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Nota de Procedimentos elaborada pelo IEFP e pela

Capítulo III. Integração dos adultos desempregados no Centro Novas

2. Diagnóstico

2.1. Caracterização e análise de dados

2.1.2 Nota de Procedimentos elaborada pelo IEFP e pela

No dia 26 de Novembro de 2010, foi disponibilizada aos Centros a Nota de Procedimentos “Encaminhamento dos Desempregados Inscritos nos Centros de Emprego sem 12º ano Completo para a Rede Nacional de Centros Novas Oportunidades” (doravante identificada apenas como Nota de Procedimentos).

São, inicialmente, explicitados os pressupostos nos quais se baseia a integração da população desempregada nos CNO, fazendo referência aos pressupostos enunciados em Diário da República e acrescentando que, apesar do trabalho de encaminhamento dos desempregados com escolaridade inferior ao 12º ano para os CNO integrados em Centros de Formação Profissional, um elevado número de candidatos permanece sem resposta, tornando-se necessário “alargar o âmbito desta acção” a outros CNO da rede, adoptando “critérios de proximidade geográfica”. Esta Nota tem por objectivo definir os procedimentos a assumir tanto pelo IEFP como pela ANQ, no encaminhamento dos desempregados e na sua integração num percurso de qualificação, seja este através de

Secundário previstas no Decreto-Lei nº. 357/2007, de 29 de Outubro, ou ainda de Programa de Formação em Competências Básicas.

Os procedimentos são explicitados nos capítulos IV e V, sendo que o capítulo IV é direccionado para o IEFP (rede de Centros de Emprego) e o capítulo V identifica os procedimentos a adoptar pela ANQ e respectiva rede de CNO. Considerando o âmbito deste estudo do capítulo IV, importa referir que os encaminhamentos a serem efectuados pelos Centros de Emprego podem acontecer no atendimento no fluxo1, ou por convocatória devendo esta última obedecer às seguintes prioridades:

- 1ª: habilitações iguais ou superiores ao 2º ciclo e inferiores ao 3º ciclo. Esta prioridade obedece ainda à seguinte sequência: dos 26 aos 45 anos; dos 46 aos 55 anos; menos de 25 e mais de 55 anos.

- 2ª: habilitações iguais ou superiores ao 3º ciclo e inferiores ao 12º ano. Obedece à seguinte sequência: inferior aos 24 anos; dos 26 aos 34 anos; dos 35 aos 45 anos; mais de 46 anos.

- 3ª: habilitações iguais ou superiores ao 1º ciclo e inferiores ao 2º ciclo. - 4ª: habilitações inferiores ao 1º ciclo do ensino básico.

Nesse capítulo, é ainda referido o acompanhamento/monitorização que os Centros de Emprego deverão fazer dos processos e, sempre que se detecte que um desempregado se encontra em incumprimento, deverão actuar de acordo com os normativos em vigor, aplicáveis ao incumprimento de acções constantes do Plano Pessoal de Emprego.

No capítulo V (“Procedimentos a Desenvolver no Âmbito da Intervenção dos Centros Novas Oportunidades”), considera-se que a ANQ assumirá a responsabilidade de assegurar a interligação entre o SIGO2 e o SIGAE (Sistema de Gestão da Área do Emprego) de forma a que os Centros de Emprego possa acompanhar a evolução do percurso dos desempregados e verificar o estado dos processos (“activos” ou “inactivos”), bem como monitorizar a articulação Centros Novas Oportunidades e

1 Atendimento de candidatos que se “dirijam aos centros de emprego para efectuar a sua inscrição para emprego ou por qualquer outro motivo relacionado com a sua candidatura a emprego” e que reúnam os critérios de encaminhamento.

Centros de Emprego. Os estados de “activo” e de “inactivo” são automaticamente gerados pelo SIGO, dependendo do tempo de permanência de cada candidato em cada etapa de intervenção prevista no CNO. Esses mesmos tempos estão especificados no anexo 2 do documento.

De acordo com as orientações,

“compete aos Centros Novas Oportunidades garantir o desenvolvimento atempado do percurso de qualificação dos formandos desempregados dentro do Centro (…), evitando a todo o custo o risco de accionamento do estado de inactivo, sobretudo por razões que possam ser imputadas aos Centros Novas Oportunidades”.

Torna-se fundamental respeitar os prazos de realização de acções com os candidatos e os prazos de actualização dos dados no SIGO.

Quadro 1. Situações em que o estado do candidato passa a “inactivo” no âmbito da intervenção dos Centros Novas Oportunidades

Etapa/Estado no Sigo Tempo máximo de permanência nesse estado “Inscrito” 3 meses

“Em acolhimento” 1 mês “Em diagnóstico” 3 meses “Encaminhado para RVCC” 3 meses

“Em reconhecimento” 3 meses (desde a última sessão) “Certificação Pedida” 3 meses

“Certificado Parcial” 3 meses “Suspenso” Efeito imediato “Desistente” Efeito imediato

Fonte: Nota de Procedimentos “Encaminhamento dos Desempregados Inscritos nos Centros de Emprego sem 12º ano Completo para a Rede Nacional de Centros Novas Oportunidades” (Cf. Anexo 1).

Compete aos CNO assegurar a inscrição, o desenvolvimento e monitorização dos percursos de qualificação e o encaminhamento para modalidades de educação- formação externas aos CNO (quando seja o caso). A Nota de Procedimentos enviada pela ANQ e o IEFP explica em que moldes devem ser realizados os encaminhamentos para as ofertas exteriores aos CNO. Sempre que do diagnóstico se considere que a oferta mais adequada para o candidato é externa ao Centro, este deve informar esse facto ao Centro de Emprego que procedeu ao encaminhamento inicial, que deverá então proceder ao encaminhamento indicado.

No que concerne às especificidades do encaminhamento, a Nota de Procedimentos sugere que os candidatos com escolaridade superior ao 1º ciclo do ensino básico, mas inferior ao 2º “devem ser preferencialmente encaminhados, nos Centros Novas Oportunidades, para percursos de qualificação em Cursos EFA B2 ou B2+B3, de dupla certificação, dado o seu reduzido leque de competências escolares a certificar”. Quanto aos desempregados com habilitações inferiores ao 1º ciclo do ensino básico, e cujo nível de literacia não permita acompanhar cursos EFA B1 ou B1+B2, devem ser encaminhados para frequentar previamente o Programa de Formação em Competências Básicas.

O documento salienta ainda dois aspectos a serem tidos em conta pelas equipas dos CNO: a possível necessidade de “trabalhar de forma substantiva o reforço da motivação” e, a “considerável disponibilidade, em termos de tempo (dias e horas)”, destes candidatos. Estes últimos podem ser “capitalizados do ponto de vista das actividades/sessões de trabalho propostas”.

Assim, são descritas no anexo 1 – “Organização específica dos processos de reconhecimento, validação e certificação de competências desenvolvidas por formandos desempregados” - aquelas que deverão ser as linhas orientadoras da dinamização dos processos RVCC com esta população.

Apresentam-se as seguintes recomendações:

- Tempo de permanência no Centro mínimo de 6 horas por dia;

- Frequência de, pelo menos, 3 dias por semana (3 horas de sessões mais 3 horas de actividades de suporte ao seu processo);

- Entende-se por actividades de suporte: reflexão e construção da narrativa; elaboração do portefólio; pesquisas na internet, recolha de documentos, consulta de outras fontes e suporte de informação; análise comparativa entre aprendizagens efectuadas e o Referencial de competências-chave respectivo.

- Disponibilização de uma sala com equipamento informático e acesso à internet; - No decurso das actividades, os candidatos devem dispor de um Profissional de RVC ou de um formador para apoio;

- Apoio individualizado a cada candidato sempre que necessário.

Este modelo afigura-se como uma proposta, deixando em aberto a possibilidade de haver desempregados que desenvolvam processos nos moldes habituais. Acrescenta ainda que, no caso de um candidato ser colocado em oferta de emprego, o Centro deverá ajustar os procedimentos de forma a que este possa continuar o seu percurso.

2.1.3 Caracterização e análise do percurso dos adultos desempregados

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