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CAPÍTULO 1 – ESTAR AO VIVO E A INTENSIFICAÇÃO DA INSTANTANEIDADE

1.4 O FACEBOOK LIVE PELO FACEBOOK E O OLHAR DO MERCADO

Uma vez detalhado como funciona o que está “por trás” desses sistemas de live streaming, avançaremos agora para apresentar como ele se materializa para o usuário, como funciona sua interface e como tem sido utilizado. Faremos tal explicação através do Facebook Live, a plataforma que adotamos para o nosso caso estudado. Trata-se, basicamente, de um recurso do

Facebook que possibilita a pessoas e empresas – através de seus perfis públicos ou

páginas/fanpages – distribuírem transmissões ao vivo de vídeo nos feed dos usuários desta rede social, através de uma lógica algorítmica.

Há dois ambientes distintos de consumo desse conteúdo: dispositivos móveis e computadores pessoais, com uma experiência responsiva, modelada para cada tipo de tela. Como já mencionamos, há uma maior integração da interface com o primeiro, com comentários e reações sobrepostos ao vídeo52. Na versão para computador, os comentários são organizados ao lado do vídeo, em um iframe separado. Também há dois ambientes possíveis para a transmissão desse conteúdo: a própria interface dos aplicativos do Facebook para celulares (incluindo os de gerenciamento de páginas), disponíveis para sistemas Android e iOS, e a possibilidade de utilização de outros softwares autenticados pelo Facebook para interagir com a codificação reunida na chamada Graph API.

51 Nas transmissões digitais, diferente das analógicas, a audiência pode interferir na qualidade e velocidade de

acesso (VAN HAANDEL, 2009) . Exemplo disso é o modo como Masala et al. (2016) descobriram – ao investigar, entre outros aspectos, a latência da reprodução, a qualidade das lives do Periscope e seus fatores de influência – que uma maior ou menor audiência era fator determinante para adoção de diferentes protocolos de

streaming e em diferentes servidores.

52 No Facebook Live é possível assistir apenas o vídeo, ocultando os comentários e reações. Os comentários

aparecem sobrepostos nos vídeos gravados na vertical, assumindo automaticamente uma espécie de “tela cheia”, quando transmitido na horizontal os comentários ficam abaixo do vídeo.

Analisamos de modo descritivo e não sistemático a landing page53 criada pelo próprio

Facebook para apresentar a ferramenta para o público em geral e um curso na modalidade e- learning que a rede social oferece, em parceria com o Instituto Poynter de Estudos de Mídia,

para jornalistas que desejam usar o Facebook Live54. Nossa observação buscou entender o que, atualmente, o Facebook diz sobre o seu próprio recurso, como ele apresenta essa marca ao público e quais estratégias de convencimento utiliza. Seguem os resultados da análise.

Nossa primeira incursão foi na página live.fb.com55. Na home encontramos quatro orações

– combinadas a uma animação que simula trechos de lives, uma imagem estática de um homem mirando uma paisagem com um celular e uma galeria de vídeos – que reforçam explicitamente duas ideias. A primeira delas é que as lives têm como principal função gerar engajamento entre os usuários da rede social (são ideias contidas nas orações: conecte-se com seus seguidores;

ganhe novos seguidores; envolva seus seguidores; aumente sua audiência; crie vídeos empolgantes). A segunda abstração, ainda dentro da peça de marketing do Facebook, reforça

que as lives são adequadas para momentos felizes, contendo no texto expressões que dão conta de divertimento, empolgação e emoção (exciting), casadas com imagens de um casal andando de skate, um treino informal de futebol, uma balada, uma trilha ao pôr do sol, mas também uma entrevista coletiva.

Mesmo trazendo informações práticas e demonstrações de usos mais profissionais do Live, o curso oferecido pelo Facebook também mantém preponderantemente o tom festivo, sugerindo utilizações divertidas, criativas e envolventes e ilustrando essas sugestões com imagens de igual teor. Em uma das seções do curso, no entanto, há sugestões objetivas aos criadores de conteúdo (de um modo geral) para uso das lives. A plataforma nomeia e lista 10 formatos que são sugeridos para usar o recurso. São eles:

Discutir os assuntos em destaque: Divulgue seus pensamentos, seja opiniões

sobre eventos recentes ou sua reação a algo que aconteceu na sua vida.

Apresentar um Face to Face: Crie uma conexão pessoal com as pessoas

interessadas no que você tem a dizer. Responda às perguntas de seus seguidores durante uma transmissão ao vivo.

53 Disponível em: <live.fb.com/>. Acesso em: 27 de set. de 2018.

54 O curso tem como mote "Conectar-se e ampliar seu público com o Facebook Live" e está disponível no

endereço <www.facebookblueprint.com/student/activity/180822>. Acesso em: 02 de out. de 2018.

55Além da página de apresentação, há outras quatro abas (About, Tips, Stream, Go Live). As três últimas reúnem

dicas para usos do recurso, sendo a segunda aba direcionada especificamente para desenvolvedores ou para usuários avançados, que fazem lives fora da interface do aplicativo via Graph API.

Informar as notícias: Está na cena de um grande acontecimento? Divulgue o

que você está vendo com as pessoas em todo o mundo para que eles possam ver também em primeira mão.

Entrevistar alguém: De forma semelhante a um Face to Face, transmita uma

entrevista com seus amigos, colegas ou especialistas.

Apresentação ao vivo: Dê aos seus seguidores um lugar na primeira fila

diante da ação, não importa se você está se aquecendo durante um treino de basquete ou celebrando uma grande vitória.

Apresentar os bastidores: Aponte os holofotes em cima de tudo que está ao

seu redor, deixe toda a ação se desenrolar na frente da câmera.

Assistir com56: Assista a seu show, filme, evento ou stream de vídeo ao vivo favorito com seu público.

Fazer uma demonstração: Ensine as pessoas a cozinhar, tocar um

instrumento, a informarem-se sobre eventos atuais e outros.

Transmitir uma leitura: Compartilhe um capítulo do seu mais novo livro ou

dê aos seus espectadores uma breve olhadela no roteiro do seu próximo filme.

Compartilhar experiências de jogos: Convide as pessoas para assistir a cada

curva, gol e tiro, e converse sobre as táticas empregadas em tempo real com outros entusiastas de jogos (FACEBOOK BLUEPRINT, 2018, n.p.).

Já em outra seção do curso, ao apresentar sugestões direcionadas aos jornalistas, o Facebook lista os seguintes formatos a partir do tempo em que pode ser empregado nas lives, exemplificando-os:

5 a 10 minutos

Face to Face no percurso: Está indo cobrir uma matéria? Faça um Face to

Face com seus seguidores enquanto se desloca até o local, anote as perguntas sobre os assuntos relevantes que você vai cobrir.

Notícias de última hora: Se você é um jornalista em campo, compartilhe suas

ideias e opiniões sobre as notícias de última hora do dia.

Aviso especial: Pretende dar um aviso sobre o início da promoção de um livro

ou a estreia em uma nova rede? Transmita ao vivo para que seu público possa participar do entusiasmo.

56 Nota apresentada pelo Facebook lembra a proibição de reproduzir conteúdo com direitos autorais de terceiros:

“Verifique se o seu vídeo ao vivo está em conformidade com a Declaração de Direitos e Responsabilidades do

Facebook, que se aplica a todo o conteúdo que você enviar para ou por meio do Facebook. Isso inclui somente

conteúdo transmitido de sua propriedade ou de cujos direitos você detém o total controle (ou obteve todas as licenças e permissões necessárias de tais direitos), globalmente, inclusive direitos de todas as gravações de áudio ou composições musicais incluídas no vídeo e quaisquer apresentações incluídas. Faça com que a câmera permaneça em você e nunca transmita um evento em andamento, inclusive o que estiver em um palco, campo ou em qualquer tela”.

Um dia na vida: Permita que os seguidores vejam você nos bastidores, com

um instantâneo da sua vida diária, começando com a ginástica às 5 da manhã, uma discussão sobre o livro que você está lendo ou mesmo a escolha da roupa antes de ir para o estúdio.

10 a 30 minutos

Nos bastidores da matéria: Leve o público até os bastidores do artigo que

você escreveu recentemente, responda a perguntas e incentive os seguidores a ler o texto por meio de um link na descrição do seu vídeo ao vivo.

Em cena: Leve os públicos ao local de uma notícia enquanto acontece. Suas

perguntas em tempo real poderão até influenciar.

Assista acompanhado: Apresente aos espectadores uma perspectiva

multifacetada de uma notícia, transmitindo ao vivo com alguns jornalistas na sala de imprensa e depois em campo.

Destaque dos fãs: Crie uma conexão mais profunda com seus espectadores,

apresentando um Face to Face em formato aberto sobre diversos assuntos, e responda aos seguidores pelo nome.

30 a 240 minutos

Painel de discussão: Vai participar de um painel em um evento do setor?

Transmita ao vivo para que o público possa sintonizar e ouvir sua perspectiva sobre o assunto em questão.

Demonstração: Faça uma demonstração prática, como mostrar o

funcionamento de algo ou desmistificar um processo para o público.

Imagens, não palavras: Permita que as imagens digam por si mesmas quando

surgir uma matéria forte, como durante a ligação das luzes de Natal, demolições e assim por diante.

Encontre as grandes matérias: Apresente uma análise aos seus espectadores

locais, transmitindo ao vivo durante eventos nacionais e internacionais e colocando-os em contexto (FACEBOOK BLUEPRINT, 2018, n.p.).

Nesse nosso caminho para a identificação de como o Facebook oferece e entende sua ferramenta de live streaming, destacamos dos formatos acima a possibilidade de uso das transmissões para discutir, divulgar, apresentar, informar, responder, transmitir e compartilhar informações de diferentes temáticas. Em relação às utilizações por profissionais do jornalismo, salta aos olhos o modo como o Facebook, de algum modo, se conecta com valores do campo jornalístico e reforça a possibilidade dessa ferramenta estar presente em contextos conhecidos destes profissionais – cobertura, entrevista, notícia de última hora, sala de imprensa – e podendo também ser utilizado para o marketing pessoal destes, como reforço pessoal de suas identidades, bastidores e a possibilidade de divulgar suas opiniões e seus trabalhos, inclusive incentivando que os profissionais façam a leitura de produções escritas nas lives.

Também chama atenção a maneira como o Facebook, ao longo do curso, apresenta de maneira eufemística a possibilidade de utilização da live para o hard news (como veremos mais à frente, de modo diferente do seu concorrente Periscope), quase sempre combinado essa cobertura com algo soft news. Para exemplificar, o Facebook enquadra como “matérias fortes” a “ligação das luzes de Natal” ao lado da possibilidade de cobertura de “demolições” ou, em outro trecho do texto do curso a possibilidade de usar o Facebook Live “seja do tapete vermelho

Fonte: Montagem de elaboração própria a partir de prints do site live.fb.com

Figura 7 - Extratos da página live.fb.com em 27/09/2018: conexão entre usuários e

da estreia de um filme ou da cena do acontecimento de uma notícia”. Ou seja, o Facebook sempre ameniza e equilibra as sugestões das coberturas. O modo como o Facebook ignora em suas publicações a possibilidade do uso do Live pelo Jornalismo Cidadão também chamou atenção de um dos jornalistas especializados na cobertura de mídia (NEWTON, 2016).

Retornando à landing page, o Facebook apresenta ali o que são consideradas as suas lives favoritas. São apresentadas em oito categorias, na ordem em que aparecem: Science & Tech,

Education, Funny, Food, Sports (dois vídeos), Arts & Culture, Entertainment e, por fim, News.

Novamente: a cartela de finalidades para o recurso é diversa, mas as áreas afins ao entretenimento se mantêm em destaque na apresentação feita pela plataforma.

Figura 8 - As lives de exemplo para o Facebook e suas categorias

Destacamos aqui o que o Facebook considera uma de suas transmissões favoritas da categoria notícia57. Trata-se de uma transmissão feita pela AJ+, o portal de notícias online da rede de televisão Al Jazeera58, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015 (COP 21), na França. O vídeo, transmitido em 12 de dezembro de 2015,

teve amplo alcance e tem, quase três anos após a transmissão, 259 mil visualizações59, mais de

8 mil curtidas, cerca de 2.400 compartilhamentos e quase 5 mil comentários.

Figura 9 - Cobertura da AJ+ em capturas de telas a partir de um dispositivo Android

Fonte: Montagem a partir de imagens de reprodução

Na transmissão, duas repórteres entrevistaram mulheres do grupo de ativistas que protestavam contra líderes políticos e alertavam para as mudanças climáticas. Uma das jornalistas filma através de um celular60, aparecendo em raros momentos no vídeo, enquanto a outra conduz as entrevistas e a narrativa. O vídeo seria o que, no jargão do telejornalismo brasileiro, convencionou-se chamar de um link “Fala Povo”, intercalado com aparições da repórter contextualizando a manifestação e trechos com imagens de cobertura. As entrevistas, em inglês e em espanhol (uma das quatro), tiveram como foco conhecer a posição dos

57 A live é descrita como: “Protesters demand climate justice in Paris at red lines action #d12 #cop21”.

Disponível em: <www.facebook.com/ajplusenglish/videos/655519181256259/>. Acesso em: 01 de out. de 2018.

58 Uma das marcas do portal de notícias é a produção de vídeos nativos nas redes sociais.

59 As visualizações nas lives correspondem, de acordo com o Facebook, ao número de vezes que o vídeo foi

assistido por pelo menos três segundos de trechos. Não corresponde ao número de espectadores únicos.

60 A troca da câmera frontal para a câmera traseira além da qualidade de imagem é um dos indicadores de que se

manifestantes sobre os conflitos naturais. A apuração ocorreu no seio da manifestação, inclusive no mesmo plano que os manifestantes – o que incluiu a necessidade da dupla se agachar, tendo reflexo no plano de câmera, quando os manifestantes se sentaram ao lado da Torre Eiffel, onde chegaram após uma caminhada.

Observando os comentários classificados como “mais relevantes” pelo Facebook, identificamos que há uma efetividade na interação, percebe-se um verdadeiro fórum de debates sobre o tema em questão. Os usuários opinam sobre a manifestação, dão exemplo da situação climática dos seus países, sugerem como os países ou manifestantes deveriam intervir no conflito narrado. Há também espaço para alguns comentários de aceno para o vídeo – apenas um “hi” –, de indicação de onde estava sendo assistido – “Watching from Germany :)” – além de comentários, em geral elogiosos, sobre a live em si (por exemplo, uma pessoa com perfil na rede que escreveu “this is real journalism!”) ou comentários sobre a experiência e qualidade do trabalho da jornalista em primeiro plano, tendo também um comentário que se queixa de uma entrevista com uma manifestante da Guatemala que foi interrompido de modo abrupto ao final da transmissão.

Figura 10 - Cobertura da AJ+ em captura de tela a partir de navegador web

Fonte: Reprodução

O vídeo61 da AJ+ tem 16 minutos, boa qualidade de imagem, é audível, tem planos de

câmeras despreocupados ou quase amadores. É jornalístico (tem entrevista, apuração, as fontes performam como entrevistados, trata-se de um acontecimento atual, de interesse público...) e

61 A identificação deste arquivo da live no Facebook permite registrar a ausência de alguns recursos hoje

presentes no recurso Live, como o aparecimento do comentário e das reações no exato momento da transmissão em que foram inseridos.

com perceptível engajamento em diferentes partes do mundo. Ao observar de modo comparativo o conjunto de vídeos de outras categorias, as características anteriormente citadas nos parecem ser as que ajudaram a eleger a cobertura do protesto na COP 21 como representativa de sucesso das lives para usos noticiosos. O engajamento e o alcance talvez sejam outros indicadores, já que a transmissão, inclusive, descumpre vários dos itens sugeridos como “boas práticas” pelo curso oferecido para jornalísticas. Entre as recomendações do treinamento estão o aviso antecipado da transmissão; pedido de comentários para ajudar a manter a interação com o público (o que também não foi necessário pela interação espontânea); inclusão da geolocalização na transmissão para facilitar que ela seja descoberta no Facebook Live Map62; a espera – nos primeiros segundos da transmissão – da chegada do público de um modo criativo, antes de iniciar o assunto ou o conteúdo que será transmitido; a transmissão por pelo menos 10 minutos; e o aviso de encerramento da transmissão com “frases de fechamento”.

Além da página, no curso também há o que o Facebook designa como um case de sucesso. Trata-se da cobertura da eleição presidencial nos EUA, em 2016, pelo jornalista Jorge Ramos, apresentado como um experiente profissional, responsável por programas televisivos em espanhol, nos EUA, pela Univisión e em inglês na emissora Fusion, onde inicialmente começou a usar de modo integrado com a programação televisiva o Facebook Live.

A partir do caso Ramos, o Facebook apresenta como potencialidades das lives as possibilidades de “aproximar a cobertura de notícias de públicos por meio do Facebook” e “fornecer uma abordagem mais autêntica e dinâmica a eventos de notícias urgentes usando o

Facebook Live”. A plataforma apresenta, então, uma sequência de oito vídeos de transmissões

ao vivo, que demonstram a utilização feita por Ramos durante a eleição presidencial. Ramos avisa antecipadamente em uma live curta que fará a cobertura através do Facebook e, usa o recurso para cobrir uma convenção partidária, para análise política, bastidores dos eventos políticos, transmissão destes eventos e retransmissão de conteúdo da TV. Ramos passeia por enquadramentos e formatos distintos daqueles costumeiramente vistos na TV, mas também aparece em alguns momentos em lives com microfone com canopla da Fusion (ou seja, com marcas dos formatos tradicionais). O Facebook contabiliza que umas das lives de Ramos do processo eleitoral na cidade de Iowa teve 1,1 milhão de visualizações nas primeiras 24 horas e

62 O Facebook Live Map é uma seção do Facebook com um mapa interativo que reúne em um mapa todas as

transmissões públicas e geolocalizadas que estão ativas no momento. A partir dela é possível escolher uma live para assistir.

que ao longo dos três dias em que promoveu lives o perfil público de Ramos angariou 3,2 vezes mais novos fãs diariamente.

No texto de apresentação deste case63, o Facebook é mais ambicioso em relação ao modo como apresenta a plataforma, atribuindo a Jorge o posto de “defensor das redes sociais e dos vídeos ao vivo como o futuro da televisão”, inclusive destacando uma declaração do jornalista em defesa do avanço das redes sociais: “cada vez mais as pessoas estão abrindo mão de seus antigos aparelhos de TV e acessando notícias e entretenimento em telas menores. Além disso, as redes sociais estão se tornando a nova mídia. Ponto.” O Facebook também compara o alcance de uma cobertura feita por Ramos de modo simultâneo na TV Fusion e no Facebook Live, com o uso de um iPhone, apresentando a cobertura das eleições e seus bastidores, no dia 1º de março de 2016, na Super Terça, alcançando 1,9 milhão de pessoas (números que, de acordo com o

Facebook, foi superior ao da audiência da TV).

Figura 11 - A seção de dicas da página do Facebook Live apresenta formas de usar o recurso, incluindo usos

relacionados às notícias

Fonte: Reprodução da página live.fb.com

Retornando à análise da página live.fb.com e encerrando o percurso de identificação do que o próprio Facebook diz sobre o seu recurso, destacamos trechos de um FAQ (perguntas frequentes) na seção Sobre. “A Live permite que pessoas, figuras públicas e páginas compartilhem vídeos ao vivo com seus seguidores e amigos no Facebook”64, é o que se lê. De modo mais subjetivo, ainda na seção Sobre, o Facebook destaca a mobilidade do recurso (“Transmita para o maior público do mundo com a câmera que está em seu bolso”), a interatividade, instantaneidade e personalização como características possibilitadas por seu uso.

Outros detalhamentos sobre a funcionalidade da ferramenta são apresentados nesse FAQ, aqui descrevemos os detalhes que são importantes para entender de um modo geral o recurso. São eles: uma live pode durar até quatro horas e é identificável através de um ícone vermelho na parte superior do vídeo. Há nesse ícone a palavra “Live” escrita e, ao lado, o número de