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Notificação ao arguido da data de marcação da audiência de julgamento, ou 2 Do despacho que a não considere necessária, a secretaria deve expressamente

No documento Contencioso Tributrio (páginas 107-110)

Irene Isabel das Neves

1. Notificação ao arguido da data de marcação da audiência de julgamento, ou 2 Do despacho que a não considere necessária, a secretaria deve expressamente

indicar ao arguido o prazo e os modos de pagamento da taxa de justiça, juntando o respectivo documento único de cobrança.

Algumas questões sobre o recurso das decisões de aplicação de coima fiscal

A introdução dos autos em juízo Competência Funcional do M.P.

O recurso judicial da decisão de aplicação da coima previsto no artigo 80.º do RGIT é incorporado no próprio processo de contra-ordenação em que foi proferida a decisão.

Sempre que a autoridade recorrida não proceda à revogação da decisão, conforme preceituado no n.º 3 do artigo 80.º do RGIT, os autos têm de ser remetidos ao tribunal tributário de 1.ª instância competente no prazo de 30 dias – n.º 1 do artigo 81.º do RGIT.

A aferição do papel do Ministério Público no processo contra-ordenacional tributário suscita algumas dificuldades interpretativas.

O RGIT só lhe atribui expressamente o dever de estar presente na audiência de julgamento e o poder de recorrer da decisão do tribunal tributário de primeira instância – seus artigos 82.º, n.º 1, e 83.º, n.º 1.

O RGCO, porém, atribui-lhe também o poder de apresentar o recurso ao juiz (valendo este acto como acusação) e retirar a acusação, a todo o tempo e até à prolação da sentença em primeira instância, bem como promover a prova de todos os factos relevantes para a decisão – seus artigos 62.º, n.º 1, 65.º-A, e 72.º.

Mais, dispõe o artigo 62.º do RGCO que, recebido o recurso, e no prazo de 5 dias, deve a autoridade administrativa enviar os autos ao Ministério Público, que os tornará presentes ao juiz, «valendo este acto como acusação».

Esta última expressão indica que se pretende assegurar que quem introduz o processo em juízo é o M.P.º, não com o carácter do princípio do acusatório que decorre do Direito penal, mas sim com o papel de representação do Estado no seu carácter oficioso.

Ou seja, temos que é o próprio arguido a solicitar um julgamento judicial dos factos que lhe são imputados a título de ilícito contra-ordenacional, e atesta o legislador, que o impulso da sua apresentação, reveste questão do interesse público que justifica a intervenção do Estado através do seu órgão especializado, o Ministério Público.

Intervenção essa, no âmbito do princípio da oficialidade, do qual decorre que a iniciativa das diligências que visam investigar a existência de um ilícito, determinar os seus agentes e a sua responsabilidade, descobrir e recolher as provas e introduzir o feito em juízo deve caber a uma entidade pública. E a uma entidade pública que não seja a entidade administrativa titular dos interesses que a lei quis proteger com a incriminação.

Algumas questões sobre o recurso das decisões de aplicação de coima fiscal

O Representante da Fazenda Pública é notificado para os efeitos previstos no n.º 2 do artigo 81.º do RGIT, podendo, se o entender conveniente, oferecer qualquer prova complementar, arrolar testemunhas, quando ainda o não tenham sido, ou indicar quaisquer outros elementos ao dispor da Administração Fiscal que repute conveniente para a prova dos factos.

A apresentação dos autos pelo Ministério Público ao juiz tem o valor jurídico de dedução de acusação - n.º 1 do artigo 62.º do RGCO.

No âmbito do processo de contra-ordenação, as actividades do Representante da Fazenda Pública – representante dos interesses da Administração Tributária nos tribunais tributários, artigo 15.º do CPPT e artigo 54.º do ETAF – têm apenas uma função complementar quanto à instrução dos autos, podendo, no entanto, revelar-se determinante quanto à prova dos factos. Para cabal e adequada defesa dos interesses da Administração Tributária, o Representante da Fazenda Pública pode participar na audiência de discussão e julgamento – n.º 2 do artigo 82.º do RGIT.

A produção de prova

Quanto à produção da prova o RGIT nada prevê, pelo que urge aplicar os normativos do regime do ilícito de mera ordenação social – por força da al. b) do art.º 3.º do RGIT. A prova tem de ser produzida em tribunal. Quanto à prova a produzir pela Administração Tributária, e sem prejuízo da actividade complementar do Representante da Fazenda Pública, é ao Ministério Público que compete promover a prova de todos os factos que considere relevantes para a decisão – n.º 1 do artigo 72.º do RGCO.

O âmbito da prova a produzir é determinado pelo juiz, podendo este recusar as diligências que julgue desnecessárias à formação da sua convicção e determinar, oficiosamente, todas as que considere úteis ao apuramento da verdade dos factos – n.º 2 do artigo 72.º do RGCO. A prova a produzir no âmbito do processo de contra-ordenação é essencialmente documental, mas também pode assumir a forma de prova testemunhal ou mesmo pericial. Daí que quando o arguido apresentar a petição do recurso judicial deve nele fazer constar o rol de testemunhas a inquirir na fase de produção de prova e indicar quais os factos a provar.

A Rejeição e Decisão por despacho

Como já se fez referência, os autos de recurso são presentes ao juiz pelo Ministério Público, valendo este acto como acusação.

Algumas questões sobre o recurso das decisões de aplicação de coima fiscal

Por despacho, o juiz rejeitará o recurso se considerar que o mesmo foi interposto fora do prazo previsto no n.º 1 do artigo 80.º do RGIT ou que não foram observadas as exigências de forma.

Se aceitar o recurso, o juiz deve marcar a data da audiência de discussão e julgamento, salvo se considerar que o recurso pode ser decido através de simples despacho – artigo 64.º do RGIT.

Invertendo a normalidade dos actos vejamos em primeiro lugar da decisão por simples despacho

O juiz pode decidir por despacho se o arguido ou o Ministério Público não se opuserem e se se verificarem as circunstância seguintes:

No documento Contencioso Tributrio (páginas 107-110)