nas funções do cérebro responsáveis pela atenção e memória. Referido também por Correia (1997).

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