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O Associativismo em Gravatá

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CAPÍTULO 3. GRAVATÁ: LUGAR DE GENTE FELIZ

3.3. O Trabalho e o Lazer em Gravatá

3.3.1. O Trabalho para a População de Gravatá

3.3.1.1. O Associativismo em Gravatá

Esclarecemos que chegamos às formas de Associativismo e Cooperativismo em Gravatá encaminhada pelos entrevistados, porque reconhecem a importância dessas formas associativas como instâncias não de luta política, mas antes de tudo como espaços negociados na esfera da necessidade material. Isso nos reporta à Tauk Santos (2000, p. 32) quando afirma que a participação com vistas ao desenvolvimento local se dá como “um processo de construção de oportunidades de melhores condições de vida para as populações locais, mobilizando forças endógenas”.

No caso dos agricultores de flores e plantas ornamentais associados e/ou cooperados, a iniciativa de organização se deu a partir da conscientização de que eles não estavam conseguindo sozinhos conciliar os cuidados com a produção diária do corte da flor com a comercialização. Estavam perdendo a produção, porque a flor é um produto que tem que ser rapidamente comercializado. Além disso, também perceberam que estavam sendo lesados pelos “atacadistas”36.

Os produtores sentiram necessidades de se unirem porque o mercado de flores é perecível. Todo dia eu tenho flor e tenho que vender hoje, no mais tardar amanhã. Eles perceberam que estavam sendo lesados pelos atacadistas. Por exemplo: Eles vendiam 100 pacotes ao atacadista, que só vendia 80 e devolvia 20, e assim eles ficavam no prejuízo de 20 porque deixavam de vender para outra pessoa. Foi isso que fez eles se unirem, e contrataram pessoas capacitadas para fazer estudos sobre o mercado de flor. (L. V. F. J. Gerente de Associação e Cooperativa).

Segundo o gerente, nem todo associado é cooperado, mas todo cooperado é associado. A Associação tem como função, ser o local onde os produtores recebem capacitação profissional, assistência técnica e fazem encomendas dos produtos que necessitam. Já a Cooperativa comercializa e faz estudos de mercado. Quando o gerente se refere aos cooperados como mais “ativos” que os associados, ele está se referindo aos lucros do cooperado ser maior:

36 Percebemos a existência de produtor independente da Associação e Cooperativa, que têm sua produção comprada

Todos os cooperados são associados. Embora eu tenha mais associados, eles não são tão ativos quanto os da FLORAGRESTE. A FLORAPE é mais um ponto de pedidos de encomendas pelos produtores, dos materiais que eles precisam. Só tem capacitação profissional e assessoria técnica e sobre mercado, mas tudo que eles querem tem que solicitar. A Associação não tem venda. Isso só quem faz é a Cooperativa. Já a FLORAGRESTE é responsável pela comercialização e faz estudos do mercado de flor. Pela Cooperativa eles ganham mais. (L. V. F. J. Gerente de Associação e Cooperativa).

Uma vantagem que percebemos para esses associados e cooperados foi a questão da aliança, ou convergência, entre interesse pessoal e o conhecimento técnico especializado existente de alguns membros do grupo como Técnico Agrícola e Agrônomos. Além disso, para eles conta ainda que o Presidente da Cooperativa seja representante de uma empresa de sementes e consultor do SEBRAE especialista em flores. A Cooperativa tem seu próprio veículo, para buscar as flores na propriedade dos cooperados:

Nosso Presidente é consultor do SEBRAE! Foi dele a idéia de comprarmos um veículo para buscar as flores nos sítios. As sementes vêm de São Paulo da Vicaflor que o representante é o Sr. Lourenço, o Presidente, Agora temos todo um acompanhamento técnico de outros produtores Agrônomos ou Técnico Agrícola, desde a preparação do solo e do processo com o Arão Zito e o Arnaldo. (L. V. F. J. Gerente de Associação e Cooperativa).

A Cooperativa além de negociar todo o processo de comercialização das flores e plantas, funciona em suas instalações como ponto de distribuição. Já os associados não utilizam a estrutura física da Associação, porque sua produção é retirada na propriedade diretamente pelos clientes. A Cooperativa venda tanto para atacadistas de diversas localidades da região Nordeste, como também vende para pessoas físicas. Pudemos perceber a compra de flores por pessoas moradoras da cidade, moradores de segundas-residências, como pessoas oriundas de cidades vizinhas:

Aqui é o centro de distribuição, aonde os atacadistas vem buscar nossas flores. Nós temos atacadistas de Recife, Caruaru, Maceió, Juazeiro do Norte, Fortaleza, Salvador. Geralmente eles vêm buscar com veículo com ar refrigerado, e também agora estamos

começando a usar o aeroporto.Os associados são produtores antigos que tem seus clientes

certos, e por isso não quiseram entrar na Cooperativa. (L. V. F. J. Gerente de Associação e Cooperativa).

A Associação tem 21 associados que pagam uma taxa de R$ 30,00 por mês, e estão em dia com as mensalidades. Já na Cooperativa apesar de ter registrado 21 cooperados, apenas 8 atuam efetivamente. Isso se deve ao fato deles estarem mais envolvidos, em suas outras atividades de trabalho. E mesmo assim, com esse reduzido número de cooperados atuando, estão conseguindo competir e ganhar mercado. Tanto pela qualidade das flores e plantas produzidas,

oportunidades através da participação ativa em feiras e eventos. Segundo, ainda, o gerente, a Cooperativa é muito conhecida porque trabalha muito no marketing utilizando folders, outdoors, propaganda em revistas e jornais e pelo projeto Oficina de Buquê. Esse projeto, desenvolvido com as floriculturas do Recife, tem como objetivo “criar o hábito nas pessoas de comprar flor” para estimular a demanda e assim, baixar o preço. Em notícia do site do SEBRAE, esse projeto visa, ainda, consolidar a marca FLORAGRESTE como referência no Nordeste, “ser referência no Nordeste é a nossa ambição, define Lourenço, traduzindo o sentimento dos produtores do Agreste”37:

A Associação tem 21 sócios que pagam a taxa de R$ 30,00 por mês, e não temos problemas com atrasos. Na Cooperativa temos 21 cooperados, mas atuando são 08 produtores. Esse pessoal anda afastado, porque está ligado nas suas outras atividades. Nossa Cooperativa é a única ativa no mercado aqui no Estado. Tenho flor que dura 10 dias! Nós temos também um trabalho de buquês que chamamos Oficina do Buquê, todas as quartas-feiras, para determinadas lojas do Recife. Nós queremos criar o hábito nas pessoas de comprar flor para enfeitar a sua casa! Com o aumento da demanda a tendência da gente é baixar o preço para vender mais, e conquistar mais clientes. (L. V. F. J. Gerente de Associação e Cooperativa).

A nossa produção tem mais de 30 anos, mas o volume que produzimos é recente. A gente chega indiretamente aos outros estados, porque quem faz a distribuição são nossos clientes. E temos muito divulgação. (A. C. Produtor Rural e Presidente de Associação).

Para nós ficou claro, a existência de um conflito entre os cooperados, associados e os intermediários ou atravessadores. Os cooperados e associados estão conscientes da qualidade dos seus produtos e que o grande problema deles, no mercado, é a atuação do intermediário. Tanto é verdade, que não existe negociação entre membros da Associação e da Cooperativa com eles. Para os associados e cooperados, o alto preço cobrado no mercado de flores e plantas ornamentais, se deve aos intermediários. Eles entenderam que para enfrentar esse problema, deveriam se capacitar e buscaram ajuda no SEBRAE e na Microlins:

A minha flor é a mais cara do mercado porque tenho ponto, tenho qualidade. Os atacadistas têm medo da nossa Cooperativa porque somos estruturados, temos preço de mercado e o atacadista muitas vezes são atravessadores. Eles estão matando o preço nessa intermediação. Tem muito atacadista que prefere comprar direto no produtor. Tem atacadista que custeia a plantação do produtor, mas não são meus produtores associados ou cooperados. Olha, nessa situação tem uns 12 produtores que o atacadista compra a produção, eles botam o preço, e o produtor não vende para ninguém. Pra enfrentar essa gente aqui, tanto nós técnicos como os produtores, fazemos muito cursos de capacitação profissional tanto com o SEBRAE como na Microlins. (L. V. F. J. Gerente de Associação e Cooperativa).

No âmbito do crédito nos informa o Presidente da FLORAGRESTE que o PRONAF está fechado para o município, devido ao índice de 2% de inadimplência. Porém, além desse há outro entrave burocrático que atrapalha e inviabiliza ao produtor rural o acesso ao crédito. Como exemplo, cita a taxa de R$ 300,00 cobrada pelo uso da água pelo Governo do Estado através da Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos/CPRH.

O Presidente da FLORAPE também culpa a burocracia existente para o crédito. Ambos os presidentes, desconhecem a existência de recursos disponíveis para o produtor investir em turismo. O Presidente da FLORAPE vai mais longe, e faz a sugestão que esses recursos fossem aplicados na infra-estrutura de acesso, com sinalização e estradas. Segundo esse Presidente, o Banco do Brasil está querendo investir na cadeia produtiva de flores no Município por recomendação da Prefeitura de Gravatá:

Existe o entrave do PRONAF fechado para a pequena produção de Gravatá por causa do índice de 2% de inadimplência, que o gerente do Banco me falou. Mas existem outros também, como a outorga do uso da água que é o Governo do Estado que libera. Então sem outorga o Banco não pode financiar, e se não há uma liberação dessa outorga não tem crédito para pequenas áreas. Então isso dificulta muito o acesso ao crédito pela pequena produção. Porque um financiamento geralmente é de R$ 20.000,00, um valor muito baixo, que pra você tirar uma outorga dessa lá no CPRH, com toda aquela burocracia, você ainda paga uma taxa de R$ 300,00. Quer dizer ,totalmente fora de nexo! Inviabiliza, tem uma burocracia enorme, tem um custo, e no final o valor que você vai financiar não compensa isso. Sobre crédito para o produtor investir em turismo, não estava sabendo. (L. Z. Produtor Rural e Presidente de Cooperativa).

Isso de crédito é inviável para a gente, por causa da burocracia. Botar a mão nesse dinheiro é difícil. Nós perdemos o acesso ao PRONAF, e só contamos com a FAEPE. Não sei que existe financiamento do PRONAF para o turismo. Pra o turismo daqui é mais interessante que esses recursos fossem investidos na infraestrutura de acesso, sinalização do que eu colocar uma pousada na minha região. Já existe tanto hotel aqui... O que eu estou sabendo é que existe uma diretriz no Banco do Brasil para investir no negócio de flores de Gravatá, porque houve uma recomendação da Prefeitura. (A. C. Produtor Rural e Presidente de Associação).

Outro grande problema enfrentado por esses produtores está nas estradas. Para eles, a má conservação está prejudicando os negócios, uma vez que não estão produzindo flores em jarros devido a esse problema que inviabiliza o transporte. A média de área terra do produtor é 04 a 06 hectares e as flores e plantas podem ser produzidas no campo ou estufa. Como eles já conseguiram um espaço no Aeroporto em Recife para embarcar seus produtos, reivindicam também uma câmara fria:

Temos muita reclamação das estradas, o acesso é muito complicado. Sempre que solicitamos a prefeitura passa a máquina, mas a chuva vem e acaba tudo. Se não fosse isso, a gente já estava produzindo flor em vaso. No aeroporto estamos precisando de uma câmara fria para embarque e desembarque de flores, como tem em Fortaleza uma infra- estrutura montada. (L. V. F. J. Gerente de Associação e Cooperativa)

O transporte é muito inadequado, para transportar a produção. Tem moto fazendo isso, porque tem hora que carro não passa. Também precisamos de uma câmara fria para o aeroporto. Existe propriedade de todo tamanho. Somos médios produtores que eu considero e que estão aqui na Cooperativa. Médio que digo, não em tamanho, mas em receita. (L. Z. Presidente de Cooperativa).

Os demais pequenos produtores rurais são sindicalizados, mas recebem apoio técnico de outras entidades, como, por exemplo, a Federação de Agronomia do Estado de Pernambuco/FAEPE que dá apoio técnico para cultivo e comercialização aos pequenos produtores de orgânicos do Assentamento Chico Mendes. Em conversa informal com esses produtores na feira de Orgânicos do Bairro de Casa Amarela em Recife, nos relataram que esses produtos – legumes, frutas e verduras - são comercializados, tanto na feira de Gravatá para os moradores, e principalmente para os proprietários de segunda-residência, como também em Recife através de uma parceria com a Prefeitura da Cidade do Recife.

Outro entrevistado produtor de orgânico do Assentamento Perseverança e que já trabalhou com a agricultura tradicional, manifestou o desejo de diversificar a produção para flores, mas foi impedido em virtude da incompatibilidade no manejo da produção. A propriedade é pequena e quem trabalha com agricultura orgânica, não pode produzir utilizando as técnicas da agricultura tradicional como o uso de defensivos e agrotóxicos:

Aqui a gente imita tudo que for bom pra gente! Deu pra mim fazer, estou imitando... Imitei nos orgânicos e já andei pensando na possibilidade de produzir flores, mas aí complicou por causa dos agrotóxicos. O pessoal da AMA já explicou direitinho porque a gente não pode misturar... (B. C. S. Agricultor de Orgânicos, Assentamento Perseverança).

Pelas informações que nos foi dada pelos produtores de Orgânicos, outra Associação responsável pela capacitação profissional e assistência técnica na produção de orgânicos, é da Associação dos Amigos do Meio Ambiente de Gravatá/AMA.

Com exceção de alguns produtores de flores e plantas ornamentais que formalmente exercem outra atividade todos os entrevistados estão vinculados ao Sindicato Rural, mas são poucos o que realmente participam das reuniões. Tampouco participam do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. Aliás, só confirmaram filiados ao Sindicato, por conta da aposentadoria. Há uma descrença generalizada, desde o agricultor com formação acadêmica

àquele analfabeto, em relação à política dos movimentos sociais de base, como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, bem como aos Conselhos e Fóruns institucionalizados como o Conselho de Desenvolvimento Rural. Salientamos que não entrevistamos o pessoal do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, porém, ouvimos a opinião dos entrevistados sobre a atuação do Sindicato local:

Conselho de Desenvolvimento Rural nós temos, mas nem participo porque é um balaio de gato! Tem muita interferência política então a gente fica de fora. Tem um monte de associação metida lá, que não são agrícolas. Tem reunião uma vez por mês e é deliberado quando tem recurso, por exemplo, do Banco do Mundial, do BID. Então obviamente que num Fórum como esse, há muita interferência. Mas a gente prefere nem participar. A FLORAGRESTE não participa do Conselho de Desenvolvimento Rural, nem nossos produtores. (L. Z. Produtor Rural e Presidente de Cooperativa).

A FLORAPE tem assento no Conselho de Desenvolvimento Rural e sempre tem reunião, um sócio que vai. Mas aquilo lá só tem confusão. De útil para nós não trouxe nada! (A. C. Produtor Rural e Presidente de Associação).

Eu sou sindicalizado e sou assentado pelo INCRA, mas agora só continuo por causa da minha aposentadoria. Quero distância dessa politicagem. Se eu fosse depender de Sindicato, estava morrendo de fome. Fui a tanta reunião que não resolvia nada, que deixei pra lá. Quem sempre me ajudou foi o pessoal de fora do Sindicato, da AMA e do INCRA. (B. C. S. Produtor de Orgânicos do Assentamento Perseverança do INCRA).

Sou agricultor dos antigos aqui. Fui um dos primeiros no Sindicato, e já atuei muito! Já fiz muita zoada, mas vi que estava perdendo meu tempo, e deixei pra lá. Só estou interessado na aposentadoria. ( M. S. Produtor de Orgânicos).

Pago o sindicato só por causa da aposentadoria, mas não freqüento. Depois desses condomínios, eu meus filhos estamos todos trabalhando neles de carteira assinada. (J. F. M. Agricultor e vigia).

Sobre a Associação dos Amigos do Meio Ambiente de Gravatá/AMA, apesar de ter um escritório na cidade, não conseguimos encontrar ninguém na sua Sede. A informação que recebíamos dos agricultores era que deveríamos nos dirigir à Fazenda Vale Verde, onde os encontraríamos. Pelo que apuramos a AMA é resultado da idéia do casal proprietário da Fazenda do Vale Verde, e foi criada em 1997 por diversos amigos que compartilham as idéias da agroecologia. No Estado de Pernambuco essa Associação foi a primeira a ser criada com o objetivo de estabelecer o mercado de orgânicos, para o pequeno produtor rural. São 40 famílias de pequenos produtores assistidos. E no mercado estadual já existe a marca AMA em 07 produtos. São esses pequenos produtores associados no entorno da Fazenda, que recebem os turistas que estão hospedados na Pousada Rural Vivências e Cavalgadas.

Além da produção de orgânicos, desenvolvem projetos socioambientais com as crianças dos produtores rurais de orgânicos e nas escolas do Município tais como: educação ambiental, despoluição do rio Ipojuca, de conscientização de reciclagem de plásticos, metais, papel e vidros.

O financiamento dessa Associação se dá através de recursos oriundos de parcerias como, por exemplo, a do projeto Brasil e Canadá para a Promoção da Eqüidade. Os recursos são da Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional (CIDA/ACD)38 que tem por objetivo promover a formação de 180 lideranças comunitárias de Pernambuco e Bahia, na metodologia Germinar. A AMA além dos produtores de orgânicos de Gravatá presta assessoria aos pequenos produtores dos municípios vizinhos e é sócia da empresa Comadre Fulozinha, em Vitória de Santo Antão, que comercializa produtos orgânicos dos pequenos produtores rurais dos municípios de Bezerros, Chã Grande, Feira Nova, Glória do Goitá, Goiana, Gravatá, Lagoa do Itaenga, Pombos e Vitória. A filosofia dessa empresa é o “comércio justo e solidário”39.

No âmbito associativo, de cunho organizativo político Gravatá, em maio de 2006, fundou a Associação de Turismo de Gravatá com 28 associados que contou com o apoio da Prefeitura Municipal e do SEBRAE. Segundo o Presidente, em entrevista, os empresários sentiram a necessidade de se organizarem em virtude do crescimento das atividades diretamente ligadas ao setor. Sua finalidade é defender os interesses dos empresários do turismo em Gravatá, melhorando a cadeia produtiva do turismo e qualificando a mão-de-obra. Os sócios são da hotelaria, gastronomia e prestação de serviços:

O turismo em Gravatá cresce a cada ano, tanto em números de empreendimentos, como em números de turistas. Precisamos crescer organizados, o poder público fazendo sua parte e nós do setor privado fazendo a nossa. A Associação terá a finalidade de promover o desenvolvimento de seus associados. Empresários de toda a cadeia produtiva do turismo, em seus aspectos tecnológicos, legais, gerenciais, de recursos humanos, econômico e financeiro. (E. C. Hoteleiro).

Recentemente, essa Associação ganhou espaço político na Secretaria de Turismo do Estado, sendo convidada a participar do projeto do atual Governo: Planejamento Turístico de Pernambuco até 202040. Dentre os projetos para o ano de 2007 estão o Encontro de Motos do Nordeste em julho, com previsão de reunir 2.500 motociclistas; o Museu de Carros Antigos e o Museu do Cinema de Pernambuco. Na verdade, essa Associação iminentemente política. Porém,

38 Disponível em <http://www.canadainternational.gc.ca/brazil/assets/2-CIDA_Brasil_2005-2010.pdf> Acesso em: 24 jun 2007. 39 Disponível em: http://www.comadrefulozinha.com.br/ Acesso em: 15/05/2007.

em conversas recentes com o Presidente ele se queixou da baixa participação dos associados no dia-a-dia da Associação, e da baixa freqüência de reuniões:

Como toda Associação que se preza, acaba uma minoria trabalhando e uma maioria

reclamando... Mesmo assim, já temos o site, http://www.turismogravata.com.br, folders.

Já fizemos propaganda com banners, cartazes, eventos como o Festival Gastronômico, Encontro de Motos, etc. A última reunião foi há 06 meses, vamos fazer uma agora para o São João. (E. C. Hoteleiro).

No âmbito estadual outra associação de cunho político voltada para o turismo é a Associação Pernambucana de Turismo Rural/APTURR, porém não existe a filiação de nenhum estabelecimento de Gravatá.

Outra no mesmo estilo é a Associação de Secretários de Turismo do Estado de Pernambuco/ASTUR, criada em 1990, com reuniões bimensais, cujo Secretário de Turismo de Gravatá assumiu a Presidência em meados de 2005. O objetivo dessa Associação é promover o desenvolvimento dos municípios pernambucanos com potencial turístico, seguindo os princípios de sustentabilidade. Segundo “folder” seus objetivos são

consolidar o turismo como atividade econômica, aperfeiçoar o debate em torno das questões relacionadas à melhoria da qualidade dos equipamentos turísticos e do atendimento ao turista, divulgar as potencialidades turísticas dos municípios associados, defender a prática do turismo integrado, firmar convênios, acompanhar e interferir em tudo que seja do interesse dos municípios associados no tocante às políticas públicas voltadas ao turismo, viabilizar a participação dos Municípios associados em eventos a nível estadual, nacional e internacional em parceria com o Governo do Estado, EMPETUR, SEBRAE, FUNDAÇÃO CTI/NE, Governo Federal, Ministério da Cultura e Ministério do Turismo.

Pelas observações que fizemos e algumas conversas informais, o que podemos inferir sobre a ASTUR, embora ela exista desde 1990, só após a posse da nova diretoria ações políticas com vistas ao desenvolvimento do turismo no Estado estão sendo traçadas. Em conversas com o Secretário de Turismo, Rildo Feitosa, ele nos informou que seu plano era pressionar o Governo Estadual na formulação de uma política mais efetiva para o turismo no Estado de Pernambuco. O projeto do atual do Governo do Estado: Planejamento Turístico de Pernambuco até 2020, contou com a atuação política da ASTUR41.

Diante do exposto, podemos inferir que nas associações de organização do trabalho dos produtores de rurais de flores, o processo de organização associativa voltada para o trabalho

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