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Os fatos, existindo no mundo real, tomam-se possíveis de apreciação uma vez dispostos os instrumentais necessários. Partindo deste apriorismo, trata-se, como fenômeno, tudo aquilo que pode ser objeto de averiguação através de metodologia adequada, segundo ciências próprias e seus discursos. Sem levar-se a discussão para o campo filosófico da existência em relação à essência, o que se intenta é, através da apreciação dos seres, das coisas e do comportamento e relação de uns com os outros, inventariar premissas que expliquem a ocorrência dos fenômenos e fatos de forma a possibilitar padrões de conduta.

Ao optar-se pela descrição que constata ou pela construção de um fenômeno, em última análise, o que se pretende é a explicação de sua ocorrência ou manifestação no mundo real. Tal processo deve ocorrer segundo metodologia aleatoriamente escolhida dentre as possíveis. Ao ser preferido o método econômico para análise dos fatos, não se está, simplesmente, a defender um ponto de vista economicista como única e derradeira solução ou opção. Na verdade, em função da necessidade de explicar ou significar os fenômenos que cercam os homens ou que lhes relacionam entre si, utilizam-se dos instrumentais metodológicos disponíveis que mais adaptem-se ao discurso pretendido. No caso da LaE, por exemplo, opta-

se por uma visão economicista dos fenômenos que, de qualquer maneira, são os mesmos a serem, possivelmente, analisados por outras ciências e seus métodos ou, ainda, segundo concepções de mundo e discursos diversos. Assim, podem ser utilizados, segundo ponto de vista do observador, métodos psicanalíticos, religiosos, antropológicos, sociológicos, jurídicos e outros que objetivarão a análise dos fatos que, acabados e imutáveis continuarão a ser os mesmos vistos, obviamente, sob ângulos distintos.

Os fenômenos, do ponto de vista econômico, envolvem, basicamente, a produção, circulação repartição e consumo da riqueza por parte do homem enquanto esteja este desenvolvendo sua atividade, considerada, sob esse ângulo ou perspectiva, econômica. Uma vez que estes fenômenos estão dispostos na realidade social merecem ser apreciados por uma ciência que leve em conta metodologias de caráter social. A Economia é uma ciência social que através da constatação da realidade, tabulação de dados e verificação das possibilidades objetiva obter parâmetros de comportamento previsíveis uma vez ocorridas as circunstâncias constatadas como determinantes do fenômeno. Pode ser tida como uma maneira de quantificar as reações humanas e justificar-lhes segundo regras de comportamento embasadas na racionalidade que atua em função de um critério maximizador de resultados.

Está-se, assim, a tratar do homo oeconomicus que atua racionalmente, procurando obter de suas escolhas os melhores resultados para satisfação de suas necessidades, em uma ética utilitária, individualista e maximizadora.

As leis econômicas, dessa forma, têm natureza probabilística voltadas a indicação de tendências que, sob certas circunstâncias, levam à produção de específicos resultados. Uma vez determinadas as leis que justificam os comportamentos como que diagnosticando-os, estas tomam-se passíveis de aplicação a hipóteses futuras de forma a prognosticarem reações e/ou efeitos que, então deixam de ser casuísticos e passam a ser controlados segundo incentivos e/ou desestímulos. Assim, toma-se possível, ao homem, intervir e/ou direcionar os acontecimentos individuais e/ou sociais conforme seja, a fenomenologia, analisada economicamente; objetivando-se, com esta análise, melhores resultados dentre os possíveis para dado condicionamento e/ou circunstâncias. As soluções e conseqüências dos atos humanos e dos fatos passam, através da metódica economicista, a serem prováveis e mensuráveis estatisticamente.

No Direito, fala-se no dever ser e naquilo que é, ou mais precisamente em um Direito prescritivo e normativo das coisas que deveriam ser segundo critérios aleatórios de justiça -

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sendo, esta, identificada ora como eqüidade, ora como distinção entre bem e mal - e, em uma realidade observável in loco que não está sujeita a condições ideais, mas a circunstâncias factuais que fogem ao idealmente estipulado quando este transpõe ao mundo do possivelmente físico. O problema está em estipular, no Direito, o que deveria ser segundo critérios, que, embora metafísicos, fossem factíveis. Ê o que o positivismo intentou; porém, como se percebe, de forma desastrada pois não bastou dar concretude ao princípio através da lei; uma vez que esta, ainda continuou descompromissada com o real em nome de valores inapropriáveis do campo metajurídico. Em outras palavras a lei ainda é criação ideológica do homem que, desconectada com a realidade acelera o processo conflitual ao invés de solucionar as crises sociais.

Enquanto o Direito normativo idealiza, o Direito positivo ou descritivo constata segundo critério metajurídico nãó apreendido empiricamente mas intuído. Também em Economia, existe compartimentação quanto a maneira de observar o fenômeno econômico e o comportamento dos agentes.

Enquanto a Economia Descritiva conhece, descrevendo a atividade econômica e o comportamento dos diversos agentes, propiciando elementos para a elaboração de teorias econômicas - leis que identificam ou levantam os fatos a partir de mensuração, descrição e determinação de características propiciando classificação, diagnóstico e prognóstico segundo critério racional, a Política Econômica aplica os resultados da Teoria Econômica visando obter o melhor desempenho possível dos agentes em meio à ação econômica. A Economia Descritiva e a Teoria Econômica constituem a chamada Economia Positiva, ou seja, a Economia que apresenta os fenômenos ou os teoriza como eles são realmente, e a Política Econômica trata da Economia Normativa que propõe o modo em que o fenômeno econômico deveria verificar-se, mas não de forma aleatória e sim segundo critério factível, possível de realização. O dever ser da Economia traduz uma possibilidade estudada e analisada sob determinadas condições que tomam mensurável os resultados das ações segundo premissa uniforme - qual seja a da maximização desses resultados de forma a obter-se eficiência.

Aplicar a Teoria Econômica ao Direito é possibilitar este critério único e racional para atingir-se um dever ser possível segundo as condições dadas, diferentemente do dever ser idealizado mas, não raras vezes inalcansável devido ao seu descomprometimento com o mundo real ou seu caráter meramente político-ideológico.

Se a fenotnenologia pode ser apreciada por discursos distintos, segundo seus critérios, tais como o Jurídico e o E c o n ô m i c o ^ e, através da LaE, intenta-se uma justaposição entre os

dois padrões de apreciação dos fenômenos, justifica-se delimitar, inicialmente, a Teoria Econômica como instrumental de análise.

O pioneiro em termos de compilação de premissas econômicas foi William Nassau Senior.

O estudioso intentou, através de quatro p o s t u l a d o s ^ 5 identificar o aparato analítico descrito

como Teoria Econômica. Embora pecando pela incompletude, louvou-se, em seu trabalho, pela intenção de depurar as teorias disponíveis até sua época, no tocante à Economia, ainda tencionando um objetivo maior: aprimorar os conceitos e delimitar princípios.

No que diz respeito à Teoria Econômica, hodierna, tem-se como subdivisão deste ramo do conhecimento, a Macroeconomia e a Microeconomia. Enquanto a Macroeconomia cuida dos agregados econômicos de forma a procurar respostas para o desenvolvimento geral de dada economia, intentando incrementar a atividade econômica de forma a obter resultados globais melhores tais como aumento no nível de emprego de um País, melhoria de seus termos de troca no comércio internacional, estabilidade econômica, etc., a Microeconomia é a parte da Teoria Econômica que se preocupa com a atividade individual dos agentes econômicos seja produzindo e consumindo, com a formação dos preços, o aumento de custos em uma empresa, etc.

Está-se a falar em uma classificação semelhante àquela propedeuticamente institucionalizada no campo do Direito. Em termos jurídicos, tem-se a existência de dois ramos

Em sua obra Carlos Otero Dias analisa os fenômenos sociais ora oomo jurídicos, ora como econômioos. Para o autor, o fenómeno jurídico consiste en una preordenaciôn de conductas humanas potencialmente interferentes, o más bien en una compatibilización de

Uberiades. Portanto, sob o enfoque jurídico, o fenômeno jurídico consiste na estipulação e modificação da titularidade de liberdades através de títulos jurídicos. Diz ele : La experiencia judicial es experiencia de títulos, no de hechos; porque de éstos sabe el jtiez lo que los títulos le manifiestan, pero, ignora siempre los hechos mismos; sencillamente, porque cualquier titulo puede ser falso.

Quanto aos fenômenos econômicos, Otero Dias afirma que traduzem uma conduta humana de produção e de cambio orientada por un sentido de lucro material, pressupondo um móbil de utilidade e atitude satisfativa das necessidades materiais humanas mensuráveis segundo seu valor.

Mais adiante, apresenta a idéia de que, enquanto os fenômenos, sob o ponto de vista jurídico, s3o agregativos e propiciadores de equidade; do ponto de vista econômico, s3o próprios de uma perspectiva de disparidade: Los fenómenos jurídicos implican p or su propia

naturaleza, limitaciones recíprocas y voluntarias de conducta; sólo pueden darse con pureza en un plano de igualdad y libertad de los sujetos. Los fenómenos económicos, p or lo contrario requieren ineludiblemente posiciones de disparidad. Las situaciones de igualdad que son el ideal dei Derecho, representan una antinomia respecto al concepto mismo de Economia. Por fim, conclui, em afirmar que os

fenômenos jurídicos e econômicos formam duas estruturas sociais distintas, mas, complementares. Verin OTERO DIAS, Op. cit. p. 69-85. ___ Além de trabalhar os conceitos de riqueza e valor, Seenior conjeturou a respeito de quatro pressupostos econômicos a saber:

a) que todos os homens desejam obter a maior quantidade de Riqueza com a menor quantidade de sacrifício',

b) que a população do mundo, ou em outras palavras o número de pessoas que o habita, está limitado somente p o r males físicos

ou morais, ou pelo temor de um déficit daqueles artigos representativos da riqueza que exigem os costumes dos indivíduos integrantes de cada classe de seus habitantes-,

c) que a potência do trabalho e dos demais instrumentos que produzem riqueza pode aumentar-se indefinidamente utilizando

seus produtos como meios para uma ulterior produção',

d) que sempre que a destreza agrícola permaneça constante, o trabalho adicional empregado na terra dentro de um distrito

dado, produz em geral um rendimento menos que proporcional, ou, em outras palavras, ainda que em relação com cada aumento de trabalho empregado o rendimento total aumente, o aumento deste rendimento não è proporcional ao aumento do trabalho.

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do Direito a saber: o público e o privado. Não obstante o fato de que, atualmente, é difícil visualizar real critério que leve à identificação do que seja possível enquadrar como público ou privado, ainda é adotada, tal divisão, para fins didáticos. Também na Economia ocorre ambigüidade no que diz respeito a análise de uma situação sobre o ponto de vista micro ou macroeconômico. Analisar a influência de uma pequena empresa na economia do país não é relevante e , portanto esta análise insere-se no campo da Microeconomia; entretanto, a mesma análise, já agora, em se tratando de uma empresa monopolística cujos produtos são comercializados no País inteiro é questão que envolve uma análise macroeconômica, a despeito de tratar-se da economia individual da empresa - assunto que, em tese, deveria ser da abrangência da Microeconomia.

A Teoria Econômica clássica e neoclássica esteve voltada à Análise Microeconômica27 estudando o comportamento racional de escolha por parte de produtores e consumidores em uma perspectiva individualista e maximizadora de utilidades - eficiente - predominante, na segunda metade do século XVIII.

Também conhecida como Teoria dos Preços, a Análise Microeconômica envolve o estudo racional das intenções e disposições de consumidores em relação aos produtos ofertados bem como das possibilidades dos produtores em relação aos seus custos na obtenção e organização dos fatores produtivos. Sintetiza, através da análise, o procedimento de mercado em uma relação quantidade e preço para cada produto disponível obtendo, por fim, uma condição de equilíbrio entre consumidor e produtor. Ao preocupar-se com os mercados, a Análise Microeconômica aborda um modelo ideal denominado mercado de livre concorrência, em que a lei de oferta e procura impera sem pressões outras que não as próprias intenções entre produtores e consumidores, em busca do equilíbrio que propicie as trocas. A partir deste modelo ideal assume estudos a respeito das variações dessa situação inerentes à prática comercial manipulada ora por produtores, ora por consumidores ou, ainda, pelo próprio Estado^**

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A história da Análise Microeconômica e mesmo da Análise Econômica como um todo, pode ser fartamente acompanhada in SCHUMPETER, Op. cit, além de seus primeiros ensaios nos séculos XVIII e XIX, desenvolvendo-se com autores dássioos como: SMITH, Adam. (1723 - 1790); Op. cit.,RICARDO, David. (1722 - 1823), Op. cit.-,MILL, Johm Stuart. (1806 - 1873), Princípios de Economia

Política: com algumas de suas Aplicações à Filosofia SociaLIntrod. W. J Ashley, apres. Raul Edterman e trad. Luiz João Baraúna, Coleção Os Economistas. São Paulo : Abril Cultural. 1983; Jean Baptiste Say (1767 • 1832), bem como, a partir de 1870, com autores como Léon Walras (1834 - 1910), Compêndio dos elementos de economia política pura.Coleção Os Economistas. Apres. Dionísio Dias Carneiro Netto; trad. João Guilherme Vargas Netto. São Paulo : Abril Cultural, 1983; JEVONS, William Stanley. (1835 - 1882), A teoria da economia política. Trad. Cláudia Laversveiler. Coleção Os Economistas. São Pauto : Abril Cultural, 1983; PARETO, Vilfredo. (1848 - 1923) Manual de

Economia Política. Op. cit,MARSHALL, Alfred. Principies ofE conom ics. 8 ° ed. Londcn: Macmillan & Co., 1956 ou a tradução brasileira

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Princípios de Economia P olítica : Tratado Introdutório. Op. cit;além de outros..

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Pode ser aventada, em relação à existência do mercado, o fato de este tratar-se de uma falácia ou discurso institucionalizado a partir da economia capitalista. Não se acredita, para este trabalho, que seja proveitoso discutir tal ponto. Pragmaticamente, tem-se de trabalhar

Os estudos microeconômicos caracterizam-se por delimitar, cientificamente, o comportamento dos indivíduos através de teorizações básicas em cinco níveis a saber: no nível teórico do consumidor, da empresa, da atividade de produção, da repartição da riqueza e do equilíbrio geral de mercado.

Sem pretensões de delimitar um tratado de Economia e, também não caindo nas facilidades óbvias de remeter o leitor a estudos na doutrina Econômica, ou mesmo, trabalhar na suposição de seu prévio conhecimento do assunto; pretende-se, na seqüência deste capitulo, familiarizá-lo com as teorizações fundamentais da Teoria Econômica abrangidas pela Microeconomia; como que instrumentalizando o estudo da interação Direito e Economia através da LaE a ser realizado no Capítulo III.

Em termos Microeconômicos, são identificadas, inicialmente, teorizações a respeito do comportamento dos consumidores. Partindo do pressuposto de mercado, os indivíduos, desta feita, atuam como consumidores racionais que, em conjunto ou isoladamente, apresentam uma tendência, coeteris paribus, para a demanda de um certo produto X que lhe satisfaça as necessidades, maximizando seu bem-estar econômico, ainda dentro de limite ao desejo individual caracterizado pela renda disponível.

Os indivíduos, na ausência de impedimentos tais como a falta de informação e as distorções de mercado, determinariam suas escolhas segundo o máximo de satisfação que pudessem obter para si. Por não conhecerem ou possuírem total informação sobre os bens e serviços disponíveis em mercado, não maximizam a satisfação de suas necessidades que são avaliadas em termos de preferências ou escolha entre as diversas opções. Entretanto, fica evidente que uma teoria do valor é ponto chave no que diz respeito à decisão individual.

O homem, através de alguns subsídios analítico-explicativos, consegue fazer comparações entre bens e serviços conforme delimite alguns aspectos como; v.g. , através de determinação de medidas de tempo e de espaço. Problema apresenta-se quando se quer comparar o valor de tais bens e serviços para os diversos indivíduos. Alguns questionamentos intrigam os pensadores. Por que o diamante vale mais que o alimento ? Qual o valor de um trabalho manual em relação a outro, ou mesmo, ao trabalho intelectual? Como valorar os desejos em relação aos bens e serviços? Ou, ainda, como valorar as disposições normativas em relação às intenções individuais?

sobre a realidade existente e; hodiernamente, a economia mundial em sua grande parte esta inserida em um contexto de mercado e, portanto, sob as regras econômicas que levam ao individualismo metodológico, à eficiência e comportamento racional dos indivíduos, ao consumidor como sujeito social e à busca do equilíbrio dinâmico das relações sociais e econômicas dos indivíduos.

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Em resposta a estas e a tantas questões do gênero, as teorias clássicas desenvolveram as chamadas teorias objetiva e subjetiva do valor em que considerou-se, este, ora como quantidade de trabalho agregada na produção do bem, ora como intenção psicológica de satisfação de necessidades; posições estas situadas entre todo um evoluir intelectual a respeito. De fato, a partir de Adam Smith (1723-1790) e sua teoria do valor-trabalho surge David Ricardo (1772-1883) que, com seu pensamento, aprofundou as idéias da teoria do valor- trabalho de Smith e embasou duas posteriores correntes econômicas: uma ortodoxa encabeçada por John Stuart Mill (1806-1876) e pelos neoclássicos Léon Walras (1834-1910), William Stanley Jevons (1835-1882), e Alfred Marshall (1842-1924); a qual resultou na obra de John Maynard Keynes ((1883-1946) de quem surgiram, por sua vez, os neo e pós- keynesianos hodiernos e outra heterodoxa representada por - Karl Marx (1818-1883) e os socialistas científicos.

Parece que, em meio a experiências diversas, predominou o discurso ortodoxo da Teoria do valór. Entretanto entre o discurso do laissez faire , laissez passer e o socialismo Russo restou um intervencionismo de Estado verificado, mormente, a partir dos anos trinta. Perpassando pelas diversas teorias do valor, chegou-se à consagração e desenvolvimento da teoria subjetiva do valor, pela qual se pressupõe a escolha segundo a utilidade dos bens e serviços, ou mais especificamente, segundo o critério psicológico de satisfação das necessidades individuais. Esta teoria é a mais difundida e predominante no discurso ocidental de economia de mercado.

O enfoque psicológico da demanda embasado no hedonismo e na utilidade subjetiva evoluiu de sua versão original em Gossen ( 1854) através de pensadores como Jevons (1871), Walras(1874), Edgeworth (1881), Antonelli (1886) e Irving Fisher (1892) até à versão de Vilfredo Pareto (1906). Grande evolução, no raciocínio matemático que intentou explicitar o comportamento subjetivo dos indivíduos, ocorreu com a passagem de uma avaliação cardinal do desejo - dificultada pela inexistência de uma medida capaz de medir utilidades - para a comparação ordinal dos diversos graus de satisfação produzidos, inclusive, por mais de um produto em comparação de um com outro, através de recursos matemáticos como as curvas de indiferença.

Possível tomou-se, então, através do estudo do comportamento psicológico do consumidor, delimitar sua demanda para determinado produto, inclusive levando-se em conta opções alternativas de consumo; de forma a construir-se sua intenção de demanda individual e,

em um segundo momento, de mercado.

Outro segmento do estudo Microeconômico esta voltado à Teoria da Produção e do Custo. Verificados os totais de insumos harmonizados dentro da empresa e utilizados no processo produtivo, estudam-se-os de forma a obter a melhor combinação possível em relação a sua capacidade de gerar produção maximizando resultados. Uma vez elaborada a lei de rendimentos decrescentes, cabe descobrir a melhor possibilidade de alocação dos recursos de maneira a evitar as chamadas deseconomias de escala.

A partir da Teoria da Produção em um mercado ideal de concorrência perfeita onde devem ser observadas as economias de escala, a Microeconomia apresenta, na Teoria da Firma e de Organização do Mercado a análise de situações variadas que vão desde a própria concorrência perfeita, até as formas imperfeitas de mercado como situações de monopólio, oligopólio, monopsônio e oligopsônio29.

De posse de uma Teoria do Consumidor, de uma Teoria da Produção e da Teoria da Firma, desenvolve-se, ainda, a Teoria da Distribuição dos recursos que se dá em função de critérios de produtividade na utilização dos fatores produtivos: natureza, capital, trabalho e iniciativa empresarial.

Por fim, cabe à Microeconomia analisar a questão do equilíbrio geral e bem-estar

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