• Nenhum resultado encontrado

2.7 Evidenciação das Informações Ambientais

2.7.3 Notas Explicativas Ambientais

As notas explicativas são um importante instrumento de evidenciação no balanço patrimonial, quando um passivo apresenta dificuldade ou incapacidade de ser quantificado. Pois as provisões que são descritas nas mesmas é uma forma de reconhecer as perdas dentro do período e se responsabilizar sobre o fato gerador (RIBEIRO, 2010).

As empresas além de evidenciarem as informações supracitadas nas notas explicativas ou relatório da administração, é necessário nos demonstrativos de Demonstrações de Informações de Natureza Social e Ambiental. A norma NBC15/2004 através do item 15.2.4 informações que demonstrar à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade (CFC Nº 1.003/04 – NBC T15).

Dentre as informações gastos, investimentos e passivos com ações ambientais, principalmente com projetos de educação ambiental assim como valores a multas. Essas informações relatam o comprometimento e a relação da empresa com o meio ambiente, evidenciam a contraproposta da empresa ao utilizar os recursos hídricos, quais são suas preocupações com possíveis impactos. (CFC Nº 1.003/04 – NBC T15).

3 ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO:

Neste capítulo serão abordados o mapeamento dos gastos incorridos nas operações de um frigorífico de médio de porte, por meio do detalhamento dos custos gerados no tratamento dos recursos hídricos e dos custos com o gerenciamento dos resíduos sólidos

De acordo com o orçamento anual foi levantada a perspectiva de orçamento para uma estimativa de produção, e esta é variável conforme a conjuntura econômica regional. Assim como todas as etapas de produção, é adotado pela empresa em estudo, uma perspectiva para os setores relacionadas as atividades ambientais, na busca de atender as políticas ambientais nacionais.

Primeiramente serão analisadas a estimativa para o tratamento de Recursos Hídricos após a utilização no processo produtivo. Esses recursos naturais, após sua utilização são nomeados de águas servidas ou efluentes, os quais devem receber tratamento adequado, para que tenham condições de retornar ao meio ambiente para serem absorvidos pelo mesmo. Porém, para se alcançar condições qualitativas de tratamento do efluente, faz-se necessário tecnologias que geram custos operacionais, logo impactam nos resultados da entidade.

O frigorifico analisado utiliza de sistema de estruturação das unidades de trabalho em centros de custos. Essa forma estrutural é destaque pela autora Ribeiro (20101), onde é descrito que esse tipo de sistema, possibilita subsidiar o processo de avaliação de desempenho e resultado, bem como gerenciar detalhadamente o processo operacional.

A tabela abaixo, demonstra os custos e despesas provisionados e executados no período de um ano, pode-se observar que a empresa optou por agrupar em contas específicas de acordo com as operações exercidas. Dentre as contas agrupadas destacam-se os de maior peso monetário que são os custos com tratamento de efluente e coleta e tratamento de resíduos.

Tabela 02 - Demonstrações Orçamentarias Anuais

Fonte: Adaptada pela autora com base nas informações da empresa

CUSTOS/DESPESAS FIXAS CUSTOS/DESPESAS FIXAS ORÇAMENTO REALIZADO

GASTOS GERAIS GASTOS GERAIS R$ 2.470.495,61 -R$ 1.938.823,50 BENS NÃO IMOBILIZADOS BENS NÃO IMOBILIZADOS R$ - -R$ 40,00 BENS NÃO IMOBILIZADOS BENS NÃO IMOBILIZADOS R$ - -R$ 40,00 COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES R$ 11.000,00 -R$ 7.578,64 COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES R$ 12.000,00 -R$ 7.540,64 FRETES FRETES R$ 4.800,00 -R$ 7.212,73 FRETES DIVERSOS FRETES DIVERSOS R$ 4.800,00 -R$ 7.212,73 GASTOS GERAIS GASTOS GERAIS R$ - -R$ 6.515,00 DESPESAS COM CONDUÇÃO DESPESAS COM CONDUÇÃO R$ - -R$ 500,00 DESPESAS DIVERSAS DESPESAS DIVERSAS R$ - -R$ 60,00 LOCAÇÃO DE VEÍCULOS E

EQUIPAMENTOS

LOCAÇÃO DE VEÍCULOS E

EQUIPAMENTOS R$ - -R$ 5.955,00 IMPOSTOS E TAXAS IMPOSTOS E TAXAS R$ - -R$ 23.469,56 IMPOSTOS E TAXAS IMPOSTOS E TAXAS R$ - -R$ 23.469,56 LENHA LENHA R$ 240.875,91 -R$ 77.120,98 LENHA LENHA R$ 240.875,91 -R$ 77.120,98 MATERIAIS AUXILIARES MATERIAIS AUXILIARES R$ 5.280,00 -R$ 5.090,65 MATERIAIS DE LABORATÓRIO MATERIAIS DE LABORATÓRIO R$ 5.280,00 -R$ 5.090,65 MATERIAIS DE CONSUMO MATERIAIS DE CONSUMO R$ 1.442.340,00 -R$ 1.169.195,83 EPI - EQUIPAMENTOS DE

PROTEÇÃO INDIVIDUA

EPI - EQUIPAMENTOS DE

PROTEÇÃO INDIVIDUA R$ 480,00 -R$ 3.623,61 MATERIAIS DE CONSUMO MATERIAIS DE CONSUMO R$ 1.500,00 -R$ 1.291,49 MATERIAIS DE EXPEDIENTE E

IMPRESSOS

MATERIAIS DE EXPEDIENTE E

IMPRESSOS R$ 360,00 -R$ 796,45 MATERIAIS DE LIMPEZA MATERIAIS DE LIMPEZA R$ 1.440.000,00 -R$ 1.163.484,29 MATERIAIS DE MANUTENÇÃO MATERIAIS DE MANUTENÇÃO R$ 156.000,00 -R$ 157.892,29 MATERIAIS DE MANUTENÇÃO MATERIAIS DE MANUTENÇÃO R$ 156.000,00 -R$ 157.892,29 RECUPERAÇÕES/RATEIOS RECUPERAÇÕES/RATEIOS R$ - R$ 149,09 (-) RECUPERAÇÕES DIVERSAS (-) RECUPERAÇÕES DIVERSAS R$ - R$ 149,09 SERVIÇOS SERVIÇOS R$ 619.200,00 -R$ 484.894,90 ANÁLISES

LABORATORIAIS/QUÍMICAS

ANÁLISES

LABORATORIAIS/QUÍMICAS R$ 14.400,00 -R$ 13.866,20 ANÚNCIOS E PUBLICAÇÕES ANÚNCIOS E PUBLICAÇÕES R$ - -R$ 200,00 AUDITORIA / ASSESSORIA / CONSULTORIA AUDITORIA / ASSESSORIA / CONSULTORIA R$ 90.000,00 -R$ 42.822,80 COLETA E TRATAMENTOS DE RESÍDUOS COLETA E TRATAMENTOS DE RESÍDUOS R$ 436.800,00 -R$ 209.150,00 CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO R$ 72.000,00 -R$ 195.078,28 CORREIOS E MALOTES CORREIOS E MALOTES R$ - -R$ 77,62 SERVIÇOS DE TERCEIROS -

PESSOA JURÍDICA

SERVIÇOS DE TERCEIROS -

PESSOA JURÍDICA R$ 6.000,00 -R$ 23.700,00

Tabela 03 - Comparação das contas de maiores impactos no custo global

Fonte: Adaptada pela autora com base nos dados da empresa

Nesta tabela foram reportados os custos operacionais com maiores impactos, diante do orçamento global anual estimado. Verificou-se, que os mesmos possuem um peso significativo, de forma que somado juntos são aproximadamente 71% (setenta e um por cento) do valor total do orçamento estimado. Diante da dimensão do impacto, os custos no tratamento de recursos hídricos e a destinação de resíduos sólidos produzidos no tratamento, serão motivo de estudo, para buscar alternativas de tecnologias ambientais existentes para redução do mesmo.

Vale ressaltar que os custos analisados são com o tratamento dos recursos hídricos, após a utilização no processo industrial, assim como os resíduos gerados. Todos os recursos hídricos, utilizados no fluxograma do processo operacional, são direcionados a uma estação de tratamento, onde utiliza-se de tecnologias físicas, químicas e biológicas para alcance de um padrão de qualidade exigido pelas políticas ambientais.

MATERIAL DE LIMEZA RESÍDUOS ORGÂNICOS SOMA MAIORES CUSTOS GLOBAL R$ R$ R$ R$ JANEIRO R$ 55.057,00 R$ 13.000,00 R$ 68.057,00 R$ 103.458,12 FEVEREIRO R$ 101.327,39 R$ 32.600,00 R$ 133.927,39 R$ 151.720,25 MARÇO R$ 93.425,99 R$ 11.200,00 R$ 104.625,99 R$ 122.185,15 ABRIL R$ 89.271,54 R$ 17.600,00 R$ 106.871,54 R$ 134.318,94 MAIO R$ 72.781,54 R$ 22.200,00 R$ 94.981,54 R$ 120.794,35 JUNHO R$ 83.134,84 R$ 17.400,00 R$ 100.534,84 R$ 165.047,51 JULHO R$ 102.776,01 R$ 14.000,00 R$ 116.776,01 R$ 161.245,82 AGOSTO R$ 147.274,71 R$ 16.400,00 R$ 163.674,71 R$ 194.248,61 SETEMBRO R$ 111.789,35 R$ 16.200,00 R$ 127.989,35 R$ 191.943,52 OUTUBRO R$ 90.493,35 R$ 20.200,00 R$ 110.693,35 R$ 219.525,36 NOVEMBRO R$ 121.266,68 R$ 16.200,00 R$ 137.466,68 R$ 169.124,83 DEZEMBRO R$ 94.884,92 R$ 12.150,00 R$ 107.034,92 R$ 205.211,04 TOTAL R$ 1.163.483,32 R$ 209.150,00 R$ 1.372.633,32 R$ 1.938.823,50 MÊS

DESPESAS DE MAIOR IMPACTO ORÇAMENTO ANUAL

71% EQUIVALÊNCIA DOS CUSTOS ANALISADO

Tabela 04 - Representação em percentual do impacto no custo global mensal

Fonte: Elaborada pela autora

A tabela 04 representa o peso econômico dos custos em análise, executando uma comparação do que é custeado com os índices de maior impacto. Verificou-se que nos meses de março e agosto, as despesas com material de limpeza significaram 76% (setenta e seis por cento), das despesas totais.

No gráfico 01 será ilustrado no período de um ano, os impactos que os dois maiores custos operacionais representam diante do custo global. Será demonstrada uma comparação através de percentual dos custos com destinação de resíduos orgânicos e com materiais para tratamento dos recursos hídricos. Apesar dos itens serem os de maior impacto, pode-se verificar que o custo com tratamento, é extremamente representativo, quando analisado diante das despesas realizadas no ano proposto.

MATERIAL DE LIMPEZA RESÍDUOS ORGÂNICOS % % JANEIRO 53% 13% FEVEREIRO 67% 21% MARÇO 76% 9% ABRIL 66% 13% MAIO 60% 18% JUNHO 50% 11% JULHO 64% 9% AGOSTO 76% 8% SETEMBRO 58% 8% OUTUBRO 41% 9% NOVEMBRO 72% 10% DEZEMBRO 46% 6% MÊS % IMPACTO NO CUSTO GLOBAL 20XX

Gráfico 01- Demonstração em Percentual dos Custos com Material de Limpeza e Resíduos Orgânicos

Fonte: Elaborado pela autora com base em informações da empresa.

De acordo com a proposta de estudo, serão demonstrados e analisados os custos e receitas com o gerenciamento de Resíduos Sólidos, os mesmos de acordo com as operações fabris são variados. Serão considerados os resíduos de classe II e classe I de uma unidade frigorífica e dentre os variados resíduos que são produzidos, os plásticos de qualquer natureza e papelões.

Os resíduos classificados de acordo com a legislação, como sendo classe I, geram custos para sua destinação correta. Assim como, por sua vez, os resíduos de classe II, podem ser destinados a reciclagem ou não. Os resíduos que por sua natureza, não possuem as condições de serem reciclados, geram custos, logo os que são destinados para reciclagem geram receitas.

Para que a empresa possa definir a classificação dos resíduos, a mesma segue as diretrizes da NBR 10004/04, legislação a qual define as características para a classificação dos resíduos. Outro parâmetro importante ao empreendimento industrial, são os CONAMA, os quais existe específicos as indústrias, como exemplificação o CONAMA 303/2002, que discorre da obrigatoriedade do empreendimento em apresentar o Inventário de Resíduos Sólidos, onde a empresa deve descrever a quantidade e características dos resíduos produzidos no ano anterior.

Para maior ilustração, será representada na tabela 5 em um período anual, a quantificação mensal de produção de resíduos sólidos. Dentro dessa concepção, ratificou-se das informações gerais os quilogramas destinados a reciclagem (resíduos que geram receita) e os resíduos que foram para destinação final sem reaproveitamento (resíduos que geram custo).

Tabela 05 – Comparativo em Quilogramas e Valores Monetários de Receitas e Despesas

Fonte: Elaborado pela autora

De acordo com a funcionalidade de destinação, é seguido entre algumas regras, a de composição e caracterização dos resíduos. Os que por sua vez forem contaminados, passam a serem considerados também como classe I, ou continuam na classe II, porém sem condições de reciclagem, sendo direcionado a algum tipo de destinação final.

A tabela 06, demonstra os custos incorridos com a destinação de resíduos de classe II, em períodos mensais durante um ano. Pode ser observado que existem resíduos, que por terem sido contaminados, deixaram a condição de serem reciclados, pois perderam suas

KG R$ KG R$ JANEIRO 43.233,00 R$ 43.233,00 19.830,00 R$ 11.119,20 FEVEREIRO 36.950,00 R$ 48.010,00 18.360,00 R$ 9.600,00 MARÇO 19.230,00 R$ 8.170,00 18.340,00 R$ 15.587,20 ABRIL 20.195,00 R$ 20.195,00 6.950,00 R$ 6.400,00 MAIO 19.500,00 R$ 19.500,00 590,00 R$ 3.200,00 JUNHO 18.472,00 R$ 18.472,00 9.780,00 R$ 6.400,00 JULHO 11.722,00 R$ 11.722,00 9.570,00 R$ 6.400,00 AGOSTO 21.358,00 R$ 21.358,00 20.960,00 R$ 8.266,00 SETEMBRO 18.713,00 R$ 18.713,00 14.990,00 R$ 10.807,80 OUTUBRO 6.977,00 R$ 6.977,00 16.610,00 R$ 12.800,00 NOVEMBRO 27.353,00 R$ 27.353,00 10.820,00 R$ 6.400,00 DEZEMBRO 22.103,00 R$ 22.103,00 16.870,00 R$ 9.600,00

COMPARAÇÃO DE QUANTIDADE EM KG DE RESÍDUOS QUE GERAM CUSTO E DESPESA

características e composição. Fato esse, que inviabiliza a geração de receita, logo geram um custo com destinação.

Tabela 06- Demonstração dos Custos com Destinação de Resíduos Classe II

Fonte: Elaborada pela autora

O gráfico 02 retratou no período de um ano, os valores econômicos dispendidos em destinação de resíduos, sendo descriminado os que obtiveram receita e os que geraram custo com classificação II e resíduos contaminados.

MÊS CLASSIFICAÇÃO

DOS RESÍDUOS TOTAL

Classe II Classe I - RESÍDUO CONTAMINADO FEVEREIRO Classe II R$ 9.600,00 Classe II Classe I - RESÍDUO CONTAMINADO ABRIL Classe II R$ 6.400,00 MAIO Classe II R$ 3.200,00 JUNHO Classe II R$ 6.400,00 JULHO Classe II R$ 6.400,00 Classe II Classe II- CONTAMINADO

Classe II- CINZA Classe II Classe II- CINZA

Classe II

NOVEMBRO Classe II R$ 6.400,00 DEZEMBRO Classe II R$ 9.600,00

OUTUBRO

CUSTO COM DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS DE ACORDO COM A SUA CLASSIFICAÇÃO

MARÇO R$ 16.587,20 AGOSTO R$ 8.266,00 SETEMBRO R$ 10.807,80 12.800,00 R$ JANEIRO R$ 11.119,20

Gráfico 02 - Demonstração da Gestão de Receitas e Despesas com os Resíduos Sólidos

Fonte: Elaborado pela autora

Quanto as receitas e despesas com os resíduos sólidos que são produzidos no processo, pode-se relatar que na maioria dos meses as receitas foram superiores que as despesas. No entanto, vale destacar que no mês de março, os custos com destinação foram superiores aos das receitas, e o motivo foi referente a contaminação dos resíduos (tabela 5). E os meses com maior custo com a destinação final, ocorreram nos meses de março, outubro e janeiro. R$ R$ 10.000,00 R$ 20.000,00 R$ 30.000,00 R$ 40.000,00 R$ 50.000,00 R$ 60.000,00

GESTÃO DE RECEITAS E CUSTOS COM RESÍDUOS

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo delineado por este trabalho, buscou através da temática de contabilidade ambiental, demonstrar que empreendimentos industriais devem utilizar-se dos instrumentos oferecidos pela contabilidade, para otimização dos seus custos e consequentemente o cumprimento das políticas ambientais. Outra técnica que oferece suporte para alcance das metas ambientais que possam ser implantadas, são as relativas à Gestão Ambiental.

A contabilidade ambiental, propõe utilização de ferramentas de evidenciação, como as demonstrações contábeis, notas explicativas e informações complementares, direcionadas as ações econômicas da entidade, voltadas às questões ambientais. Além disso, discorre sobre as vantagens que o empreendimento pode alcançar, diante das políticas ambientais existentes, assim como a consolidação de sua imagem diante da sociedade e novos investidores.

Para o desenvolvimento da pesquisa, buscou-se analisar as informações de um empreendimento na área de agronegócios, mais precisamente no setor frigorífico. Foram segregadas as informações relacionadas aos custos inseridos para o tratamento de efluentes e o Gerenciamento de Resíduos Sólidos, produzidos durante o processo industrial. Após a análise dos dados, verificou-se que o empreendimento se utiliza do sistema de agrupamento de contas por centro de custos. Através dessa técnica, organiza-se as contas para provisionar através de orçamento os custos que serão inseridos com todo o processo, inclusive com as despesas ambientais.

Após identificação dos dados de maior relevância na pesquisa, constatou-se que o empreendimento se utiliza de um sistema de tratamento de efluentes, no qual gera custos significativos. Diante da análise global, os custos que ocasionaram maior impacto foram os materiais de limpeza e a destinação de resíduos orgânicos. Esses custos são diretamente proporcionais a quantidade de recursos hídricos utilizados no processo industrial.

Diante disso, caso o empreendimento venha utilizar-se dos princípios do Sistema de gestão ambiental, gerenciando os fatores que possam culminar em uma otimização dos recursos hídricos, utilizados no processo industrial, possivelmente irá reduzir o montante econômico com os materiais de limpeza e destinação de resíduos orgânicos, retirados após o tratamento.

Quando a pesquisa foi direcionada aos resíduos sólidos produzido pela operação industrial, constatou-se que o empreendimento alcança receitas superiores aos custos gerados em sua destinação. Esse fator deve-se à segregação dos resíduos sólidos, e consequentemente à prática para aproveitamento destinados a reciclagem. Logo, quando se executa uma comparação de quantidade em quilogramas de resíduos que geram receitas e os que são destinados ao aterro sanitário, constata-se que estes são inferiores a quantidade de resíduos sólidos que geram receitas.

Diante dos fatores analisados, a pesquisa alcançou seus objetivos propostos, respondendo a sua problematização. Destaca-se a importância dada a contabilidade, no que tange as atividades ambientais da entidade. Quanto aos instrumentos de gerenciamento e gestão, são geridos através das técnicas contábeis, evidenciando o comprometimento do empreendimento com a sociedade e as políticas ambientais vigentes.

Com base nos resultados, verificou-se que a hipótese foi atingida, pois a contabilidade ambiental uma vez utilizada para otimizar os custos inseridos, no tratamento de recursos hídricos e o gerenciamento de resíduos sólidos, pode propiciar a redução dos custos, no orçamento planejado anualmente. A empresa em estudo mesmo sem utilizar das técnicas da contabilidade ambiental, utiliza-se de técnicas de gerenciamento de resíduos, o que propicia o controle na geração de receita.

Conclui-se que caso a empresa utilize as tecnologias de sistematização das informações disponíveis, propiciaria a redução dos custos e uma maior geração de receitas, com a gestão dos itens analisados.

Espera-se que essa pesquisa contribua para influenciar o surgimento de novos estudos envolvendo outros empreendimentos no setor de agronegócios, adequando conforme suas características operacionais. Sugere-se que as empresas utilizem de técnicas da Contabilidade Ambiental para identificação, avaliação e evidenciação dos recursos econômicos utilizados nas atividades ambientais. Com isso possam propiciar a geração de receitas e até mesmo a crição de ativos intangíveis, uma vez que, o cumprimento das legislações ambientais, assim como a preocupação com os impactos que as suas operações possam causar ao meio ambiente e sociedade, demonstram idoneidade do empreendimento com questões ambientais e despertar o interesse de investidores.

Contudo, a pesquisa foi fundamental para a concretização da ideia de que as empresas possuem condições totais de atendimento as legislações ambientais, assim como a condição de geração de receitas que podem ser superiores aos custos e despesas com as operações de redução dos impactos ambientais.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT/NBR/ISO14.040/94

Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Princípios e estrutura – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro. 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT/NBR/ISO10004/04

Resíduos sólidos – Classificação – Elaboração. Rio de Janeiro. 2004.

ABREU, Silvana de. Planejamento governamental: a SUDECO no Espaço Mato-Grossense Contexto, propósitos e contradições. 2001. 323 f. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 2002.

AQUINO, Wagner de; SANTANA, Antônio Carlos de. Evidenciação. Caderno de estudos, n. 5, p. 01-40, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos sólidos: classificação. Rio de Janeiro, 2004.

BARROS, Regina Mambeli. Tratado sobre resíduos sólidos: gestão, uso e sustentabilidade. 1º ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2013.

DA SILVA, Benedito Albuquerque. Contabilidade e meio ambiente: considerações teóricas e práticas sobre o controle dos gastos ambientais. Annablume, 2003.

BEUREN, Maria Ilze. Como elaborar trabalhos monográficos em Contabilidade. 3º ed. São Paulo: Atlas, 2006.

BRAGA, Benedito et al. Introdução à engenharia ambiental. 2ª edição. São Paulo: Person Prentice Hall, 2005.

BRASIL. LEI N° 6938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm >. Acesso em: 24 jan. 2020

BRASIL. Resolução CONAMA 01, de 23 de janeiro de 1986. Conselho Nacional de Meio

Ambiente. Disponível em:

<http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html>. Acesso em: 01 ago. 2019.

BRASIL. Resolução CONAMA 316, de 29 de outubro de 2002. Conselho Nacional de Meio

Ambiente. Disponível em <

http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=338>. Acesso em: 20 jul. 2019.

BRASIL. Resolução CONAMA 303, de 20 de março de 2002. Conselho Nacional de Meio

<http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=299>. Acesso em: 05 fev. 2020.

BRASIL. Resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005. Conselho Nacional de Meio

Ambiente. Disponível em <

http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459>. Acesso em: 29 jul. 2019.

CARVALHO, Gardênia Maria Braga de. Contabilidade ambiental: teoria e prática. 2º ed. Curitiba: Juruá, 2008.

CUSTÓDIO, Helita Barreira. Avaliação do Impacto Ambiental no Direito brasileiro. Revista de Direito Civil, São Paulo, v. 45, p. 45-72, 1988.

DE CONTABILIDADE, Conselho Federal. Resolução CFC nº 1.003/04. Aprova a NBC T, v. 15, 2004.

FERREIRA, Aracéli Cristina de Souza; SIQUEIRA, José Ricardo Maia; GOMES, Mônica Zaidan. Contabilidade ambiental e relatórios sociais. São Paulo: Atlas, 2009.

FIGUEIREDO, Margarida Garcia de; BARROS, Alexandre Lahós Mendonça de; GUILHOTO, Joaquim José Martins. Relação econômica dos setores agrícolas do Estado do Mato Grosso com os demais setores pertencentes tanto ao Estado quanto ao restante do Brasil. Revista de Economia e Sociologia Rural, Rio de Janeiro, v. 43, n. 3, p. 557-575, jul./set. 2005.

KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade ambiental como sistema de

informações. Revista Brasileira de Contabilidade, S.I, v. 31, n. 133, p. 59-81, jan./fev. 2002. KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade ambiental o passaporte para a competitividade. Revista Catarinense da Ciência Contábil, v. 1, n. 1, p. 25-40, 2011. ______. Contabilidade Ambiental o Passaporte para a Competitividade. Revista Catarinense da Ciência Contábil, S.I, v. 1, n. 1, p. 25-40, dez./2001 – mar./2002.

MACARI, Marcos; SOARES, Nilce Maria. Água na Avicultura Industrial. 2º ed. São Paulo: Facta, 2012.

MALAFAIA, Raimunda Maciel Sacramento. Passivo ambiental: mensuração, responsabilidade, evidenciação e obras rodoviárias. IX SINAOP. TCE/RJ. Rio de Janeiro, 2004.

MARCONI, Marina de Andrade, et al. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. MAY, Peter; LUSTOSA, Maria Cecília; VINHA, Valéria. Economia do meio ambiente. Elsevier Brasil, 2010.

RIBEIRO, Maisa de Souza, Contabilidade ambiental. 2º ed. São Paulo: Saraiva, 2010. SÁNCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de impacto ambiental. 2º ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.

SILVA, Benedito Albuquerque da. Contabilidade e meio ambiente: considerações teóricas e práticas sobre o controle dos gastos ambientais. 1° ed. São Paulo: Annablume, 2003.

SILVA, Marise Borba de; GRIGOLO, Tânia Maris. Metodologia para iniciação científica

à prática da pesquisa e da extensão II. Caderno Pedagógico. Florianópolis: Udesc, 2002. TINOCO, João Eduardo Prudêncio. KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2008.

Documentos relacionados