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Novos desafios

No documento Revista Estudos nº 34 | ABMES (páginas 124-127)

Apesar do progresso registrado nos últimos anos, o Brasil ainda terá que fazer um grande esforço para aumentar a taxa de escolarização no ensino superior, melhorando sua posição em relação aos paí- ses desenvolvidos e aos vizinhos da América Latina. Isso passa, conforme já mencionado, pela universalização do ensino médio e definição de novos mecanismos de financiamento que subsidiem alunos no ensino superior, tanto do setor público como do privado.

A solução encontrada nos demais países para enfren- tar esse tema foi a diversificação do sistema público de ensino, com a criação de cursos técnicos e profissionalizantes como os comunity colleges ameri- canos, que absorvem grande parte da demanda por ensino superior não-universitário, com cursos de mais curta duração e a custos mais baixos. Nos Estados Unidos, no Canadá e nos países europeus, os cursos pós-médio de nível superior e caráter profissionalizante e de curta duração, já absorvem grande parte da de- manda por vagas no ensino superior. A expectativa é de que eles se tornem importantes para viabilizar o acesso ao ensino superior, de caráter profissionalizante

no Brasil. Em países como Inglaterra e Canadá, mais de 40% da matrícula de nível superior deve-se à oferta de cursos de mais curta duração de nível superior. Como isso não ocorreu no Brasil – até porque a rede pública de escolas técnicas e de educação profissional acabou refém dos mesmos entraves corporativos do sistema universitário –, o caminho percorrido foi de ex- pansão do setor privado, que atende hoje mais de dois terços dos alunos que aspiram formação superior. É preciso discutir a criação de alternativas de ensino pós-médio, não necessariamente universitários no sen- tido de todos terem que ter a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. O estímulo à criação de cursos seqüenciais, criados no governo Fernando Henrique, podem ser uma alternativa. A reforma das escolas técnicas e agrotécnicas ligadas ao governo federal, com a ampliação das matrículas públicas também. A mera compra de vagas no ensino privado, como vem sugerindo o governo, irá apenas reproduzir o sistema tal como está hoje.

Portanto, é preciso achar mecanismos de financiamen- to para atender à enorme parcela de jovens concluintes do ensino médio e que desejam melhorar sua escolari- dade e sua qualificação, caso contrário freará a expan- são do ensino superior ocorrida nos últimos anos. Não se pode perder de vista, também, que o mais importante para ampliar e democratizar a educação superior é a melhoria da qualidade da educação básica. Este sim é o grande desafio do País.

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SERGIO TIEZZI SERGIO TIEZZI ESTADO E ENSINO SUPERIOR PRIVADO

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