Critérios para seleção de doenças e agravos prioritários à vigilância epidemiológica:
a) Magnitude
Traduz-se pela incidência, prevalência, mortalidade, anos potenciais de vida perdidos.
b) Potencial de disseminação
Expressa-se pela transmissibilidade da doença, possibilidade da sua disseminação por vetores e demais fontes de infecção, colocando sob risco outros indivíduos ou coletividades.
c) Transcendência
Tem sido definida como um conjunto de características apresentadas por doenças e agravos, de acordo com a sua especificidade clínica e epidemiológica, destacando-se:
- Severidade – medida pelas taxas de letalidade, hospitalizações e seqüelas;
- Relevância social – significa o valor que a sociedade imputa à ocorrência do evento, por
estigmatização dos doentes, medo e indignação; e
- Relevância econômica – situações de saúde que afetam o desenvolvimento econômico,
em razão das restrições comerciais, perdas de vidas, absenteísmo ao trabalho, custo de diagnóstico e de tratamento, entre outros fatores.
d) Vulnerabilidade
Vinculada a instrumentos específicos de prevenção e controle, que permitem a atuação concreta e efetiva dos serviços de saúde sobre indivíduos ou coletividades.
Além desses quatro critérios, ainda podem ser relacionados:
e) Compromissos internacionais
Relacionam-se a acordos firmados entre países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS), que visam à adoção de esforços conjuntos para o alcance de metas continentais, ou até mesmo mundiais, de controle, eliminação ou erradicação 3 de algumas doenças. Ex.: sarampo.
f) Regulamento sanitário internacional
As doenças que estão definidas como de notificação compulsória internacional são incluídas, obrigatoriamente, nas listas de todos os países membros da OMS. Ex.: cólera, peste e febre amarela, entre outos eventos.
g) Epidemias, surtos e agravos inusitados
Todas as suspeitas de epidemias ou de ocorrência de agravo inusitado devem ser investigadas e imediatamente notificadas aos níveis hierárquicos superiores, pelo meio mais rápido de comunicação disponível. Mecanismos próprios de notificação devem ser instituídos, definidos de acordo com a apresentação clínica e epidemiológica do evento.
A listagem das doenças de notificação compulsória em nível nacional é estabelecida, pelo Minis- tério da Saúde, entre as consideradas de maior relevância sanitária para o País; é atualizada sempre que a situação epidemiológica exigir. Estados e Municípios podem adicionar à lista outras patologias de interesse regional ou local, desde que justificada a sua necessidade e definidos os mecanismos
3 Erradicação: cessação de toda a transmissão da infecção pela extinção artificial da espécie do agente em questão no planeta; pressupõe a ausência completa de risco de
reintrodução da doença, de forma a permitir a suspensão de toda e qualquer medida de prevenção ou controle.
Eliminação: ou erradicação regional, é a suspensão da transmissão de determinada infecção em ampla região geográfica ou jurisdição geopolítica.
Controle: quando aplicado a doenças transmissíveis e algumas não transmissíveis, implica operações ou programas desenvolvidos com o objetivo de reduzir sua incidência e/ou prevalência a níveis muito baixos.
operacionais correspondentes.
QUESTÃO 3: A partir da listagem feita na QUESTÃO 2, identifique os critérios utilizados para a escolha?
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O SECRETÁRIO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, no uso das atribuições que lhe confere o Art. 36 do Decreto no 4.726, de 9 de junho de 2003 e, considerando o disposto no Art. 4o da Portaria no
2.325, de 8 de dezembro de 2003, resolve:
Art. 1o Incluir à Lista Nacional de Agravos de Notificação Compulsória, os casos suspeitos ou
confirmados de Doença de Creutzfeldt-Jacob; Sífilis em Gestante; Síndrome Febril Íctero-Hemorrágica Aguda; e Eventos Adversos Pós-Vacinação, conforme disposto no Anexo I desta Portaria.
Parágrafo único. A ocorrência de agravo inusitado à saúde, independentemente de constar da Lista Nacional de Agravos de Notificação Compulsória, deverá ambém ser notificado imediatamente às autoridades sanitárias mencionadas no caput deste artigo.
Art. 2o As doenças e agravos relacionados no Anexo II desta Portaria, para todo território na-
cional, devem ser notificados de forma imediata às Secretarias Estaduais de Saúde, e, estas deverão informar imediatamente à SVS/MS, por meio de:
I. correio eletrônico notifica@saude.gov.br; ou
II. por telefone: 061 33153659 ou fax: 061 33153658, da Gerência Técnica de Doenças Emergentes e Reemergentes - GT-DER/CGDT/DEVEP/SVS/MS, sem prejuízo do registro das notificações pelos procedimentos rotineiros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação-SINAN.
Art. 3o Os profissionais de saúde no exercício da profissão, bem como os responsáveis por
organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e ensino, em conformidade com a Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975, são obrigados a comunicar aos gestores do Sistema Único
I desta Portaria.
Parágrafo único. O não cumprimento desta obrigatoriedade será comunicado aos conselhos de entidades de Classe e ao Ministério Público para que sejam tomadas as medidas punitivas cabíveis.
Art. 4o Os resultados dos exames laboratoriais das doenças relacionadas no Anexo III desta Por-
taria, devem ser notificados pelos laboratórios de referência nacional, regional e laboratorios centrais de saúde pública de cada Unidade Federada, concomitantemente às Secretarias Estaduais de Saúde, Secretarias Municipais de Saúde e a SVS/MS, por meio da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública-CGLAB/DEVEP/SVS/MS.
Art. 5o A definição de caso para cada doença relacionada no Anexo I desta Portaria, deve obedecer
à padronização definida pela SVS/MS.
Art. 6o Aos gestores municipais e estaduais do SUS é vedada a exclusão de doenças e agravos
componentes do elenco nacional de notificação compulsória. Art 7o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
JARBAS BARBOSA DA SILVA JÚNIOR
Anexo I