• Nenhum resultado encontrado

2.6 Implantação do Novo Plano Diretor de Fortaleza 2009

2.6.4 Legislação Municipal para Drenagem Urbana e Vegetação Urbana

2.6.4.1 Novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano

O novo PDPFOR apresentou grande avanço ao considerar as questões ambientais e a inclusão social como eixos de sustentação de sua política. As questões ambientais foram abordadas a partir de uma forma de ação onde soluções são incorporadas a todos os temas e por outro lado há também a aplicação de soluções específicas, independente da forma vale salientar a evolução positiva que o projeto do plano diretor apresentou ao incluir as questões do saneamento e da proteção ambiental como princípios.

art 3º - (...) II - o direito à cidade, entendido como o direito à terra urbana, à moradia digna, ao saneamento ambiental, à infra estrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; (...) IV - a preservação e conservação do meio ambiente, assegurando a proteção dos ecossistemas e recursos ambientais existentes e garantindo a todos os habitantes um meio ambiente ecologicamente equilibrado – FORTALEZA (2009b);

A formação de um plano diretor que apresenta a transversalidade para os temas abordados, principalmente, para as questões ambientais dinamiza os efeitos das intervenções. Assim, é possível, por exemplo, para a drenagem urbana no plano diretor incorporar instrumentos para minimizar outros problemas urbanos como o descontrole na ocupação urbana, a partir dessa visão de soluções integradas.

Porém, a abordagem se tornou tênue se buscarmos um aprofundamento das discussões relacionados a segurança ambiental. Isso decorre da amplitude dos temas abordados sem a objetividade necessária para formação de um modelo único de desenvolvimento, de tal modo que fique claro que os projetos aprovados da cidade representem essa transversalidade. A falta de clareza não inviabiliza a PDPFOR, pelo contrário, permiti que suas regulamentações avancem a um novo nível de efetividade e sustentabilidade ao permitir que todo o novo arcabouço legal construído a partir da correção de todas as falhas que desenharam a cidade de Fortaleza.

A construção do PDPFOR a partir de um banco de dados atualizado garante que as soluções incorporadas tenham um perfil alinhado à dinâmica da cidade e que se estabeleçam metas e resultados realistas. O zoneamento é uma ferramenta fundamental para garantir o reconhecimento das potencialidades e limitações de uma cidade a partir da formação de mapas que identifiquem as uniformidades e disparidades que as formam. O município de Fortaleza aprovou juntamente ao seu novo plano diretor, o zoneamento ambiental (figura 2.20) que busca garantir o ordenamento do crescimento da cidade a partir do reconhecimento do potencial de adensamento populacional e a relevância ambiental de cada área. O zoneamento para o Município de Fortaleza pode ser observado na figura a seguir:

Fonte: Anexo do Plano Diretor de Fortaleza (2009b) – Zoneamento Urbano. FIGURA 2.20 – Zoneamento Ambiental de Fortaleza

As características do zoneamento municipal de Fortaleza apresentam-se no quadro 14. A função da criação do novo zoneamento para a cidade de Fortaleza foi definir quais as áreas e qual a capacidade de recepcionar novos investimentos a cidade de possui.

QUADRO 14 – Zoneamento Municipal de Fortaleza – PDPFOR 2009

ZONEAMENTO MUNICIPAL DE FORTALEZA- PDPFOR 2009

ZONA CARACTERÍSTICAS

Zona de Ocupação preferencial –

ZOP Disponibilidade de infraestrutura total ou parcial, o que garante um maior adensamento. OBJETIVO: I - possibilitar a intensificação do uso e ocupação do solo e a ampliação dos níveis de adensamento construtivo, condicionadas à disponibilidade de infraestrutura e serviços e à sustentabilidade urbanística e ambiental; II - implementar instrumentos de indução do uso e ocupação do solo, para o cumprimento da função social da propriedade; III - incentivar a valorização, a preservação, a recuperação e a conservação dos imóveis e dos elementos característicos da paisagem e do patrimônio histórico, cultural, artístico ou arqueológico, turístico e paisagístico; IV - prever a ampliação da disponibilidade e recuperação de equipamentos e espaços públicos; V - prever a elaboração e a implementação de planos específicos, visando à dinamização socioeconômica de áreas históricas e áreas que concentram atividades de comércio e serviços; VI - promover a integração e a regularização urbanística e fundiária dos núcleos habitacionais de interesse social existentes; VII - promover programas e projetos de habitação de interesse social e mercado popular.

ZONA CARACTERÌSTICAS Zona de Ocupação Consolidada –

ZOC

Predominância da ocupação consolidada, com focos de saturação da infraestrutura.

OBJETIVO: I - controlar o adensamento construtivo de modo a evitar a saturação do sistema viário e da infraestrutura disponível e inadequações relativas à qualidade da paisagem e ao conforto ambiental; II - recuperar, para a coletividade, a valorização imobiliária decorrente de investimentos públicos; III - implementar instrumentos de indução do uso e ocupação do solo; IV - tornar adequadas as condições de mobilidade urbana, considerando focos de saturação do sistema viário; V - incentivar a valorização, a preservação, a recuperação e a conservação dos imóveis e dos elementos características da paisagem e do patrimônio histórico, cultural, artístico ou arqueológico, turístico e paisagístico; VI - promover a integração e a regularização urbanística e fundiária dos núcleos habitacionais de interesse social existentes.

ZONA CARACTERÌSTICA

Zona de Requalificação Urbana –

ZRU Insuficiência ou precariedade da infraestrutura e dos serviços urbanos, principalmente de saneamento ambiental, carência de equipamentos e espaços públicos, pela presença de imóveis não utilizados e subutilizados e incidência de núcleos habitacionais de interesse social precário.

OBJETIVO: I - promover a requalificação urbanística e ambiental, com investimentos para complementar a infraestrutura, principalmente de saneamento ambiental, priorizando

as sub-bacias dos rios Maranguapinho e Cocó, como unidades de planejamento, e as áreas com precárias condições de habitabilidade e de riscos socioambientais para investimentos; II - ampliar a disponibilidade e conservar espaços de uso coletivo, equipamentos públicos, áreas verdes, espaços livres voltados à inclusão para o trabalho, esportes, cultura e lazer; III - estimular a dinamização urbanística e socioeconômica das atividades de comércio e serviços, considerando a diversidade dos territórios que constituem os bairros e as áreas com concentração de atividades de comércio e serviços; IV – promover a integração e a regularização urbanística e fundiária dos núcleos habitacionais de interesse social existentes; V – promover e incentivar a construção de novas habitações de interesse social e de mercado popular nas áreas com infraestrutura urbana, serviços e equipamentos públicos disponíveis ou que estejam recebendo investimentos urbanos para a adequação das condições de habitabilidade; VI - tornar adequadas as condições de mobilidade urbana, em especial com investimentos

para o transporte coletivo, como o Projeto Estratégico do METROFOR; VII - conter a ocupação urbana em áreas ambientalmente sensíveis e de interesse ambiental.

ZONA CARACTERÌSTICA

Zona de Ocupação Moderada - ZOM Insuficiência ou inadequação de infraestrutura, carência de equipamentos públicos, presença de equipamentos privados comerciais e de serviços de grande porte, tendência à intensificação da ocupação habitacional multifamiliar e áreas com fragilidade ambiental.

OBJETIVO: I - controlar e ordenar os processos de transformações e ocupações urbanas e a densidade populacional de modo a evitar inadequações urbanísticas e ambientais; II - promover a requalificação urbanística e ambiental, com investimentos para complementar a infraestrutura, principalmente de saneamento ambiental; III - ampliar a disponibilidade e conservar espaços de uso coletivo, equipamentos públicos, áreas verdes, espaços livres voltados à inclusão para o trabalho, esportes, cultura e lazer; IV - promover a integração e a regularização urbanística e fundiária dos núcleos habitacionais de interesse social existentes; V - tornar adequadas as condições de mobilidade urbana, em especial nos pontos de congestionamento, insuficiência de consolidação da malha viária e concentração de equipamentos geradores de inadequações relativas ao tráfego e de saturação do sistema viário; VI - conter a ocupação urbana em áreas ambientalmente sensíveis e de interesse ambiental, com ações de recuperação nos assentamentos de interesse social, a fim de garantir a qualidade ambiental desta zona; VII – incentivar a valorização, a preservação, a recuperação e a conservação dos imóveis e dos elementos característicos da paisagem e do patrimônio.

ZONA CARACTERÌSTICA

Zona de Ocupação Restrita - ZOR Ocupação esparsa, carência ou inexistência de infraestrutura e equipamentos públicos e incidência de glebas e terrenos não utilizados

OBJETIVO: I - inibir, controlar e ordenar os processos de transformações e ocupações urbanas de modo a evitar inadequações urbanísticas e ambientais; II - implantar ou complementar a infraestrutura básica apenas nas áreas ocupadas; III - conter a expansão e a ocupação urbanas.

ZONA CARACTERÌSTICA

Zona da Orla – ZO Área contígua à faixa de praia, que por suas características de solo, aspectos paisagísticos, potencialidades turísticas, e sua função na estrutura urbana.

Fonte: Modificado a partir da Lei nº 062/09 - Fortaleza (2009b)