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Inclusão de alunos com necessidades educativas especiais nas aulas de Educação Fisica, na perspetiva dos pais: estudo de caso

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MÁRCIA ALEXANDRA FERREIRA LOPES

Inclusão de Alunos com Necessidades Educativas

Especiais nas aulas de Educação Fisica, no ponto de

vista dos Alunos: Estudo de caso

Documento Provisório

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Orientadores:

Nuno Garrido

Paula A. S. Machado Guerra Liberal

Vila Real, Junho 2014

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

MÁRCIO FILIPE DA CUNHA RIBEIRO

Inclusão de Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas

aulas de Educação Fisica, na perspetiva dos Pais: Estudo de caso

Versão Final

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Orientadores:

Nuno Garrido

Paula A. S. Machado Guerra Liberal

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Inclusão

de

Alunos

com

Necessidades

Educativas Especiais nas aulas de Educação

Fisica, na perspetiva dos Pais

MÁRCIO FILIPE DA CUNHA RIBEIRO

Orientadores:

Nuno Garrido

Paula A. S. Machado Guerra Liberal

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Relatório de estágio apresentado à UTAD, no DEP –ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Nuno Garrido e da Dra. Paula Liberal.

MÁRCIA ALEXANDRA

FERREIRA

LOPES

Inclusão de Alunos

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de Educação Fisica, no ponto de vista dos Alunos:

Estudo de caso

Documento rovisório

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Orientadores:

Nuno Garrido

Paula A. S. Machado Guerra Liberal

Pedagogia

“A nossa mais elevada tarefa deve ser a de formar seres humanos livres que sejam capazes de, por si mesmos,

encontrar propósito e direção para suas vidas.”

Rudolf Steiner

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AGRADECIMENTOS

À professora Paula Liberal, minha orientadora de estágio, que se mostrou sempre disponível ao longo deste percurso, pela sua simpatia, por todos os conselhos e experiências transmitidas aula após aula, dia após dia.

Ao professor Doutor Nuno Garrido, meu orientador, pela ajuda e apoio que demonstrou ao longo deste ano letivo.

À escola EB 2,3 Diogo Cão por me ter recebido, e por todo o seu apoio que demonstrou ao longo do estágio.

Às minhas colegas de estágio, que foram fundamentais para que o estágio desenrolasse com êxito. Obrigado pela compreensão, simpatia e companheirismo demostrado no dia-a-dia.

Aos meus pais, ao meu irmão e a minha namorada, que sempre me apoiaram e me deram uma palavra de conforto.

À todos os meus professores que me acompanharam ao longo da minha formação académica.

A todos os meus alunos, que fizeram parte desta experiência única e por todos os desafios que me colocaram aula após aula. Obrigado a todos.

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ii

ÍNDICE GERAL

Agradecimentos ... i Índice Geral ... ii Índice de Gráficos ... iv Índice de Tabelas ... v Indice de Abreviaturas ... vi Introdução ... 1

Capitulo 1- Relatório de Estágio ... 2

1. Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem ... 3

1.1. Unidades didáticas ... 3

1.2. Planos de Aula ... 4

1.3. Pratica Pedagógica – Aulas ... 6

1.4. Alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) ... 8

1.5. Prática de Ensino Supervisionada ... 9

1.6. Balanços Critico-Reflexivos ... 10

2. Tarefas de Estágio de Relação Escola-Meio ... 11

2.1. Estudo de Turma ... 11

2.2. Atividades na Escola ... 12

Desporto escolar Ténis de Mesa ... 12

2.2.1. Torneios de Final de Período ... 13

2.2.2. Outras Atividades (Recreio em Movimento e Mega Sprint) ... 14

2.2.3. 3. Tarefas de Estágio de Extensão à Comunidade ... 15

3.1. Ação de Informação na Escola ... 15

Tema Desenvolvido ... 15

3.1.1. Estratégias de Apresentação ... 15 3.1.2.

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iii Balanço ... 16 3.1.3. 4. Reflexão ... 16 5. Considerações Finais ... 18 6. Sugestões ... 18

Capitulo 2 – Estudo Desenvolvido ... 19

1. Enquadramento Teórico ... 20

1.1. Necessidades Educativas especiais ... 21

1.2. Inclusão ... 25

1.3. Caracterização do meio escolar ... 30

1.4. Importância da EF para os alunos NEE ... 32

2. Metodologia ... 35

2.1. Amostra ... 35

2.2. Instrumentos ... 35

2.3. Procedimentos ... 35

2.4. Tratamento de dados ... 36

3. Apresentação e Discussão dos Resultados ... 36

4. Conclusões Gerais ... 51

5. Referências Bibliográficas ... 52

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iv

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Resultados obtidos quanto ao género ... 36

Gráfico 2 - Faixa etária da amostra ... 37

Gráfico 3 - Resultados referentes às habilitações literárias dos pais ... 37

Gráfico 4 - Resultados relativos à situação em que os pais dos alunos se encontram. ... 38

Gráfico 5 - Resultados obtidos acerca da Inclusão de alunos NEE em turmas regulares ... 39

Gráfico 6 - Resultados sobre a importância da ajuda dos Pais para um melhor desempenho escolar do aluno NEE ... 42

Gráfico 7 - Dados referentes à adequada relação entre a escola e a família ... 44

Gráfico 8 - Resultados sobre o acompanhamento/apoio da escola ao aluno NEE ... 45

Gráfico 9 - Dados referentes ao aluno NEE inserido numa turma regular de Ed. Física .... 45

Gráfico 10 - Resultados obtidos acerca da importância da Ed. Física no desenvolvimento do aluno NEE ... 46

Gráfico 11 - Resultados obtidos em relação à importância da participação do aluno NEE nas atividades da escola ... 47

Gráfico 12 - Dados referentes sobre a adequada formação dos professores de Ed. Física para o apoio ao aluno NEE ... 48

Gráfico 13 - Os Alunos NEE podem prejudicar o bom funcionamento das aulas de EF .... 49

Gráfico 14 - Um professor de EF consegue controlar e apoiar os alunos NEE inseridos numa turma regular ... 50

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v

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1- Em que medida é importante a inclusão de alunos NEE em turmas regulares ... 40 Tabela 2 - Função da escola em relação a crianças com NEE ... 41 Tabela 3 - Em que medida é importante a ajuda do pai/mãe no desempenho escolar do

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vi

INDICE DE ABREVIATURAS

AM Atividade Motora

ANM Atividade Não Motora

EF Educação Física

NEE Necessidades Educativas Especiais

PA Plano de Aula

PES Prática de Ensino Supervisionada

UD Unidade Didática

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INTRODUÇÃO

O presente documento, intitulado de Relatório de Estágio, foi elaborado no âmbito da unidade curricular de Seminário Interdisciplinar, inserida no segundo ano do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O referido Estágio Pedagógico realizou-se na Escola EB 2,3 Diogo Cão - Vila Real, tendo ficado a meu cargo duas turmas do 3º ciclo, sendo elas do 9º ano.

O Núcleo de Estágio, para além de lecionar, tinha sob a sua responsabilidade o Grupo do Desporto Escolar – Ténis de Mesa.

Segundo Freire, Ana. (n.d), o Estágio Pedagógico permite ao estagiário uma primeira aproximação à prática profissional e promove a aquisição de um saber, de um saber fazer e de um saber julgar as consequências das acções didáticas e pedagógicas desenvolvidas no quotidiano profissional.

O documento encontra-se estruturado em dois grandes capítulos. O primeiro diz respeito ao estágio na sua generalidade, nomeadamente as tarefas de ensino aprendizagem (UD, PA,…), tarefas de relação escola meio (estudo de turma e atividades na escola), tarefas de extensão à comunidade (Ação de Informação), reflexão da prática pedagógica, as considerações finais e, por fim, sugestões futuras. O segundo capítulo aborda todo o estudo realizado para a ação de informação, com o tema “Inclusão de Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas aulas de Educação Física, na perspetiva dos Pais”, que me permitiu de certa forma adquirir um maior conhecimento nesta temática, gerando em mim mais curiosidade e interesse sobre a mesma.

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CAPITULO 1

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

O presente Relatório de Estágio tem como finalidade descrever e refletir toda a prática que se desenvolveu durante o presente ano lectivo.

Ao longo deste relatório, utilizo um discurso descritivo onde menciono todas as dificuldades, as aprendizagens, os pontos positivos, etc.

Naturalmente, desejo este estágio desde o início da minha formação académica pois, considero-o como o momento mais importante da minha formação enquanto futuro professor de Educação Física (EF). Como tal, anseio esta etapa com muita espectativa em relação ao meio escolar (alunos), à escola acolhedora (Escola EB 2,3 Diogo Cão), à Professora Orientadora e aos seus métodos de trabalho, etc.

Contudo, espero que este ano letivo complete uma parte da minha formação e que me proporcione momentos enriquecedores e importantes para o meu desenvolvimento enquanto futuro profissional da área da EF. Por outro lado, que me permita por em prática tudo aquilo que tenho vindo a adquirir, em prol do ensino.

1. Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem

1.1. Unidades didáticas

As unidades didácticas são fundamentais no programa de uma disciplina, na medida que apresentam etapas claras e bem distintas de ensino e aprendizagem, quer para os professores quer para os alunos (Olímpio Bento, cit. por Gomes, 2004).

Segundo Gomes, o planeamento da Unidade Didática (UD) não deve centrar-se simplesmente nos conteúdos, mas também na personalidade dos alunos, levando-os a compreender os objetivos de cada aula.

Dentro desta dinâmica, os conteúdos foram estruturados em função das caraterísticas da população alvo e das aulas previstas para cada modalidade. Assim, a planificação quer na distribuição de conteúdos quer no trabalho, tem um papel decisivo e importante para a obtenção de sucesso.

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Todas as Unidades Didáticas elaboradas tiveram como objetivo principal a promoção do sucesso educativo em função das caraterísticas dos alunos. Portanto, na primeira aula de cada UD realizou-se uma avaliação diagnóstica, na qual se verificava quais as dificuldades de cada aluno e da turma em geral, que eram tidas em conta na organização dos conteúdos a lecionar posteriormente. Após este processo de planificação, cada UD era entregue à professora orientadora, dentro do prazo combinado.

É de ressaltar que, as UD servem de orientação não sendo um guião de seguimento obrigatório, isto é, a qualquer momento a organização dos conteúdos poderia ser alterada devido à dificuldade de aprendizagem motora dos alunos ou ainda situações que pudessem por em causa a não lecionação da aula, tais como visitas de estudo ou outras atividades da escola.

Porém, a principal dificuldade advém da realização da primeira UD devidamente estruturada. No entanto, esta, foi elaborada segundo outras Unidades Didáticas, cedidas pela professora orientadora, tendo em vista uma estrutura original e prática para a minha atividade. Contudo, as futuras UD foram realizadas segundo a base da primeira UD, embora com algumas adaptações devido à modalidade a lecionar.

Cada UD continha folhas de registo que eram devidamente preenchidas no final da aula, com relatos ocorridos a nível psicomotor, socio-afetivo e cognitivo. No entanto, esse registo nem sempre foi fácil, uma vez que era necessário recordar de forma clara, as atitudes e comportamentos de cada um dos alunos, para que posteriormente se pudesse fazer uma avaliação justa e coerente.

Todo este planeamento, mostrou-se uma mais-valia para o meu desempenho pedagógico na medida que me permitiu preparar os planos de aulas em função do encadeamento dos conteúdos e ainda organizar toda a informação necessária para a atribuição das notas finais. Para isso, usou-se o Microsoft Office Excel.

1.2. Planos de Aula

Na perspetiva de Piletti (2003), citado por Crasto et all (2008), o plano de aula é uma sequência de tudo o que vai ser desenvolvido numa aula. É a sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e os alunos interagem, numa dinâmica de ensino-aprendizagem.

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No meu ponto de vista, o Plano de Aula (PA) é, sem dúvida, o ponto de partida para que o professor possa alcançar os objetivos definidos, permitindo um maior controlo das atividades.

No entanto, o PA é uma orientação não sendo um guião de seguimento obrigatório. Por vezes, na sala de aula, acontecem imprevistos e como tal, é necessário uma adaptação rápida e eficaz por parte do docente tendo como objetivo atenuar determinadas situações. Neste sentido, quando fui confrontado com tais imprevistos consegui, dentro das minhas capacidades, adotar as estratégias mais adequadas para o momento.

No início do ano lectivo, estruturei um PA que serviu de modelo-base para todos os meus planos. Este, foi de fácil resolução, uma vez que, ao longo da minha formação académica realizei vários planos de aula, o que me permitiu elaborar um modelo-base estruturado de forma correta e pedagógica. Todos os planos, foram realizados de acordo com as caraterísticas dos alunos, isto é, exercícios adequados à idade, às qualidades físicas e possibilidades de aprendizagem dos alunos, já que estes não se encontram todos no mesmo estádio de desenvolvimento ou de aprendizagem motora.

A principal dificuldade na realização dos Planos de Aula recai na elaboração de alguns exercícios em determinados conteúdos, tendo como preocupação a sua realização por parte de todos alunos. Desta forma, destaco a importância das Avaliações Diagnósticas, uma vez que, foram cruciais para perceber as dificuldades de cada aluno e consequentemente da turma em geral. Para tal, na Avaliação Diagnóstica houve o cuidado de construir exercícios isolados/analíticos para cada conteúdo a fim de obter as informações pretendidas para futuras planificações.

Posto isto, cada plano de aula era realizado uma semana antes, em função dos conteúdos a lecionar e respeitando a sequência dos mesmos, definidos na UD. Por outro lado, estes, obedeciam a uma estrutura metodológica e pedagógica, apresentando opções de organização e de utilização de recursos que garantiam um encadeamento ótimo entre as várias fases e situações da aula. Porém, continham algumas estratégias de atuação do professor que garantiam um perfeito controlo dos comportamentos dos alunos (segurança, aprendizagem, disciplina, incentivo, feedback, etc.) (Aranha, 2008).

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1.3. Pratica Pedagógica – Aulas

No início do ano letivo, a professora orientadora lecionou a primeira Unidade Didática tendo como objetivo adaptar-nos à realidade escolar. Por outro lado, permitiu-me conhecer em geral as minhas duas turmas e ainda recolher uma série de informações importantes, a nível psicomotor, socio-afetivo e cognitivo para futuras planificações. Esta estratégia, facilitou a minha tarefa enquanto professor, uma vez que, me permitiu memorizar o nome de cada um, evitando perguntar constantemente o nome dos alunos.

O fato de não lecionar a primeira UD, também, permitiu ao Núcleo de Estágio realizar observações à professora orientadora, que consistia num dos parâmetros e critérios de avaliação do professor estagiário de educação física, e ao mesmo tempo captar algumas estratégias pedagógicas que nos puderam ser úteis para as futuras aulas. Posto isto, a minha adaptação aos alunos decorreu com normalidade, em grande parte, devido à estratégia implementada pela professora orientadora.

No início da minha atividade prática-pedagógica, adotei uma postura rigorosa tendo como objetivo impor respeito aos alunos, embora com o decorrer do ano letivo, assumi-me mais flexível com os alunos. Razão pela qual, verifiquei que os alunos começaram a acatar a maioria das minhas regras em prol do bom funcionamento das aulas. Esta medida, revelou-se uma ótima estratégia visto que, consegui moldar os comportamentos de alguns alunos, tornando-se favoráveis ao processo de ensino-aprendizagem.

Em todas as aulas, houve o cuidado de concretizar uma série de estratégias, previamente estabelecidas em cada UD, tendo como objetivo controlar os comportamentos dos alunos e maximizar o rendimento da aula em função dos objetivos da mesma.

As presenças e as referidas folhas de registo (psicomotor, socio-afetivo e cognitivo) eram preenchidas no final de cada aula, como anteriormente se adiantou, com o objetivo de aumentar a Atividade Motora (AM), caso contrário, haveria dispêndio de tempo útil.

Na parte inicial de cada aula, expunha os objetivos propostos, relacionando-os com aulas anteriores e descrevia de uma forma geral o funcionamento da mesma. Nesta etapa, mencionava ainda, as regras a cumprir e os cuidados a ter (comportamentos, atitudes, objetos que possam pôr em causa a integridade física dos alunos, entre outros).

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Em todos os momentos da aula, houve o cuidado de utilizar uma linguagem clara, acessível e adequada às caraterísticas dos alunos, tendo em vista uma melhor compreensão de cada tarefa e assim, aumentar o empenhamento motor de toda a turma.

Para evitar comportamentos fora da tarefa, durante as instruções, colocava os alunos em meia-lua, de frente para mim e de costas para as bancadas ou portas de saída e entrada, tendo como objetivo de manter a concentração dos alunos. Por outro lado, quando lecionava em espaços exteriores, colocava os alunos de costas para o sol, por forma a manter o contato visual comigo. Quando por alguma eventualidade, os alunos não realizavam a aula, procurei sempre chamá-los para as instruções e demonstrações.

A demonstrações de todos os exercícios, eram sempre realizados no local do exercício, com a ajuda de um(s) aluno(s), optando por aqueles que apresentam maior capacidade para executar a tarefa de forma correta. Durante a demonstração, mencionava mais uma vez, quais os critérios de êxito a ter em conta para uma boa execução. No momento da demostração do exercício fazia por colocar-me numa posição estratégica com o objetivo de ter toda a turma no meu ângulo visual. Esta estratégia, possibilitou-me diminuir o tempo de espera e aumentar a AM, intervindo sistematicamente na execução das tarefas, corrigindo (feedback) e estimulando (incentivo) a fim de os orientar para uma correta execução dos exercícios, mantendo elevados níveis de motivação e empenhamento motor (Agata, 2008).

Aquando da entrada dos alunos para o espaço da aula, organizava a atividade (montagem do material) de modo a cumprir com os objetivos e precaver situações de risco. No entanto, quando o espaço disponível era reduzido, obrigava a reorganizar os exercícios de forma sequencial. Desta forma, aqueles alunos que não realizavam a aula e aqueles que eu selecionava no momento, procediam à montagem do material para o exercício seguinte, sob a minha supervisão e auxílio. No final de cada tarefa, os alunos recolhiam o material do exercício em questão.

Nas aulas de 90 minutos, o aquecimento, na maior parte das vezes, era lúdico, tendo como objetivo aumentar os índices motivacionais dos alunos e proporcionar um clima favorável para o resto da aula. Esta estratégia, tinha como principal objetivo maximizar o interesse e o prazer na execução das tarefas por parte dos alunos. Por outro lado, nas aulas

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de 45 minutos, o aquecimento era sempre específico tendo em vista aumentar a atividade motora especifica uma vez que, a aula era de curta duração.

No final de cada aula realizava-se jogo reduzido ou formal. Aqui, os alunos poderiam pôr em prática tudo aquilo que vinham a adquirir, em situação de jogo, o que aumentava significativamente os índices motivacionais dos alunos.

Ao longo deste vasto leque de aulas, verifiquei que foram poucos os alunos que não realizaram as respetivas aulas, com a exceção, do aluno que apresentou o atestado médico. Este, no final de cada período, teria que apresentar e defender um trabalho escrito, que correspondia à avaliação do domínio cognitivo.

1.4. Alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE)

As turmas a meu cargo tinham na sua constituição 6 alunos com Necessidades Educativas Especais (NEE), estando 5 deles numa e 1 noutra. De enfatizar, aluna com Síndrome de Down e um aluno com Deficiência Mental.

Numa das turmas, a grande dificuldade foi motivar e fazer com que esta aluna, acima referida, realizasse a aula com os alunos “ditos normais”. Porém, no momento da realização da tarefa, esta colocava as mãos sobre a face e não executava o exercício. No entanto, após a minha intervenção ela ficava mais flexível à realização dos exercícios, embora se verificasse muita dificuldade. Esta situação não poderia continuar, uma vez que, é humanamente impossível um só professor prestar especial atenção a estas situações e ao mesmo tempo controlar, corrigir e estimular os restantes 20 alunos.

A estratégia passou por dar uma bola à referida aluna, de forma a ocupá-la e mantê-la em AM grande parte do tempo. No entanto, em algumas aumantê-las, a professora orientadora instruía-a, corrigia-a e incentiva-a com o objetivo de incluí-la nas aulas de Educação Física (EF).

Segundo Maia (2009), o ideal seria, a presença de um professor especializado em ensino especial que auxiliasse o professor de EF a providenciar um ensino mais incisivo, personalizado e diferenciado ao aluno com NEE. Pela minha experiência, só assim era possível incluir estes alunos, com um diagnóstico profundo, numa turma regular.

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Na outra turma, havia um aluno com deficiência mental, que apesar de ter um atraso global e homogéneo e, também, perturbação a nível linguístico, realizava os exercícios com grande motivação e empenho. Com o avançar do tempo, começou a desencadear comportamentos inadequados, o que levou a sucessivos diálogos entre mim e o referido aluno. Estes comportamentos começaram a surgir após as alterações climáticas, nomeadamente na estação primaveril. Nessa altura foi necessário um maior esforço da minha parte e necessitei de várias conversas para controlar estes comportamentos do aluno supracitado.

Os restantes alunos com NEE, embora com um diagnóstico ligeiro (como por exemplo dificuldades de aprendizagem) não me proporcionaram muita dificuldade uma vez que, realizavam as tarefas dentro da normalidade e sem qualquer tipo de atenção especial, ou seja, eram tidos como alunos ditos normais.

1.5. Prática de Ensino Supervisionada

A prática de ensino supervisionada (PES) foi uma mais-valia para a minha formação enquanto futuro professor. As observações realizadas pela professora orientadora e pelas minhas colegas de estágio, permitiram-me refletir sobre a minha postura e prestação enquanto professor, e assim limar algumas arestas para futuras aulas.

Inicialmente, a professora orientadora leccionou a primeira UD, sendo esta de Atletismo. Desta forma, permitiu-me realizar as respetivas observações (20) à orientadora, retirando destas, apenas estratégias pedagógicas (gestão das atividades, métodos de organização, regras de bom funcionamento,…) que se tornaram importantes para a minha evolução enquanto professor estagiário de EF.

No início da segunda UD (Futsal), iniciei as respetivas observações às minhas colegas de estágio, sendo estas realizadas em todas as suas aulas (com a exceção das aulas de Avaliação Diagnóstica/Sumativa e testes teóricos), através de um registo anedótico em ordem de tempo com respetiva percentagem de AM e Atividade Não Motora (ANM). Esta etapa, concretizou-se, após a realização das 45 observações a cada uma das minhas colegas e vice-versa.

É de referir, que em todas as aulas que fui observado, questionava as minhas colegas como também a professora orientadora, sobre a respetiva aula, relativamente ao

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tempo da AM e ANM, e sobre o meu desempenho em cada tarefa, assim, permitiu-me selecionar e corrigir falhas que durante a aula não identifiquei. Através destes feedbacks, consegui colmatar esses erros, por forma a aumentar a qualidade das minhas aulas e a AM.

1.6. Balanços Critico-Reflexivos

Enquanto professor estagiário, tinha também como tarefa, realizar os balanços de todas as minhas aulas e Unidades Didáticas.

Os balanços de todas as aulas, redigidos por mim, eram realizados no próprio dia, de acordo com o balanço crítico-reflexivo da orientadora e das minhas colegas e, também de acordo com a minha auto-reflexão da referida aula.

Desta forma, todos estes evidenciavam as principais dificuldades e estratégias didácticas, assim como o aperfeiçoamento de alguns exercícios de forma descritiva, como sugestão para futuras aulas.

Convém frisar, que desde o início da minha prática pedagógica até ao fim da mesma, a professora orientadora realizava no final de cada aula um balanço critico-reflexivo, evidenciando os pontos positivos e negativos e, também, facultava estratégias para a superação das dificuldades. É de aludir que estes balanços, permitiram-me crescer enquanto docente da área e melhorar a qualidade das minhas aulas.

No que concerne, aos balanços das Unidades Didáticas, estes tinham como principal objetivo diagnosticar aquilo que se evidenciou de positivo e negativo no processo desenvolvido, possibilitando, assim, retirar conclusões acerca do mesmo e maximizar o desenvolvimento de planificações futuras.

Por outro lado, é importante uma auto-avaliação de toda a minha prestação por forma a melhorar o processo de ensino-aprendizagem e a minha formação pedagógica. A análise dos processos, métodos, estratégias e restantes parâmetros, serviram de base, para posteriormente traçar novas estratégias ou manter as estratégias realizadas com sucesso.

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2. Tarefas de Estágio de Relação Escola-Meio

2.1. Estudo de Turma

Qualquer profissional de educação sente a necessidade de ter em sua posse todas as informações sobre os seus alunos.

A realização do estudo de turma foi crucial para o meu desempenho e interação com os respetivos alunos. Este, tinha como principal objetivo recolher informações sobre a turma no seu global, podendo desta forma estabelecer estratégias gerais para um melhor rendimento pedagógico. O conhecimento dos hábitos, atitudes, gostos dos alunos, saúde, faculta o trabalho de qualquer docente que se pretenda inserir nesse grupo. Além disso, permitiu-me uma planificação adequada às caraterísticas e necessidades dos alunos, bem como o estabelecimento de estratégias adequadas para o desenvolvimento das atividades, para que possa atuar de uma forma correta e mais indicada na resolução de eventuais problemas/dificuldades.

Para a recolha de todas as informações utilizei um inquérito (ficha de caraterização individual), elaborado por mim, segundo outros inquéritos cedidos por colegas de universidade. De entre as várias questões do inquérito e atendendo aos objetivos do respetivo estudo, estabeleci 6 grupos temáticos principais:

 Dados pessoais;

 Hábitos;

 Saúde;

 Vida Escolar;

 Disciplina de Educação Física;

 Ocupação dos tempos livres.

Posto isto, procedi à entrega do respetivo inquérito a cada um deles, advertindo que o questionário em causa servia restritamente para a realização de um estudo de turma, estando os dados sujeitos a tratamento sigiloso e a sua utilização restrita à documentação de avaliação do professor estagiário.

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2.2. Atividades na Escola

No início do ano letivo, ficou definido que o núcleo de estágio em conjunto com a professora orientadora ficavam responsáveis por organizar todos os torneios de final de período (1ºPeríodo – Futsal; 2ºPeríodo – Voleibol e no 3ºPeríodo - Basquetebol), por acompanhar o Grupo do Desporto Escolar- Ténis de Mesa e, também por realizar outras atividades, como por exemplo a semana do Recreio em Movimento e o Mega Sprint.

É de salientar, que todas estas atividades foram organizadas e desenvolvidas pela professora orientadora com a colaboração do núcleo de estágio de EF. Por outro lado, os torneios de final de período tinham, apenas, como destinatários os alunos do 3ºciclo da Escola EB 2,3 Diogo Cão.

No final de cada atividade (Torneio de Futsal, Voleibol e Basquetebol; Recreio em Movimento), realizávamos o balanço geral e um vídeo com as respetivas fotografias, a fim de divulgar no site da escola.

Contudo, a atividade que mais me marcou e cativou foi o torneio de futsal, pelo número de participantes e pelo prazer de ver jogar estes jovens alunos, e também, pelo fato de ser uma pessoa ligada ao futebol.

Desporto escolar Ténis de Mesa 2.2.1.

Para dar início a esta nova etapa, o núcleo de estágio ficou responsável por divulgar a modalidade, através de cartazes, e de elaborar as respetivas fichas de inscrição. Posteriormente, procedíamos ao registo dos sumários e presenças de cada treino e competição.

Todas as semanas realizávamos os respetivos treinos exceto nos dias de competição. Estes, decorreram às terças-feiras das 14:00-14:45 horas e às quartas-feiras das 14:00-14:45 e 16:30-17:15 horas.

Esta fase, de treinos e competições, foram importantes para a minha formação enquanto professor e, desde já manifesto o meu agrado por participar em todos estes momentos uma vez que, adoro esta modalidade. Vejo o Desporto Escolar como uma oportunidade para muitos jovens, experimentar uma vertente mais competitiva não descurando os valores desportivos (fair-play, companheirismo, etc.) e, ao mesmo tempo,

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criar novas amizades através do desporto. No meu ponto de vista, o Desporto Escolar abre uma porta para jovens alunos, pois muitos destes não têm possibilidades económicas para ingressar num clube desportivo ou não têm meios de transporte para se deslocarem até uma instituição desportiva (clube). Daí a importância do Desporto Escolar para muitas crianças e jovens.

Torneios de Final de Período 2.2.2.

Com este tipo de eventos, pretendíamos proporcionar aos jovens um espaço desportivo que seja capaz de mobilizar toda a Comunidade Escolar e que se traduza numa atividade apelativa, capaz de influenciar positivamente o gosto pela prática desportiva. Assim, tínhamos como principais objetivos:

 Promover a prática desportiva na Comunidade Escolar;

 Estabelecer uma dinâmica desportiva dentro da própria escola, conducente ao combate de sedentarismo;

 Estabelecer uma ligação entre os conteúdos programáticos abordados nas aulas de Educação Física e a competição inter-turmas;

 Estimular o gosto pela prática desportiva, tendo sempre como objetivo o êxito pessoal de cada aluno e o êxito da turma enquanto grupo, através da partilha de valores como a cooperação, o respeito pelas regras de jogo, o respeito pela integridade física, etc.

O núcleo de estágio, com alguma antecedência, reunia-se com o objetivo de elaborar o cartaz de divulgação para cada torneio, os seus projetos e as fichas de inscrição. Posto isto, procedia-se a afixação dos cartazes. Após a data de limite de inscrição, reuníamos novamente para realizar o sorteio, o sistema competitivo e os respetivos regulamentos, masculino e feminino.

No torneio de Futsal, a arbitragem foi dirigida por alunos do Secundário sob a supervisão dos estagiários, não se verificando quaisquer problemas. Nos restantes torneios (Voleibol e Basquetebol), os estagiários e a orientadora ficaram responsáveis pela arbitragem, devido à especificidade das modalidades e pela falta de alunos para exercer a função de árbitro. Além disso, contamos com a colaboração de outra professora de EF do

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3º ciclo que nos auxiliou no secretariado, com o registo dos resultados e na atribuição de pontos.

No entanto, por unanimidade, ficou definido que todos os membros da organização teriam que comparecer mais cedo que a hora prevista do início de cada torneio, a fim de preparar o espaço e afixar as respetivas tabelas com o número de jogos.

No início dos torneios, juntávamos todas as equipas com o intuito de esclarecer alguns pormenores, nomeadamente o regulamento e sistema competitivo, e registar a presença das equipas participantes.

Após o término de cada torneio, procedíamos à recolha dos respetivos cartazes e tabelas de resultados.

Outras Atividades (Recreio em Movimento e Mega Sprint) 2.2.3.

Para a realização do “Recreio em Movimento” foi necessário a elaboração do cartaz a fim de informar o dia, a hora em que se realizaria e as respetivas atividades (Dança, Gira-Vólei e Basquetebol – Diogo Cão). Para tal acontecer, o núcleo de estágio e a Professora Orientadora, reuniram-se com alguma antecedência para definir as atividades e proceder a realização do respetivo cartaz. Posto isto, realizou-se a distribuição dos cartazes.

Para a realização desta atividade, o núcleo de estágio e a professora orientadora, entraram em contacto com algumas entidades privadas (ginásios e clube) a fim de realizar as atividades supracitadas na nossa escola, tendo estas uma duração de 20 minutos.

Como é normal, os membros da organização compareciam no local da atividade com alguma antecedência, tendo como objetivo preparar e organizar o espaço da mesma.

Quanto ao “Mega Sprint” apenas registamos os resultados obtidos nas aulas e passamos para formato digital a fim de seleccionar os melhores alunos no Salto em Comprimento, na Velocidade, Lançamento do Peso e MKM, para participarem no Mega Sprint - UTAD. No dia da atividade, acompanhamos e apoiamos os respetivos alunos.

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3. Tarefas de Estágio de Extensão à Comunidade

3.1. Ação de Informação na Escola Tema Desenvolvido

3.1.1.

O tema aprofundado recai para a “Inclusão de Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas aulas de Educação Fisica, na perspetiva dos Pais, Professores e Alunos”.

Uma vez que estamos inseridos (núcleo de estágio) numa escola inclusiva e de ter alunos com este tipo de necessidades nas nossas turmas, achamos que seria o ideal abordar o tema supracitado. Desta forma, analisei a perspetiva dos pais, a Márcia Lopes a perspetiva dos alunos e, por fim, a Diana Oliveira a perspetiva dos professores.

Durante este percurso, o núcleo de estágio reuniu-se várias vezes com o propósito de realizar o cartaz, os flyers para a respetiva divulgação e o documento de apoio com o devido enquadramento teórico. Por outro lado, foi necessário a elaboração de um documento, contextualizando toda a ação de informação a fim de entregar ao conselho pedagógico, para aprovar o devido estudo.

Posteriormente, procedeu-se à distribuição dos cartazes e flyers de divulgação e promoção da Ação de Informação, tendo como objetivo informar toda a população escolar acerca do dia e hora em que se realizaria a Ação de Informação e outras informações.

No meu caso, tinha como objetivo principal perceber e analisar o ponto de vista dos pais relativamente à inclusão de alunos com NEE na disciplina de EF e, ainda, modificar certos pensamentos quanto à inclusão na nossa área (EF).

Estratégias de Apresentação 3.1.2.

Qualquer apresentação requer estratégias apelativas e dinâmicas tendo em vista cativar toda a plateia. Portanto, escolhemos um programa bastante atrativo, o PREZI e vídeos didáticos tendo como objetivo cativar e sensibilizar os participantes e, ao mesmo tempo, passar certas mensagens educativas.

Outro aspeto que também tivemos em conta, foi na selecção e exposição dos conteúdos mais importantes, para não tornar o evento aborrecido e chato.

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Durante a minha apresentação, tive o cuidado de manter uma postura correta, bom-tom de voz e uma linguagem acessível e de fácil compreensão.

Balanço 3.1.3.

No geral, a Ação de Informação teve um balanço positivo uma vez que, as estratégias de apresentação foram cruciais para o bom desenvolvimento deste evento, cativando a maioria dos participantes.

No entanto, os objetivos estabelecidos pelo núcleo de estágio foram cumpridos com êxito, daí uma nota positiva para todo o nosso trabalho.

Por outro lado, senti que se tivéssemos mais tempo para a realização do respetivo evento, poderíamos esmiuçar ainda mais o tema desenvolvido e retirar outras conclusões.

4. Reflexão

Este ano letivo, sem dúvida que foi um ano muito enriquecedor na medida em que vivenciei bastantes momentos que contribuíram para o meu aperfeiçoamento enquanto futuro professor de Educação Física.

É de referir, que este estágio pedagógico foi o culminar de algumas aprendizagens, onde pude pôr em prática tudo aquilo que adquiri ao longo da minha formação académica, quer seja na Licenciatura como também no Mestrado. Por outro lado, adquiri competências que me eram desconhecidas na área da docência, sendo estas importantíssimas a nível profissional.

Apesar de ter sido um ano com muito trabalho e dedicação da minha parte, foi também um ano cheio de experiências ricas que me incentivaram a lutar dia após dia, por ser melhor.

Um dos obstáculos que senti no início das minhas aulas foi no cumprimento minucioso dos tempos de cada tarefa, sabendo que também estava a ser avaliado/observado a nível temporal.

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No entanto, após as tais observações da professora orientadora, e não havendo aquela necessidade de cumprir rigorosamente o plano, a nível temporal, a minha prestação passou a ser mais descontraída e mais natural, mantendo o rigor pedagógico.

Orgulhosamente, afirmo que com o passar do tempo e com o acumular de experiências, tornei-me ainda mais rápido e sucinto na transmissão de informação, quer nas respetivas instruções como também na explicação e demostração de cada exercício.

Porém, a principal dificuldade que enfrentei ao longo do estágio foi a falta de motivação apresentada por alguns alunos e os seus comportamentos impróprios.

Segundo Oliveira (2001), durante uma aula, os alunos podem assumir comportamentos diferenciados, desde o desinteresse pelos conteúdos abordados, até a uma participação activa e entusiástica perante o que está a ser ensinado. É claro que estas atitudes dos alunos vão influenciar directamente o ambiente de ensino e o comportamento do professor.

Para contornar esta situação, estabeleci algumas estratégias tendo em vista modificar essas mesmas atitudes, utilizando advertências e sempre que possível em privado, mostrando firmeza no meu comportamento. Em muitos casos, procedi ao diálogo em particular com o aluno, tendo como objetivo mostrar que aquele comportamento não era o mais adequado à sala de aula e o porquê do mesmo. Por outro lado, nestas conversas os alunos também exprimiam tudo aquilo que lhes iam na mente e em função dos seus sentimentos, aconselhava-os rumo ao sucesso. É de ressaltar, que estes comportamentos surgiam com mais frequência quando os alunos não apreciavam uma determinada modalidade. Contudo, com o passar do tempo e com as minhas estratégias, estes alunos, pouco a pouco modificaram os seus comportamentos durante as aulas de EF.

Desta forma, encarei todas estas dificuldades como desafios e não como casos perdidos, com uma atitude coerente face os problemas de aprendizagem e de disciplina. Antes de reagir a qualquer incidente disciplinar, procurava saber quais as razões que os levaram a comportar-se fora dos limites definidos (Oliveira, 2011).

Em jeito de conclusão, apraz-me proferir que, houve uma grande melhoria em termos comportamentais e psicomotores na sua generalidade.

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5. Considerações Finais

Hoje em dia, o professor é um organizador de aprendizagens e o estimulador do desenvolvimento socio-afetivo e psicomotor dos alunos. É, portanto, um professor dinâmico, interventivo e comunicativo, que em nada se parece com o professor acomodado a uma transmissão de um saber estático (Oliveira, Maria 2001).

É nesta linha de pensamento, que me identifico enquanto profissional, quer seja na área da docência quer seja área do treino.

Portanto, concluo que as experiências vivenciadas ao longo do Estágio Pedagógico, contribuíram, em grande parte, para a minha evolução a nível profissional como também a nível pessoal. Uma vez que, toda a minha envolvência na escola não passou apenas pelas aulas mas sim, por tudo aquilo que está à volta de um professor.

6. Sugestões

As minhas sugestões centram-se na formação académica, essencialmente na Licenciatura e 1º ano de Mestrado, tendo em vista uma melhor preparação para esta etapa final, o Estágio.

Na minha modesta opinião, as aulas de 20 minutos que lecionamos entre colegas de curso são cruciais para nossa integração no mundo do ensino e evoluir em termos pedagógicos. No entanto, porque não aumentar o tempo dessas aulas de forma gradual e, numa fase mais específica, no Mestrado, porque não proporcionar aulas no mínimo de 45 minutos dirigidas a outro público, como por exemplo jovens alunos do 3º ciclo.

Por outro lado, sugiro que, dentro do possível, as aulas lecionadas no período de Mestrado pudessem ser alargadas a uma população mais necessitada, isto é, alunos com Necessidades Educativas Especiais.

Segundo Rodrigues, a formação inicial de Professor de EF, relativamente aos conteúdos de informação sobre as NEE são frequentemente inexistentes ou pouco direcionados para a resolução de problemas concretos de planeamento, intervenção ou avaliação que num futuro próximo possa vir a encontrar.

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CAPITULO 2

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ESTUDO DESENVOLVIDO

O núcleo de estágio decidiu, por unanimidade, aprofundar “A inclusão dos alunos com NEE nas aulas de Educação Física na Escola Diogo Cão, no ponto de vista dos pais, alunos e professores”, tendo como objetivo expor todo o nosso trabalho à comunidade escolar, através da Ação de Informação. Esta, realizou-se no dia 3 de Junho de 2014, pelas 10 horas no auditório do IPDJ.

Para dar seguimento ao estudo, cada um dos professores estagiários aplicou um inquérito na Escola Diogo Cão, com amostras diferentes. Como tal, sendo um trabalho que se complementa na sua íntegra, optei por aprofundar o subtema referente aos pais, a colega, Márcia Lopes, o subtema relativo aos alunos e, por fim, a colega, Diana Oliveira, aprofundou o subtema referente aos professores de Educação Física.

1. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Nos últimos anos, têm-se realizado alguns estudos em prol da inclusão de alunos com NEE no meio escolar, quer nas aulas de Educação Física quer nas restantes áreas curriculares. Nestes estudos, estão associados variadíssimos problemas, razão pela qual se realizam estudos de cariz científico para futuramente analisar e propor soluções para o tema em questão. Por outro lado, são poucos os estudos que abordam este tema, especificamente na área de Educação Física, pois esta não é considerada importante no processo de inclusão social e escolar da criança com NEE.

No entanto, um dos fatores que influenciou fortemente a realização deste estudo foi o fato de a Escola EB 2,3 Diogo Cão agregar alunos com necessidades educativas especiais. Portanto, como estagiário, gostaria de saber qual o ponto de vista dos pais relativamente a este tema e assim apurar possíveis problemas que dizem respeito à inclusão na área da Educação Física. Porém, o fato de lecionar turmas onde estavam inseridos alunos com diferentes tipos de NEE também fez com que se aprofundasse o tema em questão, tendo como objetivo adquirir um maior conhecimento, para futuramente colocar em prática algumas estratégias de intervenção e apoiar de forma adequada este tipo de alunos.

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1.1. Necessidades Educativas Especiais

O que são NEE (necessidades educativas especiais)?

Uma das definições de NEE (necessidades educativas especiais), que geralmente se usa no nosso país, traduz-se no seguinte: “Os alunos com necessidades educativas

especiais são aqueles que, por exibirem determinadas condições específicas, podem necessitar de apoio de serviços de educação especial durante todo ou parte do seu percurso escolar, de forma a facilitar o seu desenvolvimento académico, pessoal e sócio-emocional.” Correia L. M. (1997)

Ainda no ponto de vista do mesmo autor, entende-se por condições específicas: “O conjunto de problemáticas relacionadas com autismo, surdo - cegueira, deficiência

auditiva, deficiência visual, deficiência mental, deficiência motora, perturbações emocionais graves, problemas de comportamento, dificuldades de aprendizagem, problemas de comunicação, traumatismo craniano, multideficiência e outros problemas de saúde. As condições específicas são identificadas através de uma avaliação compreensiva, feita por uma equipa multidisciplinar, também por nós designada por equipa de programação educativa individualizada (EPEI).”

A expressão ‘necessidades educativas especiais’ foi-se divulgando, no meio escolar, nos discursos e mesmo no senso comum. Surgiu da intenção de atenuar ou neutralizar os efeitos negativos de terminologias adotadas anteriormente para distinguir os indivíduos das suas singularidades, por estes apresentarem limitações físicas, motoras, sensoriais, cognitivas, linguísticas, síndromes variadas, sobredotados, condutas desviantes, etc. (Frias & Menezes, 2008).

Correia L. M. (1999) ainda afirma que “o conceito de necessidades educativas

especiais, abrange crianças e adolescentes que têm dificuldade em acompanhar o currículo normal independentemente dos seus problemas se manifestarem a nível físico, sensorial, intelectual ou emocional. A resposta educativa deve ser a mais apropriada possível para a sua problemática, respeitando os diferentes ritmos de aprendizagem de cada aluno”.

A expressão "necessidades educativas especiais" (NEE) refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educativas originam em deficiências ou

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dificuldades de aprendizagem. Muitas crianças possuem dificuldades de aprendizagem e, portanto, têm necessidades educativas especiais em algum ponto durante a sua escolarização. As escolas devem procurar formas de educar tais crianças de forma bem sucedida, incluindo aquelas que possuam desvantagens severas (Declaração de Salamanca (UNESCO 1994)).

Na perspetiva de Correia, L. M. (2008), pode-se distribuir os alunos com necessidades especiais por 3 grupos:

• Risco educacional • Sobredotação

• Necessidades Educativas Especiais (NEE)

Alunos com Necessidades Educativas Especiais Tipos de NEE

Cada tipo de deficiência/ dificuldade/ necessidade educativa especial, acaba por acarretar diferentes géneros de comportamento e poderá suscitar diferentes formas de reagir, preconceitos e inquietações. As deficiências/incapacidade físicas, tais como paralisias, ausência de visão ou de membros, causam instantaneamente uma apreensão mais intensa, por terem maior visibilidade. Já a deficiência/incapacidade mental e a auditiva, por sua vez, são pouco percebidas inicialmente pelas pessoas, mas causam mais stress, à medida que se toma consciência da realidade das mesmas.

As Necessidades Educativas podem ser de dois tipos: permanentes ou temporárias. As permanentes, exigem uma modificação generalizada do currículo, que se mantém durante todo ou grande parte do percurso escolar do aluno. Neste grupo inserem-se as crianças e adolescentes cujas alterações significativas no seu desenvolvimento foram provocadas por problemas morfológicos, funcionais, ou por défices socioculturais e económicos graves.

Uma Necessidade Educativa Especial temporária exige uma modificação parcial do currículo de acordo com as características do aluno, que se mantém durante determinada fase do seu percurso escolar. Podem traduzir-se em problemas de leitura, escrita ou cálculo ou em dificuldades ao nível do desenvolvimento motor, perceptivo, linguístico ou sócio-emocional. (Serra et al, 2006).

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De acordo com Dias, Coutinho & Chaves, (1993), as crianças com Necessidades Educativas Especiais são aquelas que apresentam algumas das seguintes características: - Diferenças sensoriais, motoras e físicas (incluindo problemas auditivos e de linguagem, visuais e de ordem física).

- Diferenças cognitivas (incluindo deficiência mental e dificuldades de aprendizagem). - Dificuldades de relação, problemas emocionais e de comportamento.

- Crianças cognitiva e artisticamente superdotadas, que também requerem uma intervenção educativa especial, para que seja conseguido um efetivo e total desenvolvimento do seu riquíssimo potencial.

Tipos de NEE Temporárias

Os tipos de NEE Temporários são definidos como problemas ligeiros ao nível do desenvolvimento das funções superiores (desenvolvimento motor, linguístico, perceptivo e sócio-emocional), e, também, problemas ligeiros relacionados com a aprendizagem da leitura, escrita e cálculo.

Tipos NEE Permanentes

Para além dos tipos de NEE permanentes aqui apresentados, existem outros como cancro, diabetes, epilepsia, asma etc.

Deficiência Mental – funcionamento intelectual muito abaixo da média, que ocorreu

durante o período de desenvolvimento. As crianças com esta deficiência apresentam problemas cognitivos que se manifestam em problemas na aprendizagem, aptidões sociais e comportamento adaptativo (comunicação, autonomia pessoal, autonomia doméstica, segurança, saúde, competências laborais/académicas, auto-controlo (Palha n,d).

Dificuldades de Aprendizagem - perturbações dos processos psicológicos básicos que

envolvem a compreensão e a utilização da linguagem falada e a escrita e que se podem manifestar por uma aptidão imperfeita de ler, escrever, escutar, fazer cálculos soletrar e pensar. Os alunos com DA podem apresentar problemas na resolução de algumas tarefas escolares e serem “brilhantes” na resolução de outras. Quer ainda dizer que, em termos de inteligência, estes alunos geralmente estão na média ou acima da média (Correia & Martins,nd).

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Perturbações Emocionais – provocam na criança comportamentos desapropriados que

causam disfunção dos ambientes onde interagem;

Problemas Motores – perda de capacidades motoras, afetando a postura e/ou

movimento devido a uma lesão congénita ou adquirida nas estruturas do sistema nervoso.

Cegos/Surdos – é uma incapacidade total visual e auditiva que provocam problemas

graves de comunicação como também causam problemas de desenvolvimento e educacionais severos, que necessitam de uma atenção específica.

Multideficiência - " é mais do que a mera combinação ou associação de deficiências,

constituindo um grupo muito heterogéneo entre si, apesar de apresentarem características específicas/particulares” (Nunes, C. 2001).

As crianças com multideficiência constituem um grupo heterogéneo, apresentando dificuldades muito específicas resultantes da conjugação de limitações nas funções e estruturas do corpo e de factores ambientais que condicionam o seu desenvolvimento e funcionamento. Essas limitações dificultam o acesso ao mundo, reduzindo significativamente a procura de informação e afectando as capacidades de aprendizagem e de solução de problemas.” (Amaral, I & Nunes, C. (2008)).

Dotados e Sobredotados - O conceito de dotado e sobredotado é complexo e pouco

definido e que cobre uma grande variedade de características e capacidades. Por vezes essas características podem causar dificuldades na comunicação das crianças sobredotadas com os grupos de pares e até com os adultos

Hiperactividade - Ansiedade, inquietação, euforia e distracção frequentes podem

significar mais do que uma fase na vida de uma criança: os exageros de conduta, diferenciam quem vive um momento atípico daqueles que sofrem de Transtorno do Défice de Atenção com Hiperactividade (TDAH), doença precoce e crónica que provoca falhas nas funções do cérebro responsáveis pela atenção e memória. Referido também por Correia (1997).

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1.2. Inclusão

Conceito de Inclusão

A palavra inclusão refere-se de uma forma simples ao ato de inserir alguém ou alguma coisa em algum lugar.

O conceito de inclusão, na perspetiva de Ladeira e Amaral (1999) diz que a inclusão“ é um processo que se desenrola ao longo da vida de um indivíduo, e que tem

como objetivo a melhoria da sua qualidade de vida. Este processo tem, entre outros, o objetivo de melhorar as condições de participação e envolvimento da população com multideficiência na vida da comunidade, através de um envolvimento na escola, no trabalho, em atividades de recreio e na família.”

Escola inclusiva

Ao abordar o termo inclusão, no contexto escolar, os alunos com deficiência são designados por alunos com necessidades educativas especiais (NEE), mas este conceito, segundo a Declaração de Salamanca, vai mais além dos casos que tipicamente têm uma deficiência identificada, englobando todos os alunos sem uma deficiência propriamente dita (com dificuldades específicas de aprendizagem, problemas de comportamento, insucesso escolar, oriundos de minorias étnicas). (Rodrigues, David (2004)).

Em Portugal por volta de 1972, os alunos com deficiência eram praticamente excluídos do sistema regular de ensino. Só em 1976, altura em que se criaram as

equipas de ensino especial integrado, os alunos com deficiência passaram a integrar

algumas atividades da escola. Mesmo com a criação dessas equipas, cujo objetivo era

"promover a integração familiar, social e escolar das crianças e jovens com deficiência", um grande número de crianças com deficiência não era recetor de serviços

de apoio especializados, destinados a minimizarem, ou a suprimirem as suas necessidades (Ainscow & Ferreira, 2003; Correia, 2003; Marques, 1998) citado por Monteiro (2008).

Neste seguimento de ideias, como Correia (2003) refere, é importante que haja a criação de um plano individualizado de ensino para todas as crianças, pretendendo assim que todos tenham o direito à escolaridade e igualdade de oportunidades de acesso

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à educação, mesmo que haja uma diferenciação de recursos para atingir os mesmos fins educacionais.

Em tempos passados a maioria das crianças e adolescentes com Necessidades Educativas Especiais permanentes, em idade escolar, de cariz moderado ou severo, tinha como recurso educativo a classe especial, a escola especial ou a IPSS.

Só em 1986, com a publicação da Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) lei nº46/86, se começa a assistir a transformações profundas na conceção da educação

integrada, sendo um dos seus objetivos "assegurar às crianças com necessidades educativas especiais, designadamente as que apresentam deficiências físicas e mentais, condições adequadas ao seu desenvolvimento e pleno aproveitamento das suas capacidades" (art.° 7.°) como refere Correia, (2003).

Inclusão Escolar

O conceito de inclusão escolar, consiste na inserção do aluno com necessidades educativas especiais, em termos físicos, sociais e educativos nas escolas regulares, em que ultrapassa em muito o conceito de integração, uma vez que não pretende posicionar o aluno com necessidades educativas especiais na mesma posição que os outros alunos, mas sim, assumir que a heterogeneidade que existe entre os alunos é um fator muito positivo, permitindo o desenvolvimento de comunidades escolares mais ricas e mais proveitosas (Anderson, 1998; Correia, 2003) citado por Monteiro, V. (2008).

O direito de todas as crianças à educação está proclamado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e foi reafirmado com vigor pela Declaração sobre Educação para Todos, onde “todas as pessoas com deficiência têm o direito de expressar os seus desejos em relação à sua educação”, como é referido por UNESCO, (1994).

As escolas regulares, seguindo esta orientação inclusiva, constituem meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e abrangendo a educação para todos, como menciona Rodrigues, (2004).

Numa escola inclusiva todos os alunos pertencem à escola, são aceites, são apoiados segundo as suas necessidades.

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Nesse sentido, como refere Marques (1998),o princípio fundamental das escolas inclusivas, consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. Assim, através da ação de inclusão, é importante haver uma afirmação nas escolas e estas se ajustarem a todas as crianças independentemente das suas condições físicas, intelectuais, linguísticas ou outras.

Desde a Declaração de Salamanca, em 1994, a escola tem tido um papel mais visível e de boa promoção de uma igualdade com diferenças, isto é, tem promovido boas práticas de inclusão de alunos com deficiências no sistema regular de educação, ou seja, na sala de aula, no meio escolar, onde todos e de forma diferenciada têm o direito a um ensino de qualidade como refere UNESCO (1994).

Esta designação de escola inclusiva, segundo Monteiro (2008) retrata a comunidade como um todo. Os seus membros são abertos, positivos e diversificados, não seleciona, não exclui, não rejeita, não tem barreiras, é acessível a todos, em termos físicos e educativos (currículo, apoio e métodos de comunicação).

O mérito das escolas inclusivas, não consiste somente no facto de serem capazes de proporcionar uma educação de qualidade a todas as crianças. A sua existência constitui um passo crucial na ajuda da modificação das atitudes discriminatórias e na criação de sociedades acolhedoras e inclusivas, segundo (UNESCO, 1994).

Portanto, pode-se constatar que a perspetiva centrada no indivíduo com necessidades educativas especiais se alarga a todos os alunos, o que vai obrigar a um outro olhar sobre o papel da escola na sociedade, exigindo mudanças metodológicas e organizacionais importantes. Não será uma escola que seleciona, mas uma escola que faz a inclusão de todos através das aprendizagens porque o aluno está na escola para aprender, para ter sucesso, independentemente das suas dificuldades e diferenças, segundo Sanches & Teodoro, (2006).

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Nas escolas inclusivas, como Monteiro, V. (2008) refere, todos os alunos deverão aprender juntos, sendo para isso fundamental:

- Desenvolver processos de adaptação perante os vários estilos e ritmos de aprendizagem;

- Criar e implementar currículos adequados à população escolar;

- Organizar a escola de forma a responder às necessidades de todos os alunos; - Equacionar a escola de forma a responder às necessidades de todos os alunos;

- Desenvolver processos de cooperação/colaboração com a comunidade em que a escola se insere;

- Utilizar e rentabilizar recursos humanos e materiais existentes;

Vantagens e Desvantagens da Inclusão

Os benefícios da inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais na escola regular são evidentes (apesar das dificuldades), e todos "lucram" com a inclusão, crianças ditas “normais”, crianças com NEE, pais, professores e até mesmo a sociedade. Porém, não são unânimes as opiniões de que se trata de uma medida positiva sem contestação. Por isso assiste-se na atualidade ao levantamento e enumeração das vantagens e desvantagens da inclusão.

a) Benefícios para os alunos com NEE:

- Apoio por parte dos colegas;

- A criança cresce e aprende a viver em ambientes integrados.

- Aprende junto com os seus pares sem NEE, o que lhe proporciona aprendizagens similares e interações sociais adequadas.

b) Benefícios para os alunos que não têm deficiências:

- Permite perceber que todos somos diferentes e, por conseguinte, que as diferenças individuais devem ser respeitadas e aceites;

- Oportunidade de participar e partilhar aprendizagens; - Diminuição da ansiedade face aos fracassos ou insucessos.

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c) Benefícios para todos os alunos:

- Compreensão e aceitação dos outros;

- Reconhecimento das necessidades e competências dos colegas; - Respeito por todas as pessoas;

- Construção de uma sociedade melhor;

- Desenvolvimento de apoio e assistência mútua; - Desenvolvimento de projetos de amizade.

Desvantagens da Inclusão

Os alunos com NEE, só terão desvantagem da inclusão se, no confronto e interação com os outros alunos, eles poderão ser incompreendidos, maltratados, abandonados pela sociedade, sendo que essa incompreensão pode levar a uma baixa auto-estima, a ter vergonha e levar ao afastamento.

Outra das desvantagens será incluir sem perspetivar com a devida antecedência a falta de formação e preparação dos docentes para acompanhar estas crianças, a falta de recursos humanos, materiais, organizacionais das escolas poderá ser uma desvantagem.

Este tipo de negligência pode causar distúrbios no processo inclusivo capazes de o tornar uma experiência traumatizante.

Por fim, a sociedade terá que alterar, melhorar a visão e atitude que tem perante as crianças e jovens com NEE, tornando-se urgente promover uma Escola onde convivam lado a lado crianças pobres e ricas, inteligentíssimas e menos dotadas, filhos de "boas famílias" e ciganos e principalmente onde se sentem na mesma carteira alunos deficientes e alunos "normais". Cabe à sociedade lidar com a diferença.

Assim, as crianças com necessidades educativas especiais devem crescer junto com os seus colegas, com os seus amigos, num meio que conhecem. É reconhecido que há um longo caminho a percorrer. É necessário fazer mudanças no sistema educativo, assim como no papel do professor, da família, da comunidade, na gestão dos recursos humanos, materiais e organizacionais das escolas. É um processo complexo e abrangente. Exige atenção e muito esforço. Há que simplificar a sua aplicação, não deixando que nunca se instale em nós a possibilidade da sua impossibilidade. (Henriques, J. (2012)).

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Legislação

Recentemente foi publicada nova legislação, o Decreto-Lei 3/2008, que veio definir alguns dos princípios relacionados com a educação de crianças com NEE. Sendo uma publicação recente, não é ainda possível verificar os seus efeitos.

O decreto-lei refere que a escola inclusiva pressupõe individualização e personalização das estratégias educativas, enquanto método de prossecução do objetivo de promover competências universais que permitam a autonomia e o acesso à condução plena da cidadania por parte de todos.

1.3. Caracterização do meio escolar

Programa TEIP

De acordo com o Ministério da Educação e Ciência, os programas de Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) têm como objetivo criar condições para a promoção do sucesso educativo de todos os alunos e, em particular, das crianças e dos jovens que se encontram em territórios com população carenciada.

Os TEIP criados em 1996 pelo Ministério da Educação, através do Despacho 147-B/ME/96, permitiu às escolas reforçar a autonomia das mesmas, tendo possibilidades acrescidas para a implementação dos seus próprios projetos, em função do conhecimento que detêm sobre as realidades locais.

Actualmente, está em vigor o programa TEIP 3 criado pelo Despacho Normativo do Ministro de Educação, de 25 de Setembro de 2012, tendo em vista o apoio às populações mais carenciadas e como resposta às necessidades e às expectativas dos alunos.

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Caraterização do meio escolar

No que se refere à caraterização do AE Diogo Cão, parece-nos importante situar as nossas crianças/alunos na região em que residem, nomeadamente em Trás-os-Montes e Alto Douro, NUT III. O "Estudo sobre a Pobreza na Região Norte de Portugal", elaborado pelo Centro de Estatística da Associação Nacional das PME e pela Universidade Fernando Pessoa para a Comissão Europeia, indica que a região Norte é a mais pobre de Portugal e está entre as 30 mais pobres das 254 regiões da UE25, enquanto Trás-os-Montes é classificada como a Sub-Região mais pobre da UE27. Por cada 3 idosos da nossa população existe apenas 1 jovem e é este jovem/jovens o centro da atividade do nosso agrupamento.

O Agrupamento de Escolas de Diogo Cão, criado em 2003, situa-se no concelho de Vila Real. É um território TEIP (território educativo de intervenção prioritária) desde 2009 e escola de referência para a educação de alunos cegos e com baixa visão, assim como para a intervenção precoce na infância. Este desenvolve, também, várias parcerias na Área de Educação e Formação de Adultos e Jovens, através de protocolos, nomeadamente com o Estabelecimento Prisional de Vila Real e o IEFP – Centro de Formação de Vila Real.

Atualmente, é constituído por 35 estabelecimentos de educação e ensino: 16 jardins-de-infância, três escolas básicas com 1.º ciclo e educação pré-escolar, 15 escolas básicas com 1.º ciclo, e a E.B. 2/3 de Diogo Cão – escola-sede.

Carateriza também este agrupamento a grande dispersão das escolas, pois alguns dos estabelecimentos escolares do 1º ciclo e pré-escolar ficam distantes da escola sede, o que por vezes dificulta a realização de atividades de articulação entre os diferentes ciclos de caráter pedagógico, cultural e lúdico e a participação dos alunos nas mesmas, pois o transporte destes apresenta custos elevados.

Alunos/Docentes

No ano letivo 2013/14, a população escolar totaliza 2516 crianças/alunos enquanto que o corpo docente é constituído por 205 profissionais.

O Agrupamento proporciona também apoio a 120 crianças com necessidades educativas especiais, através do Grupo de Educação Especial e ainda presta apoio na

Imagem

Gráfico 1 - Resultados obtidos quanto ao género
Gráfico 3 - Resultados referentes às habilitações literárias dos pais
Gráfico 4 - Resultados relativos à situação em que os pais dos alunos se encontram.
Gráfico 5 - Resultados obtidos acerca da Inclusão de alunos NEE em turmas regulares
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Referências

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