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Existem técnicas de grande escala adequadas a empreendimentos industriais que possuem potencial para reaproveitarem os recursos naturais. As mesmas permitem utilização racional ou retorno dos recursos naturais ao meio ambiente de forma que os impactos sejam controlados ou inexistentes. O sistema contábil pode identificar as despesas e receitas relacionadas aos frutos dessas técnicas, logo o empreendimento consegue cumprimento da legislação e otimização nos custos inseridos Ferreira (2009 apud GRAY 2010).

A Contabilidade Ambiental assim como a contabilidade financeira pode prestar sua contribuição organizando, registrando, e evidenciando os valores econômicos relacionados as atividades empresariais com o meio ambiente (CHEIBUB e SILVA, 2004).

Pode ser constituído um sistema que possa possuir capacidade de identificar, mensurar, registrar e gerar informações sobre a disponibilidade e utilização dos recursos naturais. Assim como também os custos dos danos causados ao meio ambiente, sobretudo as despesas decorrentes de tecnologias que busca a prevenção ou reparos sobre os impactos. Outra vertente de importância são as vantagens e ganhos decorrentes dessas medidas de prevenções. (CHEIBUB, SILVA, 2004)

De acordo com (FERREIRA, 2009) a contabilidade Ambiental pode ser definida como uma técnica onde as informações, que exemplifica a amplitude da contabilidade ambiental nas análises de custos de recursos naturais como energia, destinação de resíduos, recursos hídricos e na avaliação de benefícios dos programas de melhorias ambientais, principalmente no custo benefício de tecnologias desenvolvidas para esse fim.

2.3.1 Ativos e Passivos ambientais diante a Contabilidade Ambiental

O patrimônio ambiental pode ser definido como sendo o conjunto das despesas e receitas ambientais, podem ser utilizados em diversas momentos do processo operacional produtivo, a grandeza dos valores é de acordo com a necessidade de redução dos impactos ambientais que possam ocorrer (KRAEMER, 2011).

A contabilidade ambiental ressalta que os ativos e passivos ambientais não se incluem no patrimônio ambiental da sociedade a qual a entidade empresarial está integrada, pois os mesmos são referentes ao patrimônio ambiental da própria empresa, Silva (2003, p. 99) destaca que “os ativos são definidos como sendo todos os bens e direitos da empresa que

serão relacionados com as atividades ambientais, ou seja, no sentido de preservação, recuperação ou conservação”.

Os ativos ambientais de acordo com sua natureza podem ser compostos de estoque de insumos, imobilizados ambientais, diferidos ambientais, provisão por desvalorização de perdas de ativos ambientais e ativos intangíveis.

Os chamados estoques ambientais, podem ser evidenciados como materiais, que a entidade utiliza para minimizar os impactos de sua operação ao meio ambiente. Tais produtos podem ser usados no tratamento de efluentes, para retirada de cargas toxicas ou produtos que possam inibir ou reduzir a emissão de poluentes na atmosfera como filtros de ar, embalagens biodegradáveis, estoque de materiais recicláveis entre outros possíveis exemplos (SILVA, 2003).

As máquinas e equipamentos com finalidades tecnológicas de preservação do meio ambiente como a estação de tratamento de água ou de efluentes tóxicos, dispositivos para captação alternativas de energia como solares ou eólicas, sistema de prevenção contra incêndios, vazamentos, possíveis contaminações, equipamentos utilizados no gerenciamento que buscam a reciclagem, podem serem consideradas como imobilizados ambientais (SILVA, 2003).

Outros ativos como gastos com pesquisas com desenvolvimento de processos ou produtos de cunho ambiental e econômico, possibilidade de perdas incoerentes aos ativos ambientais e ativos intangíveis como o goodwill são considerados através da contabilidade ambiental como ativos.

O goodwill o qual a entidade econômica deve evidenciar pode ser adquirida através das práticas que conquistam a confiança do público consumidos em decorrência de suas ações ambientalmente corretas, uma exemplificação pode ser certificações especificas relacionada a gestão ambiental como as ISOs, selo verde, assim como divulgação de dados estratégicos relativos a contabilidade ambiental (SILVA, 2003).

Os passivos ambientais podem ser de operações ambientalmente responsáveis, um possível exemplo são os investimentos para implantar e manter um sistema de gerenciamento ambiental. Pois os mesmos para seu funcionamento podem exigir aquisição de insumos, máquinas, equipamentos, colaboradores, que pode ser feito na forma de financiamento direto dos fornecedores ou por meio de instituição de crédito.

Esses passivos geralmente originam custos ambientais, pois não são inerentes à manutenção cotidiana do processo operacional da entidade.

Possíveis valores econômicos investidos para conter ou recuperar impactos provenientes de acidentes e desastres que afetam o meio ambiente são em geral computados como gastos não operacionais leva-se em conta a característica da anomalia. Assim como os valores econômicos envolvidos.

Ressalte-se que há algumas formas de passivos ambientais que pode ser reconhecido por meio de estimativas, uma vez que os mesmos sejam reconhecidos através de relatórios e estudos técnicos que os identifiquem. (RIBEIRO, 2000).

2.3.2 Despesas ambientais

Através de conceitos contábeis a despesa está intimamente relacionada a questões de valores econômicos que são gastos e não está ligado a ao processo de produção de bens ou produtos. Nessa concepção a contabilidade ambiental definida por Ribeiro (2010, p. 50):

Consideram-se despesas ambientais todos os gastos envolvidos com o gerenciamento ambiental, consumidos no período e incorridos na área administrativa. Qualquer empresa necessita dos serviços de um departamento de recursos humanos, ou de compras, financeiro, de recepção e almoxarifado, e essas áreas desenvolvem atividade inerente à proteção do meio ambiente.

Logo as despesas ambientais serão relativas a gastos com horas de trabalho, encargos sociais e insumos que são absorvidos nos processos. Ribeiro, (2010, p. 50) exemplifica os mesmos como sendo:

Definição e manutenção de programas e políticas ambientais; Seleção e recrutamento de pessoal para gerenciamento e operação do controle ambiental; Compra de insumos e equipamentos antipoluentes; Pagamento das compras realizadas para essas áreas; Recepção dos itens ambientais adquiridos; Estocagem dos insumos utilizados no controle do meio ambiente; Treinamento específicos para a sua proteção e Auditoria ambiental.

Os gastos ambientais exemplificados acima devem receber o tratamento contábil e serem evidenciados como despesas do exercício em curso. Mesmo que em alguma situação possam estar relacionados com benefícios futuros, existe a dificuldade de serem associados ou mensurados de forma clara (RIBEIRO, 2010).

Para maior facilidade de tratar com clareza as despesas ambientais, autores como Ribeiro (2010, p. 51) exemplifica as despesas relacionadas a administração como sendo:

Departamento de gerenciamento ambiental: investimentos ambientais de natureza permanente: móveis e utensílios, os quais darão origem às despesas de depreciação de imobilizados desta natureza.

Despesas ambientais operacionais: salários, depreciação, material de escritório, etc. Departamento de recursos humanos

Despesas ambientais operacionais: quantidade de horas trabalhadas/ insumos consumidos na seleção, recrutamento e treinamento do pessoal dessa área;; Departamento de compras:

Quantidade de horas trabalhadas e de insumos consumidos na pesquisa, seleção e aquisição de itens necessários à área ambiental.

Departamento financeiro

Quantidade de horas trabalhadas e de insumos consumidos no pagamento de aquisições e serviços relacionados a essa área.

A exemplificação da autora, descreve de forma detalhada, as possíveis atividades que geram despesas ambientais. Logo pode-se ressaltar, que seguem as estruturas da contabilidade tradicional, porém voltadas as atividades ambientais. Ressalta-se a importância da segregação, pois, a entidade contabilizará todo o montante financeiro voltado a redução dos impactos ambientais, em decorrência de suas atividades operacionais produtivas.

2.3.3 Receitas Ambientais

Sendo dessa forma as receitas ambientais por sua vez podem ser os recursos auferidos pela entidade, em decorrência da venda de seus subprodutos ou de materiais reciclados. Em algumas atividades econômicas alguns materiais perdem sua função no processo operacional, logo tendo condições de serem reciclados. Logo podem ser vendidos como matéria prima para outras atividades para serem reutilizados em processo produtivo em outras entidades (CARVALHO, 2008).

Contudo as empresas que adotares técnicas de gerenciamento de resíduos, serão capazes de segregarem montantes significativos de resíduos recicláveis. Logo poderá comercializá-lo e evidencia-los em notas explicativas.

Por outro lado, devem ser lembrados os valores que forem economizados com destinação final, pois esses por sua vez devem ser considerados como forma de recuperar e prevenir gastos ambientais. Pois com esses procedimentos as multas em decorrência de

desequilíbrio ou modificações no ambiente entorno do empreendimento, não existirá (CARVALHO, 2008).

2.3.4 Custos Ambientais

Pode se verificar, que alguns gastos da entidade empresarial em atividades ambientais, podem gerar benefícios econômicos futuros para a sociedade, resultando em conservação de recursos naturais que muitas vezes não são renováveis e essenciais a vida humana. No entanto os valores investidos para minimizar os impactos ambientais ou controla-los, não necessariamente podem refletir em expectativas de benefícios futuros. Sendo assim, incorrem-se despesas do período (RIBEIRO, 2010).

Sendo assim os custos para neutralizar os danos ambientais devem ser considerados como custos de produção, devem ser incorporados ao produto por meio de custo padrão orçamentário assim como as provisões. De acordo com Ribeiro (2010, p. 52):

Os custos ambientais devem compreender todos aqueles relacionados, diretamente ou indiretamente, com a proteção do meio ambiente. São exemplos: Todas as formas de amortização (depreciação e exaustão) dos valores relativos aos ativos de natureza ambiental que pertencem a companhia; Aquisição de insumos próprios para controle, redução ou eliminação de poluentes; Tratamento de resíduos dos produtos; Disposição dos resíduos poluentes; Recuperação ou restauração de áreas contaminadas; Mão de obra utilizada na atividade de controle, preservação ou recuperação do meio ambiente.

Contudo os gastos ambientais podem melhorar a eficiência operacional e ambiental da empresa, uma vez que a mesma pode atribuir diferencial sobre a imagem da empresa perante a sociedade. Para evidenciar os gastos nas operações ambientais a entidade pode classificar os gastos como sendo transações ligadas ao meio ambiente ou optar pelo rateio de forma a mensurar o tamanho do impacto por centro de custo.

Sendo assim após os lançamentos de ajustes pode-se elaborar demonstrações contábeis de resultado ambientais para fins de gestão gerencial, determina-se um período e exemplifica-se:

Tabela 1 Demonstrações Gerencial de Resultados Ambientais

Contas Ambientais R$

Receitas Ambientais R$ 3.000,00 • proveniente de melhorias na qualidade ambiental

• proveniente de produtos reciclados

• proveniente de redução no consumo de matérias ( por reciclagem) R$ 3.000,00 outros proveitos derivados da atuação ambiental

Despesas Ambientais -R$ 13.800,00 •derivados de manipulação e tratamento de resíduos

•derivados de prêmios de seguros

•derivados e encargos sociais R$ 7.500,00

•depreciações ambientais R$ 6.167,00

•amortizações ambientais R$ 133,00

•outros custos provenientes de atividade da empresa

RESULTADO AMBIENTAL -R$ 10.800,00 Fonte: Adaptada pela autora da obra de Tinoco 2008

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