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Do seu ponto de vista, o que deve ser feito para melhorar o sistema de informação no seu Município/ Estado?

No documento Curso vigilancia epidemio (páginas 52-55)

A base do sistema de informação da vigilância epidemiológica é a notificação de casos e de óbitos.

QUESTÃO 12: Do seu ponto de vista, o que deve ser feito para melhorar o sistema de informação no seu Município/ Estado?

__________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Pode-se melhorar a eficiência de um sistema de informação tomando-se as seguintes medidas: - organização de uma rede de notificação nos serviços de saúde do Município;

- identificação de serviços de saúde que possam servir de sentinelas e que devem informar, rapidamente, a ocorrência de casos das doenças consideradas prioritárias;

- capacitação de serviços de saúde para responder às notificações com realização de investigações epidemiológicas e adoção imediata das medidas de controle, sempre que for necessário;

- treinamento dos profissionais de saúde envolvidos com a notificação de forma a viabilizar o estudo do comportamento das doenças e a adoção de medidas para o seu controle ou prevenção; e

- implementação da busca ativa de casos, mediante a verificação dos boletins de atendimento médico ou investigações locais.

2.2. Investigação epidemiológica de casos e epidemias

Investigação epidemiológica é um trabalho de campo realizado a partir de casos notificados (clinicamente declarados ou suspeitos) e de seus contatos. Deve ser iniciada, imediatamente, após a notificação. Seus objetivos principais são:

I. Identificar fonte e modo de transmissão II. Identificar grupos expostos a maior risco III. Identificar fatores determinantes

IV. Confirmar o diagnóstico

O seu propósito final é orientar medidas de controle e impedir a ocorrência de novos casos. A investigação epidemiológica deve ser realizada para esclarecimento de casos, de óbitos, de surtos ou de epidemias e constitui atividade obrigatória do Sistema de Vigilância Epidemiológica (SVE). A investigação epidemiológica deve ser realizada sempre que ocorrer:

a) Doença de notificação compulsória

Para o desenvolvimento da investigação de casos, devem ser utilizadas as normas e diretrizes constantes do guia de vigilância epidemiológica.

b) Número de casos que exceda à freqüência habitual

O acompanhamento da evolução do número de casos de um dado agravo permite que se detec- tem freqüências não esperadas em determinado local e época do ano, como é o caso, por exemplo, das pneumopatias.

c) Fonte comum de infecção

Epidemias ligadas a uma fonte comum podem produzir grande número de casos em pouco tempo, havendo, assim, necessidade de investigação dos casos, de modo que a fonte de infecção seja, rapidamente, detectada e que as medidas corretivas sejam adotadas imediatamente. São muito comuns os surtos localizados de conjuntivite.

d) Evolução severa

Quando houver suspeita de que a evolução clínica de uma doença é mais grave do que a habitual, é necessária uma investigação para detectar quais os fatores que contribuíram para o aumento de sua gravidade. Exemplo: a investigação de um aumento da letalidade da meningite meningocóccica na cidade de Promissão (SP) permitiu, após o desdobramento das investigações, o descobrimento da febre purpúrica brasileira em 1983.

e) Doença desconhecida na região

A ocorrência de um ou mais casos de uma síndrome julgada não existente é justificativa para iniciar uma investigação visando firmar diagnóstico e adotar medidas de controle. São exemplos recentes: o reaparecimento de casos de dengue e leishmaniose tegumentar americana em áreas livres dessas doenças há várias décadas; e as investigações que levaram à identificação de novos agentes etiológicos, como o HTLV-1 (vírus linfotrópico de células T humanas, do tipo I) e o HIV (vírus da imunodeficiência humana), o virus da hantavirose e a bactéria da febre maculosa.

Em vigilância epidemiológica, são muito utilizados os conceitos de Levantamento, Inquérito e Investigação, os quais são entendidos como:

2.2.1. Inquérito epidemiológico

Em geral, trata-se de estudo seccional de uma amostra de indivíduos, estatisticamente repre- sentativos do total, escolhidos de maneira aleatória. É utilizado quando as informações existentes são inadequadas ou insuficientes, em virtude de diversos fatores, entre os quais se destacam:

- notificação imprópria ou deficiente

- mudança no comportamento epidemiológico de uma determinada doença - dificuldade em avaliar coberturas vacinais ou eficácia de vacinas

- necessidade de avaliar eficácia das medidas de controle de um programa - descoberta de agravos inusitados

2.2.2.Levantamento epidemiológico

É um estudo realizado com base nos dados existentes nos registros dos serviços de saúde ou de outras instituições (dados secundários). Não é um estudo amostral e destina-se a coletar dados para complementar a informação já existente. A recuperação de séries históricas, para análise de tendências, e a busca ativa de casos, para aferir a eficiência do sistema de notificação, são exemplos de levantamentos epidemiológicos. Como mais um exemplo de levantamento epidemiológico, pode-se citar o levantamento dos dados de hipertensão arterial por meio de prontuários médicos existentes nos serviços de saúde de determinada região.

2.2.3. Monitorização

O termo monitorização, recentemente introduzido no idioma português, significa “acompanhar e avaliar” ou “controlar mediante acompanhamento”. Ele é utilizado em textos técnicos da área da Saúde com o mesmo significado da palavra inglesa monitoring, ou seja, “controlar e, às vezes, ajustar programas” ou “olhar atentamente, observar ou controlar com propósito especial”. Ex. monitorização da doença diarréica aguda (MDDA).

2.2.4. Investigação laboratorial

Investigação laboratorial ou vigilância laboratorial é toda e qualquer atividade de vigilância epidemiológica cuja tomada de decisão ou informação dependa, exclusivamente, dos resultados laboratoriais.

Vigilância ou investigação laboratorial é um dos componentes ou variações de ações da vigilância epidemiológica, pois a vigilância pode ser feita com ou sem laboratório. Por exemplo, na monitoriza- ção da doença diarréica aguda (MDDA), não são utilizados exames laboratoriais; o mesmo acontece com a vigilância de alguns efeitos adversos a vacinas.

Utilizando-se um modelo de doenças de notificação compulsória, a confirmação da suspeita, muitas vezes, depende do diagnóstico laboratorial – por exemplo, a malária –, mas isso, não neces- sariamente, caracteriza vigilância ou investigação laboratorial.

Das atividades de vigilância, aquela que pode ser caracterizada como vigilância laboratorial seria uma vigilância sindrômica de doenças exantemáticas, também a título de exemplo. A cada suspeito notificado, cabe ao laboratório esclarecer a suspeita processando exames – como para rubéola, sa- rampo e dengue – e, ainda, agregar mais um bom número de outros patógenos – como Parvovírus B19 ou Herpes 6 ou quaisquer patógenos que, em sua manifestação clínica no indivíduo, possam causar exantema, de acordo com critérios estabelecidos pelo Programa. O mesmo raciocínio pode ser estendido para síndromes íctero-hemorrágicas, doença febril aguda, etc.

Uma faceta da vigilância laboratorial pode ser exemplificada pelos sistemas sentinelas que monitoram variação de subtipos de patógenos, como influenza; subtipos H1N1, H2N3, H2N2; etc. Monitora-se quais cepas estão circulando, para efeito de composição da vacina. São eleitas unidades sentinelas, cuja função é captar o “swab” nasal e enviá-lo ao laboratório para isolamento e caracte- rização do vírus da gripe. Essa informação, exclusivamente de interesse epidemiológico, não muda em nada, a conduta com o paciente. Outro exemplo de investigação laboratorial seria a avaliação da resistência dos patógenos à medicação utilizada, para auxiliar políticas de Estado na modificação de esquemas de tratamento.

QUESTÃO 13: No laboratório de referência de seu Município, existe um protocolo estabelecido para realização do diagnóstico

No documento Curso vigilancia epidemio (páginas 52-55)