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ORGANOGRAMA DA DEPRESSÃO

AS QUATRO QUESTÕES FUNDAMENTAIS DA VIDA

1. Nossa identidade

Infelizmente a maioria das pessoas estão naufragadas numa terrível crise de identidade, desconhecendo as verdades de Deus sobre si mesmas. Parece que as pessoas têm uma facilidade muito maior de acreditar nas mentiras de Satanás do que nas verdades de Deus. Estão perdidas nas suas feridas tentando apenas se

defenderem de um mundo violento, sobreviver às rejeições, injustiças e desilusões da vida.

Aos poucos a identidade acaba se tornando uma mescla de sua própria natureza em Deus com os mecanismos de defesa e sobrevivência que utiliza. Ao mesmo tempo que estes mecanismos dão uma sensação de segurança, eles também nos isolam de quem realmente devemos ser em Deus, encarcerando a personalidade. Esta é, portanto, a primeira e fundamental pergunta da ontologia: “QUEM SOU EU?”

Qual é a nossa verdadeira identidade. No íntimo dos nossos pensamentos, quem somos? Como nos definimos? Este é um dos mais sérios pontos de conflito na vida das pessoas.

Para diagnosticar quem estamos sendo, vamos analisar duas respostas básicas:

A resposta passiva - A pessoa escondida numa armadura de auto-proteção

Quando as pessoas não aprendem a interagir proativamente com as cargas de rejeição através do perdão, mais cedo ou mais tarde podem optar por desenvolver uma armadura onde a personalidade se torna viciada em vários mecanismos de auto- proteção que sustentam passividade, medo, timidez, comodismo, vergonha, culpa e solidão.

A única arma que tem é a defesa. Ou seja, espiritualiza sua ferida de forma defensiva. Ao desenvolver uma sinistra capacidade de não ser conhecida tenta sobreviver. Se apresenta como “o irmão espiritual”. Aceita tudo calado como se nada o afetasse, mas em virtude disto vai se isolando dentro de si mesmo, enclausurado na sua solidão, afastando-se cada vez mais da sua identidade planejada por Deus.

Será que podemos nos identificar com ela? Será que isto revela alguma coisa sobre quem realmente somos no íntimo?

A pessoa vestida nesta armadura está com sua identidade em crise, evitando a pergunta: “Quem sou eu?” Em face desta pergunta e do trauma que ela traz, a pessoa esconde-se atrás da armadura fugindo de qualquer coisa que ameace a sua identidade. Precisamos aprender a nos livrar desta armadura, que simboliza um sistema de autodefesa em relação a toda uma história de traumas e rejeições. Precisamos resolver com a graça de Deus a nossa história, abrindo-nos para os desafios da vida, mesmo sabendo que continuaremos correndo riscos de não sermos entendidos ou aceitos.

Um personagem bíblico que se encaixa aqui é Saul. Ele teve uma ascensão rápida ao ser ungido pelo profeta Samuel como rei em Israel. Apesar de ter um grave problema de inferioridade, Deus o levantou para ser o chefe da nação:

“Prosseguiu, pois, Samuel: Embora pequeno aos

teus próprios olhos, porventura não foste feito o cabeça

das tribos de Israel? O Senhor te ungiu rei sobre Israel” (I Sm 15:17).

Ele não soube como lidar com esta inferioridade e começou a compensá-la através de uma liderança controladora e ofensiva que se fundamentava na sua ânsia por popularidade e sucesso.

Querendo agradar ao povo, acabou desagradando seriamente a Deus. Com isto sua vida ministerial foi sofrendo um grave declínio. Em várias situações que Deus o colocou à prova, ele deixou sua inferioridade falar mais alto, desobedecendo a Deus, até que foi totalmente reprovado. Deus, então, ungiu a Davi como rei, o que criou um grande impasse na nação.

A identidade de Saul é revelada na famosa afronta de Golias. Apesar da imponente armadura que ele possuía, por dentro estava amedrontado. Era um fugitivo. Recusou-se a enfrentar Golias, por mais que este estava humilhando todo o seu exército, fixando

diariamente sua afronta. No fundo, Saul era uma pessoa acomodada, ferida e derrotada interiormente dentro da sua armadura, exatamente como a figura mostrada.

Quando Davi se apresentou para enfrentar o gigante, Saul tentou colocar sua armadura nele, mas simplesmente, ele não aceitou. Não precisava de auto-proteção. Através de uma personalidade livre e voluntária ele podia confiar em Deus, enfrentando seus gigantes internos e externos.

A resposta agressiva - a pessoa escondida atrás de uma arma

Esta é uma outra apresentação que nos ajuda a descobrir quem estamos sendo. Neste caso, diante das rejeições e feridas da vida a pessoa constrói uma personalidade agressiva, negativa, ressentida, solitária, crítica, ameaçadora, defensiva, insegura, temerosa, oprimida, melindrosa, irritada, ou seja, usa viciantemente a ofensa como arma de defesa.

Esta pessoa adotou uma postura mais agressiva. Indivíduos que se aproximam dela são avisados para manter distância, ou então serão feridos. Na verdade, ela prefere não ter que usar suas armas de ataque, mas se for atacada, certamente atacará.

Desenvolveu uma habilidade de ofender com o propósito de ferir e manter afastados qualquer um que signifique algum tipo de ameaça às suas feridas. Sem querer desmerecer o dom de profecia, podemos apresentá-la como a “irmã profeta”. Lógico que a igreja está cheia de pessoas assim, que em nome da sinceridade espiritualizam suas feridas de forma agressiva.

Agora imagine se este homem da armadura (o irmão espiritual) e a mulher armada (a irmã sincera) se apaixonam e se casam. No início tudo poderá até ser uma maravilha, é lógico. Convivendo juntos, eles até podem ser compatíveis em algumas coisas. Se ele não a incomodar na sua solidão, ela não vai usar suas armas, mas caso contrário o sistema de comunicações deles seria como

o som de suas munições chocando contra a sua armadura, sem qualquer parte dele sendo aparentemente machucada.

Na verdade, apenas finge que não está sendo ferido se isolando na sua solidão. Isto ilustra como muitos casamentos e relacionamentos vão se deteriorando e acabam sendo destruídos.

A origem da nossa identidade – o caminho do resgate

Estes dois perfis são exemplos de pessoas que não tem tido sucesso em saber quem elas são. Para responder esta pergunta, precisamos voltar à nossa própria origem. A tese bíblica do estado original: “No princípio DEUS...” (Gn 1:1). Deus é a origem de toda identidade e propósito.

A Bíblia adiciona a esta revelação original, quando Moisés pediu a Deus que se identificasse (Ex 3:13,14). Deus responde:

“eu sou o que sou e eu mostrarei ser o que eu mostrarei ser”.

Uma outra elaboração da identidade é feita por Jesus, o Filho de Deus. Ele fala sobre si mesmo revelando-se como o grande cumprimento profético desta declaração feita por Deus a Moisés. Dentre muitas outras coisas, Ele diz: “eu sou o

caminho, a verdade e a vida, e ninguém vem ao Pai senão por mim”. Jesus é tudo o que precisamos que ele seja, para

sermos restaurados e alinhados com a nossa identidade e propósito.

Com isso, Deus primeiramente estabelece que toda identidade começa n’Ele. Ele é o começo de todos nós e todo nosso ser clama para voltar e relacionar com Ele. Em segundo lugar, Jesus está descrevendo a si mesmo como o caminho para o conhecimento de Deus. Só Ele pode nos introduzir ao seu Pai. Ou seja, este é o único caminho para nos aproximarmos do conhecimento verdadeiro da nossa identidade. Quanto mais conhecemos a Deus mais nos aproximamos do conhecimento da nossa identidade.

2. Nossa objetividade – De onde eu venho e para onde