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4.2 O Design e o Desenvolvimento de Têxteis Inovadores

No documento Design funcional de vestuário interior (páginas 138-142)

4.2.1 - Introdução

Nas últimas décadas verificaram-se diversos avanços na indústria têxtil, trazidos pela introdução de novas tecnologias (materiais, informática, electrónica, automação) em todas as fases do processo de fabrico. Esta evolução permitiu ir ao encontro das exigências de aumento da rapidez de resposta, poupança de matérias-primas e de energia, flexibilização do processo produtivo e aumento da produtividade das máquinas.

Deste modo, têm surgido enormes evoluções nas diversas áreas do sector têxtil e do vestuário, das quais se destacam tecnologias que conferem ao material têxtil a capacidade de adaptação a funções técnicas e processos de ultimação têxtil, que transformam os tecidos.

Nesta nova geração de têxteis, inclui-se também, os têxteis inteligentes, caracterizados pela capacidade de reagir a estímulos (tecnologia anteriormente limitada a outras áreas que não a têxtil, como a medicina, a biologia e a electrónica).

A melhoria da competitividade poderá ser assim conseguida, utilizando matérias-primas de melhor desempenho, para aplicações mais específicas e mais complexas. Se bem que seja necessário investir na formação técnica dos profissionais e equipamentos com melhores capacidades.

Os incitamentos para novos requisitos e a colaboração interdisciplinar de outros sectores, vieram a abrir novos horizontes de desenvolvimento.

4.2.2 - O Design

O Design é uma actividade social, caracterizada pela significância que dá aos produtos. Dá-lhe valores, virtudes e potencialidades técnicas, funcionais e estéticas, que permitem fazer face às necessidades e desejos dos consumidores.

O design concentra as suas atenções sobre o consumidor, a concorrência, tendências e consubstancialização da tecnologia aplicada na empresa (numa problemática mercado/ consumidor/ desenvolvimento empresarial), de forma a poder criar novos produtos, funcionais,

diferenciados. Assim, utiliza processos de fabrico da organização, de forma a minimizar custos de produção e promover a imagem da empresa. Ou seja, o design assume-se como o “centro” do sucesso empresarial (Fig. 4.2).

Figura 4.2 - O design como o “centro” do sucesso empresarial

“Design Total” é um conceito que compreende “as estratégias e tácticas da empresa, a sua estrutura de gestão, os produtos e serviços produzidos e as relações e os meios utilizados para atingir os clientes; em que todos saem a ganhar, no aspecto de satisfação das necessidades (o designer/ a empresa/o cliente), e qualidades comerciais.

Actualmente, o design assume um papel de extrema importância, para o sucesso empresarial. O design consubstancia as possibilidades oferecidas pelos avanços tecnológicos, na ligação aos desejos e necessidades dos consumidores.

Esta visão é, por assim dizer, a envolvente que rege todo este trabalho de investigação, na exploração máxima dos avanços tecnológicos dos tecidos criativos para a formulação de soluções, que se ajustem ás necessidades e desejos dos consumidores.

Muitas vezes, reduz-se o Design apenas à sua componente estética, que sendo das mais importantes, não é, contudo, a única. À estética alia-se à funcionalidade e à exequibilidade à escala industrial.

Em mercados saturados, como os actuais, a estratégia de liderança das empresas, não deve assentar em preços baixos, negligenciando a qualidade, a pesquisa, a inovação e o design. Pois este facto não potencia investimento nem a imagem da empresa.

Hoje em dia, o panorama das referências tecnológicas dos materiais está a mudar; o conhecimento já não se organiza em redor das entidades físicas dos materiais, mas à volta de certas funções e da variedade de opções.

4.2.3 - O Design no Desenvolvimento de Produtos Inovadores

O mercado de fibras tem sido caracterizado, no passado recente, por algumas revoluções em fibras consideradas técnicas e inteligentes. O mercado de fios técnicos e inteligentes, baseados neste tipo de fibras, encontra-se na fase de desenvolvimento, constituindo um sector de margens interessantes.

A conjugação de processos de transformação destes materiais, é, sem dúvida, o maior desafio que a indústria têxtil vive presentemente.

É neste contexto que existe uma maior procura de produtos inovadores, sejam eles provenientes de aplicações de novas fibras, novos processos ou novos produtos auxiliares. Mesmo tendo em conta que continuarão a existir produtos standard destinados a satisfazer as exigências quantitativas mais relevantes dos consumidores, os produtos especiais (resultantes de materiais de alta tecnologia), apesar da sua menor representatividade no volume de vendas, são um sector dinâmico e interessante do mercado que está agora em fase de formação.

Centros de investigação, organizações universitárias, indústrias, têm constituído canais de relacionamento privilegiados para sectores de produção com saídas asseguradas (à medida das necessidades dos operadores de outros campos).

As fronteiras entre sectores privilegiados tendem a desaparecer; as indústrias tradicionalmente sectoriais estão a alargar o seu leque de aplicações intersectoriais, ou seja, campos tradicionalmente ocupados por famílias de materiais, estão a ser invadidos por outros materiais ultra-artificiais.

As diferentes áreas de competência dos materiais agrupam-se em redor de questões de design, promovendo estudos aprofundados e avaliando toda a gama de soluções possíveis (passando por um conhecimento teórico e uma grande sensibilidade prática).

4.2.4 - Estratégia de Desenvolvimento e Produção

Analisando a evolução dos sistemas de produção, sob uma perspectiva histórica pode verificar- se que antes da revolução industrial uma organização era do tipo artesanal, que raramente produzia dois produtos iguais e que devido ao facto dos produtos serem relativamente caros apenas poderiam ser adquiridos por classes sociais mais abastadas. É o caso do vestuário produzido através dos alfaiates.

Na era pós revolução industrial, a era da produção em massa, a mecanização dos processos fez com que se produzissem grandes quantidades do mesmo produto, baixando-se através disso o custo individual de cada um. Este facto resultou numa aquisição generalizada por todas as classes sociais.

Actualmente, esta–se numa situação de transição entre a produção em massa e a personalização. Esta pretende combinar as virtudes da produção de forma artesanal com as da produção em massa. Assim, pretende a produção em massa de produtos personalizados a baixo custo que possam ser adquiridos por todos os consumidores.

A estratégia de desenvolvimento do vestuário de protecção, para qualquer que seja a área deve ter em conta estes factores, pois personalização massificada do consumo é a estratégia de negócio do século XXI (Fig. 4.3) [32].

Figura 4.3 - Estratégia de produção de artigos têxteis [32]

Por outro lado, e tendo em conta o descrito relativamente à produção personalizada, é de ter conta que esse tipo de produção deve ir ao encontro do design total, ou seja, deve ter em conta

Figura 4.4 - O conceito de Design Total [33]

No documento Design funcional de vestuário interior (páginas 138-142)