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NOÇÃO DE PESSOA AFRICANA, MODELOS DE HOMOSSEXUALIDADES E A VIDA COTIDIANA EM

Capítulo 3: Modelos de Sexualidade e Práticas Sexuais em Maputo: o caso dos homens que se

III. NOÇÃO DE PESSOA AFRICANA, MODELOS DE HOMOSSEXUALIDADES E A VIDA COTIDIANA EM

O advento do nascimento não garante o estatuto social de pessoa a um sujeito no sul da África. Alguém só passa a ser uma pessoa, com reconhecimento como tal na sua comunidade, quando passa por uma série de ritos de passagem, sendo a formação de uma família a mais importante na vida de uma pessoa.

Nesse contexto, como afirma Broqua, as associações LBGT não levam em consideração as especificidades culturais locais e a variedade de modelos de relações homossexuais em África. Conforme mostra Msibi, na África do Sul há aqueles homens que gostam de fazer sexo com outros homens, mas preferem manter esses encontros em sigilo e muitos deles já constituíram famílias, com esposa e filhos.

Já Reid encontrou outro modelo de homossexuais, que se veem como uma espécie de substitutos e mulheres, buscando, inclusive, agir conforme entendem ser papel de uma mulher, como a submissão, por exemplo.

Tanto Gaudio, como Broqua, encontraram sujeitos que se comportam como um terceiro sexo em países islâmicos, onde a sua prática homossexual não os exime de ter a obrigação moral de casar e ter filhos. A possibilidade de haver casamentos poligâmicos nesses contextos, também favorece, de certa forma, a possibilidade de um homem ter um casamento heterossexual em paralelo com uma relação homossexual.

A diversidade de modelos homossexuais, sobretudo entre os homens, não é algo específico do continente africano. Já nos anos 80, Fry, ao estudar a homossexualidade no norte e no sudeste do Brasil, verifica que as formas de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo variam de acordo com a estrutura política, com as especificidades histórias e

sociológicas, com as diferenças de classes socioeconômicas, acesso à educação formal e religiosidade.

Assim, neste estudo, verifiquei que em Moçambique há uma diversidade de modelos de relações afetivo-sexuais entre pessoas do mesmo sexo, que varia de acordo com idade, status socioeconômico, religiosidade e grau de dependência emocional e social dos laços familiares.

Dentre os interlocutores desta pesquisa, a maior parte não frequenta e não se sente confortável com os preceitos difundidos pela única associação LGBT do país, a Lambda, pois não têm interesse em “sair do armário”, conforme preconiza a entidade. De forma geral, os entrevistados não querem ter sua vida sexual exposta, pois sabem da dificuldade que teriam para manter seus empregos e suas relações familiares caso se “declarassem”.

Em Maputo não há relatos de violência física contra os gays, mas a homossexualidade tampouco é tematizada nos espaços de sociabilidade e da imprensa local. A criação da associação LGBT na cidade em 2006 abriu espaço para discutir a questão da homossexualidade em alguns espaços, como debates na televisão e alguns poucos comentários na seção de opiniões nos jornais. Seis anos após o surgimento da Lambda começaram a surgir, também, debates nas universidades e até o ano de 2014 haviam sido produzidas cinco monografias sobre a temática na maior instituição de ensino superior do país, a UEM. Todas as referidas monografias tiveram como campo de pesquisa a associação, como sendo o único índice de homossexualidade do país onde todos os gays se encontrassem. Entretanto, segundo os dados desses trabalhos, mesmo os gays e lésbicas que se associaram à entidade, não são “declarados” fora do espaço da Lambda, pois têm medo de serem excluídos do espaço da igreja, do seio da família ou demitidos do trabalho.

É importante destacar que tanto os interlocutores desta pesquisa, quanto os entrevistados das monografias da UEM, que focaram em membros da Lambda, são jovens, com menos de trinta anos de idade, de modo que ainda podem despistar a família sobre o assunto casamento e formação de família. Para os mais velhos, ter uma vida exclusivamente homossexual é mais complicado e, segundo meus interlocutores, muitos gays e lésbicas acabam casando quando chegam numa determinada idade, para se manterem inseridos na sociedade. A história de Paulo é emblemática a esse respeito, pois apesar de não ser casado, ele usa uma aliança no seu ambiente de trabalho para não ser visto como alguém irresponsável.

Apesar dessa pressão social para se enquadrar no esquema heterossexual de casamento e constituição de família, alguns dos jovens entrevistados demonstraram não estar certos ao terem cumprido as regras sociais impostas. De modo geral, nota-se que os interlocutores deste trabalho estão em processo de construção de suas subjetividades e identidades sexuais.

De um lado a associação, os programas de televisão oriundos do dito mundo ocidental e a internet informando ser possível (e desejável) ser uma pessoa, mesmo que não se case com uma mulher e tenha filhos. Por outro, a evocada tradição da denominada cultura moçambicana, que preconiza a reprodução social e da linhagem da família, além da grande pressão das religiões, sobretudo as cristãs e o islã, que condenam as relações entre pessoas do mesmo sexo. Em meio essa profusão de pressões sociais, a maior parte dos entrevistados mencionou o sentimento de inadequação, solidão e depressão, um deles até alegou ter tido ideação suicida. Para alguns a vida só vai ser possível fora do país.

Se para os homens mais velhos (aqueles que passaram dos trinta anos de idade na ocasião da realização dessa pesquisa) que gostam de fazer sexo com outros homens a vida parece ser mais simples – uma vez que eles mantêm uma família em paralelo às suas aventuras homossexuais, – a inserção do modelo homossexual “ocidental”, pela associação LGBT, pela mídia internacional e pela internet, por outro lado, criou mais uma forma de ser e estar no mundo que não possui a aprovação da sociedade, ao contrário, joga o sujeito num limbo existencial, dentro de uma cosmogonia que relaciona casamento, procriação a pertença à coletividade.

Com essa diferenciação, não quero aqui dizer que a vida no “armário” dos mais velhos seja mais fácil e/ou mais feliz que a dos mais jovens. Apenas quero destacar que esse último grupo vive um momento social, em que a conjuntura e a inserção de novos valores podem mudar a sua forma de vivenciar a sua homossexualidade, a despeito das dificuldades que essa mudança possa impor.

Nesse sentido, por fim, podemos dizer que sempre houve relações afetivo-sexuais entre pessoas do mesmo sexo em Maputo, mas que a existência de gays e lésbicas conforme conhecemos no ocidente ainda é uma realidade que está sendo desenhada, com muito investimento em capital humano e financeiro pelas entidades europeias e estadunidenses. O objetivo é garantir os direitos dos “indivíduos” em expressar a sua orientação sexual sem constrangimentos e medos.

Na verdade, já não há volta para os modelos de homossexualidade existentes no continente africano antes da colonização. As ex-metrópoles deixaram a homofobia como legado à África, agora nada mais justo do que garantir o estatuto social do gay e seus direitos como pessoa.

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