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CAPÍTULO 2 – PERSPETIVA TEÓRICA DE CONTABILIDADE

2.5. IMPOSTOS

2.5.4. IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO

2.5.4.3. NORMATIVO FISCAL

O IVA é baseado em dois regimes de tributação: o Regime Normal (Mensal e Trimestral), e o Regime Especial (Regime Especial de Isenção; Regime Especial dos Pequenos Retalhistas; Regime Especial dos Revendedores de Combustíveis e o Regime de Inversão do Sujeito Passivo de IVA). O enquadramento destes regimes depende, principalmente, do volume de negócios do sujeito passivo.

 REGIME NORMAL DE IVA

Estão enquadrados no Regime Normal de IVA todos os sujeitos passivos que possuem Contabilidade Organizada e não beneficiem de qualquer regime especial. De acordo com o nº 1 do Artigo 29º do CIVA (AT, 2017e) os sujeitos passivos deste regime devem cumprir algumas obrigações, nomeadamente, obrigações declarativas, de faturação, de arquivo, de conservação de documentos e pagamentos, entre outras.

Os sujeitos passivos que estão enquadrados neste regime, consoante o volume de negócios do ano civil anterior, podem estipular a periodicidade:

 Mensal – de acordo com a aliena a) do nº 1 do Artigo 41º do CIVA (AT, 2017e), são

enquadrados neste regime os sujeitos passivos cujo volume de negócios, no ano civil anterior, seja igual ou superior a 650.000,00€. Contudo devem entregar as declarações mensalmente até ao dia 10 do segundo mês seguinte àquele a que dizem respeito as operações. Exemplo: Até ao dia 10 de março, deverá ser apresentada a declaração referente ao mês de janeiro.

 Trimestral – de acordo com a aliena b) do nº 1 do Artigo 41º do CIVA (AT, 2017e),

são enquadrados neste regime os sujeitos passivos que apresentem um volume de negócios inferior a 650.000,00€, no ano civil anterior. Contudo devem entregar a declaração periódica de IVA até ao dia 15 do segundo mês seguinte ao trimestre do

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ano civil a que respeitam as operações. Exemplo: Até ao dia 15 de maio, deverá ser entregue a declaração periódica do IVA, por transmissão electrónica de dados, referente ao 1ºTrimestre (janeiro, fevereiro, março).

Sendo o regime de tributação mensal ou trimestral a entrega da declaração periódica do IVA é obrigatória para os sujeitos passivos deste imposto, sob pena de multa.

 REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

O Regime Especial de Isenção encontra-se definido desde o Artigo 53º ao 59º do CIVA (AT, 2017e). Os sujeitos passivos deste regime não possuem Contabilidade Organizada, e consequentemente não liquidam nem deduzem IVA, logo encontram-se dispensados de algumas obrigações, como o envio das declarações periódicas.

Este regime destina-se às pequenas unidades de produção, de comércio ou de prestação de serviços que devido à sua reduzida dimensão não possuem estrutura suficiente para suportar o imposto. No entanto, existem algumas condições para beneficiar da isenção do imposto que se encontram definidas no nº 1 e nº 2 do Artigo 53º do CIVA (AT, 2017e):

“1 - Beneficiam da isenção do imposto os sujeitos passivos que, não possuindo nem sendo obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos do IRS ou IRC, nem praticando operações de importação, exportação ou actividades conexas, nem exercendo actividade que consista na transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no anexo E do presente Código, não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a (euro) 10 000.

2 - Não obstante o disposto no número anterior, são ainda isentos do imposto os sujeitos passivos com um volume de negócios superior a (euro) 10 000, mas inferior a (euro) 12 500, que, se tributados, preencheriam as condições de inclusão no regime dos pequenos retalhistas.”

Segundo o Artigo 57º do CIVA, os sujeitos passivos que se enquadram neste regime deverão conter nas faturas emitidas a expressão “IVA – Regime de Isenção”.

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 REGIME ESPECIAL DOS PEQUENOS RETALHISTAS

O Regime Especial dos Pequenos Retalhistas encontra-se definido nos Artigos 60º a 68º do CIVA (AT, 2017e). Os sujeitos passivos deste regime devem reunir as condições, mencionadas no Artigo 60º do CIVA:

“1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 53.º, os retalhistas que sejam pessoas singulares, não possuam nem sejam obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos do IRS e não tenham tido no ano civil anterior um volume de compras superior a (euro) 50 000, para apurar o imposto devido ao Estado, aplicam um coeficiente de 25 % ao valor do imposto suportado nas aquisições de bens destinados a vendas sem transformação.”

De acordo com o Artigo 65º do CIVA, os retalhistas sujeitos a este regime são obrigados a possuir livros de escrita exigidos e a realizar o registo dos documentos no prazo de 30 dias a contar da data da sua receção. Sendo obrigados a conservar os livros e registos durante os 10 anos subsequentes (Artigo 68º do CIVA), bem como o dever de constar nas faturas ou documentos equivalentes emitidos a seguinte expressão “IVA – Não Confere Direito à Dedução”, como se encontra referido no Artigo 62º do CIVA (AT, 2017e).

De acordo com o nº1 do Artigo 67º do CIVA (AT, 2017e), os sujeitos passivos em sede deste regime especial são obrigados a declarar o início, a alteração e a cessação de atividade; a pagar nos locais de cobrança legalmente autorizados, e até ao dia 20 do 2º mês seguinte a cada trimestre do ano civil, o imposto que se mostre devido; a apresentar no serviço de finanças, em triplicado e até ao último dia do mês de março de cada ano, uma declaração relativa às aquisições efetuadas no ano civil anterior.

 REGIME ESPECIAL DOS REVENDEDORES DE

COMBUSTÍVEIS

O Regime de Tributação dos Combustíveis Líquidos Aplicáveis aos Revendedores está definido nos Artigos 69º a 75º do CIVA (AT, 2017e). Este regime entrou em vigor no dia 1 de janeiro de

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2004, cuja aplicação confere aos sujeitos que revendam combustíveis líquidos tais como: gasolina, gasóleo e petróleo (Artigo 69º do CIVA).

O imposto é calculado com base na margem efetiva das vendas, calculada com base no Artigo 70º do CIVA, podendo apenas deduzir o imposto suportado em investimentos e despesas de comercialização, no âmbito da sua atividade, ou seja, não é possível deduzir o imposto suportado ou pago nas aquisições.

Segundo o Artigo 72º do CIVA, os adquirentes destes combustíveis a revendedores, desde que não se destinem a revenda, poderão deduzir o IVA suportado. Porém no nº 4 deste artigo, na atividade normal destes revendedores as faturas ou documentos equivalentes emitidos pelos revendedores devem conter a expressão “IVA – não confere direito à dedução” ou expressão similar.

 REGIME DE INVERSÃO DO SUJEITO PASSIVO DE IVA

O Regime de Inversão do Sujeito Passivo de IVA aplica-se aos serviços de construção civil, não sendo extensível a toda e qualquer operação praticada no setor da construção, de acordo com a alínea j) do nº 1 do Artigo 2º do CIVA (AT, 2017e).

Nos casos de inversão as faturas emitidas devem conter a expressão “IVA – Autoliquidação”, de acordo com o nº 13 do Artigo 36º do CIVA, sendo para isso necessário:

 Ocorrer uma aquisição de serviços de construção civil;

 O adquirente seja um sujeito passivo de IVA e pratique operações que conferem, total ou

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